A Casa do Passado

A Casa do Passado Algernon Blackwood




Resenhas - A Casa do Passado


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Claire Scorzi 07/04/2009

Categorias do Terror ou do Fantástico
Há pelo menos três categorias de contos de terror aqui. O primeiro é aquele simplesmente fantástico, que narra um evento ou conjunto de eventos fora do comum, mas não propriamente assustador; aqui se encaixam "O caso Pikestaffe" (com toques de ficção científica), "O homem que era Milligan" e "Lobo andarilho" (adorei). O segundo seriam aqueles que parecem evocar sentimentos e experiências / fantasias da infância: podem ter um tom nostálgico, mas não dão medo, mesmo com leve suspense em alguns casos. Aí estão "A ala norte" e o que intitula o livro, "A casa do passado".
O terceiro grupo se trata de contos de terror. Pode ser o terror momentâneo, que vem quando não se espera ("As asas de Horus"), ou aquele tipo de terror nascido da construção da narrativa, que nos assusta ou inquieta devagar. Nesse caso estão "O quarto ocupado", "A boneca" (digno antecessor de filmes como "Brinquedo assassino") e "Os salgueiros" (um show de como-criar-medo-aos-poucos). Nesses a atmosfera de incômodo está presente desde o início, mas sem alarde; Blackwood - tão desconhecido entre nós, brasileiros - parece ter sido um artista nesse sentido, o de ter a medida do terror, o de saber preparar uma história que assusta sem pressa e sem cair no ridículo.
Bia Machado 04/01/2011minha estante
Parabéns! Fiquei com mais vontade ainda de ler este livro!




Pablo 27/06/2013

Uma grata surpresa
Algernon Blackwood. Nunca tinha ouvido falar no autor antes de me deparar com seu livro de contos, "A casa do passado", numa visita ao sebo. E talvez nunca fosse descobrir sua genialidade não fosse o preço convidativo da edição (paguei a bagatela de R$ 8 pelo livro!) e uma falta oportuna de material para ler em casa.

Finda a leitura, me peguei com aquela dúvida se fui eu quem escolheu o livro ou o livro quem me escolheu. Um sensação recorrente que tenho com escritores, para mim, desconhecidos e obras que me deixam positivamente impressionados. Para resumir, "A casa do passado" apresenta dez ótimos contos de fantasia e terror, que se mantêm afiados mesmo tendo sido escritos no início do século XX.

Todas as histórias possuem qualidade literária acima da média e tramas muito bem elaboradas. As descrições são minuciosas e atiçam a imaginação. Não à toa, Algernon Blackwood foi considerado um dos mestres modernos do horror por ninguém menos que H. P. Lovecraft! (Descobri isso com uma pesquisa rápida na internet) E realmente dá para ver como o autor inspirou o criador de Chtullhu e outras tantas criaturas assustadoras em contos como "Os Salgueiros".

Aliás, muito acertada a decisão dos editores de publicar "Os Salgueiros" no final do livro. Esse conto é uma obra-prima perturbadora, com um clima tenso que vai se adensando cada vez mais no decorrer da narrativa. Dá para ver como esse autor foi capaz de inspirar Lovecraft, o que não é pouca coisa.

Mas este não é o único conto surpreendente do livro. Pessoalmente, gostei muito de "Lobo andarilho", "A ala norte" e "A casa do passado", com menções honrosas para "O caso Pikestaffe", "As asas de Hórus" e "O homem que era Milligan". Os contos "O quarto ocupado", "A boneca" e "Cúmplices" também são muito bons, embora, aos meus olhos, não sejam tão afiados quanto os outros.

Resumidamente: não tem história ruim no livro, o que é raro numa coletânea de contos. Recomendo o livro vivamente e fiquei interessado em conhecer mais trabalhos do autor, que sem dúvida merece ser redescoberto pelos fãs do gênero.

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Marô 07/06/2021

Comece pelo fim
Os melhores dos melhores contos são os dois últimos. Outros parecem estar indo bem até acabar de repente e pronto. Até uma altura cheguei mesmo a pensar que iria sair decepcionada.
De qualquer modo, é muito satisfatório conhecer um "novo" bom autor desse gênero. E ainda estou impactada com o conto final.
Aninha/Gótica Neurótica 23/06/2021minha estante
Estou sonhando em comprar este livro. Mas é caro.




