Zazie no metrô

Zazie no metrô Raymond Queneau




Resenhas - Zazie no metrô


29 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Heitor 06/02/2024

Onde o mineirês encontra sua correspondência francesa
Para um ouvinte e praticante do linguajar mineirístico, a experiência literária que Queneau emprega na redação desta obra é quase um diálogo direto com os conterrâneos mencionados. para quem reconhece um ?oinsbu?, ler zazie no metrô é divertir-se a cada página. não apenas com a estilística da obra, mas com toda a algazarra de tramas e de personagens; não deixando de honrosamente mencionar nossa bocuda zazie, a criança de jargão forte, respostas pontudas e de uma curiosidade toda espirituosa, a responsável por entrelaçar todos os causos absurdos e sustentá-los até o final, mesmo quando a sonolência da madrugada sobrepõe seu entusiasmo infantil.
ler esta obra, de certa forma, nos remete ao mesmo itinerário que aprendemos com Alice, de uma criança que sai a vasculhar todo um mundo, no caso a paris dos anos 1950, e quase a todo momento sem a supervisão rigorosa dos cuidados de um adulto. zazie com sua vasta sapiência explora e supera as tensões emergentes dos encontros com outras personagens, todos particulares ao próprio estilo, com maneirismos, gostos, ideias. uma sequência de eventos que desloca entre a preocupação, de uma criança entregue às ruas, e a comédia, que nos pega desprevenidos com a espontaneidade das ocorrências e dos rumos que os atores nos orientam. além de que, é inevitável, zazie é uma criança ?do 🤬 #$%!& ?! mais bocuda que ela tem de procurar.
comentários(0)comente



sophia 29/12/2023

Zazie
Segunda vez que leio Zazie já e continuo achando ela maravilhosa. Além de ter uma escrita super característica e interessante, o livro é mto engraçado e divertido de ler!
comentários(0)comente



Egberto Vital 31/10/2023

"Zazie no Metrô", de Raymond Queneau, embora encante com sua ousadia e humor ácido, apresenta desafios que podem afastar alguns leitores. A narrativa, que segue as aventuras da desbocada Zazie pela Paris dos anos 1950, pode parecer arrastada em determinados momentos, especialmente para aqueles menos familiarizados com a experimentação literária.

Diálogos disparatados e situações inusitadas, embora tragam um toque de originalidade, podem tornar a leitura menos acessível, pode ser um obstáculo para leitores que preferem uma abordagem mais convencional.

No entanto, a narrativa descontraída e as interações entre personagens, repletas de ironia, prendem a atenção do leitor. A Paris apresentada por Queneau, habitada por personagens que passam o tempo enchendo a cara e jogando conversa fora, pode parecer distante da imagem romântica da capital francesa, mas configuram um novo modo olhar para aquele espaço.

Apesar de alguns pontos negativos, é inegável que "Zazie no Metrô" permanece como uma obra única e marcante. Sua inclusão entre os cem principais romances do século XX destaca a importância de sua contribuição para a literatura experimental.
comentários(0)comente



Gabriela Gonçalves 04/01/2022

Essa leitura foi um banho de água fria. Eu entendi o que o autor quis fazer aqui, mas não funcionou comigo. É uma mistura no sense de tantas coisas. O começo é até legal, estava me divertindo. Mas não sustentou. Você já teve o sentimento de ?quase gostar de algo?? Pois eu estou nesse limiar. Esse livro quase me ganhou, mas ficou faltando aquela pecinha para ele realmente me conquistar.

Entretanto, assisti ao trailer do filme e amei! Acho que o filme irá funcionar melhor para mim. E o melhor é que esse livro é cultuado pela crítica e os franceses adoram (talvez eu não compreenda muito esse humor francês). Mas eu achei bem razoável.

Achei interessante essas palavras do Roland Barthes sobre o livro:

?Zazie no metrô [?] por vocação, ela põe o sério e o cômico em pé de igualdade. É isso o que explica a confusão dos críticos diante da obra: uns viram seriamente uma obra séria, destinada à decifração exegética; outros, julgando grotescos os primeiros, decretaram o romance absolutamente fútil; outros, por fim, sem ver na obra nem o cômico nem o sério, declararam não entender. Mas a finalidade da obra era precisamente arruinar qualquer diálogo a seu respeito, representando pelo absurdo a natureza inapreensível da linguagem?.
comentários(0)comente



Juscelino L 28/12/2021

Achei um livro divertido, tem uma narrativa simples, mas que prende na leitura capítulo a capítulo. Zazie é um livro que me surpreendeu logo no início e não da pra saber muito o que esperar dele até o ultimo capítulo.
comentários(0)comente



Ricardo.Borges 11/06/2021

Delicioso
Uma história curta, mas deliciosa de ser lida, fácil de acompanhar, muito bem escrita.
comentários(0)comente



Ave Fantasma 27/04/2021

Zazie é o car@lh*! Comentário pessoal sobre Zazie no Metrô.
A primeira coisa que posso dizer sobre ler Zazie no Metrô é "Zazie é o caralho!". Calma, estou parafraseando a expressão famosa de uma garotinha de 11 anos.

