Sobre o Suicídio

Sobre o Suicídio Karl Marx




Resenhas - Sobre o Suicídio


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Antonio Luiz 18/03/2010

Um caminho insólito para o socialismo
Suicídio? Mesmo para os iniciados em Marx, esse ensaio, publicado por uma revista socialista em 1846, pode ser uma surpresa. Trata-se, a rigor de uma crítica social conservadora do ex-arquivista policial Jacques Peuchet que os acréscimos, omissões e comentários da edição pelo jovem Marx converteram em crítica radical. Ambos viram na hipocrisia e nas mazelas sociais da sociedade burguesa causa dos suicídios analisados – na maioria, de mulheres de classe média e alta – embora Marx visse no socialismo a solução do problema que Peuchet acreditava poder resolver com compaixão cristã.

O texto é interessante por abordar questões raramente abordadas nos clássicos marxistas, como a opressão sexual e familiar, os direitos da mulher e o aborto. Mais ainda, por mostrar que a história da vida privada não é alheia ao marxismo, que a crítica ao capitalismo não se resume à exploração do proletariado e que seus objetivos emancipadores não estão restritos às classes oprimidas. A tragédia quotidiana da burguesia também é um caminho para o socialismo.
Rapha Quinhones 08/07/2014minha estante
Muito boa a resenha!


Cardoso 25/10/2015minha estante
Bom comentário dessa peculiar obra. Esta obra faz uma análise claramente influenciada pela ótica fourierista da situação da mulher (antropologicamente analisada em "A origem da família, da propriedade privada e do Estado").




Lara 15/09/2020

Como o viés de um conservador arquivista pode ser interpretado sob a ótica marxista
O pequeno texto "Peuchet: sobre o suicídio" não é original de Marx, mas sim uma versão das "Memórias" de Jacques Peuchet. Marx muda o tom conservador do ex- arquivista, policial e monarquista e mostra como os problemas da sociedade capitalista não se restringem a questões econômicas e aos menos favorecidos pelo sistema. São narrados os casos de uma noiva que se mata por conta da humilhação de sua família; uma moça grávida que se afoga por não conseguir abortar; uma mulher que não aguenta mais seu marido ciumento e um homem desempregado que tira a sua vida para poupar sua família.
Marx/Peuchet concordam que as causas dos suicídios estarem atreladas à estrutura econômica e social vigente e que de tudo foi feito para que fossem evitados (punições, desonra, etc), mas muitas pessoas continuavam (e continuam) a tirar suas próprias vidas. Para os autores, o suicídio não deve ser compreendido somente pela ótica psicológica ou pela influência dos fatores sociais externos, e sim às complexas relações sociais. Transpondo para os dias atuais, eu poderia dizer que as opressões do sistema, tais como as relatadas dos casos de Peuchet, são exemplos dessas relações, sobretudo familiares e ligadas ao patriarcado.
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Marcelo 18/02/2022

Inusitado, porém muito interessante.
O título dessa obra pode causar alguma estranheza, tendo em vista o tema do suicídio não ser, a princípio, associado a qualquer outro texto de Karl Marx. Isso se deve, em grande parte, ao fato de não se tratar propriamente um de seus escritos e sim de um capítulo das memórias de Jacques Peuchet (diretor dos Arquivos da Polícia de Paris durante o período da Restauração), analisado sob a perspectiva de como a sociedade e, especialmente neste caso, o patriarcado pode oprimir o indivíduo ao ponto do mesmo "optar" por colocar fim à própria vida.
Apesar de ser um livro bastante pequeno, vale a leitura, pois o conteúdo é bastante atual.
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Kevin 01/07/2020

Diferente das outras obras do autor.
Na lista das minhas obras favoritas do Marx, queria que fosse maior. Aqui o autor trata de um tema e faz abordagens que a faz distinta das suas outras obras, apesar de estar baseada nos escritos do Jacques Peuchet, é importante. Afinal, trata do suicídio (que vemos também com Durkheim) em uma análise social, sobretudo, na questão de gênero, que atinge as mulheres vítimas do patriarcado em todas as classes.
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iguteixeira 05/10/2021

"O suicídio elimina a pior parte da dificuldade, o cadafalso ocupa-se com o resto. Somente com uma reforma de nosso sistema geral de agricultura e indústria pode-se esperar por fontes de recursos e por uma verdadeira riqueza." Uma sociedade alicerçada pela precificação da existência só pode produzir adoecimentos. Isso é nítido!
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Ana 28/09/2020

Suicídio: questão de saúde pública
"[...] não se entende com que direito se poderia exigir do indivíduo que ele preserve em si mesmo uma existência que é espezinhada por nossos hábitos mais corriqueiros, nossos preconceitos, nossas leis e nossos costumes em geral".
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duhzita 07/03/2023

MARX, Karl. Sobre o suicídio.
Por mais que os pensamentos de Marx no campo sociológico sejam considerados desatualizados, acho que no desenvolvimento de sua ideia sobre o suicídio foi muito boa. Junto ao seu pensamento não se pode deixar Durkheim de fora com a natureza eminentemente social do suicídio.
No livro vejo como o suicídio mesmo tendo sua origem primordial na miséria, também é presente em todas as classes sociais, também discutido o tratamento da mulher como propriedade privada.
Luiza.Oliveira 07/03/2023minha estante
Achei você muito inteligente, sério


duhzita 07/03/2023minha estante
muito obrigada!!




