Rafael.Dardes 25/07/2022
Minuciosamente melancólico (e genial)
A escrita de Caio Fernando Abreu definitivamente não é para todos. Mas bem que deveria ser. Ele esmiuça elementos que nos parecem dos mais cotidianos e banais e os eleva à potência do que significa ser humano na época e localidade em que viveu. Traz violentas sensibilidades sobre o existir, o observar, o agir, o coexistir, o ser, o parecer.
A obra em questão se trata de um catado de diversos trabalhos escritos durante a década de 1980 e essa curadoria é extremamente importante para trazer um abrangente entendimento sobre o estilo de escrita do autor. Uma verdadeira imersão em seu universo, uma vez que inclusive cartas pessoais ali estão inseridas.
Trata-se, enfim, de algo para ser lido (e sentido) com muita vagareza, ainda que com muita voracidade.