As Dez Torres de Sangue

As Dez Torres de Sangue Carlos Orsi




Resenhas - As Dez Torres de Sangue


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Theodoro.Rusenvar 08/09/2017

Pouco conhecido e poderia ter sido melhor trabalhado, mas mesmo assim muito bom
É a primeira obra que leio do autor, e devo confessar que a partir de hoje olharei com mais atenção a sua obra. Eu estava lendo os comentários e as críticas, e achei injusto elencarem aspectos de cunho meramente históricos para depreciar a obra. Não viram que na verdade o livro escrito pelo Orsi é na verdade uma metáfora de um mundo espiritual que vai muito além de uma mera compreensão intelectual. Ele conseguiu explicar a Cabala de uma maneira lúdica e até mesmo genial, mas só os entendidos no assunto podem chegar a essa conclusão. Portanto, quando eu vi as notas baixas e os comentários abaixo de cada título, eu compreendi o erro de tais leitores (e que talvez não seja propriamente um erro) - o de não conhecer a Cabala, assunto principal da obra. O fato da obra ser curta é talvez motivado pela antiga menção cabalista de que uma obra realmente iluminada não pode se prolongar demais. Talvez o assunto do livro pudesse se prolongar por livros e livros, mas só nas 96 páginas há bastante assunto místico-filosófico para uma encarnação de cem anos. Eu fiquei imaginando a beleza de Tereza... me coloquei na visão do guerreiro, aquele que segue o caminho de Geburah. Apesar de tudo, se o autor quisesse, ele poderia estender a obra em outros volumes, mas talvez dificilmente o fará. Essa obra é de 2012, já é 2017 e pelo que sei (nao fiz uma pesquisa aprofundada) não houve continuação. Parabéns ao autor que deu valor na construção poética das letras. As cenas de aventuras foram bem trabalhadas, e os personagens foram interessantes, apesar da pouca penetração psicologica (mais uma vez relembrando que a obra é um metafora do mundo espiritual, e como tal, não tem a penetração psicologica requerida por um romance ou novela tradicional). Vale muito a pena ler e incentivar o autor a produzir a continuação da obra.
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Resenhas de Livros 29/06/2017

Surpreendentemente interessante e chamativo
A história de “As Dez Torres de Sangue” começa quando o grupo de Dom Manuel, que ia em direção à Goa levando Tereza (irmã dele) para se casar, acaba sendo abordado por um grupo de seres esquisitos e Ibn Batil, um homem que precisava de apenas três coisas: resolver os assuntos pendentes com D. Manuel, salvar sua amada (que foi escravizada e levada na excursão à Goa) e “raptar” Tereza. Porém, a ajuda das criaturas no plano teve um preço para Ibn: fazer com que Antares (uma cidade maligna, a qual todos os que passaram pelo deserto têm medo) fosse totalmente destruída. É nesse momento em que Tereza torna-se uma peça muito importante para a história: ela ajudará Batil a acabar com a existência de Antares, ou tentará fugir desse fardo?

Gostei muito dos personagens desse livro, pois, mesmo com poucas páginas e muito enredo, nenhuma característica de personagem algum ficou vaga. O que fez com que a história fluísse mais facilmente.

A capa é realmente boa e ilustra muito bem a Cidade das Dez Torres. Com o desenvolvimento da trama, pude me surpreender em vários momentos e ficar realmente ansiosa em outros. Têm um contexto por trás de tudo, o que faz o leitor ficar cada vez mais ávido por novas descobertas.

Indico esse livro para as pessoas que gostam de livros de ficção com um pouco de violência em algumas cenas. Em poucas palavras eu diria que esse livro é surpreendentemente interessante e chamativo.

site: WWW.RESENHASDELIVROS.COM
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Paulo 29/06/2017

Essa foi uma boa surpresa relacionada a histórias de terror. Já fazia algum tempo que eu não lia algo desse tipo. O espaço para desenvolver a história não foi muito grande, mas mesmo assim eu achei curioso as ideias que o autor trabalha na história. Tudo bem encadeado e gerando uma mitologia que, mesmo em um espaço pequeno, funciona e dá credibilidade ao que o autor apresenta.

