Os Reis do Rio

Os Reis do Rio Rafael Lima




Resenhas - Os Reis do Rio


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Daniele.Braga 01/06/2017

Um livro escrito por um adolescente de 15 anos...
Olha, eu fiz questão de fazer conta no Skoob depois de descobri-lo só para fazer resenha desse livro: Os Reis do Rio é a obra de ficção científica mais tosca que já vi na minha vida.

Peguei o livro em um sebo por R$ 5 porque nunca tinha visto um livro de ficção científica brasileiro. Estava entrando de férias, a sinopse era interessante (apesar de clichezona) e fui testar. MEU DEUS.

A história parece uma daquelas campanhas de RPG subdesenvolvidas, uma colcha de retalho de ideais boas isoladamente, mas que não são nem um pouco coesas. A narrativa é pobre. Não digo nem de falar palavras rebuscadas ou coisa do gênero, digo pobre por ser fraca e sem propósito mesmo. Todas as decisões de todos os personagens são extramente convenientes para a história, apesar de não fazer sentido nenhum no mundo real. A resolução final é tosca demais.

A única coisa que se salva é a ideia de um Rio de Janeiro pós-apocalíptico. Quem é da cidade vai curtir as referências a alguns lugares. Fora isso, é lixo nuclear de quinta categoria.
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Sci Fi Brasil 24/04/2013

Decepção...
Sem spoilers, "Os Reis do Rio", de Rafael Lima, é um contínuo de cenas de ação sobrepostas e pouco desenvolvimento dos personagens, muito bidimensionais. O ritmo parece meio esquizofrênico e artificial, os acontecimentos se sobrepõem com manobras literárias que ficam evidentes demais quando deveriam ficar pouco perceptíveis ao leitor

"Os Reis do Rio" tem algumas poucas páginas de um começo promissor. Ao contrário dos textos pouco elaborados que, em geral, se vê na ficção científica brasileira, o autor tem um texto leve e acessível sem ser simplório, o que é um excelente começo - e atributo em falta na nossa literatura de fantasia.

Se o texto é bom, o problema é a história.

O que se vê o tempo todo é ação/personagens em perigo/alguém os salva/o contexto muda/ação/personagens em perigo/alguém os salva. A história toda parece mal imaginada, como se o autor tivesse tentado alongá-la mais do que deveria. Ao invés de emocionantes, as cenas de ação se tornam repetitivas e cansativas.

É difícil manter algum vínculo com os personagens, já que o desenvolvimento deles é muito ralo e tudo parece tão superficial. No começo do livro, uma senhora vê a moça que criou ir embora para uma morte certa em Iraputã - a cidadela da organização Radius - e trata aquilo com tanto desdém e pouco caso que chega a ser chocante. E não é só nisso, todos os personagens parecem movidos por alguma motivação quase nula e completamente absurda.

Algumas cenas simplesmente não fazem sentido algum. Uma criança pequena consegue enfiar uma faca na nuca de um assassino (!) e seus companheiros, que o aguardavam do lado, não fazem nada. A cada dez páginas aparece um novo mexican stand-off (um grupo de pessoas apontando armas uma para as outras), recurso narrativo até interessante, mas usado com exagero aqui.

Um ponto positivo dos "Reis do Rio", que inclusive foi a razão pela qual lhe dei duas estrelas, é a ambientação. O cenário do Rio de Janeiro pós-nuclear é bem imaginado, apesar de ser pouco crível que o Brasil tenha sido alvo de ogivas nucleares durante um conflito entre China e Estados Unidos.

Outra coisa que incomoda é a semelhança EXCESSIVA do livro com o jogo Fallout 3, da Bethesda, lançado há dois ou três anos, não tenho certeza. Desde os conceitos até os personagens são idênticos. Seria melhor que o autor não abusasse tanto da inspiração, ficou descarado.

Enfim, eu poderia apontar mais algumas bizarrices de "Os Reis do Rio", mas é melhor eu parar por aqui. Para quem é fã de cyberpunk e ficção científica nacional, vale pela curiosidade. É uma leitura curta, o que ajuda quando a obra não é lá tão boa

Uma pena...
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Pablo Grilo 23/12/2012

Samba distópico
Há pouco tempo eu tinha prestado atenção e ficado de olho no romance de Rafael Lima, Os Reis do Rio, lançado pela Editora Draco na metade deste ano. O motivo é um só: se passa em um mundo apocalíptico anos após um inverno nuclear, mas nesse caso não é em uma pequena cidade estadunidense, a trama se passa em um Rio de Janeiro destruído por armas nucleares. Sim, isso mesmo, o ambiente de um futuro nuclear é o Rio de Janeiro. Só pela coragem de colocar a realidade de uma cidade brasileira neste mundo varrido pelas bombas o livro já merece ser lido e o autor parabenizado.

