A queda dum anjo

A queda dum anjo Camilo Castelo Branco




Resenhas - A queda dum anjo


10 encontrados | exibindo 1 a 10


Carla 28/07/2022

De boas intenções está o inferno cheio?
Esta novela faz parte da fase realista do autor, distanciando-se muito da sua fase ultrarromântica, de que ? Amor de Perdição ? ilustra tão bem.
Nesta novela através da metáfora da queda de um anjo, Camilo Castelo Branco revela-nos a infeliz intemporalidade da realidade política , isto é, da corrupção dos nossos políticos. Uma vez que o protagonista, Calisto Elói, se deixa corromper pelo meio social da capital lusitana, esquecendo os seus valores morais e integridade que havia construído no interior transmontano. O autor, com algum humor, revela-nos o percurso infeliz do nosso herói de ? anjo? até ? demónio? ou de beato a devasso.
Vale muito a pena ler, pois apesar de ter sido escrito no século XIX, a história dialoga e muito com a hipocrisia e corrupção, da esmagadora maioria, dos políticos do século XXI.
Curiosidade: Camilo Castelo Branco foi o primeiro português a subsistir da escrita.
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Dani Ramos 16/03/2019

Boa experiência!
Essa foi a segunda obra do autor português Camilo Castelo Branco que tive a oportunidade de ler. Aqui, encontramos uma diferença de criatividade em relação à "Amor de Perdição" do mesmo, onde a novela narra uma história de amor trágica e triste. Em "A Queda dum Anjo", nosso protagonista Calisto Elói é um fidalgo transmontano, rico, inteligente, conservador, uma vez que é ligado ao passado sobre suas origens e de famílias nobres, conhece e acredita fielmente na moral do ser humano e bondade, mergulha profundamente em livros dedicados à História, Música, Vinhos e Filosofia. Mas quando é eleito deputado em Lisboa — consequentemente, mudando-se para lá —, Calisto Elói se depara com outro tipo de vida e costume, àquela que a sociedade não se importa fielmente com os bons costumes.

Essa gritante distância entre o certo, errado, moral e conservador, faz Calisto Elói no começo do seu mandato, invocar com determinação os ensinamentos que aprendeu ao longo dos anos e com os livros, entretanto, isso muda completamente quando, Calisto Elói, se perde ao longo do caminho e deixa-se consumir pela depravação e corrupção moral da capital.

Casado há anos e deixando a esposa no interior, Calisto Elói se vê perdidamente apaixonado por um desconhecida prima que conhece em Lisboa, e a partir daí, sua vida "pura, fiel e honrada" se modifica para "manchada, obscura e imoral". Como Calisto Elói lidará com essa complicada situação. O que Teodora — sua esposa —, fará quando descobrir as atitudes do marido na capital? E como Ifigénia — a prima desconhecida — conseguiu adulterar o caráter límpido de Calisto Elói em tão pouco tempo?

De uma novela trágica e triste em "Amor de Perdição", adentrei em outra profunda e complexa comentando o caráter e interesses dos seres humanos em "A Queda dum Anjo". Calisto Elói é considerado pelo narrador como "um anjo" e durante as páginas, vemos sua "queda" simbólica e irreparável de uma forma incrível. Mais um livro que gostei da experiência de leitura! Castelo Branco sabia muito bem invocar certos assuntos em seus textos com uma simplicidade e leveza sem igual.
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Silva de Oliveira 10/10/2023

Um livrinho recheado de críticas sociais atemporais/atuais.
Mesmo muito interessante, pois faz-nos ter uma noção de como era Portugal no século XIX.
Até então, política não era um assunto que eu gostasse e o único ponto ruim do livro é a linguagem arcaica.
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Tiago 20/07/2022

O choque cultural entre o interior de Portugal e a capital
Esta foi minha primeira leitura de Camilo Castelo Branco. Fiquei bastante surpreso. O livro conta a história de Calisto Elói, um fidalgo de Miranda do Douro, homem dos livros, conservador, casado com sua prima Teodora. Calisto rege a sua vida pelos costumes antigos, geralmente citando grandes clássicos da literatura. Um belo dia, a cidade decide que Calisto seria um bom representante da região no parlamento em Lisboa e o escolhe como deputado.

O livro descreve de forma muito hilariante o choque cultural na chegada de Calisto a Lisboa. O caso da água da fonte de El-Rei tão citada na literatura é muito engraçado. O livro traz uma crítica a classe política da época por meio dos seus discursos vazios de conteúdo e repletos de floreados e de certa forma também mostra a enorme distância entre a capital e o interior do país.