A escrita da novella é muito boa. Tudo é apresentado de uma forma bem direta e sem firulas. Mesmo o info dumping (a construção do mito, a apresentação dos personagens e do mundo) é feito bem organicamente, sem ser moroso ou cansativo. A narrativa é feita em terceira pessoa onisciente, sem correr grandes riscos. Gostei também da fluidez da história: não tem palavras complicadas ou jargões empregados. Isso torna a leitura mais prática e veloz. E você sente vontade de continuar a leitura porque o autor vai colocando diversos ganchos interessantes para que você dê continuidade. Não existem divisões em capítulos. Temos algumas separações em subseções ao longo da história de forma a formar cenas. Mas, como o livro é pequeno, essa falta de montagem em capítulos só reforça o fato de o autor ter optado por uma novella ao invés de um romance. Aliás, parabéns ao autor. Eu gosto demais desse gênero de histórias.

Só não consegui formar uma ligação ou uma empatia com os personagens. Vi no GoodReads que as avaliações do livro estão medianas e acho que a culpa está aqui. Os personagens são pouco aprofundados (nem tem como aprofundar muito por causa do tamanho da narrativa), mas esse é um dos perigos do estilo novella. Não dá para cometer exageros e, se não houver uma medida adequada, algum elemento de composição acaba ficando prejudicado. Mesmo com o backstory empregando elementos de história colonial brasileira, os personagens soam esquisitos. Como se fosse possível usar qualquer tipo de personagem em qualquer período histórico. O fato de serem portugueses indo para Goa não muda nada. Eu vi em um vídeo sobre histórias curtas que existe um enorme desafio para os autores escrevendo flash stories, contos ou novellas que é encontrar a maneira de equilibrar narrativa, apresentação de personagens e desenvolvimento. Não tira o mérito do autor ter escrito uma história divertida e aterrorizante.

A narrativa pode ser dividida em duas partes: um trecho que trata da vingança de Ibn Batil e outro que mostra a entrada dele e de Teresa em Antares. O plot da vingança é bem solucionado e serve de gancho para a história principal. Os personagens fazem sentido uns para os outros. Nenhum deles foi colocado ali por acaso. Todos servem a um propósito principal. Achei que o autor poderia ter retornado ao plot da vingança mais para a frente na história, mas seria mais um luxo do que propriamente uma necessidade. Achei interessante o fato de ele apresentar um pouco da cultura muçulmana no processo. O espírito de colaboração, a honra, a mudança de nome. Mais curioso ainda é o autor aproveitar o espaço para fazer uma conexão entre cristianismo, judaísmo e islamismo. Tudo isso servindo de base para a montagem da mitologia do lugar que ele criou.

Por falar em lugar que ele criou, este é muito bem construído. O terror inerente à história criada. Os cenários são aterrorizantes e as descrições ficaram muito boas, mesmo os dos personagens mais chocantes. Me senti em um desses games modernos que lidam com a temática infernal. A imaginação do autor é incrível e a cena final com as correntes e todo o resto é incrível. A própria cidade de Antares é um espaço que vale a pena ser mais explorado em outras histórias. Não sei se essa é a intenção do autor, mas ele deixou muitos ganchos para explorações posteriores. Eu fiquei meio perdido no final com a libertação e quais foram as consequências desse fato. O que eu depreendi disso é que passou a ideia de ser quase como uma história de terror contada ao redor de uma fogueira. Me lembrou os clássicos pulp antigos em que os personagens se aventuram por um lugar desconhecido e precisam enfrentar diversos perigos. Em dados momentos parece até algo saído de um filme do Indiana Jones, quando Ibn Batil explica à Teresa sobre a árvore da vida.

As Dez Torres de Sangue é uma boa história de terror que pode ser lida em poucas sentadas. Possui uma ambientação aterrorizante e a cidade criada pelo autor deixa muito espaço para novas histórias. Achei os personagens pouco explorados principalmente Ibn Batil que poderia ter uma história de fundo muito boa. Isto pode ter acontecido por causa do espaço explorado ou de um equilíbrio maior entre personagens, ambiente e narrativa. Entretanto, a escrita do autor é muito boa mesmo. O leitor não sente dificuldade alguma durante a leitura e as páginas passam facilmente.

site: www.ficcoeshumanas.com
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Mystik 28/06/2017

Devia ter mais
Esse em particular me chamou a atenção tanto pela sinopse como pela capa.

