florence28 27/10/2021
?Doce Vingança?
?Esse é o segundo livro da Nora Roberts que leio. (O primeiro foi "Dançando no ar") Novamente achei a escrita da Nora extremamente lenta no início. Não que as histórias não sejam boas, mas as coisas acontecem de forma muito vagarosa. Tanto que o primeiro livro que li dessa autora eu abandonei diversas vezes antes de concluir. E esse daqui eu pensei em abandonar também.
?Como só li apenas dois livros, não sei se essa coisa de personagens principais com passados traumáticos e sombrios é uma coisa que a Nora sempre mostra nos livros, mas essa é uma das "coincidências" que me deparei. Ambas as personagens dos livros dela que li tinham um passado de abusos cometidos por homens em relacionamentos tóxicos.
?Inclusive o livro pode causar um gatilho muito forte para pessoas que são sensíveis a temas relacionado à abuso sexual e psicológico. Ela descreve demais essas cenas e até mesmo eu que não acho esse tema um gatilho fiquei desconfortável.
?E quem adivinharia que a pequena princesa Adrianne com o passado traumático iria se transformar no que se transformou. Quer dizer, quem poderia imaginar que ela seria chegada à esse tipo de "hobbie"? É legal ver que ela virou uma mulher forte, decidida e inteligente, além da grande lealdade por sua mãe Phoebie que ela cultivou na infância e levou infinitamente para a vida toda.
E é mais surpreendente ainda o fato do destino fazer com que Adrianne e Philip, duas pessoas que vieram de partes completamente diferentes do mundo, mas que com um ofício parecido e personalidades fortes, se encontrassem.
?Se não me engano, li em uma resenha desse livro a opinião de uma pessoa e ela disse que o personagem Philip poderia ser facilmente descartado da história, já que o objetivo da personagem principal, Adrianne, nada têm a ver com questões amorosas. O objetivo dela realmente poderia ser concluído por ela mesma. Mas comecei a pensar e talvez a autora tenha criado o romance da Addy e do Phil para que ela pudesse de alguma forma "curar" o trauma que Adrianne têm com homens por conta do acontecimento horrível que passou na infância.
?Ao mesmo tempo, como é um romance, a história ficaria meio que vazia se houvessem poucos personagens ou se não tivesse um Phil para atrapalhar alguns planos da personagem principal e ser o par romântico.
Talvez Phil tenha sido uma coisa boa, para que as "refeições solitárias, em intermináveis quartos de hotel" pudessem ter algum sentido. (Pág 219)
?Sinceramente, a leitura desse livro só ficou mais fluida pra mim depois que Adrianne cresceu, virou praticamente um "Hobin Hood" e já tinha mais de 18 anos. Enquanto a história focava apenas na mãe dela, Phoebe, eu estava lendo muito devagar pois era um pouco entediante.
?Tudo bem que quando se conheceram, Philip não tinha ideia da condição de Adrianne perante aos homens, mas mesmo assim ele agia de forma muito incoveniente bem "hetero top" deixando Addy desconfortável de propósito, mesmo percebendo que ela ficava muito nervosa perto dele.
?Apesar do livro ter sido publicado em 1988, em um tempo mais "antigo", gostei muito de ler sobre uma personagem principal mulher como Adrianne, que em partes do livro onde ela corria perigo, a autora poderia muito bem ter mostrado ela como a donzela indefesa esperando ser resgatada por um homem, mas foi diferente. Ela mesma conseguia lidar com seus problemas sozinhas, sem pagar de vitima ou fraca.
Outro ponto positivo pra mim é a cultura. A história abordou uma cultura diferente para a personagem. Também têm o fato dela não ser só mais uma personagem branca caucasiana ou loira/ruiva como são a maioria das personagens principais mulheres dos livros que li até agora.
?"Em Adrianne encontrava todas as qualidades que antes só descobria nas pedras preciosas que roubava."
Pág 242. Phil sobre Addy.