Claire Scorzi 27/10/2019
O que poderia ser e não foi
O mais apropriado para esse livro seria dizer que vale 2.5: isto porque tem boas ideias, começa bem, mas falha por não saber desenvolver, repetir o que o leitor já sabe (como se fossemos debiloides) e perder o ritmo mais de uma vez - quando parece que nada ocorre, só se repisam falas e cenas e pensamentos. Os personagens vão parecendo cada vez mais incoerentes a medida que o romance avança, e só se livram disso os personagens secundários.
Faltou revisão e edição no texto da própria autora, portanto; uma falha que já tenho percebido em outros romancistas ingleses modernos e contemporâneos, frequentemente talentosos, como a mesma Holt, mas que pelo jeito não editavam ou revisavam o material escrito antes de publicar - P.D. James, J.R.R. Tolkien e Kazuo Ishiguro são os outros exemplos do mesmo defeito; todos, autores de boa escrita, por vezes excelente escrita. Porém, escrever bem não basta: é preciso ter medida para descrições, narrativa, diálogos, monólogos interiores, ou o ritmo do livro cai, e o leitor se desinteressa. Uma lástima.