Seis Personagens à Procura de Autor

Seis Personagens à Procura de Autor Luigi Pirandello




Resenhas - Seis personagens à procura de autor


14 encontrados | exibindo 1 a 14


ElisaCazorla 06/04/2024

Meta ficção e o processo criativo
Ao leitor desavisado, pode parecer que esse texto fala sobre um drama familiar. E ele não está errado. Este texto de Pirandello fala sobre um drama familiar mas, a partir de perspectivas únicas. Acredito que foi um toque de gênio Pirandello ter feito essa obra em forma de peça teatral. Não poderia ter sido mais criativo para tratar sobre, o que eu acho que o autor quer realmente discutir, os dramas, as dificuldades e as impossibilidades do autor quando cria seus personagens.
Para mim, é um dos debates mais interessantes quando discutimos literatura. Questões como: qual é o limite entre autor e personagens? criador e criatura? ficção e realidade? São temas difíceis de serem discutidos, respostas muitas vezes difíceis de serem fechadas e resolvidas, e para alguns é até uma falta de respeito levantar tais questões.
Pirandello se propôs a escrever uma obra muito longe da simplória. Pirandello quer discutir a filosofia, a moral, a ética da sua sociedade mas inseridas em questões que ele conseguiu entender que eram referente à humanidade e atemporais. Por isso ele é um clássico e suas obras também.
Não gostaria de fazer um resumo da obra nesta resenha, mas gostaria de falar sobre aquilo que gostei mais. Sempre me pergunto quando leio um livro bom, como o autor conseguiu criar tais personagens ou como o autor conseguiu pensar em situações tão interessantes e, acredito, que esse livro, Seis Personagens em Busca de um Autor, me deu alguns pontos para pensar, não respostas fechadas, claro, mas alimento para pensar sobre isso. Se foi impossível responder aos meus questionamentos, esse livro conseguiu fazer com que eu entendesse um pouquinho do processo terrível que o autor passa quando constrói um personagem complexo uma história dramática que envolve muitos personagens assim como é a vida real.
Achei muito bonito a ideia dos personagens terem uma vida própria e atormentarem o seu criador, mas ao mesmo tempo, estarem presos num eterno drama sempre ressuscitado pelos personagens quando for lido, e claro, será mais uma vez vivido e sofrido pelos leitores.
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Isabela Rosa 03/03/2024

Legal!
Tinha lido a peça na faculdade e foi bom relembrar! É uma montagem muito interessante que eu adoraria ver no palco.
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Léa Diógenes 18/02/2024

Explendido
Seis personagens em busca de um autor, foi indicação do meu professor de teoria literária. Estou completamente apaixonada por essa peça e pela criatividade do autor. Pirandello foi uma figura muito importante que revolucionou o teatro moderno. A história pode até ser um caos, com os personagens desejando apenas viver suas histórias, enquanto o diretor não entende muito bem o que está acontecendo. Não percebe que eles são de fato personagens que ganharam "vida". Creio que o autor Luigi tentou nos fazer refletir sobre a condição humana, somos todos personagens nesse mundo, nesse grande palco da vida.

O mais mágico para mim, é que durante a leitura, todas as cenas fluíram naturalmente na minha mente. Adorei! conhecerei outras obras do autor.
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Gabriela2968 28/01/2024

Provocativo e dramático
Eu esperava algo diferente, pois já havia lido "O Nascimento de uma esquete", de Jorge Raskolnikov, que é baseada na obra de Luigi Pirandello. Me preparei para me deliciar com um humor mordaz, porém, encontrei um drama de diversas camadas. A peça é boa, mas, embora a proposta seja muito rica, em alguns momentos senti uma pequena falta de fluidez da trama.
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Joao.Paulo 11/12/2022

O palco de nossas atuações!
Será a vida uma eterna peça de personagens não tão eternos assim?
O que é real?
Somos autores de nossos próprios dramas?
Somos bons atores? Estamos em uma boa peça?
Pirandello é essencial.
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Marion 27/08/2022

