Ódio, amizade, namoro, amor, casamento

Ódio, amizade, namoro, amor, casamento Alice Munro




Resenhas - Ódio, amizade, namoro, amor, casamento


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Amy 08/10/2021

Gostei da escrita da Munro. Os contos são sobre o cotidiano oriundo e situações que surgem na vida dos personagens, que focam nas suas lembranças e elas acabam por afetar o presente. São histórias sobre o aprendizado da vida.
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Luis 13/07/2014

Mulheres de Alice
Até outubro de 2013, quando foi agraciada com o Prêmio Nobel, confesso que Alice Munro era para mim uma ilustre desconhecida. Por sinal, a láurea maior da Literatura mundial tem muitas vezes essa função : a de permitir aos leitores não profissionais o acesso à autores muitas vezes restritos praticamente aos seus países de origem ou à círculos acadêmicos limitados. Em grande parte, esse era o caso da escritora canadense.
Ódio, Amizade, Namoro, Amor e Casamento (Editora Globo, 2013) é uma coletânea de contos que serve de amostra representativa do universo narrativo de Alice, constituído basicamente de histórias simples, que beiram à banalidade, mas se lidas com um pouco mais de atenção, configuram um painel interessante das relações humanas em seus laços mais típicos, conforme evidenciado no título.
Talvez aqui não caiba exatamente o rótulo de contos à ficção proposta por Munro. Pela extensão e pelo olhar um pouco mais amplo sobre os personagens e situações, que extrapolam a estrutura clássica do gênero, a impressão é que Alice vai coletando fragmentos de romances inacabados. Impressão essa, reforçada pelos desfechos incomuns de cada historieta, onde na verdade não há um fim e sim uma espécie de abandono por parte do narrador. Em suma, seria como se o leitor, tal qual um vizinho intrometido, acompanhasse o desenrolar da vida comum dos personagens, até que subitamente um caminhão de mudanças encostasse e levasse embora aquele cenário e suas histórias. Essas de fato não terminam, mas devem continuar em outras paragens, em páginas distantes dos nossos olhos.
Se fosse possível um paralelo do trabalho da autora à uma esfera ficcional mais afeita à nossa realidade, ainda que guardadas as devidas proporções de público alvo, veículo e quilate cultural, Alice Munro explora à sua maneira o mesmo caldeirão de onde , por exemplo, o veterano novelista Manoel Carlos retira a matéria prima de suas tramas, que em geral versam sobre a vida comum e os dramas do cotidiano. Aldeias diferentes, conflitos iguais.
Embora possa parecer um clichê dos mais baratos, é inegável que o ponto de vista feminino, temperado pela arguta sensibilidade da autora, permeia a obra como um todo. As mulheres de Alice (tal como as Helenas de Manoel Carlos), embora envolvidas em enredos simples, são seres complexos que variam permanentemente no espectro entre heroínas e vilãs, sem se fixar em qualquer extremo. Manipular essas características de forma verossímil, forçando uma identificação imediata, muito provavelmente é um dos fatores da boa aceitação do trabalho da mais recente ganhadora do Nobel.
Apesar de todas as características que demonstram o auto grau da agradável legibilidade de Ódio, Amizade, Namoro, Amor e Casamento, um julgamento mais efetivo da obra de Alice precisa estar embasado de leituras mais amplas e menos apressadas de sua produção. Por ora, posso dizer que esses fragmentos de romance me parecem uma porta de entrada interessante para um universo literário que, disfarçado de simplicidade extrema, traz nacos generosos de reflexão sensível sobre os relacionamentos humanos.
Marta Skoober 22/10/2014minha estante
tal qual um vizinho intrometido, acompanhasse o desenrolar da vida comum
Me fez pensar em ouvir conversa no elevador... de repente a porta abre e lá se foi a história...




