Camille 11/08/2011http://revistainnovative.com/doce-vingancaNora Roberts explora neste livro uma outra cultura, com regras rígidas sobre os papéis desempenhados por homens e mulheres. Phoebe é uma mulher americana que deixa sua vida confortável como atriz muito bem sucedida de cinema por amor à Abdu, rei de Jadir. Phoebe está acostumada com sua vida em Hollywood e suas liberdades impossíveis de serem realizadas em sua nova moradia. Lá, mulheres são submissas a seus homens, não mostram seus rostos e são obrigadas a dar filhos homens a seus maridos. Devido a um problema na gravidez, Phoebe dá a luz a Adrianne, que viria a ser sua única filha. O rei não fica satisfeito e, como em seu país e cultura homens podem ter até quatro mulheres, não pensa duas vezes antes de arrumar uma segunda, e até uma terceira para que lhe deem filhos homens.
Phoebe, então, passa a ser alvo de ódio e beleza. O amor que ele sentia por ela acaba, enquanto o dela permanece durante todos os dez anos nos quais teve que suportar humilhação e abusos de todos os tipos. Envolve-se em escapatórias fáceis, enquanto cuida de seu único orgulho: a filha, que apesar de nova, nota tudo atentamente. Ambas aproveitam uma viagem para fugir e conseguir seguir suas vidas apesar dos traumas e severas consequências de dez anos de sofrimento. Os planos, entretanto, não parecem funcionar e lidar com a nova realidade pode ser tão difícil quanto aguentar a antiga.
O livro conta com aspectos extremamente interessantes e consegue incluir o leitor em todo o sofrimento e superação das personagens, o envolvimento é tão grande e presente que podemos quase sentir as emoções e situações passadas, construindo toda uma lógica de raciocínio decente e nos faz querer conhecer mais a fundo seus personagens. O romance, como em vários livros da Nora Roberts, se faz presente e é, em todos os sentidos, motivação para deixar o passado para trás e superar os mais difíceis acontecimentos; mesmo que a vingança de Addy seja levada ao pé da letra e desistência, para ela, não seja uma opção.
Um bom livro para quem aprecia a leitura nos detalhes dos personagens e construção da história, já que a escritora não permite dúvida aos leitores, esclarecendo toda e qualquer situação, mesmo quando consegue desenvolver a mesma dúvida entre todos os personagens citados. Contagiante, os apreciadores de contextos bem criados e os aventureiros interessados em explorar de forma levemente simplista as claras diferenças culturais vão com certeza apreciar a leitura.