Uma ex apaixonada por nouvelle vague e ex viciada na literatura francesa sempre terá um encantamento pela produção artística da frança do sec XX. Portanto, os filmes do Louis Malle são figurinhas marcadas para quem viveu ou vive essa fase. E eu não fui diferente. Até hoje Zazie no metrô está entre meus filmes favoritos. Desde então fiquei curiosa para ler a obra de Queanau. E depois de alguns anos eis que faço essa leitura que me levou de volta ao encanto das experimentações artísticas e filosofia de bar francesa.

No auge da filosofia do existencialismo Zazie não escapa de no meio de uma aventura maluca de passeios pelos pontos turisticos parisienses rolar uma breve crise existencial, uma conversa sobre porque você ainda não casou, ou se você é homosexual, provocadas por uma pentelha. Sim, Zazie não é uma Anne de Green Glabes, ela fala palavrão, fala errado, perturba de propósito, mas passou por experiências pesadas para uma criança e tem uma mente tão afiada e questionadora quanto a canadense/escosesa carismática.

Em Zazie mergulhamos na experimentação literária do movimento OuLiPo, passeamos por Paris, conhecemos figuras inusitadas, brincamos com a estrutura narrativa, tendo reflexões centrais sobre orientação sexual, gênero, abuso, pedofilia, o processo do crescimento, e até mesmo reflexões sobre o sentido da existência.

É preciso comentar o capricho da edição da falida Cosac & Naify. Um trabalho gráfico que conversa com a obra, as folhas são unidas na lombada (como se as pontas estivessem coladas) formando um vão que embaixo estão desenhos coloridos nas cores da bandeira francesa. Remete aos folhetos e é divertido. Enquanto lia eu soprava as folhas para ver o efeito zanfona meio balão que elas formam.

Zazie no metrô é uma leitura deliciosa, rápida, divertida, inteligente e que trata com cuidado sobre temas difíceis.
comentários(0)comente



Fer 29/10/2020

Leitura leve, engraçada e a edição é lindíssima! Um clássico que funciona pra todo mundo. Me diverti horrores!
comentários(0)comente



EduardoCDias 23/06/2020

Divertidíssimo e diferente
Numa linguagem totalmente diferente esse livro narra a história de uma menina chata pra c* ( pra usar as palavras dela) que vai passar 3 dias com o tio em Paris. Considerado um dos romances franceses mais importantes do século XX.
comentários(0)comente



Refugios das Letras 20/04/2020

Uma criança vai passar alguns dias com seu tio em Paris, com a única vontade de conhecer o metrô. Acontece que o metrô está em greve e a história se desenrola em eventos improváveis e curiosos. Esse seria um resumo honesto do enredo, porém o enredo é a parte mais insignificante do livro.
Estava querendo ler algo de Raymond Queneau há algum tempo, desde que tive ciência da Oulipo, uma corrente literária que me pareceu interessante. Zazie é uma obra de 1959, enquanto a Oulipo foi apenas fundada em 1960, ou seja, meio que não valeu. Espero me aprofundar e escrever mais sobre o assunto quando resenhar alguma obra ligada diretamente à corrente, provavelmente algo de Georges Perec em breve. Mas valeu um pouquinho, pois Queneau já demonstrava aqui sua vontade de inovar com a escrita em diversos níveis, passando pela ortografia, neologismos e inúmeras metalinguagens. Embora ainda livre de suas famosas contraintes, elas estão ali, só esperando serem vistas.
Zazie, uma menina boca-suja e endiabrada, seu tio vigia noturno e drag-queen, o policial que é preso, o papagaio Laverdure , são todos personagens tão impossíveis na mesma medida que são desejáveis. Um livro leve e divertido, como diria Zazie, bom pra caralho.
Um adendo não muito comum nas minhas resenhas: A edição que li, da Cosac Naify, é talvez o livro mais bem trabalhado que tive em mãos. O trabalho estético, único em literalmente cada página dupla, é de bater palmas. Recomendo fortemente a escolha para tal edição.