Ronnie K. 22/11/2011

Olhar maduro e feminino
Grande surpresa literária dos últimos tempos pra mim. Alice Munro escreve com delicadeza, ironia, paixão. São contos longos, de 35, 40 páginas. Ou seja, com tempo suficiente para o leitor se envolver. Há extrema perspicácia no enredo. Sem contar a engenhosidade da arquiterura das tramas. São absolutamente cinematográficas, o que dá uma dinâmica e uma fluência irresistíveis à leitura. Mas isso não quer dizer que a leitura seja fácil e o estilo rasteiro, condescendente. Não. Há sutilezas aqui. Em todos eles há o momento revelador, aquele que contem todo o sentido da narrativa. Esse momento é brilhante, em geral emocionante. Mas, como deveria mesmo ser, são momentos discretos, às vezes contidos numa frase, às vezes contidos num gesto de algum personagem. E isso ela narra de uma forma cadenciada, sem pressa e, o mais importante, com extrema beleza e exatidão. Creio que é uma coletânea feita na medida para as mulheres (mas claro que serve para qualquer leitor!). Imagino que as mulheres que leem esse livro sentem um algo a mais que tenho a impressão que me escapou. Sei que há algo mais aqui, algo mais profundo, algo segredo feminino. Algo de mulher para mulher. Seja como for, Alice Munro desde já está entre os 5 maiores contistas que já li na vida. O que não é pouca coisa. Vou começar a ler outro dela agora.
Juliana 25/03/2019minha estante
Ah sim, uma delícia de ler, parece pequenas fotografias do cotidiano com aquele elemento que tempera cada trama.




Silvana (@delivroemlivro) 13/03/2020

Dispersivo
"Ódio, amizade, namoro, amor, casamento" é irregular como todo livro do gênero. É bom mas o excesso de personagens, deslocamentos e situações afetam negativamente os contos: onde deveria haver concisão há dispersão. De todos os autores do gênero que já li a desprovida de Nobel de Literatura, Clarice Lispector, continua sendo minha contista preferida e acho que isso dificilmente irá mudar.
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Eliane 02/08/2019

Não posso negar, fiquei fascinada pelos contos de Alice Munro.
São contos relativamente curtos e o esquema estrutural deles envolve, de alguma forma, a recordação de algum evento do passado dos personagens.
Aparentemente são contos simples, fatos da vida cotidiana, personagens da zona rural que conferem às histórias um tom intimista, mas, não se deixem enganar, essa simplicidade dos provincianos esconde uma grande complexidade moral.
O cenário de fundo dos contos de Alice Munro é o modo como a vida cotidiana deve ser vivida: com dignidade. A família pode ser definida como uma forma de sociabilidade baseada na convivência do dia a dia,com vínculos de afetividade, comprometimento e cuidado.
Alice Munro tem uma narrativa elegante , atraente, delicada e algumas vezes irônica. Escreve sobre mulheres e suas experiências existenciais no séc. XX, nas pequenas cidades do Canadá. Trabalha com temas como memória, trauma, traição, família, temas esses envolvidos por uma grande afetividade provada pela sua proximidade com que narra os dramas familiares, na escolha de situações e imagens entre membros de uma mesma família, em um ambiente carregado de peso memorialístico.
Alice Munro recorre muitas vezes à imagem de móveis e objetos que determinam o lugar de uma pessoa ou família a um espaço preciso. Todos esses objetos transitam pelas histórias de Munro com um claro projeto e objetivo.
O conto que nomeia o livro “Ódio, Amizade, Namoro, Amor, Casamento” começa com um problema da mobília, um estorvo na hora da mudança ou um estímulo bem-vindo para se recomeçar e nos mostra também o quanto a vida nos surpreende ao nos dar consequências diferentes do que esperamos para o que fazemos conosco e, principalmente, com os outros.
Um pequeno parêntese:
(O nome deste conto fez-me lembrar com saudade daquela brincadeira de adolescentes. A gente escrevia as palavras, como no conto, em um papel, depois esse papel era dobrado de tal maneira que tomava a forma de , mais ou menos, um balãozinho. Colocava-se os dedos nas aberturas para poder mover, em seguida sorteávamos alguma amiga e pedíamos que dissesse um número, quem estivesse com o balãozinho, contava e depois abria para ler a palavra escrita a qual seria o sentimento do rapaz em relação àquela amiga que havia escolhido o número.)

Uma das personagens faz uso desse papelzinho, enquanto conversa com uma amiga.

Retomando....... Interessante notar que os contos de Alice Munro começam em um momento qualquer e seguem vagarosamente, as vezes em lapsos de tempo, indo e voltando, mas, em determinado momento......arma-se uma situação: um fato já ocorrido, uma frase ouvida por acaso, uma conversa que ainda não conseguimos compreender......e o leitor aguarda cada vez mais ansioso pelo desfecho que muitas vezes nos deixa com a sensação de não ter sido exatamente um desfecho, uma conclusão final propriamente dita. São momentos discretos, sem propósito, às vezes apenas uma frase ou um gesto de algum personagem. Tudo o que tem para ser dito, é feito com extrema beleza e exatidão.

