Não vou ser hipócrita. Não vou fazer média. Quando vi que a Novo Conceito ia lançar "A Arte da Imperfeição" e enviar para os parceiros fiquei em uma situação confusa. Não é o tipo de livro que leio e não sabia o que esperar. Muito menos como resenhar. Já li um ou dois livros de autoajuda e crescimento pessoal, mas faz muito tempo. Brené Brown fala do perfeccionismo, da autocrítica e do estado psicológico que muitas de nossas ações nos levam. Teria sido interessante se a autora usasse menos termos técnicos.
Para começo de conversa sou uma pessoa extremamente perfeccionista, crítica e rigorosa. Sou chamada de insuportável e não suporto as coisas fora do lugar. E sendo sincera estou bem feliz assim. Talvez por esse motivo tenha sido complicado ler um livro que me diz que "não tem problema fazer as coisas errado". Confesso que posso exagerar, às vezes, cobrando demais das pessoas, mas daí a falar que esse comportamento perfeccionista é o "meu eu" querendo agradar ao mundo já é um pouco demais. Sou assim, sempre fui e vou morrer assim. É cansativo em alguns casos, mas se eu deixar de qualquer jeito, aquilo vai me atormentar até eu corrigir tudo. Por exemplo, aqui no blog é a mesma coisa. Gasto mais de quatro horas fazendo as postagens para que saia tudo do jeito exato e quando aconteceu de ficar diferente não sosseguei enquanto não refiz tudo.
A autora é pesquisadora e professora há dez anos e discorre sobre métodos de pesquisa, vida plena, harmonia, cobranças excessivas e o que fazer para relaxar. Como se livrar das cobranças, dos limites que impomos a nós mesmos e da tensão. Alguns exercícios que ela cita e recomenda são interessantes de fazer. Podem ser úteis nos dias de extremo cansaço e tensão. Uma parte interessante e que gostei de ler foi onde a autora fala das consequências dos atos de uma pessoa exigente e perfeccionista sobre outra pessoa. O problema maior não foi o tema e sim a escrita da autora. Termos técnicos demais e frases bonitinhas demais. Muitas passagens soaram artificiais. A parte que ela fala de onde e depois do que surgiu a ideia do livro ficou um pouco piegas. É um livro de duas medidas. Pode interessar-te durante algumas partes e te incomodar em todo o resto.
A edição da Novo Conceito é ótima, fonte agradável que facilita a leitura. O ritmo depende do seu interesse pelo assunto desenvolvido. Alguns capítulos foram rápidos, outros lentos e difíceis. É um assunto que recomendo para aqueles que vivem tentando agradar, tentando acertar e fazendo de tudo para corresponder ao que outra pessoa espera. E ainda para aqueles que já se pegaram fazendo algo só para atender ao desejo do outro, a expectativa alheia. Como ir a uma festa só para fulano ver, ou estudando a madrugada inteira só para esse e aquele saber. Para essas pessoas o livro pode ser muito útil. É isso. Não é exatamente a resenha mais brilhante, mas eu tentei e fui sincera. Não acreditei em algumas resenhas que li por ai, mas isso não vem ao caso. Até mais!
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