Vamos aos pontos bons: a historia é bem original e diferente. Realmente nunca li algo do tipo, e a mitologia criada para a história me interessou muito. Se passar numa região diferente da usual "Angloterra" é sempre uma lufada de ar fresco, e muito bem-vinda.

Dito isso, esse fato é ligado ao ponto ruim, que me incomodou: a historia é muito curta para um mundo tão grandioso, como esse que foi criado.

Ele tem uma mitologia tão rica, cheias de opções e expansões, mas que foi desperdiçada em muitos momentos por ter informações jogadas, sem nenhum embasamento ou preparo. Muitas informações relevantes ao plot (onde, como, quando e por que) me pareceram incompletas. Coisa eram explicadas e outras simplesmente adicionadas na história, partindo do pressuposto de que você já sabe do que o autor está falando. Gostei muito da história, mas desejava ter mais "recheio" nela.

De qualquer forma, recomendo como um conto divertido e intrigante, que poderia ter sido muito mais do que foi.

site: https://aficcionados.wordpress.com/
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Nathy 27/06/2017

Tirou meu fôlego


“Os árabes dizem que antes de criar o homem, Alá deu ao mundo a um grupo de sultões inumanos. Muito mais sábios que qualquer pessoa de nossa espécie jamais poderia pensar [...] Enojado, o Criador decidiu banir os sultões de sua presença[...] Segundo contadores de histórias, para a cidade das Torres de Snague”
Ibn Batil é um homem sem nome, sem pátria, sem nada que lhe dê alguma identidade, ele escolheu assim. Com sede de vingança depois de ter sua família e vida destruídas pelos portugueses conquistadores, arma um plano engenhoso para concretizar seus planos.
Teresa é a irmã bastarda de D. Manuel. Está presa em uma viagem tardia e repleta de tragédias para Goa, onde encontrará seu noivo. Depois do susto de ver seu irmão degolado em sua frente por um completo desconhecido, ter sua ama libertada da escravidão, se vê presa e sendo arrastada por uma estranha viagem pelo deserto.
De forma ardilosa, que só o destino tem como proporcionar, eles dois se unem em um propósito forte e sobrenatural que poderá mudar um dos segredos mais bem enterrados da África: A temida e pouco falada cidade de Antares, ou a cidade das Torres de Sangue. Onde o perigo é iminente e as chances de saírem vivos é quase nula.
As Torres de Sangue é uma narrativa rápida, envolvente e cheia de ação. Acompanhamos a aventura pelos olhos dos dois protagonistas nessa cidade tão misteriosa e engenhosa. Personagens instigantes e cheios de surpresas. Com personagens maravilhosos e apaixonantes e um cenário de tirar o fôlego esse livro te arrebata nessa aventura sem você nem perceber.
Adorei a história. Rápida, fascinante me deixava sem fôlego a cada mudança de página. Me senti envolvida desde a primeira página e realmente mergulhei na aventura acompanhando os protagonistas, que nem preciso dizer que amei. As vezes um pouco clichês, mas são tão fascinantes que os clichês viraram detalhes charmosos.
Senti falta somente de maiores explicações sobre a cidade de Antares (sou uma curiosa nata, então quando me apaixono por uma historia quero saber tudo que puder sobre ela.) Queria mesmo desvendar os segredos dessa cidade tão misteriosa.
Indicação máster para quem gosta de historias cheias de lendas, personagens instigantes e inteligentes e muita (mas muita mesmo) ação.
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Auryo 21/06/2017

Árabes, fantasia e As Dez Torres de Sangue

Não preciso nem dizer o que chamou minha atenção nesse livro do Carlos Orsi: uma história fantástica com uma pegada mais árabe \o/ Só vem. Pode mandar lendas, mistérios e cidades ancestrais com seres mais antigos do que os Homens.