Pequena sinopse: William Costa, mais conhecido como Will, sai em busca do seu irmão Eduardo, que foi sequestrado pela Radius, organização que reina sob o caótico Rio de Janeiro de 2189. Morador do bairro afastado de Grota IV, Will sai acompanhado de Lia, namorada de Edu e Ulisses, um tiziu, rumo a cidadela de Iraputã, base da Radius, na aparente missão suicida de resgatá-lo, entre armas de plasmas e harpias.

O livro tem uma leitura bem ágil e um bom ritmo. O ótimo trabalho de edição priorizou as cenas dramáticas e de ação, permitindo com que a narrativa diminua em poucos momentos para voltar ao crescente logo depois. Em especial, a sequência do bosque descrita no capítulo 7 é simplesmente de tirar o fôlego, uma das mais bem escritas cenas de ação em um livro que eu já li, o Jackson vai adorar o massaveístico da cena. Entretanto, duas ressalvas: boa parte das cenas de ação ao longo do livro poderiam ser um pouco mais descritivas ao invés de contadas, p. ex, na página 201, ao invés de “Pelo retrovisor, o [...] viu os [...] dispararem mais algumas vezes. Depois, executarem [...] com uma bala na cabeça”, Rafael poderia relatar que: “viu pelo retrovisor chegarem perto dele, aproximarem a arma e atirar na sua cabeça”; outro incômodo é a falta de explicações posteriores para as siglas que aparecem constantemente durante a narrativa, p. ex: GTOE, RRL, por várias vezes o leitor pode vir a se confundir e se esquecer o que elas são.

Outro ponto positivo são os diálogos. O autor abusa de expressões atuais da realidade dos cariocas, tornando a maioria dos diálogos coloquiais que soam verídicos para o leitor, eis um exemplo: “Vou esquentar uma carninha de gato. Você quer?” (pág 193). Talvez quem não for muito familiarizado com o carioquês pode se sentir incomodado. Também há poucos diálogos que soam falsos, mas são poucos, p. ex, na explicação de um personagem (pág 139), que apesar de interessante é explicativa demais. Vou evitar colocá-la aqui para não dar spoilers.

Quem conhece o Rio de Janeiro vai gostar bastante de saber o que aconteceu com os principais pontos turísticos da cidade. Novamente, para não estragar a experiência do leitor, vou evitar colocá-los aqui, mas saiba que os principais pontos estão lá, e o que aconteceu a um deles em especial é simplesmente fantástico. Para quem não conhece a geografia da cidade, faltou um mapa para situar melhor o leitor, o que pode ser um incômodo.

Por último, a obra é muito bem escrita e a narrativa fluente deve agradar. Temos ao longo do livro alguns trechos interessantes, tais como: “o [...] sentia-se, de uma forma jamais experimentada, livre para fazer o que sabia de melhor. O que nascera para fazer. Livre para escrever, naquele terreno maculado por gritos de dor, sangue e cheiro de carne queimada, seu poema mais belo. Cada farda negra tombada, um verso, que rapidamente formavam estrofes, repletas de tropos fumegantes” (pág 253).

Porém, para quem busca maiores reflexões, faltaram mais camadas no livro. Relacionando com The Walking Dead, que após o arco da prisão se revela a premissa do Robert Kirkman: os vivos são piores ameaças aos sobreviventes do que os próprios zumbis em um mundo pós-apocalíptico, aqui faltou uma maior reflexão do autor com a obra, ou perguntas e/ou questionamentos maiores que poderiam ser gerados a partir de alterações nas situações chaves ao longo do livro.

Mais um ponto para a Editora Draco pelo excelente tratamento gráfico da capa e competente acabamento das partes internas, deixando a leitura agradável, ainda mais com o tipo de papel escolhido; e também por apostar no livro do Rafael Lima, ampliando mais ainda o seu já extenso catálogo de literatura especulativa.

Vale a leitura? Sim, se o leitor for do Rio de Janeiro ou familiarizado com a geografia e os costumes cariocas, ou simplesmente para quem quiser aproveitar a experiência de um mundo pós-apocalíptico no Brasil, o livro é bastante abrangente, não se restringindo ao nicho pós-apocalíptico.

Nota 06/10.
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Leitor Cabuloso 21/12/2012

http://leitorcabuloso.com.br/2012/12/resenha-os-reis-do-rio/
Um livro que deveria ser maior. Não para alongar uma leitura boa, mas para que o autor conseguisse desenvolvê-la.