site: https://refugiosdasletras.blogspot.com/2020/04/zazi-no-metro-raymond-queneau.html
comentários(0)comente



Ronnie K. 23/05/2018

Em ritmo de cartoon!
Há muito não lia um romance com tanto prazer. A narrativa é absolutamente espirituosa, cínica, com um pseudo-lirismo debochado em inúmeras passagens e com a ironia e o nonsense em alta voltagem. É leitura de divertimento, sim, embora trate ainda que indireta e ligeiramente de temas sérios como abuso sexual infantil, assassinato, assédio, pedofilia. Porém o que sobressai é a abundância de diálogos (Zazie no metrô é sobretudo um romance de diálogos, não de descrições narrativas), diálogos esses que cintilam de imprevisibilidade beirando o absurdo e o surreal, mas condizente com o contexto e movimentação de uma galeria exótica e insólita de personagens. E que culmina num clímax lá pelo fim do romance (a confusão generalizada dentro da boate) absolutamente genial e engraçado. Recomendo com louvor. Preferencialmente a belíssima edição da Cosac Naify que ainda dá pra encontrar em superliquidação nas livrarias virtuais.
comentários(0)comente



Mariana.Machado 23/08/2016

Dadaísta
Como sou designer gráfico comprei esse livro em uma promoção da Cosac Naif simplesmente por saber que o mesmo possui um projeto gráfico incrível (sim designer faz esse tipo de coisa). Literalmente comprei o livro pela capa e não fazia idéia do que esperar.

Mal sabia eu que uma aventura muito louca me esperava nesse livro! Confesso que no início não estava entendendo o que estava acontecendo, mas quando eu finalmente entendi que muita coisa nesse livro não é para ser entendida mergulhei na história! Com certeza uma obra muito engraçada, divertida, "nosense" e dadaísta, que com certeza possui muito mais coisas por trás do que eu consegui compreender. hahaha
comentários(0)comente



Fabio.Belga 01/04/2016

Muito bom!
Zazie o caralho!
comentários(0)comente



Adriana Scarpin 11/10/2015

Zazie o caralho.
comentários(0)comente



Aline T.K.M. | @aline_tkm 01/10/2015

Politicamente incorreto e... do caralho!
Uma pré-adolescente espevitada e muito, muito desbocada, passa dois dias na Paris da década de 50. Apesar de algumas frustrações – contrariando o título, ela não anda de metrô –, a garota vive momentos aventurescos em uma “pequena grande” jornada pela cidade e pela vida.

O parágrafo acima é apenas o plot da história de Raymond Queneau. Zazie no Metrô, célebre romance e marco literário na época em que foi lançado, está a caminho de completar seis décadas de sua primeira publicação e isso sem deixar de conquistar leitores mundo afora.

Para passar uns dias curtindo o namorado em Paris, Jeanne Lalochère deixa a filha Zazie aos cuidados do tio Gabriel. Empolgada, Zazie não vê a hora de andar de metrô pela primeira vez. Justo naquele dia, porém, o metrô está em greve.

Indignada, a menina resolve perambular sozinha pelas ruas de Paris. A partir daí, uma série de encontros, confusões e absurdos preencherão a trajetória dela, do tio Gabriel e de outros tantos personagens não menos interessantes. Um sujeito esquisito e de muitas identidades, que pode ser um tarado pedófilo, um policial, um guarda ou até mesmo um ator; Turandot, o dono do bar no térreo do apartamento de tio Gabriel; a garçonete Mado Ptits-Pieds; o sapateiro Gridoux; um grupo de turistas guiados por Fiódor Balanovitch; tia Marceline, esposa de Gabriel; Charles, motorista de táxi e amigo de Gabriel; e Laverdure, o papagaio de Turandot, que passa o dia a entoar a frase “Falar, falar, você só sabe fazer isso”.

Garota do interior, Zazie vive na França do pós-Segunda Guerra, é espirituosa e fala de tudo sem medo nem censura. Sua ingenuidade é evidente inclusive na falta de “filtro” ao agir e se comunicar – Zazie abusa dos palavrões e pode ser um tanto malcriada. Dentre seus objetivos, andar de metrô, tomar um copo de “cacocalo” e ter um par de calças “djins”.

Com seu maior desejo frustrado devido à greve do metrô, Zazie embarca em aventuras nada politicamente corretas com o tio e os demais personagens do romance. É neste ponto que as confusões e mal-entendidos têm lugar, e o clima geral lembra aquele do humor pastelão, recebendo pinceladas carregadas de nonsense.