Algo que eu não esperava era que os personagens possuiriam uma relação com o Brasil, Portugal e a parte do continente africano onde vai se passar a história. "Como assim?" Temos um grupo com um mercenário francês, uma escrava judia, o El-rei de Portugal (Dom Manuel) e a irmã, que viveu um pouco no Brasil, mas teve que sair por causa de umas "tretas".

De início acompanhamos o mercenário com o pequeno grupo no deserto após um naufrágio. Eles estão a sobreviver em África para cumprirem a missão de levar a irmã do rei, Dona Teresa, até Goa (acho que é uma cidade na Índia, não sei).

Esse grupo é atacado e cercado por humanos com partes do corpo substituídas por partes metálicas. Aí o sangue já começa a rolar. Nessa confusão a trupe acaba se separando. E depois de vagarmos no deserto encontramos Antares, a terrível cidade das torres de sangue.

Aí vem uma parte que achei um pouco chata porque quebrou a narrativa para dar algumas explicações e para situar o leitor na mitologia usada. Mesmo que o livro não seja tão grande em quantidade de páginas, eu entendo que a história dentro dele trabalha com vários elementos que nem todo mundo conhece e que realmente alguns precisavam ser explicados, como foi o caso da Kabbalah (eu não sabia nem o que era), mas essa parte foi quase um monólogo. '-'

Já uma das coisas legais do livro foi o personagem que tomou o posto de personagem-principal. Ele não faz parte da caravana do El-rei e se intitula como o "Filho do Vácuo", "um homem sem pátria, família ou religião". O interessante é que esse cara pode ser entendido como a junção de três religiões monoteístas, uma vez que ele é judeu, um cristão-novo e vive mais próximo do contexto muçulmano.

Enfim, com elementos de ocultismo a história do Carlos Orsi foca na aventura e me lembrou os escritos do Robert E. Howard, com suas aventuras de capa e espada, lendas ancestrais, um universo um tanto sombrio e cheio de ação.

site: http://paragrafosparagrifos.blogspot.com.br/
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Taverneiro 04/06/2017

Excelente novela Pulp
Para realizar uma vingança pessoal, Ibl Batil precisava de recursos. Para adquiri-los ele teve que fazer uma dívida de sangue com diversos povos e o pagamento era um só: a destruição da antiga cidade das Torres de Sangue. Para entrar nesse lugar ele vai precisar da ajuda da nobre portuguesa Teresa.

“Os árabes dizem que, antes de criar os homens, Alá deu o mundo a um grupo de sultões inumanos, muito mais sábios que qualquer pessoa da nossa espécie jamais poderia pensar em ser. Mas esses ‘sultões que precederam Adão’ de que fala o mito teriam utilizado a sabedoria para criar pecados e iniquidades tais que clamavam aos céus por vingança. Enojado, o Criador decidiu banir os sultões de sua presença. Para onde? Segundo alguns contadores de histórias, para a cidade das Torres de Sangue. ”

As Dez Torres de Sangue é uma novela escrita pelo Carlos Orsi e publicada pela editora Draco. Uma aventura no deserto que invoca todo o estilo pulp de exploração, aventura e perigo em uma misteriosa cidade no meio do deserto.

Nessa novela o autor utiliza toda a atmosfera de encanto do oriente árabe e um leve toque de Lovecraft para criar uma cidade ancestral fascinante: Antares, a cidade das Torres de Sangue. Os mistérios e horrores desse lugar criam um excelente misto de aventura e temor em quem lê. Os preceitos religiosos e os fragmentos de informações que temos de Antares foram muito bem balanceados para criar o clima de aventura de uma forma que me levou de volta as antigas histórias pulp de alguns contos de Robert E. Howard. ^^

Ibl Basil é um ótimo exemplo de herói pulp. Teve sua vida antiga “tirada” dele por um comerciante de escravos português. Para realizar a vingança contra esse homem ele fez uma dívida com diversos povos e tribos árabes: ele teria que entrar na cidade dos antigos sultões e descobrir uma forma de destruí-la.

