Hannah Monise 17/11/2021Um livro para reflexãoVou confessar que não sou muito fã de livros autoajuda. Ok, vou ser mais sincera e dizer que não sou fã, sem o "muito" mesmo. Mas também confesso que já li outros títulos que me disseram ser interessantes, como Nunca Desista de Seus Sonhos do Augusto Cury e Faça a Vida Valer a Pena de Max Lucado. Não são leituras que me agradam muito, mas gostei de lê-los. Talvez mudem o pensar e o jeito de viver de algumas pessoas, mas não os meus, pelo menos não com tanta influência.
Porém, A Arte da Imperfeição foi uma leitura diferente deste gênero de livro. Ele é intitulado como autoajuda até pela própria autora, mas o jeito com que ela fala sobre como viver a Vida Plena é um pouco mais suave, mesmo sendo instrutora.
É claro que temos defeitos, responsabilidades e deixamos a raiva, o estresse e cansaço influenciarem nossa vida e nosso jeito de viver. É claro que muitas vezes, mesmo tentando evitar esses sentimentos, acabamos deixando-os invadirem nosso dia-a-dia. O que Brené Brown quer passar através de sua pesquisa não é "o que fazer" para ter a Vida Plena (assim mesmo, com letra maiúscula), mas, como ela mesma cita ao começo do livro, "o que não fazer".
A autora nos apresenta dez orientadores, sempre dando-nos exemplos de momentos de sua própria vida, com títulos como Cultivando Autocompaixão: Abandonar o Perfeccionismo. O principal objetivo é mostrar as coisas que atrapalham e impedem de sermos felizes, fazendo-nos prestar um pouco mais de atenção a isso e evitar cometê-las.
Achei interessante o fato de ela abordar os dons da imperfeição: coragem, compaixão e sintonia. Afinal de contas, ninguém é perfeito, e qual seria a graça se fôssemos? É claro que viver uma Vida Plena, amando a si mesmo e, assim, expressando amor pelas pessoas ao redor, também não é fácil, e até a autora se vê numa difícil missão, mas é prazeroso tentar.
A sinceridade na escrita, a abordagem da imperfeição de cada ser humano, sabendo que erramos e que, mesmo que tentemos, é difícil fazer as coisas sempre da maneira correta, o estudo sobre vergonha, perfeccionismo, e muitos outros defeitos contidos em nós, foram o que me chamaram a atenção e me fizeram apreciar o livro.
Um livro autoajuda não serve para dizer o que devemos fazer para melhorar isso ou aquilo em nossas vidas, nem para ensinar como devemos ser, mas para fazer-nos refletir sobre nossas atitudes e maneira de viver. A Arte da Imperfeição é simplesmente uma dessas ótimas leituras para reflexão.
"Autenticidade é a prática diária de abandonar quem nós pensamos que devemos ser e assumir quem somos." (Página 78)
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