Não espere encontrar previsibilidade e coerência nos personagens e em suas ações; jovens, adultos, homens, mulheres, malandros e policiais muitas vezes não se comportam da maneira como – movidos pela racionalidade – esperamos. Tudo é muito dúbio, inclusive a própria Paris: durante o passeio, não se sabe se o que se vê é a Sacré-Coeur ou os Invalides, ou então o Panthéon.

É durante esse tour maluco por Paris que surge uma questão importante na trama: a real identidade do tio Gabriel. Dizendo trabalhar como vigia noturno, ele tem sua sexualidade colocada em dúvida. O homem que usa um perfume de aroma duvidoso – Barbouze, da Fior – acaba por levar toda a trupe que o acompanha durante o dia pela cidade para conhecer e prestigiar seu trabalho, o verdadeiro. E é assim que todo mundo vai parar numa boate, inclusive nossa garotinha Zazie – mais uma prova de que o politicamente correto passa deliciosamente longe das páginas do livro.

Mas a maior delícia está, sem dúvida alguma, na linguagem singular empregada por Queneau. Em diálogos que beiram o absurdo, as frases surgem com uma espontaneidade marcante, pontuadas por vocabulário oralizado e original. Em contraponto com o refinamento da língua francesa, encontramos o coloquialismo, um linguajar desbocado e até vulgar. Palavras e expressões como “Dondekevemtantofedô”, logo na abertura do livro, “djins”, “pultaquilparil” e “hormossecsual” estão espalhadas em grande número por toda a história, bem como outros artifícios sinalizadores da oralidade – por exemplo, a substituição do “x” pelo “z”, conforme o som da letra é falado na palavra em questão. O que é muito ousado em termos de literatura, especialmente se pensarmos na época em que o livro foi lançado, lá em 1959.

Bem, falando de Raymond Queneau, isso faz todo o sentido. O autor foi cofundador da OuLiPo (Ouvroir de Littérature Potentielle), uma associação fundada em 1960 cujo trabalho se baseia na criação e experimentação de novas formas literárias quanto à narrativa e estilística. Em 1947, Queneau apresentou Exercícios de estilo, obra que reune 99 versões diferentes para um mesmo microconto; em 1961, lançou Cent Milliards de Poèmes, em que cada verso de um soneto é cortado de forma a possibilitar sua recombinação, podendo gerar até 100 trilhões de sonetos com rima e métrica perfeitas. Ou seja, Queneau já brincava com as palavras e com a linguagem bem antes de Zazie.

Portanto, não se deixe enganar ao deparar-se, de início, com uma trama que parece boba e carente de um objetivo verdadeiro. As trapalhadas estão presentes e o absurdo está por todo lado, mas essa pérola da literatura embute nas entrelinhas ares filosóficos e levanta a questão da real identidade de tudo, coisa e gente – como mencionei alguns parágrafos acima, tudo no livro tem aspecto dúbio. Enquanto isso e em um curto espaço de tempo, nossa anti-heroína zazílica amadurece.

Poderia passar a vida a falar desse livro louco e genial. Desta edição então, nem se fala! (Conto um pouquinho sobre ela logo mais, em “Leia porque”.) Mas, sendo mais breve e exata, resolvo terminar tomando emprestadas as palavras do crítico Otto Maria Carpeaux, que figuram na quarta capa do livro: “Zazie? Do caralho!”

LEIA PORQUE...
Humor, confusões e nonsense, tudo temperado com uma linguagem originalíssima e coroado com uma protagonista teen bem diferente do que estamos acostumados. Zazie no Metrô é do caralho mesmo!

Esta edição da Cosac Naify, de 2009, celebra com dignidade os 50 anos da obra. Além do posfácio por Roland Barthes e a tradução de Paulo Werneck, tem esse projeto gráfico que é incrível. As folhas são todas em papel-bíblia – fininhas e com leve transparência – e dobradas ao meio, como folhas duplas; na parte de dentro, impressões de fragmentos de cartazes franceses dos anos 50, apenas parcialmente visíveis no lado externo das folhas, sob o texto.

DA EXPERIÊNCIA...
Já tinha adoração pelo filme, de Louis Malle, lançado em 1960. Agora, finalmente tendo lido o livro, posso dizer que virei mais fã da história. Foi gostoso encontrar semelhanças e diferenças entre livro e filme, e fui deliciosamente surpreendida com uma trama e personagens nada certinhos no livro de Queneau.

FEZ PENSAR EM...
O Sopro no Coração (Le Souffle au Coeur), filme um tanto polêmico – por conter incesto – de Louis Malle, o mesmo diretor da adaptação de Zazie, que também retrata essa fase difícil da saída da infância.


site: http://livrolab.blogspot.com
comentários(0)comente



29 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR