Victor 15/03/2010
"Troca equivalente"
Fullmetal Alchemist se enquadra muito bem na classificação "nona arte", ainda timidamente utilizada no nosso internetês-de-cada-dia. Arakawa (nossa querida vaquinha) definitivamente produziu sua obra-prima ao nos relatar a história dos irmãos Elric.
Num super resumo mal feito que desmerece fatos essenciais para a obra, Edward e Alphonse Elric são dois alquimistas que buscam resgatar seus corpos após realizarem uma experiência fracassada para ressuscitar sua mãe, Trisha. No acidente, Alphonse perde seu corpo (explicação só no mangá xD), acabando com sua alma presa numa armadura gigante, e Ed perde um braço e uma perna, substituindo-os por próteses de aço (daí o nome Fullmetal Alchemist). Eles sabem que precisam da lendária Pedra Filosofal, buscada desde os primórdios da alquimia, para se recuperarem. Para isso, resolvem se alistar para o exército (recursos para pesquisar) e servir ao grande Führer, cujo governo apresenta estranhos acontecimentos mantidos em segredo do público... A trama se desenvolve em ritmo exponencial, passando por descobertas de tabus de uma ciência ainda obscura, intrigas políticas, totalitarismo, conflitos morais e religiosos... Sem muita profundidade para não desviar da narrativa, mas com a leveza e simplicidade que logo satisfaz o leitor com perguntas. Em pouco tempo, temos dúzias de situações que convergem para conclusões completamente inesperadas.
E se, é possível destacar um dos vários talentos de Arakawa, este é a originalidade. A "magia" de Fullmetall está na alquimia, que é muito mais uma ciência do que puro misticismo, com base numa regra fundamental: a troca equivalente. Deve-se pagar o exato preço necessário por aquilo que se busca. Pelo menos eu nunca tinha visto algo assim, seja em romances ou em filmes.
Ed e Al são adolescentes no começo da história e, no seu desenvolvimento, percebe-se cada momento de amadurecimento deles.
O gênero é drama, mas há muita comédia (que lembra um pouco o mangaká Akira Toryama), até mesmo com humor negro, principalmente com humor negro...
Recomendado para qualquer um que goste de ler, mesmo aqueles que não gostam de mangás. Aqui não há personagens superpoderosos e lutas épicas contra semideuses, mas personagens humanos, com todas as suas limitações físicas e psciológicas, somadas a poderes fantásticos, mas não absolutos.
PS: Só escrevi essa resenha pq fiquei indignado por não ter nenhuma aqui... Como podemos atrair mais fãs? Espero que gostem. ;D
PS.2: A história do mangá é a mesma do anime "Fullmetal Alchemist: Brotherhood", o segundo a ser lançado. No primeiro (homônimo do mangá) houve um descompasso com o lançamento mensal dos mangás e acabou mudando MUUUUUUUUUUUITO o rumo da história. Recomendo a história do MANGÁ, especificamente.
PS.3: Quem começar a ler agora tem sorte. =P Faz três anos que eu espero mensalmente cada maldito capítulo... ¬¬