O Segredo de Jasper Jones

O Segredo de Jasper Jones Craig Silvey




Resenhas - O segredo de Jasper Jones


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César 11/07/2020

Tudo o que você podia ser
Charlie Bucktin é um menino de 13 anos, apaixonado por livros e um tanto maduro pra sua idade. Em uma noite escaldante do verão australiano, ele recebe uma batida em sua janela, de ninguém menos que Jasper Jones, o garoto a quem todos culpam quando algo de ruim e criminoso acontece na pequena cidade de Corrigan. Jasper diz precisar muito da ajuda de Charlie, que então o segue por um longo caminho até uma clareira, onde encontra o corpo de Laura Wishart enforcado contra uma corda. O menino acredita que Mad Jack Lionel, um recluso com passado obscuro foi o responsável pela morte da garota, que cometeu o crime na clareira onde os dois costumam ficar juntos para incriminá-lo. Charlie, que até então nunca tivera contato com Jasper Jones, mas que sabia bem como funcionavam as coisas na cidadezinha, onde pessoas como ele eram julgadas culpadas antes de qualquer possibilidade de defesa, decide ajuda-lo a provar sua inocência antes que descubram o paradeiro da menina.
A partir daí, inicia-se uma pequena saga para descobrir o verdadeiro assassino de Laura, e paralelamente acompanhamos o cotidiano de Charlie. Seu pai intelectual que fica horas trancado na biblioteca, sua mãe enérgica, seu melhor amigo Jeffrey Lu, que é vietnamita e sonha em entrar para o time de cricket da cidade, mas é subjugado por ser pequeno, embora seja melhor que todos os jogadores maiores.
O segredo de Jasper Jones é um livro sobre a perda da inocência. A partir do momento em que Charlie se envolve na história de Jasper Jones, ele passa a perceber como a sociedade funciona realmente, e questiona as diversas injustiças que acontecem no seu dia-a-dia e ninguém parece se importar. Seu próprio bullying verbal e físico sofrido na escola por ter uma inteligência acima da média, o preconceito e linchamento que Jeffrey e sua família passam por serem refugiados de um país em guerra, e o pré-julgamento que Jasper recebe desde que se entende por gente, apenas por ser pobre e negro.
É um livro que faz questionamentos profundos sobre as diversas manifestações da hipocrisia. O autor faz várias referências literárias, especialmente sobre O sol é para todos, que acredito ter sido uma inspiração para a trama. Considero uma das melhores leituras do ano, e sem dúvidas recomendo.
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Amanda 22/05/2012

Um romance sobre a perda da inocência
"So sad, so sad/ Sometimes she feels so sad..." Another day, Paul MacCartney

Esse trecho da música ilustra bem a tônica do livro, como podemos perceber já pelo teor do primeiro capítulo. O segredo de Jasper Jones é principalmente um romance sobre a perda da inocência juvenil, em vários sentidos, que não compete dizer aqui para não estragar a leitura.
Adorei a capa minimalista, onde menos é mais, e nesse caso guarda uma relação bem íntima com o âmago no livro.
Gostei bastante também dos diálogos e personagens pitorescos construídos pelo autor, ilustram bem a maneira de falar ou mesmo o modo de agir de algum amigo/a que tivemos na infância/pré-adolescência... Além disso, é sobretudo realista: algumas coisas você espera que aconteçam, outras são uma surpresa de fato, mas nada que não seja plausível...Muito recomendado!
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Helder 27/06/2014

O verdadeiro segredo de Jasper Jones
Que inveja de quem tem o dom das palavras! E este, acredito eu, seja o verdadeiro segredo de Jasper Jones. Um livro simples, mas extremamente bem escrito, com uma linguagem fluida e poética.

