Lili Machado 28/10/2011A garota com a tatuagem de dragão está de voltaLisbeth Salander, a heroína hacker que eu aprendi a amar, novamente se reúne ao jornalista Mikael Blomkvist, na trilha de um grupo criminoso.
É, sem dúvida, o melhor da trilogia, que se encerra com “A rainha do castelo de ar”.
O primeiro livro, para mim, custou muito a engrenar – e quando engrenou, foi uma montanha-russa de emoções. No início não me apaixonei - estava meio que decepcionada com tanta falação sobre o livro, sobre o autor – mas segui em frente, para ver se engrenava. Cheguei até ao meio do livro e nada - pelo andar da carruagem, já estava pensando em colocar para troca... Cheguei até a parar - pronto, fale – e, depois, eu tentaria voltar, ia ler algo de ritmo mais intenso.
Logo depois, comecei a entender o ritmo do livro - é muito lento - mas talvez seja intencional para forçar o suspense - estou esperando uma reviravolta homérica, ou um segredo revelado - coisas desse tipo.
Acho que o problema, também, são esses nomes de personagens fictícios e de personalidades do mundo político e econômico da Suécia, que não nos passam familiaridade.
Mas os fãs do primeiro livro vão se apaixonar mais ainda por este e os leitores que não ficarem com o coração batendo mais forte, logo nas 5 primeiras páginas, devem conferir o pulso, para ver se ainda estão respirando.
Desta vez, Lisbeth tem de reencontrar seu passado sombrio e de sua família (“quando todo o mal aconteceu”), enquanto tenta se manter viva, afastada de incêndios, e fora de um hospital psiquiátrico.
Mikael continua mulherengo e seu caso com a casada Erika Berger, vai de vento em popa.
Ficamos sabendo da morte de Bjurman, seu tutor legal e estuprador contumaz, que Lisbeth havia marcado a ferro, com as palavras: “SOU UM PORCO SÁDICO, UM CANALHA ESTUPRADOR”. “Ele detinha o controle da vida dela – podia dispor de Lisbeth Salender.” - Stieg Larsson
Salander é fascinante – forte, inteligente, obcecada por informática e matemática, de memória fotográfica, má e de coração mole – isso mesmo: não conseguimos ficar em cima do muro com ela – todos acabam por torcer por ela. Ela só não é perigosa para quem a deixa em paz e a trata com respeito. Mas... quem é que pode ser fascinado por astronomia esférica?
Acabou-se o que era doce - mas, pelo lido, Stieg Larsson ainda não regalou-se. Ainda bem que podemos contar com as atividades insólitas da protagonista Lisbeth Salander nos extertores finais do livro. Acabou - até o próximo!
Fiquei sabendo que, na realidade, o planejado por Larsson, para a série era de 10 volumes. O quarto volume chegou a ser parcialmente escrito e há esboços do 5, 6 e 7 e o pai do escritor publicou os 3 primeiros volumes logo após a sua morte, na gana de ganhar os maiores lucros possíveis com o infortúnio.
Entretanto, mesmo com este sabor de inacabada, a trilogia não decepciona e você vai se apaixonar e ficar, como eu, contando nos dedos os dias que faltam para o lançamento no cinema da versão hollywoodiana, com Daniel Craig no papel principal.