Assim Falou Zaratustra

Assim Falou Zaratustra Friedrich Nietzsche




Resenhas - Assim Falou Zaratustra


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Jivago 11/09/2018

"Um livro para todos e para ninguém"
Se resta alguma dúvida quanto à assertividade da filosofia nietzscheana, ela com certeza é abandonada nas primeiras páginas de "Assim falou..." através de sua riquíssima exploração da linguagem e construção de metáforas e imagens poéticas. Considerado por muitos o canto trágico de Nietzsche, a obra representa, em formato semelhante às parábolas bíblicas, a vida de Zaratustra em um movimento dialético de ensinamento e aprendizado. Mas o que busca aprender aquele que prega a doutrina do super-homem (übermensch)? O alvo de Zaratustra é a velha constituição do homem moderno cindido entre bem e mal, cindido pela moral moderna, pelo culto à racionalidade e a fé na vida do além. O obra constitui-se como síntese de um movimento de superação. Como apregoa o próprio Zaratustra "O homem é uma corda estendida sobre o abismo entre o animal e o super-homem". Todos os elementos que remontam à crítica ao cristianismo estão presentes: valorização da terra, em detrimento de uma vida do além; o apelo de Zaratustra para que seus discípulos o superem e encontrem seu próprio caminho; a apologia do corpo como veículo máximo de expressão do indivíduo e a busca pela superação da noção de Deus que encarna, à reboque, toda a moralidade moderna. O livro é, por fim, uma conquista poética que se desvencilha dos demais estilos empregados por Nietzsche e que dá corpo as principais ideias do filósofo: vontade de potência, super-homem, eterno retorno do mesmo e morte de Deus. É um marco da filosofia alemã e ocidental que deve ser lido e apreciado como tal.
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