Com todo esse clima clássico eu imaginei logo que a parceira dele, a Dona Teresa, teria uma representação aqui das antigas personagens femininas, bem “princesa precisando ser salva”, foi uma grata surpresa esse conceito ser posto de lado de uma maneira que se encaixou perfeitamente na narrativa. Ela acabou se revelando uma personagem muito interessante e peça-chave da trama.

Essa novela é uma ótima recomendação para quem quer uma história pulp de aventura e exploração, com mistério e um tom lovecraftiano. Se vocês curtem as histórias de Robert E. Howard (Conan, os contos da coletânea Rosto de Caveira…) ou se vocês são fãs de aventura e exploração, como Indiana Jones e A Múmia, vão curtir pra caramba essa história!

E Carlos Orsi é um baita autor nacional, tem muuuuitos livros bacanas de diversos estilos, tanto ficção científica quanto terror, aventura…. Tem pra todo gosto. Deem uma olhada nas obras dele, vale a pena! ^^

site: https://tavernablog.com/2017/06/03/as-dez-torres-de-sangue-de-carlos-orsi-resenha/
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Jéssica Nicoletti 22/04/2016

Que fraco. O livro é pequeno e a diagramação é imensa, quase não tem conteúdo. As cenas de ação vão ficando cada vez mais abstratas ao longo da narrativa (entendi nada do que aconteceu antes da cena final), a solução para o objetivo deles em antares foi totalmente ??? e o final só pode ser descrito como ruim (sem conclusão alguma e pegando da cartola personagens que não apareciam desde as páginas iniciais.
Comprei ele pela capa (que realmente é bonita) e pelo tema do deserto que sempre me atraiu.
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PorEssasPáginas 21/03/2016

Resenha: As Dez Torres de Sangue - Por Essas Páginas
“Sobre as nossas cabeças o sooool” – ops – apesar de ser no deserto não estamos em O Clone. Não, aqui a história é mais antiga, envolve feitiçaria, aventura e muita porrada. Estamos falando de As Dez Torres de Sangue – bora conferir?

As Dez Torres foi uma surpresa muito boa do autor Carlos Orsi, já resenhamos outro livro dele – Guerra Justa – e apesar de agradável não foi um livro que parou na minha estante ou que ficou associado a uma boa lembrança. Resolvi dar uma nova chance ao autor, já que ele tem livros curtos e fáceis de carregar para a praia!

Após algum derramamento de sangue inicial, somos apresentados aos dois personagens principais da história Suleiman e Teresa. Suleiman é um nômade dos desertos, traído por sua pátria e deixado para morrer nos calabouços de Salvador ele volta para se vingar daqueles que o traíram e para destruir as Torres de Sangue. Já Teresa, apesar de linda e cortês, na verdade é uma ladra habilidosa que irá ajudá-lo (não espontaneamente) em sua missão.

Suleiman e Teresa partem rumo as Torres de Sangue, no caminho Suleiman revela a moça seus motivos para destrui-la bem como oque exatamente as Torres representam – um mal ancião de uma raça a muito esquecida. Dentro da torre, escorpiões gigantes, sultões feiticeiros, estátuas vivas entre outras criaturas malignas aguardam nossos heróis ansiosamente.

Este livro me lembrou muito os contos de Conan do Robert E. Howard só que com uma aura totalmente árabe, talvez com a pequena falha de que Suleiman não ser tão carismático quanto o cimeriano e também parecer ser levado pelos acontecimentos. É uma aventura curta – 100 páginas e recheada de ação, armadilhas mortais e criaturas fantásticas e que capta rapidamente o leitor. Recomendadíssimo.

site: http://poressaspaginas.com/resenha-as-dez-torres-de-sangue
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Ricardo Santos 04/07/2015

Oriente Médio fantástico
Muitas vezes os catálogos das editoras escondem livros que merecem atenção. É o caso dessa novela do veterano autor nacional Carlos Orsi.

O livro se inspira na obsessão europeia pelo mundo árabe, muito em voga nos séculos 18 e 19. Governos e mercenários buscavam as riquezas materiais, e os artistas a beleza e a sabedoria milenares. Ou seja, os sentimentos pelos povos e culturas daquela região misturavam preconceitos e romantismo. Poucos estrangeiros procuraram entender de fato a dinâmica complexa, rica e multifacetada do oriente islâmico.