Os Reis do Rio se passa em 2189 onde o Rio de Janeiro foi atingido por mísseis nucleares e perdeu quase todo o seu brilho. Digo quase todo porque algum brilho restou nos cariocas.

O Rio é governado pela Radius com fogo e ferro e um programa chamado “Purificação”, mas que podia ser “lavagem cerebral” e os Libertos tentam lutar contra isso.

Como todo o cenário foi destruído, algumas pessoas moram embaixo da terra, em antigos abrigos nucleares agora chamados de Grotas.

Na Grota IV há uma presença estranha: Os Sombras, a elite da Radius. Eles estão lá para pegar um adolescente, Edu, e o levam. Mas por quê? Para quê? Will, irmão de Edu quer essa resposta e decide ir atrás do irmão, decide viajar para Iraputã a sede da Radius, uma missão suicida. Lia, namorada de Edu, decide seguir Will apesar do rapaz não gostar da idéia. Na saída da Grota encontram Ulysses um rapaz calado e quieto, mas que guarda uma sede de sangue enorme. Por ter essa sede, sair da Grota naquele momento foi muito útil.

E assim começa a viagem dos três adolescentes em direção a um destino desconhecido em um mundo destruído.

A idéia do livro é muito boa e o começo nos prende completamente. O autor nos joga vários mistérios de uma vez o que nos deixa ávidos para a leitura.

Mas infelizmente isso muda. Acho que já comentei, mas uma coisa que prezo bastante em um livro são seus personagens e como são desenvolvidos. Reis do Rio peca nisso. Eu não consegui gostar de nenhum personagem – Ulysses me interessou bastante no começo, mas nem ele, um personagem que tinha tudo para ser foda, não o foi. E quando você não gosta dos personagens, fica alheio aos acontecimentos.

Outra coisa que me incomodou foi a conveniência de certas cenas. Logo no começo um personagem apareceu e ajudou os rapazes, mas de repente… sumiu. Fiquei esperando ele aparecer e ser o salvador, mas não aconteceu. Parece que o autor simplesmente o deixou de lado. Em outras ocasiões, os acontecimentos que envolvem os adolescentes são totalmente alheios com o cenário ao redor. O autor deixa de lado as pessoas que estavam ali e que poderiam interferir, para que as coisas dessem certo.

Mas calma, o livro não é de todo ruim. O cenário no Rio de Janeiro foi bem construído. Se você conhece a cidade maravilhosa, vai se identificar com os adolescentes passando por certos lugares e mesmo se não conhecer, vai gostar.

Outra passagem interessante é onde os Lobos aparecem. Criaturas metade orgânicas, metade máquinas: quimeras. A cena que elas tomam conta é eletrizante.

Bem, acho que vocês entenderam o porquê do “Um livro que deveria ser maior”. Acho que se o autor tivesse desenvolvido mais a história e principalmente os personagens, seria um livro 10x melhor. As coisas acontecem muito rápido, infelizmente.

Por esse motivo, o livro leva 3 selos cabulosos. Como sempre dizemos por aqui, essa é minha opinião. Você pode ler o livro e se identificar com os personagens, gostar do desenvolvimento. Não me arrependi de ter feito a leitura de Reis do Rio, só achei que ela poderia ser mais desenvolvida.
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Saleitura 27/09/2012