Finalizando.....para mim o melhor conto foi o último: The Bear Came Over the Mountain”, em português foi traduzido como “ O Urso atravessou a Montanha”.
Um conto tocante, com uma carga dramática imensa, impregnado de sentimentos vívidos, fortes e de poderosa emoção.

Este conto foi adaptado para o cinema com o título em português: “Longe Dela”, estrelado pela maravilhosa Julie Christie.
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cid 01/04/2015

Conforto
Gostei muito dos contos que compõem o livro. E especialmente de Conforto. Gostei do personagem Lewis , um professor de ciências, que se recusava a ensinar o criacionismo e declarou :
Vou ler o livro do Gênesis em voz alta, se quiser, e então anunciarei que é um saco de gatos de auto exaltação tribal e conceitos teológicos chupados de outras culturas melhores...
Nossa nunca vou esquecer essa definição...
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Carla 28/11/2022

Na essência somos todos iguais nas nossas relações entre pares?.
Alice Munro , ao lindo destes 9 contos, centra-se nas relações humanas, analisadas através da lente do quotidiano.
A leitura deste livro foi extremamente prazerosa, é uma escritora muito perspicaz, inteligente e cria personagens muito profundas e tridimensionais.
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Higor 19/08/2016

Sentimentos ao longo da vida
Após a leitura de três coletâneas de contos de Alice Munro, um total de mais de 25 histórias, compreendemos o porquê de ela ter sido escolhida pela Academia em 2013: ela escreve muito bem, sobre qualquer coisa, que em um primeiro momento parece ser bobagem, futilidade, nada de grandioso, mas a simplicidade, de maneira bem escrita, deixa o leitor fascinado com as descrições feitas, e até desejoso de viver aqueles - ao menos os bons - momentos em que os personagens são contemplados.

Como de costume, somos inseridos na vida de pessoas, mais precisamente mulheres, que têm sentimentos ali, dentro de si, guardados, esperando o momento certo de serem expostos, ou até mesmo visíveis, mas em um nível que não o suficiente. São sentimentos por namorados ou maridos, por amigos ou parentes, e até meros conhecidos que fizeram algo de diferente em alguma época da vida.

O primeiro conto, que dá nome ao livro, já nos mostra uma mulher aparentemente sem sentimentos, mas que tem sim, algo dentro de si, querendo ser explorado, retribuído ao patrão, mas a brincadeira de duas crianças deixa o leitor aflito sobre como tudo vai acabar.

Já o segundo, 'Ponte flutuante', começa de maneira confusa, mas ao longo da leitura, percebemos que o problema está armado: Jinny está com câncer, mas seu marido aparenta não se preocupar; ao invés disso, dá indícios que está flertando com a impaciente Helen, a mulher que vai cuidar dela.

O conto menos interessante talvez seja 'Mobília de família', onde uma garota percebe que a mulher, amiga da família, que ela sempre adorou, não exatamente isso. O estranho, na verdade, é que talvez nos frustremos junto com a personagem e possamos colocar a culpa até no conto, já que a elogiava excessivamente, e agora discorre com a mesma intensidade sobre a verdadeira mulher.

Depois disso, temos um dos melhores contos do livro, mas talvez o mais marcante, que vem sempre à mente quando o mencionamos. 'Conforto' fala de maneira interessante o suicídio, o que Nina quase considera uma trapaça do que poderia ser uma eutanásia. O pensamento ateísta do personagem também nos arrebata, e ficamos reflexivos ao final da leitura.

Ainda temos outros contos maravilhosos, como o leve e surpreendente 'Queenie' e o triste, porém belo 'O urso atravessou a montanha', que trata o amor da terceira idade de um senhor que tem que lidar com o Alzheimer da mulher.

É fácil de entender o porquê de 'Ódio, amizade, namoro, amor, casamento' ser considerada a obra prima de Munro, apesar de eu amar fortemente a ideia de 'Falsos segredos', e meu primeiro contato com a autora, em 'Amiga de juventude'. É difícil escolher uma coletânea ou um conto em especial, diante da qualidade dos textos da autora.