Mundo real x Teatro
Como o autor mesmo diz: cada um é personagem dele mesmo. E quando o diretor pergunta : onde está o texto, o pai responde: em nós.
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Sekhmet 11/11/2021

"Quando um personagem nasce, ele adquire de imediato tal independência, até mesmo de seu próprio autor, que pode ser imaginado por todos, mesmo em muitas outras situações onde o autor nunca sonhou em colocá-lo; e assim ele adquire para si um significado que o autor nunca pensou em dar a ele."
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underlou 31/12/2020

Genial texto que brinca com o jogo da realidade versus teatralidade; ainda tece certa crítica ao papel do ator e, por conseguinte, do artista na sociedade. Exemplar de metalinguagem de maior grandeza.
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Teco3 21/10/2020

Pirandello é um autor que sempre chama muita atenção com seus escritos, uma vez que em igual parte que são confusos são sublimes. Em Seis personagens em busca de um autor, ele aborda, usando a metalinguagem, o tema que será central em toda sua obra: a fluidez da identidade humana. E para isso ele coloca atores e personagem frente a frente no tablado do teatro.
A narrativa gira em torno de uma família disfuncional de personagens que invadem um teatro buscando um autor para lhes dar vida, e chegando lá encontram um diretor e atores que não conseguirem entender seus sentimentos e dar vazão a intensidade de sua história. E a explicação é clara: vemos o outro apenas superficialmente e ainda usando apenas as formas contidas na nossa mente para enquadrar uma existência ampla demais para um recipiente tão pequeno.
Desse confronto de personagens com humano pelo posta de mais real, o autor nos deixou a seguinte mensagem : somos passageiros, versões que mudarão várias vezes até que finalmente suma da história, enquanto que um simples personagem é algo fixo, enquadrado e eternizado pelo seu criador .
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Gabriel Alexandre 10/06/2020

Ilusão como jogo e realidade
Simplesmente É tudo isso que dizem. Aqui concentra-se muito do que é a escrita Pirandelliana. O que mais gostei ao ler a peça foi a perspectiva de estar lendo uma meta-peça, colocando o expectador em uma “terceira perspectiva”. Senti uma narrativa bastante fragmentada, que me parece romper com “regras” estabelecidas anteriormente para se fazer uma peça. Para mim, um dos maiores trunfos do Pirandello é o negócio do jogo, e como a peça, aquilo que os atores estão fazendo, não é nada além disso, mas para as personagens, é mais. É a vida delas, é a unica condição de existência concedida a elas, que por consequência , está eternizada no texto.
“Uma personagem, senhor, pode sempre perguntar a um homem quem ele é. Porque uma personagem tem, verdadeiramente, uma vida sua, assinalada por caracteres próprios, em virtude dos quais é sempre “alguém”. Enquanto que um homem, (...) genericamente, pode não ser ninguém”.
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Eduardo 08/06/2020

Os personagens mais reais.
Breve clássico da literatura. Na minha opinião, o ponto alto é a discussão sobre a "legitimidade" das atuações teatrais de atores em palco em relação aos próprios personagens históricos; "todos somos personagens de nós mesmos", diria algum resenhista mais gabaritado... Enfim, isto é só um humilde apontamento, o livro é mais do que isso...
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Viviane.Dias 11/10/2017

Resenha | Seis Personagens à Procura de um Autor - Luigi Pirandello
Hoje quero falar de uma peça teatral que eu li pra faculdade e que morri de amores. Inclusive quero muito agradecer aqui ao meu professor de teoria do texto que só me indica leituras maravilindas!! Professor Adilson dos Santos, um grande beijo! =)
Então vamos lá!
Pirandello (1867-1936) foi um dramaturgo que revolucionou a ideia de teatro, ele deu origem, com essa peça que a gente vai conversar hoje e outras duas - "Esta noite se representa o improviso" e "Cada um a seu modo" -, ao que chamamos de metateatro, termo utilizado para peças que falam delas mesmas. Como Pirandello era grande fã de psicanálise, os temas centrais de suas peças eram a vulnerabilidade humana e a representação da vida pelo teatro.