É fácil imaginá-la como um pássaro no céu. Como se eles tivessem amarrado um longo barbante na pata de um falcão, mantendo-se ligeiramente atrelado para sentirem o que é voar. E você quer deixa-lo voar mais alto, quer desenrolar sua linha e segurá-la, só pela emoção, para ver a distância que ele alcança . Mas, assim que ele some, você quer que ele volte, não é? Porque você continua preso aqui e não pode segui-lo. Mas é legal saber que você teve peso suficiente para mante-lo encalhado e poder admira-lo por algum tempo. Como algo precioso que você pode pegar e olhar. Uma joia. Um poema, uma canção. E você quer prende-loa algo permanente, coloca-lo numa gaiola à noite. Te-lo para sempre apesar de sua natureza. Como pessoas que colocam anéis nos dedos apenas para que não possam ir embora. Mas é claro, você não pode. Segurar uma coisa não a torna sua. Você se dá conta, em determinado ponto, que apenas a segura para si, pois ela puxa com força igual. Você precisa cortar o barbante do seu dedo e largar aquele fio insignificante, como um filhote de aranha na brisa (pg 265)

A capa nos diz pouca coisa sobre o que vamos encontrar ali. No principio parece que teremos um livro de suspense, mas ao pouco percebemos que não é isso que o talentoso autor deseja discutir. O crime é somente um pano de fundo, assim como a Guerra do Vietnã, para mostrar o crescimento interior do pequeno Charlie de 14 anos durante aquele verão, onde ele percebe que na cidade de Corrigam existem diversas mascaras e que a vida não é tão cor de rosa como ele imaginara até então.
Existe preconceito, existe traição, existe folclore e existe a pior devassidão humana, coisas antes impossíveis de imaginar pelo pequeno Charlie sonhador.
Um ponto muito diferente na narrativa e que achei muito interessante, é que o autor não é explicito sobre quando aquilo acontece, mas traz indicações como pano de fundo. Conseguimos nos localizar no tempo porque sabemos que está acontecendo a Guerra do Vietnã e por causa dos crimes que ele pesquisa na Biblioteca e são reais. Mas será que aquela estória seria muito diferente se acontecesse em 2014? É triste ver que o mundo não mudou nada em 50 anos. Na verdade a raça humana continua se repetindo em seus erros e o que me parece é que preconceito, traição, folclore e devassidão são como órgãos do ser humano, dos quais não conseguimos nos desvencilhar.
O livro começa com uma batida na janela de Charles. É Jasper Jones, o marginal da cidade lhe pedindo ajuda. Mas como, se eles nunca nem tinham conversado? Mas algo atrai o pequeno Charles naquele pedido e ele resolve seguir Jasper, até uma clareira onde ele verá algo que mudará sua vida, abrindo seus olhos para a maldade existente no mundo. E a partir dai eles passam a ter um segredo.
Mas a maldade não está só no fato encontrado. Está no preconceito existente na cidade com o jovem Jasper (Impossível não sentir um buraco no estomago algumas vezes por este personagem. Principalmente quando ele descobre a verdade sobre o crime. É como se realmente o mundo inteiro fosse retirado dele deixando-o sozinho aos leões). Está no preconceito com o incrível Jeffrey, maníaco por críquete e cheio de certezas muito divertidas e diálogos impagáveis. No preconceito com a família de estrangeiro, que de repente deixam de ser vizinhos para se tornarem inimigos. A maldade está na mãe que não consegue ser feliz em uma outra cidade e não consegue simplesmente se comunicar . A maldade esta nas estórias inventadas sobre um velho solitário e a maldade maior está no homem que não consegue respeitar aquilo que deveria proteger. (Impossivel falar mais sem soltar spoilers).
Mas assim como Charles descobre a realidade do mundo adulto, ele também descobre as coisas boas, que é a paixão adolescente. Cheia de timidez, de diálogos incompletos e de pequenos encontros, e ai haja poesia para descrever estes sentimentos.

E a sensação é de amor. É, mesmo. Parece espelhar tudo o que li a respeito. E se não por isso, é algo terrivelmente perto. Quero pedir a ela que se case comigo. Não desejo mais ninguém. Ela é a melhor coisa dessa cidade. E não quero ficar sem ela. Ela é o único pedaço de alguma coisa boa que já tive nas minhas mãos. E quero enrolá-la no dedo e fazer dela um anel. (Pg 270)

E no fim, ele nos convence que Batman é muito mais corajoso do que o Super-Homem, pois ele sabe que não é invencível, mas mesmo assim segue rumo a seu objetivo de salvar o mundo. Meu argumento é este, quanto mais você tem a perder, mais corajoso é ao enfrentar o medo, por isso o Batman é superior ao Super Homem... (pg 54) já que este só morre com kriptonita, que você não encontra a cada esquina.
Que tenhamos todos a coragem do Batman para enfrentar o mundo que se esconde e nos desafia.