Os Res do Rio - leitura e resenha Marcelo Daltro
Qualquer um que ler a sinopse deste livro pode pensar: “Mas que salada mista! Será que isso dá certo?” Pode acreditar, dá certo sim. O livro tem diversos pontos interessantes a serem destacados.
É um romance de ficção científica pós-apocalíptica passado no Brasil, o que é não tão comum de ler. A ambientação, um Rio de Janeiro decadente e destruído, é superinteressante, principalmente para quem é carioca, que vai conseguir identificar as referências com facilidade, mas isto não limita a obra. Pessoas de outras regiões também vão curtir, principalmente os famosos cartões postais da cidade com esta nova visão.
Por ser desenhista, a minha leitura é sempre muito visual, e sempre procuro fazer correlações a obras e filmes (e outras mídias) que já li ou vi. O Rio de Janeiro descrito por Rafael Lima é uma mistura de The Warriors (1979) e Fuga de Nova York (1981), com uma pitada de 1984 de George Orwell.
Em meio a anarquia pós-nuclear, a cidade divide-se três grupos principais: a Radius, mistura de ordem política e seita religiosa, sediada em Iraputã, cercada e fortemente armada que “governa” a cidade, que limita seu território a poucos eleitos, mas que mantém terror sobre o restante da população; as gangues que lutam poder nos territórios que restaram; e os Libertos uma organização paramilitar que visa retirar a Radius do poder e levar a liberdade para os cariocas, que tem seu principal aliado a rádio R.R.L. (Rádio Rio Livre) que propaga suas ideias, e no meio deste fogo cruzado a população restante, sobreviventes que tentam levar sua vida comum.
Os personagens principais William, Lia e Ulysses, vivem em uma destas áreas restantes a Grota IV (um dos locais construídos como abrigos nucleares), tendo sua vida transformada após o rapto de Edu. Na busca pelo rapaz, a vida que eles conhecem vira de ponta cabeça, e na sua viagem da Grota (Grota Funda) à Iraputã (Centro), eles vão passar por vários desafios e enfrentar, e às vezes serem auxiliados, por tipos bizarros, senão grotescos, enquanto vamos nos aprofundado mais neste mundo estranho e fascinante. Os quatro se veem presos em uma trama maior, que irá desencadear em uma grande batalha que decidirá o destino da cidade. O final surpreende o leitor e deixa uma mensagem positiva, em meio a tanta perda.
A ação é vertiginosa e a leitura da trama prende o leitor. A narrativa é muito dinâmica, senão cinematográfica, e os elementos dispostos na trama poderiam resultar em outros projetos: filme, história em quadrinhos ou jogo para videogame / computador.

Um excelente livro para os amantes do gênero e também para aqueles que vencerem a resistência para temas deste tipo.

Resenha feita por Marcelo Daltro

http://saletadeleitura.blogspot.com.br/2012/09/resenha-do-livro-os-reis-do-rio-de.html
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Samara MaiMa 24/09/2012

DESIGN

Achei a capa bem interessante com a ilustração que também abrange a quarta capa e mostra um dos símbolos mais marcantes da cidade do Rio de Janeiro. Mas preciso confessar que demorei para perceber que o detalhe dentro da letra "O" de Rio era o Cristo Redentor quebrado. Acredito que se a imagem tivesse um pedaço da cabeça ficaria mais óbvia a referência.

Achei o tamanho das orelhas do livro um pouco pequenas e desproporcionais para a largura da capa. Eu acrescentaria pelo menos mais 1cm, que inclusive ajudaria a aumentar a mancha do texto da orelha.

O miolo é bonito, com uma textura na borda das páginas que dá um efeito de "sujeira". As aberturas de capítulo tem o mesmo detalhe do "O" da capa do livro, além do título.

A mancha é boa mas, como a lombada é grande, a margem interna precisa ser maior do que a externa. Quando você está na metade do livro, com um grande volume dividido em cada lado, é totalmente adequado. Mas nas páginas iniciais/finais fica visualmente estranho.

Eu particularmente preferiria que o papel pólen fosse mais fino, a versão "bold" deixa o produto final muito pesado.

Apesar da fonte "grande", o texto praticamente não tem problemas de revisão e, no todo, é um bom projeto gráfico.

HISTÓRIA

Preciso começar esta resenha dizendo que fiquei agradavelmente surpresa com Os Reis do Rio. Rafael Lima conseguiu me convencer com o seu futuro distópico para o Rio de Janeiro, e também para o mundo.

Depois da Guerra dos Três Dias e que várias bombas nucleares explodiram em diversos locais do mundo, a humanidade se reergue à sombra do governo ditatorial e seletista da Radius. Os humanos que não são radianos sobrevivem à margem da sociedade em agrupamentos, nos escombros do que sobrou da guerra e em abrigos nucleares chamado de Grotas.

Em uma noite, um grupo de elite de oficiais entra na Grota IV e sequestra Edu, irmão de Will. O menino decide ir até a central da Radius para recuperar seu irmão. Junto com Lia, a extremamente teimosa namorada de Edu, e Ulysses, um rapaz com toques de sadismo e sociopatia, Will sai de Grota IV e se compromete a salvar o irmão. Sem nenhum plano, armado com uma pistola, e cheio de coragem.

Desse ponto em diante o livro segue numa alucinante e frenética busca para chegar até a Radius. Com muita ação, descrições detalhadas do ambiente e das movimentações dos personagens, Os Reis do Rio é uma história ágil, violenta e agressiva de futuro.

Os personagens são carismáticos mas confesso que meu favorito é Ulysses. Pena que no terço final da história ele perde um pouco de presença. Afinal, são tantos novos personagens que são agregados com muitas informações novas a serem passadas, que fica impossível de manter o foco em todos eles.