Na ficção, uma obra do período que ganhou fama de cult e maldita foi o romance Vathek, escrito pelo inglês William Beckford. Este livro curto e intenso nunca foi esquecido, ganhando a admiração de nomes como Byron, Lovecraft, Clark Ashton Smith, Borges e mais recentemente Roberto Bolãno.

Vathek é um produto do romantismo europeu, mas com um elemento novo, à época. A exploração do tema gótico, com seu clima sobrenatural, comum ao romantismo, é transportada para o ambiente exótico do mundo árabe. Então referências culturais, mitológicas e religiosas dos povos do deserto são adaptadas a uma história de terror europeia.

Vathek pode inclusive ser considerada uma obra preconceituosa por mostrar o árabe (essa generalização), acima de tudo, como um povo místico, feiticeiro e selvagem. Mas o que dificulta a total condenação do romance é a beleza e a força do texto. Para fãs de terror, este livro é um dos mais perturbadores. Para os amantes da literatura em geral, o livro é um dos mais instigantes, criando um mundo fascinante e sombrio.

Ao lermos As Dez Torres de Sangue, a referência a Vathek se torna imediata. Não que a novela de Orsi seja uma mera cópia. O autor brasileiro com certeza leu Vathek, tomando-o como inspiração. Sua história faz ligação entre Brasil, Portugal e o mundo árabe. Depois de sofrerem um naufrágio, um nobre português, sua irmã e um mercenário francês caem nas garras de um homem do deserto. A partir daí, começa uma aventura por terras estranhas.

O que a princípio se mostra como uma trama realista, apenas histórica, logo revela seu componente fantástico.

O texto é muito agradável de ler. A trama é movimentada, cheia de reviravoltas, algumas convincentes, outras não. Apesar de sua carga de mistério e horror, não chega a ser tão sombrio quanto Vathek. Tem um clima de aventura de Sessão da Tarde, de filmes com efeitos especiais do mestre do stop-motion Ray Harryhausen.

O maior problema do livro é que ele não subverte a lógica colonialista de por o europeu no centro das atenções. Protagonistas brancos são a esperança para resolver uma agenda local, problemas que os próprios árabes deveriam ter a capacidade de solucionar.

O livro vale a pena por seu ritmo e pelos melhores momentos de interação dos personagens. É algo que se lê de uma sentada.
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Vick 21/01/2015

Eu me diverti.
Devo confessar que a vontade de ler este livro veio do nome: "As 10 Torres de Sangue" me fez pensar em uma grande saga com vários obstáculos, personagens e um desfecho arrasador. Essa expectativa, porém, não foi atingida mas mesmo assim me diverti muito. Vejo muita gente comentar que "parece videogame", como se fosse algo ruim. Parece, na verdade, que Uncharted encontra com Bradbury para uma "rapidinha". Diverti-me bastante e fiquei agoniada em várias cenas - uma de afogamento em especial, sobre a qual não darei detalhes.

Bastante aventura e fantasia, entretenimento despretensioso pra curtir ao invés de Faustão no seu fim de domingo.
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Interaubis 19/01/2013

Terrível, mágico, ancestral
Eu li esse livro quase de uma sentada e não tinha nenhum conhecimento sobre a história antes de começar a ler. Por isso vou mencionar um mínimo da trama para não estragar a descoberta que é ler uma história bem contada escrita por um autor experiente e que tem ótimas idéias ao desenrolar este enredo que soa medieval muito embora a história pareça atemporal.

O personagem principal por si só merece um livro todo próprio coisa que certamente o autor Carlos Orsi deve ter pensado, se já não estiver fazendo. Judeu, cristão e muçulmano, cada fé dessas em uma de suas vidas aventurosas, ele conduz a trama segura e como qualquer herói que se preze precisa salvar o mundo com a ajuda da mocinha. E o perigo é terrível, mágico, ancestral.