Leitura recomendada.
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Camile 15/02/2015

Uma surpresa!
Confesso que comprei o livro por três motivos: 1) pelo preço; 2) pela capa e 3) pela editora.

Sobre a história, resta dizer que foi uma das minhas melhores experiências como leitora. Diferente do que se espera, a capa não tem muito a ver com o trama central. Aliás, a trama central é, claramente, uma crítica à hipocrisia, ao abandono, à falta de sensibilidade...e muito mais. Lindo e, por vezes, um tanto triste.

Recomendo a qualquer pessoa, de qualquer idade.
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Pedro 12/08/2014

Glorioso pêssego.
Charlie Buckitin vive em uma pequena cidade da Austrália chamada Corringan. Ele é um adolescente nada popular considerado o segundo mais inteligente de sua escola, perdendo apenas para o seu melhor amigo, de família vietnamita, Jeffrey Lu que é apaixonado por críquete. Charlie é acanhado e um leitor assíduo - não poderia ser por menos: seu pai é professor de literatura. Certa noite, em suas costumeiras leituras antes de dormir, acaba ouvindo um barulho em sua janela. Quando presta mais atenção, percebe que na verdade chamam por seu nome, e quando ele confere, visualiza Jasper Jones pedindo desesperadamente sua ajuda. Só que para Charlie existem inúmeros "poréns". Por que ele iria ajudar alguém que, além de nunca ter se dirigido a ele antes, é considerado um verdadeiro marginal típico, um mau exemplo? Confuso, ele decide que sim, irá ajudar o jovem que é um ano mais velho que ele.

Jasper Jones guia Charlie até uma clareia, o local secreto onde ele passa boa parte do seu tempo (fumando/bebendo/fugindo do mundo), e Charlie dá de cara com uma cena que o deixa atordoado e sem palavras. Mas que mesmo assim, no fim, ele faz o que o Jasper pede e ambos voltam para a cidade. O que Charlie não imaginaria era que essa ajuda oferecida iria acabar deixando seus dias mais complicados, afinal, nem todos sabem como guardar um segredo a sete chaves.

Charlie, nosso narrador, vai contando suas trajetórias, e à partir daí, nos aprofundamos mais sobre a origem vietnamita da família do Jeffrey, refugiados na Austrália, e que por isso, sofrem preconceitos pelos nativos que acham injusto eles estarem substituindo os soldados australianos que foram à guerra. Conhecemos Eliza Wishart, filha do governador do Condado e que estão a procura da segunda filha, Laura Wishart, dada como desaparecida. Por se tratar da filha do governador do Condado, a pequena cidade se enche de autoridades em busca da moça desaparecida, deixando-a bem conturbada. Outro ponto do livro é o sentimento que há entre Charlie e Eliza, e ambos ao decorrer do livro vão desenvolvendo de forma sutil e nada apressada esse sentimento.

Na capa do livro temos um pêssego que, na história, é sinônimo de coragem e seus motivos são explicados ao decorrer do livro.

Craig Silver escreve de uma forma tão descritiva que as cenas surgem em nossa mente como em uma tela de cinema, tudo é aos poucos explorado, e apesar desse inicio focado nesses dois personagens, com o decorrer da leitura vamos percebendo que na verdade o autor não quer tanto se prender a eles, o que torna o livro mais interessante, com Silver criando vários núcleos dentro de uma mesma história e, claro, interligando tudo de alguma forma.

No final, temos um amontoado de problemas que o autor vai desenvolvendo para só no fim ir soltando aos poucos, como se fossem bombas programadas, revelações que mudam a vida de alguns personagens e que nos deixa chocado. O Segredo de Jasper Jones é um livro com uma história muito original e que dificilmente deixa o leitor com sensação de está lendo algo previsível; pelo contrário, o autor consegue nos surpreender e até nos deixar sedentos por mais.

