Cristina Henriques 19/01/2014Emily se casou com Adrian, o conde de Folbroke, porque sempre o amou e esperava que ele passasse a amá-la com o tempo. Mas parece que para Adrian o casamento foi só um acordo entre suas famílias, sem sentimentos envolvidos. Tanto que, depois de pouco tempo casados, ele parte para Londres deixando Emily no campo. Ela fica sozinha durante 3 anos, cuidando da propriedade, acreditando que o marido não a amava, estava vivendo com amantes, sem nem se lembrar dela.
Mas, por conta das insinuações de Rupert (o herdeiro do título de Adrian se não houver descendentes), sua posição está ameaçada. Precisa fazer com que o conde volte para casa ou, pelo menos, a engravide para que ela possa continuar sua vida.
Ao chegar a Londres ela encontra o marido agindo como um boêmio: dorme tarde, acorda tarde, bebe demais, joga, se mete em tavernas imundas e se envolve com mulheres. Está destruindo sua vida e o motivo é uma cegueira hereditária que está avançando e ele decide aproveitar até não suportar mais quando, então, terminará com sua vida.
Ela vai buscá-lo num desses antros, mas acaba se metendo em confusão e é salva pelo marido, que não a reconhece, mas se sente atraído pela mulher. O amor que Emily sente por Adrian reacende instantaneamente. Ela vai fingir ser uma estranha e se tornará amante do próprio marido. É sua oportunidade de passar os sonhados momentos sensuais ao lado dele e, com sorte, também engravidar e resolver o problema com Rupert.
Estória ruim. Não gostei.
A mocinha é boa: inteligente, determinada, auto-suficiente, corajosa. Aceita a vida que leva pelas convenções da época. Tinha esperanças de ser amada pelo marido, mas estava resignada, sabia que ele não a amava quando se casaram. Só resolveu ir atrás dele porque poderia perder a propriedade na qual trabalhara tanto e, é claro, tinha a esperança da reunião do casal.
Agora, o mocinho é um babacão. Que raio de herói é esse que abandona a mulher para viver na esbórnia e curtir la vida loca até dizer chega só porque está cego? Como ele mesmo diz no livro “o problema são apenas meus olhos. O resto de mim é bastante saudável". Ele tinha um cérebro e um corpão que funcionavam muito bem, podia se adaptar e ajudar na administração da casa. Da mesma forma que alguém lia as cartas do jogo para ele e escrevia seus bilhetes, alguém poderia ler os relatórios da propriedade e escrever as decisões que ele ditasse, ele poderia ajudar Emily. E, se o grande problema para ele era gerar um filho com a mesma doença, o idiota poderia usar com a esposa o preservativo que usava com as peguetes. Fica com a mulherada, mas leva a pintura da mulher no bolso? Me poupe! Ai que raiva de mocinho covarde, fracote! Não deu pra engolir esse Adrian!