Recomendo para todo mundo que gosta de ler aventuras interessantes esse pequeno mas potente e criativo livro que tem sua história desenhada sobre um dos símbolos da criação do universo de acordo com a tradição cabalística: sefirot, a árvore da vida.
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Sci Fi Brasil 23/08/2012

Mais um livro fraco de Carlos Orsi
Até hoje, não consigo entender como o nome de Carlos Orsi circula entre os dos melhores escritores de ficção científica/fantasia no mercado editorial brasileiro. "As Dez Torres de Sangue", assim como "Guerra Justa", é literatura passável.

Com jeitão de videogame (alô, Uncharted), a obra tem uma proposta interessante, mas se esfacela numa sucessão de cenas de ação inverossímeis, vilões bidimensionais e escrita excessivamente simplista.

Não recomendo a absolutamente ninguém.
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Antonio Luiz 20/06/2012

Uma aventura cósmica apenas mediana
Apresentada como puro entretenimento, a novela (no sentido de romance curto) de fantasia "As Dez Torres de Sangue", de Carlos Orsi, atende em alguns aspectos a essa expectativa. A narrativa é fluente, o ritmo é adequado a uma história de aventura com toques sombrios e os protagonistas têm personalidade suficiente para sustentá-la. Deixa a desejar, porém, a quem pede consistência e verossimilhança, tanto no que se refere à ambientação histórica quanto na construção das peripécias.

A aventura se passa no reinado de D. João V, ou seja, entre 1706 e 1750, e começa por um naufrágio na costa da África – aparentemente na atual Mauritânia – de um navio que levava uma certa Dona Teresa para um casamento em Goa. Uma amostra da prosa do autor:

"A garota, pelo menos, estava intacta. O pensamento fez François sorrir. Afinal, os Rouens haviam chegado a Portugal ainda durante as Guerras de Reconquista, e desde então nenhum nobre português jamais tivera motivos para se queixar dos serviços prestados pela família. E François não tinha a mínima intenção de ser o primeiro a fracassar em uma missão. Se Dom Manuel estava disposto a pagar para que sua irmã – uma jovem bastarda, que só havia sido apresentada à aristocracia após a morte do patriarca d família, meses atrás – chegasse sã e salva a Goa, um Rouen cuidaria disso.

O braço, ferido dias atrás em uma escaramuça com negros caçadores de escravos, continuava a doer. A flecha, de ponta triangular, farpada, deixara um corte profundo e de cicatrização lenta – se é que algum dia a ferida viria a cicatrizar de fato.

- O que vamos comer? – perguntou Dom Manuel. O homem não seria mais velho que o próprio François, mas era nitidamente menor, mais gordo (agora, depois de tantas privações, mais flácido), mais fraco. E mais covarde. O mercenário imaginou, por um instante, se todos os nobres portugueses dignos do título já não teriam morrido nas colônias, deixando o império nas mãos de trastes como aquele".

Aqui se percebe o primeiro tropeço. O bravo guarda-costas descende de franceses que servem à nobreza portuguesa desde a Reconquista (ou seja, desde antes de 1249, quando se completou a conquista do Algarve), mas se chama François Rouen, como se acabasse de desembarcar da França de Luís XV. Por que isso? Não dá para imaginar que uma família de origem francesa vivesse por meio milênio em Portugal sem se aportuguesar nos nomes e nos modos. Será que o autor, que reserva o papel de poltrão ao irmão de Teresa, sente tanta dificuldade em associar um nome em português a um personagem corajoso e competente?

O próximo estranhamento vem ao se revelar que o verdadeiro nome judeu de um personagem vindo do Brasil que mantinha essa religião sob o disfarce de cristão-novo é “Salomão Gross”. Hoje esse poderia ser o nome de um judeu asquenaze brasileiro, mas no século XVIII seria absurdo. Os cristãos-novos brasileiros e portugueses descendiam de judeus sefarditas (ibéricos) e seus sobrenomes, verdadeiros ou falsos, eram portugueses ou espanhóis (como no caso dos filósofos Uriel da Costa e Baruch Espinosa). Sobrenomes germânicos só foram impostos aos judeus da Europa Central a partir de um decreto do Império Austríaco de 1787 – antes disso, estes só usavam patronímicos (ben- ou bar-, ou seja, “filho de”, seguido do nome do pai).