O final não deixou a desejar, começamos a leitura com uma incessante vontade de descobrir mais sobre o os mistérios dessa trama e o autor consegue responder todas as nossas perguntas. No entanto, ficou aquela curiosidade de saber o futuro e o que se sucedeu a cada personagem do livro, coisa que, creio eu, todo leitor quer saber, mas que não tira méritos do livro.

site: http://decaranasletras.blogspot.com.br/2014/08/resenha-25-o-segredo-de-jasper-jones.html
Lohan.Valerio 12/01/2015minha estante
Livro que realmente encanta!




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Tharsila 25/06/2014

Mais do que o segredo de Jasper Jones
Me surpreendi com a história.

O compartilhamento de um segredo entre Charlie e Jasper é o enfoque, mas a trama torna-se bem mais que isso. Somos apresentados a personagens secundários que ajudam a entender a construção das relações naquela sociedade. O livro não é apenas sobre um segredo, é sobre dramas pessoais, amizade, laços familiares, perdas, traições, injustiças, sonhos.

O início da leitura, mais por curiosidade, levou-me a refletir a respeito dos valores que vão sendo moldados e aperfeiçoados conforme as condições do meio em que se vive.

Confesso que lá pela metade do livro já estava imaginando qual seria o desfecho da história, mas isso não diminuiu minha vontade de continuar lendo.

A narrativa é bem desenvolvida, e percebi o texto mais voltado para as emoções do que para as descrições. Ao terminar a leitura, fiquei com vontade de querer saber mais a respeito dos personagens, aquela sensação de "poderia ler, ainda, mais algumas páginas". E, como leitora, eu gosto muito disso.


E não tem jeito, foi inevitável imaginar como seria rodada esta história. Não sou entendedora de cinema, mas adoro cinema, e gostaria de ver esta história filmada. Nem sempre as adaptações resultam em bons filmes, mas um bom filme poderia ser construído com uma boa história como esta.









Lohan.Valerio 12/01/2015minha estante
Eu também não deixei escapar essa estória sendo rodada!




Fabricio~Raito 11/11/2013

O Pêssego precocemente amadurecido
O Segredo de Jasper Jones é um livro que engana muito bem (no sentido positivo do termo): a capa e a indicação "infanto-juvenil". Quando você mergulha nas páginas, a história se revela em um nível incrível de complexidade, levando à indagações interiores.
Charlie Bucktin tem 13 anos e vive em uma pequena vila chamada Corrigan, na Austrália. O ano é 1965 e tudo é pacato demais para o adolescente. Até que certa noite, Jasper Jones bate em sua janela e diz que precisava de sua ajuda. Não fosse o fato de Jasper ser considerado o típico "mau exemplo" por todas as pessoas de Corrigan, Charlie titubeia na decisão mas resolve dar uma chance e fazer algo diferente. Infelizmente, o que esperava por Charlie era um crime que poderia colocar em cheque seus valores, sua forma de pensar e complicar ainda mais a fase de transição que estava vivendo.
Apesar de Charlie se mostrar claramente o protagonista, o leitor percebe que o fato é sempre colocado em dúvida ao se pensar em Jasper Jones (que poderia ser facilmente o protagonista, ou em outra forma de pensamento, o avesso do protagonista). Discriminado, Jasper é o típico "criança com corpo de adulto", também adolescente, com problemas em casa e de postura mais defensiva, que erroneamente é sempre julgada como agressiva pelos moradores de Corrigan. É injusto observar como o personagem é colocado em uma posição/rótulo que não condiz com sua essência, e Charlie parecia ter sido o único que conseguiu enxergar seu verdadeiro interior, resultando em uma amizade.
Charlie realiza, a todo instante, indagações pertinentes à sua idade, e que leva o leitor a também se perguntar as mesmas questões. Práticas, simples, mas sempre presentes. Percebe-se que o enredo traz uma faceta do "desenvolver precoce" da maturidade em um adolescente frente à um fato que exige uma postura/mente além de sua idade. Lidar com o medo, a culpa e a dúvida (todas derivadas do crime que evidenciou e claro, a própria puberdade) potencializa os questionamentos. Ressalto que tais fatos na leitura são pontos positivos.
Contudo, ao término da mesma, senti falta de algo palpável, ou de maior consistência. A escrita de Craig Silvey é muito boa, mas demasiada "pesada" em certas passagens. Senti falta de uma fluidez maior, condizente à passagem de tempo que ele circundou os personagens e fatos. A revisão da Intrínseca se mostrou boa (não ótima) e a capa, apesar de parecer meio deslocada (um pêssego) combina incrivelmente com o universo de Charlie e cia.
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Rafaela 17/05/2014