Calisto acaba se acostumando com a vida em Lisboa e cai nas tentações da cidade grande. Ele renega os seus costumes de Miranda do Douro e muda até a sua visão política.

Não deixa de ser um tema atual. O idealista que chega a cidade grande para mudar o mundo e acaba engolido pelo “sistema”. O livro vale 3,5 estrelas e eu arredondo para 4 por causa do bom humor na crítica que arranca umas risadas. Recomendo a quem for ler que tenha um dicionário ao lado.
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Diana Beatriz 19/11/2023

Camilo não decepciona
Gostei muito da leitura deste livro, embora possua uma linguagem um pouco rústica.
De certo, a história é muito bem contada pelo Narrador. As suas ironias, os seus amores e desamores pelo personagem principal, e o seu ódio com um certo personagem, trás um pouco do cómico para a obra.
No entanto, afeiçoei-me muito pelo que Calisto era e doeu-me vê-lo a se degradar aos poucos por coisas tão fúteis, apagando completamente a essência daquele anjo que ele era. Contudo, esta obra foi muito bem escrita, embora a história não ter acabado com uma moral como "nunca deixem que alguém ou algo apague a vossa essência", na verdade ela acabou de uma forma muito melhor, o que torna este livro um dos melhores que já li.
Valeu a pena ler para Literatura.
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Inês Montenegro 06/02/2016

Não chamaria Calisto de “anjo”. Desde o início que a sua personagem se assemelha mais ao tipo de beata que apregoa e exige a moralidade e “bom” comportamento dos demais, maldizendo-os, apenas porque não esteve ainda numa posição similar. E, de facto, quando a oportunidade lhe surge, cede à imoralidade como todos os outros. Mais do que a queda de um anjo, título irónico, é o percurso de um homem comum, que não foi capaz de agir como falava.

Review completa em:

site: https://booktalesblog.wordpress.com/2015/10/25/a-queda-dum-anjo-camilo-castelo-branco/
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Mr. Jonas 04/02/2018

A Queda dum Anjo
O personagem Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda era um típico fidalgo português de boa família. Casou-se por interesse com D. Teodora Barbuda de Figueiroa, também de boa família, e com ela vivia em Caçarelhos. Era tradicionalista e estava sempre defasado da realidade, tinha o hábito de ler, mas apenas autores clássicos. Quando ocupou a presidência da Câmara, mesmo que por apenas um dia, chegou a pensar em ressuscitar a legislação antiga para governar.
Calisto foi eleito deputado e partiu para Lisboa. Na capital, chega a procurar lugares antigos, que já não existiam por conta de um terremoto, mas que havia visto nos livros antigos que lia. No parlamento, planejava lutar pela redução dos impostos, pelo combate ao luxo e estava sempre em defesa da moral e dos bons costumes. Tornou-se conhecido pela linguagem antiga e difícil. Estava sempre preocupado em fazer discursos pomposos.
Certo dia, ao conhecer uma mulher chamada Adelaide, Calisto descobriu que nunca havia amado de verdade. Mas Adelaide não quis se relacionar com um homem casado. Logo depois, ele conhece a jovem viúva do general Ponce de Leão. A moça, uma brasileira, era loira, tinha cerca de trinta anos e foi atrás de Calisto para conseguir uma pensão. Acabou se apaixonado por ela e lhe montou uma casa.
A partir deste momento, deu-se uma total transformação na vida do personagem. Calisto passa a adquirir os costumes modernos que antes condenava. Antes era muito preso ao passado e as tradições, mas ao final deixa crescer o bigode e o cavanhaque, veste roupas mais modernas, esquece a esposa Teodora, passa a gastar muito dinheiro, muda para a oposição e separa-se definitivamente da mulher, que acaba se casando com um primo.
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Daniel 20/10/2018

Queda ou Ascensão?
Resenha no link abaixo!

site: https://blogliteraturaeeu.blogspot.com/2018/10/a-queda-dum-anjo-de-camilo-castelo.html


Maria 18/08/2022

não sei que nota dar ksksks
gostei. é difícil de ler intencionalmente porque o protagonista é antiquado e tem uns personagens bem prolixos. acho que o que mais me dá uma pulga atrás da orelha é ser considerado parte do Romantismo, quando pra mim é beeeem realista.
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rafaelafrtss 28/01/2024

Ok?
É bom para passar o tempo e, considerando ser um livro de escola, não é nada mau.
A história não é das mais interessantes no início, so para o capítulo 11-12 que fica mais interessante, com o adultério, ele mudando, etc..
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