Munro descreve os personagens, com suas qualidades e defeitos, de maneira surpreendente, que podemos vislumbrar pessoas que conhecemos em cada uma delas. As situações não são de outro mundo, assim como as atitudes delas, mas todos são tão humanos, meros cidadãos comuns do Canadá, mas que poderiam facilmente morar no mesmo bairro que eu.

Este livro faz parte do projeto 'Lendo Nobel'. Mais em:

site: leiturasedesafios.blogspot.com
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Leila de Carvalho e Gonçalves 12/07/2018

Brincadeira Infantil
Originalmente lançada em 2001, "Ódio, Amizade, Namoro, Amor, Casamento" é uma seleção de nove contos, de Alice Munro, cujo título pode soar estranho à primeira vista. Como é explicado logo no começo, refere-se a uma brincadeira infantil bastante conhecida e através dela, a autora segue escolhendo o destino de cada episódio, concedendo até um final aparentemente feliz. Afinal, se o destino é incerto, algumas vezes acontecimentos ruins podem acabar bem...

Ela surge absolutamente irônica, ao relatar a insólita paixão de uma insípida solteirona. Da mesma forma, encerra com um de seus melhores textos: "O Urso Atravessou A Montanha", cujo foco narrativo é a velhice de um casal e a deterioração da memória.

Singularmente, nessa seleção, a maioria das histórias registram o cotidiano de pessoas mais idosas. Em "Conforto", somos apresentados a um professor aposentado que escolhe o suicídio para fugir da lenta agonia de uma doença terminal. Ao contrário, em "Ponte Flutuante" uma senhora é surpreendida com a notícia que seu tumor regrediu e a iminência da morte transformou-se em expectativa de vida...

Porém, as surpresas não param por aí, em "O Que É Lembrado" uma simpática velhinha descobre que a chama de seu casamento só se manteve acesa, por conta de um esquecimento e ela só se dá conta após a morte do marido.

Algumas histórias giram em torno de tragédias familiares. Em "Queenie" uma mulher guarda esperanças de reencontrar a irmã desaparecida e em "Urtigas" um amor de infância tenta ressurgir diante das armadilhas da vida.

"Coluna e Viga" é o que menos me impressionou. Nele, é retratado a amarga colisão de uma mulher com seu passado, ao receber a visita de uma prima distante que não via há anos. Finalmente, não há como deixar de lado "Mobília de Família", o mais reflexivo e intimista que relata a dificuldade de um escritor trafegar entre ficção e realidade sem magoar as pessoas mais próximas e de acordo com suas palavras, não possui caráter autobiográfico.

Mrs. Munro foi minha mais prazerosa descoberta em 2013. Jamais havia ouvido falar dela e procurei seus livros, após ela ganhar o Nobel de Literatura. Desde então, seus textos passaram a fazer parte de minha vida. Cinco estrelas!
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Gladston Mamede 14/11/2017

Sinceramente? Não gostei. Há passagens primorosas. Mas, no geral, são histórias (contos) arrastadas e com personagens excessivamente problemáticas, como se a vida - e o amor - fossem grandes problemas. Pareceu-me um livro depressivo demais, salvo, reitero, algumas passagens primorosas.
Alê | @alexandrejjr 15/03/2022minha estante
Mas a vida e o amor não podem ser grandes problemas, Gladston? Fica a dúvida aí...




Renata 26/02/2020

Retratos angustiantes de nossas vidas
Nove contos que retratam, ainda que poeticamente, acontecimentos angustiantes e definidores na vida dos personagens. Fugas, suicídios, esperança, e as muitas quebras de expectativa que a vida impõe. As faces não tão bonitas do amor, quando convive e sobrevive à situações extremas. São historias íntimas, com pessoas que poderiam estar nos álbuns de família de qualquer um de nós.
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Lilian 28/05/2021

Sensível
Os contos são bonitos, sensíveis e reais. Histórias cotidianas e tocantes, muitas vezes surpreendentes
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Sebo Por Todo C 08/08/2014

Uma contista prêmio Nobel
Começar de onde nunca antes comecei: a capa não faz jus ao texto moderno e nem aos temas atemporais. Apesar de bonitas plasticamente, ligam seus livros ao passado. E uma coisa Alice Munro não é: datada.


Nascida em 1931, a escritora recebeu o Nobel em 2013. Em diversas entrevistas dadas no período que precedeu ao prêmio se disse desde sempre contista.