Galdino 09/04/2023

?O suicídio é significativo, tanto para Marx como para Peuchet, sobretudo como sintoma de uma sociedade doente, que necessita de uma transformação radical."
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liceâ 30/04/2023

Didático e uma experiência interessantíssima
Tive uma experiência incrível lendo esse livro. foi o primeiro livro de marx q li, mesmo já estudando outros livros de economia e comunismo antes.
o livro trata o suicídio, desigualdade social, entre outros elementos negativos da sociedade como consequência do sistema capitalista, que claramente se baseia no apático e desumano tratamento da classe rica à classe proletária.
além dessa tese, o livro também retrata o machismo e feminicidio: "Esse texto de Marx é uma das mais poderosas peças de acusação à opressão contra as mulheres já publicadas. Três dos quatro casos de sui- cídio mencionados nos excertos se referem a mulheres vítimas do patriarcado ou, nas palavras de Peuchet/ Marx, da tirania familiar, uma forma de poder arbitrá- rio que não foi derrubada pela Revolução Francesa". Entre elas, duas são mulheres "burguesas", e a outra,
de origem popular, filha de um alfaiate. Mas o destino delas fora selado mais pelo seu gênero do que por sua classe social."

tenho que admitir que pensei que leria esse livro em um ou dois dias, por ser curto, mas demoro um mês para ler por ser um livro 'difícil de digerir', digamos assim.
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Bíh948 16/03/2024

"Não é lançando insultos sobre os túmulos que os homens cumprem suas obrigações para com os vivos."

Um texto curto, porém bem interessante. Não é realmente de autoria do Marx, mas foi traduzido por ele e possui algumas notas suas. Então, interpretei como se tivesse sido escrito pelo próprio. Traz uma reflexão bem atual sobre o suicídio não enquanto falta de amor à vida, de coragem ou de fé, mas sim uma questão social. E enquanto questão social, atinge à todos, mas possui sim um recorte principalmente de classe.

Dessa forma, interpreto que o fim da propriedade privada e da miséria, diminuiriam em muito os índices de suicídio, mas isso não torna absoleto o cuidado com saúde mental.

Outra questão que gostei muito foi a ênfase nos suicídios entre as mulheres, que são duplamente exploradas pela sociedade capitalista e machista, não apenas no local de trabalho, mas dentro de suas próprias casas, onde são vistas como uma mera extensão da propriedade do marido.

Dessa forma, o suicídio não é algo antinatural, mas sim um reflexo de uma sociedade que abandona os seres à miséria, que não lhes dá dignidade de emprego, de moradia, de alimentação, de transporte, de saúde, que os apedreja todos os dias com seus preconceitos, e ainda sim exige que os sujeitos tenham orgulho e amor à uma existência como essa e apontam seus dedos quando isso não é feito. Afinal, é muito mais fácil fazer isso do que questionar e mudar o sistema que colocou o sujeito em tal situação.

Portanto, "esse suicídio, foi um assassinato."
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brenin 01/06/2020

Marx e o suicídio
Marx consegue de forma interessante falar sobre outras formas de opressão que não a de matéria econômica, mas sem a excluir e de forma genial aborda a questão patriarcal e como isso influencia o âmbito privado das pessoas.
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AnaB. 18/01/2022

Fazendo uma resenha bem simples e singela. O livro traz um artigo de Marx, por isso é bem curtinho, onde ele apresenta suas observações acerca de relatos policiais de suicídios na cidade de Paris. Marx traz casos para exemplificar seus argumentos, mostrando como pressões sociais transpassam os casos de suicídio.
Nota pra Ana Victória do futuro, reler, mas agora uma versão física, acho que assim a edição é melhor aproveitada, uma vez que é cheia de comentários.
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Geovanna 08/11/2022

Marxismo e suicídio
Muito relevante essa leitura, pois trata de um assunto muito delicado e que com toda certeza tem a ver com a crítica ao capitalismo. O marxismo caiu como uma luva.
Os assuntos retratados nesse ensaio, apesar de pouco tocados no meio marxista, são completamente relevantes pra destrinchar causas para o suicídio.
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cecil :) 06/11/2023

Muito interessante as pautas sobre suicídio, tendo em vista uma reflexão mais social e política do que apenas puramente algo psicológico
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Camila 23/08/2020

Marx, volta aqui!!!
Obra infelizmente bastante esquecida pelos marxistas e que traz um Marx muito diferente do que estamos acostumados a ler. Apesar da sua participação ser quase a de "coautor" de Peuchet, as críticas enunciadas nesse breve texto merecem uma análise muito mais profunda, que talvez carecesse de recursos para ser feita naquela época.
Traz observações bastante progressistas no campo das relações de gênero, família e direito ao aborto, considerando que três dos quatro casos de suicídios relatados são de mulheres. Interessante considerar também como mesmo o caso em que figura um homem, a questão da masculinidade foi determinante pro ato suicida. Sem dúvidas as questões de gênero são centrais, e seria incrível se os casos fossem analisados mais a fundo.
"A Revolução não derrubou todas as tiranias; os males que se reprovavam nos poderes despóticos subsistem nas famílias; nelas eles provocam crises análogas àquelas das revoluções".
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