o segredo de jasper jones resenha.
Eu não gostei do livro, para não falar odiei. O protagonista e chato, a história não se desenvolve, não tem ação nenhuma, a capa não tem a ver com a história inicial (que na minha opinião, deveria ser a principal) a história ficou totalmente confusa, sem um foco e as opiniões do protagonista me deixaram agoniadas, pois o livro é em primeira pessoa e o Charlie está muito confuso.
A ideia de que as relações familiares podem influenciar muito na vida de uma pessoa foi reforçada, porém foi somente no final.
Lineker 15/06/2014minha estante
Achei o livro péssimo. O mistério principal do livro, que se enrola por 200 paginas sem nenhum desenvolvimento é desvendado em poucas paginas de forma decepcionante para quem gosta de ler investigações.


Jessica 17/02/2015minha estante
Não acho que o livro tivesse o propósito de ser uma história investigativa, e sim uma história para se pensar bastante e refletir. Creio que ele trate muito mais que o desaparecimento de Laura, ou o Segredo de Jasper. Pelo que entendi, ele trata da hipocrisia e discriminação de uma sociedade; do bullying que é levado como se fosse uma mera brincadeira. Pelo que vi, as pessoas teem de ter mente aberta para esta leitura.




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Alessandra @euamolivrosnovos 25/05/2014

Eu não conseguiria guardar este segredo!
Existem livros que você jamais imaginaria ler. Visualize então esta situação: você vai a uma bienal do livro e, dentre os muitos exemplares oferecidos por cada editora, se depara com uma mega promoção, oferendo diversas obras pela bagatela de R$10,00.

O que você faz? Bom, se você, assim como eu, é perdidamente apaixonado por um livro, provavelmente comprou tantos quanto pode. Foi assim com "O Segredo de Jasper Jones", que, para meu deleite, valeu cada centavo.

Craig Silvey escreveu essa obra para demonstrar a perda da inocência. Quando somo crianças, imaginamos um mundo onde as pessoas, todas elas, têm escrúpulos e se comportam em relação a diversas situações cotidianas da maneira mais justa possível.

Infelizmente, e assim como nosso querido Charlie Bucktin pôde perceber, nem tudo é um mar de rosas e, certamente, as aparências enganam.

Charlie, ou Chuck, como prefere seu querido amigo Jeffrey Lu, é um menino de 13 anos que sonha em ser escritor e, aconselhado por seu pai, lê insaciavelmente por horas a fio. Em uma dessas madrugadas Jasper Jones surge em sua janela, aos sussurros, pedindo que Charlie o siga sem mais explicações.

Eis então que nosso protagonista, ao chegar em uma clareira, descobre não o maior segredo da vida de Jasper Jones, pois este só nos é revelado ao final do livro, mas sim um fato que alterará o curso de sua vida e colocará Corrigan, sua cidade, de pernas para o ar.

Atordoado pelo que sabe, Charlie tenta viver sua vida sem pensar sobre o assunto. Porém, dada sua participação para encobrir os fatos do que presenciou aquele dia na clareira com Jasper, isso torna-se impossível.

Embora seu grande amigo Jeffrey esteja prestes a provar a todos que tamanho não é documento, com uma façanha memorável em uma partida de criquet, o segredo que compartilha daquela noite o assombra.

Não importa o quanto esteja desesperadamente atraído por Eliza Wishart, a qual vive um drama familiar em razão do sumiço de sua irmã, Charlie simplesmente tem medo de contar, e mais medo ainda de não contar a ninguém. Pior ainda seria descobrirem o grande segredo e algemarem ele e Jasper Jones.

