Jô 16/04/2024
O livro é dividido em três narradores: Júlia Forrester, nos dias atuais e o casal, Olivia e Harry Crawford, na década de 40. Todos estão de alguma maneira ligada à propriedade de Wharton Park, o que torna o local quase que um outro personagem.
Somos apresentados primeiro a Júlia, uma pianista super talentosa e reconhecida, que está se recuperando de uma tragédia familiar. Quando criança, a garota passava o seu tempo na estufa da mansão, onde seu avô cultivava diversas flores exóticas, inclusive orquídeas, plantas de outra região e que rapidamente morriam quando plantadas na Inglaterra.
Em busca de um sentido para a sua vida, ela volta para a sua cidade natal e reencontra Wharton Park, agora, recém-herdada por Kit Crawford, um homem gentil que também têm seus problemas e suas histórias tristes.
Enquanto reforma os aposentos para a venda das terras, Kit encontra um antigo diário escrito em 1941 por um antepassado seu que indica em que momento Wharton Park começou a decair. É assim que eles conhecem a história do casal Crawford.
Harry, o futuro herdeiro da família, não tem muito interesse em se casar e muito menos de participar do exército. Tudo o que ele mais quer é tocar o seu piano, mas o futuro não é muito atrativo. Até conhecer Olivia, uma garota que acabou de chegar da Índia e não está conseguindo se entrosar no novo país.
Os dois se aproximam e começam um relacionamento. Um pouco antes da Segunda Guerra Mundial explodir, eles se casam, mesmo entre brigas e mentiras. Até que Harry é convocado pelo exército britânico e eles são separados.
Durante as batalhas, Harry é capturado e feito refém por três ano e meio na prisão de Changi, em Singapura. Liberto, ele passa um tempo na Tailândia para se recuperar e poder voltar ao seu país. No entanto, o homem conhece uma pessoa que irá mudar todo o seu mundo e deixá-lo de ponta cabeça. Ao voltar para a Inglaterra, a felicidade de todos é afetada.
Bom, enredo introduzido (e haja explicação, mas vocês me entendem, já que o livro é um calhamaço!), agora é possível eu trazer as minhas opiniões.
Como disse no começo da resenha, fui muito surpreendida com a escrita e história da Lucinda Riley. Ela conseguiu me colocar no interior da Inglaterra, mais especificamente em Norfolk, na década de 40 e também na Tailândia da mesma época.
Os personagens são muito bem construídos e é muito fácil nos conectarmos com eles. No meu caso, principalmente com as personagens femininas, Júlia e Olivia, além da avó da primeira, Elsie, que é quem conta a história do casal para ela. Já sobre o Harry, senti um pouco mais de dificuldade para entender todas as suas escolhas.
Kit é um personagem adorável, mesmo que eu ache o relacionamento amoroso dele muito grudento. Mas isso é algo particular meu, que sou muito seca. Um homem super respeitoso e admirável, bem diferente de outro que reaparece mais no final da história e só faltou eu bater nele, se pudesse...
No final, acontece um plot twist atrás de outro, algo que eu não esperava de um livro desse estilo. Curti bastante e não esperava nenhum deles.
Os dramas e suspenses são na medida certa. Há momentos muito tristes e outros mais divertidos, mas o principal é a curiosidade criada para as reviravoltas e justificativas tomadas.
Enfim, A Casa das Orquídeas foi um livro que eu não esperava gostar tanto e que recomendo demais, mesmo para aquelas pessoas que possam ter algum receio como eu tive.