Nalí 29/06/2020No dia 02 de maio Nick Levil entrou na cafeteria do colégio Garvin e começou a atirar, mas suas vítimas não foram aleatórias, ele seguia uma lista, a “Lista do ódio” feita por ele e sua namorada Valerie, que também foi baleada pouco antes de Nick cometer suicídio.
Valerie sobrevive, porém além da culpa que carrega, tem que lidar com as consequências das ações de Nick. Por ela ter criado a lista é considerada suspeita pela polícia, pela sociedade e por sua família. E mesmo após ser inocentada das acusações pela polícia, algumas pessoas ainda a culpam.
Após meses afastada da escola, chega o dia que ela tem que retornar as aulas, então iremos acompanhar toda a trajetória de Valerie, enquanto ela lida com os julgamentos, com as sequelas deixadas por sua lista, com os problemas familiares e com a culpa que ela carrega por ter criado a lista e, principalmente, por não ter percebido que o namorado não estava brincando.
O livro é narrado em primeira pessoa pela Valerie, intercalando presente e passado. É através das memórias dela que conhecemos o lado humano de Nick e entendemos o porquê da criação da lista. Também temos alguns trechos dos jornais que noticiaram a chacina no colégio.
Jennifer Brown conseguiu escrever uma trama que mexe com o emocional do leitor ao mostrar a triste realidade de pessoas que passaram por uma grande tragédia, enquanto aborda o bullying em todos os seus prismas. Desejei poder entrar na história para abraçar e confortar a Valerie, dizer que ela não estava sozinha.
Essa foi uma leitura que me abalou e me fez refletir profundamente. Nos meus tempos de escola sofri bullying, fui perseguida e torturada emocionalmente pelos meus colegas, e até hoje trago sequelas emocionais e luto contra sentimentos de autodepreciação. Então ler sobre isso de forma tão verdadeira, me fez desmoronar. “A lista do ódio” foi uma leitura profunda e marcante, entrou para minha lista de favoritos da vida.
É uma leitura que recomendo a todos, sem exceções.