É claro que não vou contar o segredo, apesar de estar me remoendo de vontade. Você precisa dar uma chance a Jasper Jones, e descobrir o quão obscuro a mente humana pode ser. Muitas vezes são as pessoas mais próximas de nós que nos surpreendem, noutras vezes são aqueles que não temos coragem de nos aproximar.

"O Segredo de Jasper Jones" é literatura obrigatória.
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de Paula 13/05/2020

Forte e sensível
Uma história instigante, que se passa na Austrália do início do século XX. Envolvente, com tramas muito pesadas para crianças tão novas, o segredo do Jasper Jones nos leva a querer descobrir o desenrolar da história, com descobertas importantes e mudanças fundamentais nos personagens. Algumas coisas mudam a nossa vida para sempre.

A edição é muito tranquila para leitura, embora tenha páginas brancas. Há muitas citações de obras clássicas, o que é bastante interessante.
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AmyLivros 21/10/2019

Irritante
Até demorei pra fazer essa resenha, porque não queria detonar o livro assim, mas vamos lá.
Em momento nenhum o personagem principal passa como um pré-adolescente de 13 anos. O personagem tem uma opinião toda filosófica sobre tudo, planos mirabolantes e afins, que nada bate com a idade que supostamente tem. A menina morta não é nem secundária na história, e as vezes você até esquece sobre ela, e aparentemente, os personagens também, já que em vários momentos eles agem normalmente, como se tivessem ''problemas maiores''. É tudo muito superficial, os relacionamentos, os problemas, as apresentações dos personagens e inclusive o final.
Outra coisa que me irrita plenamente, e me lembrou muito Cidades de Papel do John Green, é essa coisa de uma pessoa EXTREMAMENTE aleatória, que durante toda vida cagou pra existência do personagem principal, aparecer na janela dele pedindo ajuda, sem nem explicar o motivo, e o personagem principal simplesmente seguir o doido que invadiu a casa dele na madrugada.
Além de tudo isso, são quase 300 páginas que poderiam FACILMENTE virarem 150. O livro é dividido em apenas 9 capítulos e fica difícil acompanhar.
Para finalizar, o desfecho da história é resolvido e explicado de forma corrida, enquanto um jogo de críquete é escrito de forma extremamente detalhada.
Stephanie 30/07/2022minha estante
Siiiiim! Ele me deu a sensação das histórias daquelas pessoas que dão mil voltas pra falar algo simples




Lohan.Valerio 12/01/2015

Encantador
O Segredo De Jasper Jones dentre todos os livros lidos a meses foi o único no qual posterguei semanas para concluí-lo, apesar do enredo não apresentar um tema nada feliz, os personagens da trama tornam ele adorável e incrivelmente perfeito, ele é de fácil "devoração" por ser composto de poucos capítulos mas de muitas páginas. Sinto saudades do Jasper, Eliza, Jack, todo ar de anos 60 que o livro aborda e é claro de Charlie, esse personagem me encantou e apresentou múltiplas personalidades afins a mim.
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Giovana 26/07/2014

Esse foi meu primeiro romance australiano e certamente achei uma caixinha de brilhantes nas páginas geniais de O segredo de Jasper Jones. Para iniciar minha recomendação, devo citar o quanto os personagens me prenderam, envolveram e surpreenderam. Era como se eu fosse um deles, como se alguém tivesse recolhidos meus pensamentos e os colocado em algum livro de mistério juvenil. As situações e acontecimentos são adoráveis e naturais, como que realmente tivessem acontecido. Os diálogos são fantásticos e engenhosamente espirituosos.
O jeito poético e profundo de Charlie pensar me ajudou a colocar em ordem muitos de meus pensamentos e opiniões morais, dispondo em palavras meu desgosto e contrariedade com algumas atitudes da sociedade moderna.
E infelizmente, como muitas vezes, a tradução fez certas expressões terem seus sentidos modificados, por isso imagino que na linguagem original o livro seja melhor ainda. A sensibilidade e a leveza desse livro me fizeram adorar cada segundo de leitura e certamente me acrescentaram algo relevante.
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