Pandora 07/12/2016

Segundo Ruy Castro, Algernon Blackwood já foi tão famoso quanto Bernard Shaw, E. G. Wells e Conan Doyle, mas depois caiu no ostracismo por décadas. Quando tinha 80 anos, foi convidado para ler um de seus contos na TV numa noite de Halloween e o sucesso foi tanto que ele ganhou um programa semanal e voltou à fama.

Este livro de contos foi traduzido e organizado pela escritora Heloisa Seixas, que afirma que Blackwood foi o único escritor que a fez sentir medo lendo um conto de terror. Bem... gostei muito da maioria dos contos e até sentirei falta de alguns personagens, mas este não é um livro com "10 contos de terror", como afirma. Aliás, nenhum livro supostamente de contos de terror o é 100%.

O conto que dá nome ao livro, "A casa do passado" e a obra-prima do escritor, "Os salgueiros" eu, francamente, não gostei. O primeiro tem uma linguagem eflúvia e sonhadora que eu achei maçante; o segundo, conto preferido de Lovecraft e considerado "uma das 10 melhores estórias de horror sobrenatural de todos os tempos" simplesmente não me tocou. Fiquei esperando por um clímax que nunca veio. "O caso Pikestaffe", muito mais uma história de ficção científica, me fez amar seus personagens e "A boneca" teve seus momentos de brinquedo assassino. "Lobo andarilho", "A ala norte" e "As asas de Horus" são muito bem escritos, mas estão mais para romances psicológicos. Em compensação, "O homem que era Milligan", "Cúmplice" e o curto "O quarto ocupado" fizeram juz ao terror esperado, plantando aquela semente do medo que tanto me delicia na literatura.

Enfim, embora mais uma literatura fantástica que de horror, me agradou muito. Gostei do livro e fiquei muito interessada no trabalho do autor. Infelizmente, parece que não há outras coletâneas de seus contos traduzidos para o português até o momento.



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Emilia Yumi 20/12/2019

Dez contos de terror do ex-desconhecido A. Blackwood
Dez contos de terror, seja fantástico, claustrofóbico ou além dos limites da sanidade. São contos que te prendem na leitura e lembra muito os contos de Edgar A Poe. Quem é fã dele com certeza irá gostar dessa coletânea.
O último conto, recomendo deixar para último mesmo... OS SALGUEIROS fecha a coleção com chave de ouro. Leitura recomendada!! ;)
Nanda 19/09/2020minha estante
Oi, conhece alguém que toparia trocar esse
livro pelo meu It do Stephen King?


Aninha/Gótica Neurótica 23/06/2021minha estante
Meu sonho é ter este livro. ?




andyelivros 23/10/2021

Os salgueiros
Os Salgueiros conta a história de dois amigos que partem em uma viagem de barco pelo rio Danúbio. Mas, ao acamparem em uma ilhota, acabam percebendo que algo errado e maligno ronda aquele lugar. O terreno mexe com a cabeça dos dois, e ambos começam a refletir sobre as possibilidades do que estaria acontecendo por ali.
O livro é cercado por uma aura de estranheza e absurdo. Quando nosso personagem principal começa a descrever como se sentia, naquele momento, começamos a duvidar de sua sanidade. Talvez o problema na verdade seja ele, não? Mas ao longo da narrativa, principalmente quando seu acompanhante, chamado de Sueco, começa a dizer em voz alta os sentimentos que rondavam a mente e o coração do nosso protagonista, começamos e perceber que realmente existe algo de errado com o local.
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Inlectus 09/07/2010

Boa leitura.
Uma leitura boa para uma noite sossegada, ou uma tarde quieta, contos de terror bem elaborados e divertidos, com criatividade no mistério.
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Daniel 30/10/2018

Vagarosamente belo!
Resenha no link abaixo!

site: https://blogliteraturaeeu.blogspot.com/2018/10/a-casa-do-passado-de-algernon-blackwood.html


Gárgula 08/10/2019

A Casa do Passado, de Algernon Blackwood
Meu encontro com Algernon Blackwood se deu unicamente por este livro A Casa do Passado, da Editora Record, organizado e traduzido por Heloisa Seixas. Apesar do livro ser de 2001, minha leitura só aconteceu em fevereiro de 2009. Retorno à este livro dez anos depois para o reler e me deparar com seus dez contos frutos da maestria de Blackwood.