Os contos de Alice se desenrolam ao longo de 37 páginas em média e, portanto, não caberiam nas exigências dos atuais concursos de contos nacionais que solicitam textos curtos, 4 páginas, no máximo. Suas histórias relatam períodos determinados das vidas de pessoas comuns, porém, em tal intensidade a autora elabora as emoções que ao término de cada conto é impossível começar de imediato a leitura de outro. Um tempo é necessário, uma tomada de fôlego para que o que foi remexido se reacomode no entendimento.

Os contos começam em um momento qualquer, como se quem lê de alguma forma entrasse no que é contado pelo meio. E segue assim, sem suspense, como a vida de qualquer um. Em determinado momento um gatilho arma-se e esse gatilho pode ser um fato antigo ou recém acontecido; uma frase escutada ao acaso; uma conversa só compreensível em outro momento. O leitor aguarda entre as palavras e o desenrolar da história, aguarda algo, aguarda alguém, aguarda. E a chave está ali, no texto que se desenrola sem tropeços apresentando vidas ordinárias (no sentido de comuns).

Os temas são os da humanidade e de qualquer indivíduo: solidão, traição, esperança, morte, vida, segredos, alegrias, amores, suicídio, distância, amizade, incômodo, velhice, perda de consciência, lembranças, inveja, compreensão.

Tive dificuldade em selecionar um trecho predileto. A escrita é desenvolta e elegante mas isso não é o fundamental no trabalho da autora.


Trecho predileto, p. 170. Conforto.

“Eram duas pessoas sem meio-termo, nada situado entre as formalidades educadas e uma intimidade avassaladora. O que houvera entre eles, por todos esses anos, fora mantido em equilíbrio por causa de seus dois casamentos. Seus casamentos eram o verdadeiro conteúdo de suas vidas – o casamento dela com Lewis, o às vezes áspero e desconcertante, indispensável conteúdo de sua vida. Essa outra coisa dependia desses casamentos, por sua afabilidade, sua promessa de consolo. Não era como se fosse algo que pudesse se sustentar sobre si mesmo, ainda que ambos fossem livres. E contudo, não era um nada. O perigo residia em testá-lo, em vê-lo desmoronar e então pensar que não havia sido nada.”
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Adriana1037 26/06/2023

Bom, mas nada de incrível
O livro apresenta vários contos do cotidiano. Muitas personagens femininas e questões relevantes para as mulheres da época da autora. A escrita é fluída e os personagens são muito bem construídos, mas os contos são muito extensos, com muitos detalhes, com cerca de 40 a 50 páginas cada um. Acabei achando um pouco cansativo. O livro é bom, mas esperava mais por ela ter sido uma autora premiada com o Nobel.
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Lauraa Machado 19/01/2018

Histórias reais, complexas e bonitas
Ainda bem que Alice Munro escreve mais contos que romances. Depois desses nove, não sei se aguentaria um romance inteiro dela de uma vez. Aliás, se posso dar um conselho a quem vai ler esse livro, acho bom dar um tempo entre cada um, porque as histórias não são leves e felizes e vão te deixar se sentindo um pouco pesado. Pelo menos, me deixaram.

A escrita da Alice Munro é excelente, é claro, e muitas vezes me peguei sentindo que estava lendo um livro de uma Jane Austen contemporânea. Ela analisa a relação entre pessoas e suas próprias personalidades de um jeito que eu sempre vejo nos livros da Jane. A maior diferença entre elas, sem contar com a época, é que a Jane Austen era pelo menos um pouco mais otimista. Alice Munro é daquelas autoras que gostam de escrever sobre tragédias da vida real. Suas histórias não são sobre nenhum navio naufragando ou queda de avião, são sobre doenças, traições, desencontros, infelicidades comuns, coisas assim. Isso não significa que não tenha nenhuma passagem menos pessimista e mais esperançosa, cenas lindas que inspiram, só que a maioria é sobre questões mais duras e das quais preferimos evitar ter que lembrar.

Uma coisa que não consegui também evitar perceber - e que não é um defeito, é claro, - foram as semelhanças entre suas protagonistas. A grande maioria era casada com um cara pelo menos quinze anos mais velho, professor e tinha dois filhos. Foi estranho notar isso, na verdade, mas depois da terceira vez se tornou algo a me incomodar um pouco.

Aconselho sim a quem queira ler, mas já aviso que não é do tipo de livro para qualquer um. Meu conto favorito foi o primeiro.
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