A peça começa no palco de um teatro com um diretor e alguns atores ensaiando a peça A Cada Qual o Seu Papel quando uma família de seis personagens cujo nome não é revelado: o Pai, que tem cerca de cinquenta anos; a Mãe, olhar baixo e vestida de preto; a Enteada, dezoito anos e vestida de preto; o Rapazinho de catorze anos, também vestido de preto; a Menina de quatro anos, vestida de branco; e o Filho, vinte e dois anos, que surgem sem aviso e os interrompem.

Dizendo que estão em busca de um autor para o doloroso drama que trazem consigo, explicam que aquele que os criou vivos, logo em seguida não os quis e não os colocou no mundo da arte. Os personagens tentam explicar a realidade imutável de suas vidas registradas no papel e que possuem uma história da qual não conseguem e nem podem fugir. Intrigado e curioso com tudo isso, o Diretor se dispõem para vê-los reviverem seu drama ali no palco.
A peça inteira gira em torno dessa tragédia e do questionamento interminável que as personagens fazem a respeito da realidade irreal do teatro. O principal agente que dá margem à diversas interpretações e questionamentos é a problematização da representação do texto literário. O metadrama nos leva a várias possibilidades dentro desse texto, acabamos nos questionando a relação entre as personagens e o que pode ter culminado em tal tragédia.
O Pai, vendo a falta de saúde da Mãe, a obrigara a sair com outro homem em busca de uma vida melhor e a deixar para trás seu filho com uma ama de leite, aos dois anos de idade, e isso acaba causando culpa e muito remorso nessa mãe, ao passo que também causa raiva e rancor no Filho. Tendo saído de casa, a Mãe não encontra conforto em outro lar e acaba passando por um momento de miséria, em que costura vestidos e sua filha, de nome Enteada, ia-os vender na loja da Madame Pace. E é nesse momento que começam os conflitos. Essa Madame Pace tem um bordel e começa a reclamar do trabalho da Mãe nos vestidos para chantagear a menina e fazer com que ela trabalhe na casa de prostituição, assim ela conseguiria voltar para casa com uma quantia em dinheiro que justificasse o trabalho da mãe. O Pai, por sua vez, que sequer era o pai da menina, tinha uma relação de dependência com ela e, assim, ia todos dias vê-la na saída da escola, desde bem pequena. Até que um dia, quando voltava ao prostíbulo de Madame Pace em busca de suas garotas, encontrou-se com ela e não fosse a Mãe chegar e encontrá-los no flagra, teria ali consumado seus desejos com a Enteada.
É uma peça muito alucinante em que a gente se perde tentando entender as relações Enteada X Pai, Enteada X Filho, Mãe X Filho (todas bastante sensuais e sexuais, pra ser bem franca) e, por fim,a relação Rapazinho X Menina. Esta última leva a catarse final onde o menino, sem nenhuma explicação explicitada no texto, afoga a irmãzinha na fonte do jardim e tira a própria vida com um revolver logo em seguida. Essa situação é testemunhada pelo Filho que, numa cena bem sem sentido, sai de casa para o jardim a fim de evitar falar com a Mãe que havia ido até seu quarto e a gente nem fica sabendo pra que...
Depois desse final bem bizarro, a impressão que fica é que aquelas personagens ficaram no teatro como fantasmas e que a Enteada, que no fim das contas foi quem pagou o pato de todas as coisas, enlouquece e sai às gargalhadas do palco.
Minha gente, muito maluco tudo isso mesmo, mas sensacionalmente digno de uma leitura! Então, procure o texto na internet e delicie-se com essa peça incrível desse autor por quem eu me apaixonei!

site: http://www.litegatura.com.br/2017/10/resenha-seis-personagens-procura-de-um.html
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