A indicação para esta leitura me foi dada pelo próprio H.P. Lovecraft através de seu livro Horror Sobrenatural na Literatura, meu manual pelo gótico e pelo horror. Os elogios de Lovecraft ao gênio de Blackwood não são poucos. Ele eleva o autor ao patamar que merece, pois suas histórias nos prendem do início ao fim, sem qualquer alívio para respirar.

No primeiro conto O quarto ocupado você já percebe que não está com um livro qualquer em mãos. O conto te prende em um quarto, onde tudo acontece em uma atmosfera claustrofóbica.

Todas as demais histórias são muito boas e seguem não só na linha do terrível, mas também apresentam uma atmosfera mística e fantástica como nos contos A Ala Norte, As Asas de Hórus e A casa do passado. Destes, apenas As Asas de Hórus traz alguma dose de tensão que esbarra no horror mas nem por isso é menos especial.

No conto A boneca o horror se mostra terrível e intenso. Uma ameaça sobrenatural ronda uma menina completamente indefesa e todos que a cercam em um desenrolar bastante tenso. Um dos melhores contos do livro sem dúvida.

Já em Lobo andarilho, O homem que era Milligan e o Cúmplice vemos relatos que lembram episódios da série Além da Imaginação com seus finais surpreendentes, estranhos e inquietantes. A série ficou famosa pelos episódios onde ficção científica, suspense e terror levavam o telespectador a reflexões profundas após tramas estranhas e finais insólitos.

No conto O caso Pikestaffe vemos traços claros de uma ficção científica, que sempre casa muito bem em relatos de horror. A tensão da ignorância ao ser confrontada com a ciência e seu uso além de limites seguros, sempre nos trará calafrios.

Ao final, temos o seu mais famoso conto: Os salgueiros. Este em particular é comentado pelo próprio H.P. Lovecraft como o melhor conto de horror já escrito. A capacidade descritiva de Blackwood realmente atinge seu ápice ao conseguir criar um clima completamente terrível em um espaço aberto, deixando o leitor preso ao texto e completamente aterrorizado.

Dos dez contos desta coletânea os que mais gostei foram O quarto ocupado, A boneca, Lobo andarilho, A ala Norte e Os salgueiros. Os outros também são excelentes e não devem ser menosprezados de forma alguma.

Terminado o livro, o que percebo claramente é a plasticidade da escrita de Blackwood. Seus contos seguem do estranho ao terrível, do místico ao assustador, e não precisam do confinamento em espaços escuros para aterrorizar como vemos no ultimo conto Os salgueiros. Isso mostra sua maestria enquanto escritor, sendo um nome a ser lido sempre que pudermos. Suas criações nos levam ao sonhar tão facilmente quanto nos paralisa de medo, seja através de uma simplória boneca ou visões de uma simples árvore.

Ainda não conhecido dos brasileiros como são H.P. Lovecraft e Edgar Allan Poe, espero que mais e mais leitores busquem seus textos e que os nossos tradutores tragam suas obras para o português. Com certeza, isso permitiria que Algernon Blackwood fosse muito mais lido e conhecido em nosso país, engrandecendo nossa coletânea de autores de peso. Fica a dica para as editoras e aos interessados.

Por ora, olho meu livro e percebo como ele hoje é uma peça rara. Que bom é ter alguma coisa de Algernon Blackwood para ler. Infelizmente esse livro encontra-se esgotado, no lançamento dessa resenha, e a melhor opção de compra serão os sebos.

Resenha publicada em 08/10/2019

site: https://cantodogargula.com.br/2019/10/08/a-casa-do-passado-de-algernon-blackwood/
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