Com muitas reviravoltas e ação ininterrupta, tive a sensação que a história inteira aconteceu em um grande e longo dia, apesar de na verdade provavelmente terem sido três. Isso foi uma das poucas coisas que me incomodaram no livro. Desde o momento que Will sai da Grota a história entre em um clímax ininterrupto até a última página. Fora um único momento protagonizado por Ulysses, pareceu que os personagens e, consequentemente, o leitor estão em um momento "eterno" de tensão. Até me pergunto se numa situação real tanta tensão e revelações sem um tempo para relaxamento/contemplação não atrapalharia o entendimento do que estava realmente acontecendo. O.o

Outra coisa que fez muita falta para mim foi um mapa. Apesar de ser carioca, nem todos os locais que Rafael cita no livro foram tranquilos de localizar. Principalmente os que ele alterou de alguma forma o nome. Por exemplo, não consegui descobrir direito onde era o Marco Zero, aonde caíram as bombas. Sobre as bombas, mesmo passando muito tempo desde a guerra, não é comentado nada sobre se houve sequelas de radiação na cidade.

Com um final um pouco corrido (com um gancho para uma sequência), mas toda uma história instigante e inovadora, Os Reis do Rio é um forte, importante e bem-vindo representante da ficção distópica no cenário literário brasileiro.

Até a próxima! o/

Gostou da resenha? Então fique à vontade para visitar meu blog e ler todas que já escrevi. Parafraseando Livros: http://www.parafraseandolivros.com.br
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Cristiano Rosa 26/08/2012

Diário CT: Os Reis do Rio
Um mergulho no Rio de Janeiro em meio ao caos. É assim um resumo rápido de Os Reis do Rio, obra de Rafael Lima publicada recentemente pela Editora Draco. O livro, uma cortesia do autor ao blog, tem exatas 300 páginas e é dividido em 25 capítulos, entre um prólogo e um epílogo, com um interlúdio. A capa é simples, assim como sua diagramação em papel pólen bold, fazendo o livro parecer grosso.

A trama acontece em apenas três dias, de 17 a 19 de janeiro do ano de 2189, em uma época sem políticos nem democracia, em que organizações com alta tecnologia tentam dominar o mundo a qualquer custo, e passando por cima de tudo e de todos. Extremamente carioca, o vocabulário, com gírias e palavrões, ajuda e incita o leitor a se ambientar melhor na história.

O protagonista é Will, que ao lado da amiga Lia e do amigo Ulysses, vão em busca do seu irmão Edu, que fora sequestrado. Para chegar até ele, contam com a ajuda de muitos coadjuvantes importantes à narrativa, fundamentais até. E aliado a tudo, uma rádio e seu cronista retratam o momento em que todos (sobre)vivem.

Traições, lamentos, revelações, desconfianças, arrependimentos, mortes e muito sangue fazem do enredo do livro uma mistura de aventura com drama, romance com suspense. Will, Lia e Ulysses – tratados como mulato, morena e negro, respectivamente -, resgatam Edu no meio da trama, porque ir ao seu encontro era só metade do caminho, pois o retorno seria outro passo difícil de ser realizado.

Descobertas pessoais acontecem no decorrer da história, mexendo com os sentimentos dos personagens e fazendo-os confundirem razão com emoção, o que por vezes se manifesta em atitudes que mudam o rumo das coisas. O Rio de Janeiro serve de cenário para essa ficção científica urbana distópica, com a tecnologia na cidade em um futuro de condições de vida opressivas e insuportáveis.

É um gênero diferente, que não tira o leitor de seu solo firme, pois traz elementos ao seu mundo fazendo-o imaginar situações extremas com base na sua realidade, ou em uma possível realidade. O ritmo da leitura é alternado, com momentos que prende mais e outros menos, e muitas reviravoltas, deixando até mesmo o leitor meio tonto com os acontecimentos tão rápidos e com alguns poucos exageros.

Personagens entram e saem da trama seguidamente enquanto os personagens se deslocam de São Sebastião a Iraputã, e quando se soluciona uma questão do enredo, outra já aparece, e assim ocorre ao longo do livro. A batalha final é bem narrada e a descrição é na medida certa, dando uma ótima ambientação à história; e o desfecho, passado dois meses após os ocorridos, revela os Sobreviventes com seus olhares ao horizonte que restou nas pedras do Arpoador.

A obra Os Reis do Rio foi bem imaginada e escrita, situações-problemas e personagens de um futuro que talvez não esteja tão distante assim atraem o leitor e o fazem ter bons momentos de entretenimento e lazer durante a leitura. Um livro em sua essência curto, crítico e cultural. Vale a pena ler e viajar a um Rio singular e se aventurar pela cidade em busca do futuro.

Fonte: http://www.blogcriandotestralios.com/?p=18230
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