flaflozano 09/07/2022
A little taste
O quanto de sexo tem nesse livro : 2/5
Quão explícito é :2/5
Drama: 3/5
Coerência : 4/5
Romance : 2/5
Vlad se levantou quando me viu, o que por algum motivo me irritou. Por que ele continuava fingindo ser educado? Alguém com bons modos não tortura pessoas inocentes ou age como cafetão de sua equipe para provar um ponto!
Então eu me dei uma sacudida mental. Só porque eu ainda me sentia um lixo e era incapaz de provar que ele estava errado não significava que eu tinha o direito de vomitar veneno em cima dele. Desculpe, eu pensei, presumindo que ele estava ligado em meus pensamentos como de costume.
O sorriso sarcástico que curvou seus lábios quando ele puxou minha cadeira confirmou minhas suspeitas.
-Seu encontro não foi tudo que você esperava?
Eu me sentei com um pequeno suspiro. Eu odiava mentir e ele podia ler minha mente, então para que tentar negar?
-Não, mas Maximus quer tentar por uma semana e eu concordei.
Assim que eu estava acomodada, Vlad retornou a sua cadeira, mais uma vez fazendo do simples ato de sentar parecer de alguém acostumado a dar ordens. Dê a ele um trono e ele se sentiria em casa. Apesar de que provavelmente ele tinha um escondido em algum lugar. Maximus não tinha me mostrado o quarto andar porque ele disse que era “particular”. Eu traduzi aquilo como “território pessoal de Vlad” e me perguntei por que ele precisava do equivalente a um edifício de apartamentos para seus aposentos.
Ou talvez fosse lá que ele fizesse toda sua tortura. Eu podia entender o fato de Maximus não querer me mostrar aquele cômodo.
-Não, eu faço minha tortura na masmorra como qualquer outro dono de castelo respeitável,- ele disse com o divertimento claro em sua voz. -E o quarto andar não é meramente meu. Os membros de mais confiança da minha equipe tem seus quartos lá também.
-Você realmente tem uma masmorra?- E por falar nos velhos tempos.
-Claro.- Foi falado enquanto ele fazia um gesto com dois dedos. Um serviçal apareceu, servindo vinho tinto em meu copo.
Pelo menos, eu esperava que fosse vinho.
-É vinho.- Mais divertimento. -Além de seu propósito óbvio, o vinho pode te ajudar a dormir melhor essa noite. Ele também vai ajudar a amenizar alguma de suas dores.
Sua habilidade é tão intrusa, eu pensei, olhando para ele.
Ele apenas sorriu e ergueu seu copo em um brinde silencioso.
Tomei um pequeno gole do meu, deixando o líquido rolar por minha língua antes de engolir. Toques de violetas, cereja preta e... fumaça. Muito bem, eu decidi, e tomei um gole maior. Um pouco da tensão começou a deixar meus ombros.
Vlad me observava, o que quer que ele estivesse pensando estava escondido por trás daquele enigmático meio sorriso. Eu me vesti casualmente para jantar, mas ele não. O rico material de sua camisa cor de berinjela era muito mais elegante do de costume. As luzes do candelabro refletiam os punhos fechados por joias e suas calças cor de carvão caiam perfeitamente nele, era difícil não encarar. Seu cabelo estava penteado em ondar macias e escuras e aquela barba não muito espessa abraçava sua linha do maxilar cinzelado, fazendo eu me perder bebendo de sua aparência juntamente com meu vinho.
Eu esperava que ele desse um sorriso afetado perante minha óbvia admiração, mas sua expressão não mudou quando ele me olhou. Seus dedos longos e finos acariciaram a haste de sua taça e eu me lembrei de como foi quando ele acariciou minha mão quando eu liberei toda minha eletricidade nele.
Um calor se espalhou por mim e eu disse a mim mesma que eram os efeitos do vinho, mas eu sabia que não era isso. Três horas e dois beijos com Maximus não tinham me feito sentir sequer um lampejo de calor, mas menos de cinco minutos sentada na frente de Vlad e eu estava mentalmente me abanando.
Agora sua expressão realmente mudou—para um sorriso lento e sagaz.
-Viu? Você não reage desse jeito com todo homem,- ele disse com satisfação.
Nada me faria mais feliz do que dizer a ele que estava errado, mas eu realmente sentia algo por Vlad que eu não sentia por mais ninguém. Talvez ele estivesse certo e fosse a maldita escuridão em mim reconhecendo uma alma gêmea. Entretanto, aquilo não o fazia menos perigoso para meu bem estar físico e emocional.
-Pare,- eu disse calmamente. -Encontre outra pessoa para brincar. Nós dois sabemos que me falta experiência, então eu não sei como jogar sem sair ferida. Além do mais, eu odeio jogos. Eu prefiro saber diretamente o que é real e o que é besteira.
Ele se sentou, com algo espreitando seu olhar que me tentava apesar de saber que não devia. Dei um gole no meu vinho para me distrair.
-É sua sinceridade e recusa a mentir para si mesma que eu acho mais atraente. E eu não estou brincando com você. Eu estou falando muito sério em fazer de você minha.
Segurei o vinho na boca por um bom tempo antes de engolir. Não para testar os sabores dessa vez, mas em um esforço para ter controle. Duas Leilas pareciam estar lutando dentro de mim. A primeira estava horrorizada que ele ainda considerasse um fato consumado que eu cederia a ele e a segunda… aquela [*****] safada estava se perguntando como Vlad seria nu.
Seus dentes brilharam em um sorriso perverso. -Muitas mulheres querem saber, mas poucas descobrem. Sou muito seletivo com minhas amantes.
-Porque você é tão especial?- Eu não pude evitar perguntar com sarcasmo aberto.
Aquele sorriso desapareceu e ele ficou sério. -Porque em alguns pontos da minha vida, eu perdi tudo. Essa casa, minhas outras casas, os carros, aviões... eles são minhas posses, mas qualquer um poderia possuí-los. Meu corpo é a única coisa que é verdadeiramente minha, então eu não o entrego como se fosse algo sem valor.
Eu também tinha perdido tudo antes. Foi pior que a morte em alguns pontos, então eu não estava surpresa de que isso tinha tido um efeito duradouro em Vlad. A perda parecia assombrá-lo, desde a fonte de seu pecado mais sombrio até agora.
-Mais uma vez eu digo que meu poder de ler mentes não chega perto de suas habilidades,- Vlad disse suavemente. -Você viu diretamente dentro da minha alma com um toque. Como ouvir alguns poucos pensamentos se compara a isso?
Eu desviei o olhar, pigarreando. -Eu não sei. Alguns daqueles pensamentos eu realmente preferiria que você não tivesse ouvido.
Ele riu, baixo e depravado. -Ah, mas aqueles foram os que eu mais apreciei ouvir.