livrodebolso 14/10/2019
Estou plantando uma discórdia consciente aqui, calma. Fato é que, ao ler obra bastante consagrada no meio literário, ter-se-á sempre a responsabilidade do bem dizer. Infelizmente para #MarionZimmerBradley, meu primeiro contato com a tentativa de uma organização histórica da lenda de Arthur foi com Cornwell (literatura é comparação, não me venham com churumelas): o cara foi um monstro na reconstrução dos possíveis acontecimentos e, sem tomar partido de nenhuma personagem, acabou criando uma mitologia confortável. Não posso dizer o mesmo da autora de As Brumas de Avalon, que de tanto justificar as motivações de Morgana, acabou perdendo o foco e, quase todo o livro tornou-se um "meio", sem demonstrar um final interessante. .
A protagonista Morgana é, de longe, o único motivo que me fez terminar a leitura, sendo a primeira e a terceira parte as melhores, por justamente focarem nela. Por outro lado, a grande companheira de Artur, Guinevere (Gwenhwyfar), tornou-se uma cristã fanática absurdamente chata, capaz de criar grandes problemas políticos APENAS por frescura (bem legal admito, atentando ao perigo de uma fé cega e tals, mas a interpretação de Cornwell da mulher que governa através do rei, para mim, é muito mais feminista que colocar o livro todo no ponto de vista da personagem mais prejudicada ao longo dos tempos, sinto muito!). Contudo, houve algo que me deixou perplexa por nunca ter-me ocorrido: sempre soubemos da proximidade de Arthur e Lancelote, porém, não de maneira homoafetiva; Bradley o fez e foi maravilhoso, convincente, ou mesmo, esclarecedor.
Não posso dizer que a leitura foi desinteressante, ao contrário, enquanto fantasia, entretém; enquanto ficção histórica, acrescenta; e enquanto divertimento, bem, foi show de bola!