Ainda mais estranho é ver esse personagem que viveu entre o Brasil, Portugal e o Saara, afirmar que “mandou fazer uma faca no Afeganistão” (país que sequer existia como tal) como se vivesse na era da internet e do cartão de crédito internacional. E um pouco adiante, depois de falar à cristã Teresa sobre a “Árvore da Vida” dos cabalistas, afirmar que “nós censuramos algumas partes do Velho Testamento antes de passá-lo para vocês”. Ora, o cristianismo não foi uma cultura estrangeira à qual os judeus “passaram” o que quiseram de seus escritos, mas é um rebento do judaísmo antigo, que continuou a veneração dos mesmos livros sagrados e lhe acrescentou outros. O judaísmo, por sua vez, continuou a criar seus textos religiosos, inclusive o Talmude e a Cabala. Esta tradição jamais foi ou se disse parte da Tanakh, que é como os judeus chamam o que os cristãos conhecem como “Velho Testamento”: pretende ser uma tradição esotérica oralmente transmitida desde a Antiguidade (embora seus escritos datem da Idade Média) para a interpretação do mesmo.

O autor mistura uma pitada de cabalismo judeu (a estrutura da Árvore da Vida e de suas dez sephiroth, não muito aprofundadas) com outro tanto da obscura tradição muçulmana dos “sultões pré-adamitas”, cujo registro mais autorizado é uma citação pelo persa Zakariya al-Qazwini, cientista e precursor da ficção científica do século XIII, mas que é mais conhecida no Ocidente pelo romance de fantasia oriental "Vathek", do inglês William Beckford (1786). Segundo essa lenda, os jinns (gênios) habitaram a Terra por dois mil anos e tiveram quarenta ou 72 sultões antes de Alá decidir criar Adão e Eva, o que levou parte deles a se rebelar sob a liderança de Iblis, o equivalente muçulmano de Lúcifer ou Satã.

Na versão de Orsi, porém, os sultões pré-adamitas são inimigos tanto de Deus quanto de Satã e manipulam a cabala para nada menos que aniquilar o Universo – não só a Terra, mas as estrelas e galáxias –, divertindo-se com torturar humanos enquanto não atingem sua meta. Seu líder é Kadmon, que na tradição cabalista é simplesmente o “homem primordial”, o ideal original, celestial e andrógino, de humano que serviu de modelo a Adão e Eva. É uma mistura de metafísicas e motivações que não faz muito sentido nem dá boa liga. Serve apenas para pintar os “sultões” como vilões absolutos, que precisam ser detidos pelos heróis a qualquer custo.

E quando começa a se chegar à sequência decisiva da aventura, é um pouco desapontador perceber que a resolução desse drama de proporções cósmicas se reduz a um videogame banal. O leitor chega a se perguntar onde está o seu joystick. Para atingir seu misterioso objetivo, os heróis precisam entrar numa complicada galeria por baixo da mística cidade das “Dez Torres” – uma dungeon, no jargão dos jogadores – formada de compartimentos com monstros ou outros desafios cada vez mais estranhos e impressionantes, superados de forma implausível fora do contexto de um joguinho.

Por exemplo, é preciso cortar uma grade de ferro debaixo d’água, enquanto se prende a respiração – e não com uma ferramenta adequada, mas com uma cimitarra. E os tais sultões pré-adamitas, poderosíssimos, foram capazes de criar uma corrente imensa e indestrutível, cada elo da qual “do tamanho de uma carroça”, mas lhe colocaram uma tranca modesta, como que feita especialmente para ser aberta por um arrombador humano provido de uma trivial coleção de gazuas.

Carlos Orsi já mostrou habilidade em textos que variam do terror lovecraftiano à ficção científica, incluindo, por exemplo, a ótima antologia "Tempos de Fúria" (Novo Século, 2005). Desta vez deixou impressão de uma obra apressada e um tanto desleixada. Mesmo como passatempo para um dia chuvoso ou uma entediante viagem de avião, teria se beneficiado muito de uma pesquisa histórica e religiosa um pouco mais aprofundada, de um mais complexidade na construção dos antagonistas e de originalidade e verossimilhança na concepção dos desafios e suas soluções.
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