O Xá dos Xás

O Xá dos Xás Ryszard Kapuscinski




Resenhas - O Xá dos Xás


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Renato Carvalho 02/02/2021

Nas entranhas do jornalismo
Em uma linguagem não convencional, o autor traz frames do povo do Irã e seus costumes e hábitos sobre política. Contextualiza a a mudança de regime e revela estratégias políticas que fracassaram. A narrativa vai além de fatos jornalísticos, mostrando a sociedade por trás da pauta imediatista.

Fiquei com vontade de conhecer outras obras do autor.
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Kim 19/04/2023

O xá dos xás é um belíssimo exemplo do gênero jornalismo literário. Isso quer dizer que Kapusciski não fica apenas nos relatos de fatos no sentido de um fazer jornalismo tradicional, ele se debruça em divagações filsóficas e explora se eu lírico por meio de um escrever apaixonante. Não raro me senti extasiado com sua escrita. Apesar de estar relatando o paraíso violento que é o mundo, em especial, o Irã, Kap faz o seu trabalho com maestria. Esse livro é sem sombra de dúvidas um dos melhores que já li.
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Itin | @merasliteratices 25/02/2022

Eu gosto do jornalismo, não pela simples divulgação de notícias aleatórias, mas pela cobertura bem fundamentada dos eventos, do desenvolvimento de narrativas sólidas e filosofias sobre o tema. Escritores como Jon Krakauer, Elizabeth Kolbert, Svetlana Aleksiévitch, entre outros, fazem isso magistralmente através do "jornalismo literário".

Ryszard Kapu?ci?ski, considerado um dos mestres do jornalismo literário, teve uma vasta carreira jornalistica cobrindo conflitos por todo o mundo durante o século XX. Em 'O Xá dos Xás' ele fala sobre o Oriente Médio e reflete sobre a famigerada Revolução Iraniana. A grande questão com relação ao autor seria o fato de seus livros não serem jornalísticos de fato. Contra factual em diversos momentos, inclusive narrando eventos que ele não presenciou, seu estilo fica num limiar entre o jornalismo e a ficção.

Em sua defesa o próprio autor deixava claro, que o importante para ele não eram os fatos pontuais em si, mas o "movimentos humano" por traz de todos esses grandes eventos. Com isso em mente, Kapu?ci?ski é dono de uma escrita sensacional, 'O Xá dos Xás' acaba sendo um livro fundamental sobre a Revolução Iraniana, não tanto pelo aspecto jornalístico mas principalmente pela sua estrutura de ensaio.

Usando uma narrativa em primeira pessoa, repleta de opiniões e adendos históricos, o autor fala sobre as mudanças que a sociedade iraniana passou durante a revolução, de como a figura do Xá era assustadora porém impotente e filósofa bastante sobre o medo, guerras e sobre aspectos históricos envolvendo Oriente x Ocidente.

Um livro bastante reflexivo que mostra em muitas maneiras o porquê do governo do Xá ter sido um fracasso e de porque as revoluções surgem quase como uma força natural em diversos lugares. Toda Nação começa pelos indivíduos, que devem ser valorizados, afinal como ondas no mar, podem convergir em uma só unidade e gerar movimentos arrasadores!
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Fred 05/03/2014

Para além dos fatos sobre o Xá dos Xás
Existe um cano de revólver apontado para o meu pé enquanto escrevo sobre essa grande reportagem do respeitado jornalista internacional Ryszard Kapuscinski, que morreu em 2007 de causas naturais, apesar de ter ficado muito perto de armas engatilhadas durante as dezenas de lugares por onde passou. Ao contrário dele, que cobriu 27 golpes de estado e revoluções civis, o meu risco não reside apenas no calibre apontado para meus membros inferiores. O risco está em falar sobre um trabalho como O xá dos xás, segundo título do autor que faz parte da série Jornalismo Literário, da Companhia das Letras, precedido por O imperador.

Uma das primeiras lições que tive sobre Jornalismo Literário referia-se ao estilo que usa de técnicas da literatura para produzir reportagens num estilo, como o próprio nome diz, literário. Isso não significa ficcionalizar o texto, aprendi, mas sim tornar sua narrativa mais atraente ao leitor. Da mesma maneira, já cheguei a ouvir de mestres (no sentido acadêmico da palavra) que o tal estilo permitiria um tanto de invenções por parte do jornalista. Pois bem, o assunto é longo. Mas só para ficar num exemplo, relembro sobre a obra indicada pelo Igor Antunes Penteado na sua mais recente dica de leitura aqui do Canto do Livros – A sangue frio, de Truman Capote –, que será acompanhada por uma sombra eterna pelo fato do jornalista americano ter floreado um final em busca de uma conclusão dramática ao livro, criando um diálogo que jamais existiu na realidade.

Se for para escolher um dos lados, empunho com minhas próprias mãos essa arma que aponto para o meu pé e digo que fico do lado da total veracidade das cenas narradas.


Leia mais no link:

site: http://cantodoslivros.wordpress.com/2013/12/05/para-alem-dos-fatos-sobre-o-xa-dos-xas/
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Ana Clara 11/01/2018

Aparentemente há uma grande controvérsia devido ao fato de, apesar de se colocar como jornalismo, o livro tratar dos fatos de forma um tanto livre, sem muito apego a detalhes ou à verdade documentada. Se você for um jornalista ou se estiver à procura de um livro de história sobre a Revolução Iraniana, creio que essa discussão tem toda a relevância e, no segundo caso, é melhor procurar outra obra. Para todas as outras pessoas, no entanto, especialmente aquelas que apreciam ver a realidade por lentes mais ou menos mágicas: vá em frente.
Temos aqui um livro com uma escrita encantadora que, apesar de alguns momentos um tanto ingênuos, se aproxima dos eventos e do povo com empatia. Em contraste com o senso comum ocidental, que vê com assombro e o medo uma revolução fundamentalista; Kapuscinski mostra um povo acostumado a se manter fiel a si por meio da religião xiita que resistiu sozinho à violenta ditadura do xá, o qual, controlador de imensas reservas de petróleo, contava com a conivência internacional.
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