Os Possessos

Os Possessos Elif Batuman




Resenhas - Os Possessos


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Carol 31/08/2021

Impressões da Carol
Livro: Os possessos - Aventuras com os livros russos e seus leitores {2010}
Autora: Elif Batuman {EUA, 1977-}
Tradução: Luis Reyes Gil
Editora: Leya
344p.

Se você pudesse tomar um cafezinho com um autor ou autora para bater um papo descontraído, qual seria sua escolha? A minha certamente seria Elif Batuman.

Elif Batuman nasceu em Nova Iorque, filha de imigrantes turcos. Por essas aleatoriedades da vida, escolheu cursar literatura russa durante a pós-graduação, na Universidade de Stanford.

Em "Os possessos", um livro meio memórias, meio ensaios, ela discorre sobre essa escolha, narra suas experiências acadêmicas e sua relação com os livros e a língua de Tolstói, Dostoiévski, Bábel, Tchekhov, Puchkin e todos os russinhos que amamos.

O título do livro deriva do romance 'Os demônios', de Dostô, anteriormente traduzido como 'Os possessos', que narra um grupo de intelectuais radicais levados à loucura, numa província remota da Rússia, o que Elif diz ser uma situação análoga à dela, sendo uma acadêmica.

São sete capítulos nos quais acompanhamos a autora: recebendo a viúva e as duas filhas de Isaac Bábel para um simpósio na Califórnia; fazendo um intercâmbio em Samarcanda, cidade do Uzbequistão; viajando à mítica Iasnaia Poliana, propriedade de Tolstói, para investigar quem matou o conde; fazendo uma reportagem sobre o Castelo de Gelo, em São Petersburgo; e analisando 'Os Demônios'.

Nessas 344 páginas, são muitas as curiosidades e causos inusitados e divertidos que Elif apresenta ao leitor. Como quando, no Uzbequistão, durante a Copa de 2002, ela não se conforma ao ver os uzbeques torcendo pelo Brasil em vez da Turquia ou quando ela teve a mala extraviada e a confundiram com uma adepta do tolstoísmo, por ela usar apenas uma roupa durante todo um congresso. Você sabia que o diretor do filme King Kong (1933) foi entrevistado por Bábel no cativeiro, na guerra sovietico-polaca?

Se você gosta de literatura russa, de ler sobre bizarrices acadêmicas ou relatos de viagens a lugares remotos, esse livro é pra ti. Elif Batuman é engraçadíssima e sabe contar um causo como ninguém. Indicação de ouro do @cesarmrins, do @litrussa.
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sonia 13/06/2012

Há uma alma russa.
Um livro para todos os que amam a literatura russa.
Algo que se sente ao ler os clássicos russos, ao ouvir as músicas clássicas russas, que nos toca de modo tão diferente, indescritível, sutil, e nos deixa um sentimento assim de estranheza, de melancolia, de espanto, e, sim, com vontade de rir, também, das coisas estranhas e passageiras desta vida.
Uma emoção que só sinto ao ler estes autores - russos - e, enfim, um livro sobre outra pessoa que sente o mesmo que eu!
Não estou sozinha nesta minha 'russisse'.
Esta alma russa, sim, existe!
Yasmin 15/03/2013minha estante
Uma estrela? Tem certeza? Não casou com a resenha.


sonia 15/03/2013minha estante
Yasmin, tem razão, parece parodoxal e é - um terço do livro é muito chato, dois terços são ótimos, assim...tenta ver os que eu marquei com 5 estrelas, estes, sim, são 10!




Romeu Felix 29/06/2023

Fiz o fichamento sobre esta obra, a quem interessar:
"Os Possessos: Aventuras com os Livros Russos e seus Leitores" é uma obra escrita por Elif Batuman, publicada em 2012, que combina elementos de memórias, ensaios e jornalismo literário para explorar o fascínio da autora pelos clássicos da literatura russa. Com uma abordagem pessoal e reflexiva, Batuman mergulha no mundo dos grandes escritores russos, como Dostoiévski e Tolstói, e sua influência duradoura na cultura e na sociedade.

O livro é estruturado em uma série de ensaios interligados, nos quais Elif Batuman narra suas próprias experiências e reflexões relacionadas à leitura e ao estudo da literatura russa. Através de suas histórias pessoais, ela explora temas como a identidade cultural, a busca pelo significado na vida, a linguagem e a comunicação, e a própria natureza da literatura.

A autora apresenta uma escrita envolvente e perspicaz, repleta de observações inteligentes e humor sutil. Ela consegue transmitir sua paixão pelos livros russos de uma forma que cativa o leitor, mesmo aqueles que não têm conhecimento prévio sobre o assunto. Ao compartilhar suas experiências ao longo de sua jornada acadêmica e suas viagens à Rússia, Batuman cria uma atmosfera vívida e imersiva, transportando o leitor para esse universo literário tão rico.

Uma das grandes forças de "Os Possessos" é a capacidade da autora de fazer conexões entre a literatura russa e questões contemporâneas. Ela mostra como esses escritores clássicos ainda têm relevância nos dias de hoje, explorando temas universais como amor, guerra, política e moralidade. Batuman também explora a dinâmica entre os leitores e os livros, examinando a maneira como a leitura pode moldar nossas percepções do mundo e como nos relacionamos com os personagens e suas histórias.

Além disso, Elif Batuman oferece uma visão perspicaz do mundo acadêmico e das complexidades da vida como estudante de literatura. Ela descreve com honestidade as alegrias e frustrações de mergulhar profundamente nos estudos, lidar com teorias literárias e enfrentar a pressão acadêmica. Esses elementos adicionam uma camada adicional de interesse ao livro, tornando-o relevante não apenas para os amantes da literatura, mas também para aqueles interessados na experiência de aprendizado e no mundo intelectual.

Embora "Os Possessos" seja principalmente uma obra voltada para os entusiastas da literatura russa, o livro vai além disso. Elif Batuman apresenta questões e reflexões mais amplas sobre a importância da literatura em nossas vidas e como ela pode nos ajudar a entender o mundo e a nós mesmos. Sua abordagem pessoal e intimista faz com que o leitor se sinta envolvido e encorajado a explorar novos caminhos literários.

Em resumo, "Os Possessos: Aventuras com os Livros Russos e seus Leitores" é uma obra inteligente e envolvente que oferece um olhar íntimo sobre a literatura russa e sua relevância contínua. Elif Batuman combina habilmente suas experiências pessoais, reflexões intelectuais e uma escrita cativante para criar uma obra que certamente agradará aos amantes da literatura, assim como àqueles que buscam uma leitura estimulante e enriquecedora.
Por: Romeu Felix Menin Junior.
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