Pequenos Burgueses / Mãe

Pequenos Burgueses / Mãe Maksim Górki




Resenhas - Pequenos Burgueses / Mãe


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jmrainho 23/11/2015

Pequenos Burgueses / M?e
M?ximo Gorki (1896-1936)

PEQUENOS BURGUESES, teatro, estreou em Moscou, 1902.
Trata-se de conflitos de gera?es
? metaf?sica da dor ? que na obra de Dostoi?vski (1821-1881) atingia suas ?ltimas consequ?ncias - e a caridade do agn?stico-crist?o socialista L?on Tost?i (1828-1910), Gorki apos a alegria de viver, substituindo a exalta??o do sofrimento por uma raiva instintiva e uma justificada viol?ncia .
Filho de artes?os, nascido num meio pobre, ?rf?o de pai, Alksi?i ocupou diferentes profiss?es, como sapateiro, desenhista, lavador de pratos em um navio, estivador, auxiliar de escrit?rio, jardineiro, cantor de coro, padeiro. Aos 19 anos tentou suic?dio em Kazan. Em 1892 publica seu primeiro conto, Em 1901, ap?s a pris?o, dedica-se ao teatro. Em 1905 ? detido de novo por subvers?o e ? encarcerado na pris?o de S?o Pedri e S?o Paulo em S. Petersburgo. Solto gra?as a press?es internacionais.
Vai para os EUA, onde sua perman?ncia ? dificultada pelo embaixador russo. Gorki tenta levantar fundos para a revolu??o sovi?tica, mas o dono de uma grande cadeia de jornais lhe dificulta os passos. Casado pela terceira vez, refugia-se em Staten Island (Nova York), onde escreve o romance A M?e (1907)
Para Gorki, o homem que vincula sua sorte ? sorte de em sua seu povo est? vivo; aquele que, mesquinhamente, s? pensa pr?pria , est? morto. mesmo que isso implique estagna??o. Gorki n?o sente nenhuma compaix?o pelo mundo dos pequenos burgueses.
O que tornar? a vida bela, se nos limitarmos apenas a sonhar?

Em "A M?e", Pel?gia sente-se a m?e de todos os revolucion?rios; a m?e da revolu??o. Neste aspecto, Gorki estabelece um curioso paralelismo entre o amor maternal e uma esp?cie de amor universal que comanda a mente e a a??o destes revolucion?rios; uma esp?cie de ?amor ao pr?ximo?, ao fim e ao cabo. Ali?s ? bem clara a proximidade entre este comunismo nascente e o verdadeiro esp?rito do cristianismo.
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TRECHOS - M?E

PRIMEIRA PARTE 1
Todos os dias, o apito pungente da f?brica cortava o ar enfuma?ado e pegajoso que envolvia o bairro oper?rio e, obedientes ao chamado, seres sombrios, de m?sculos ainda cansados, deixavam seus casebres, acanhados e escuros, feito baratas assustadas.

O dia consumira-se na f?brica, suas m?quinas sugavam de seus m?sculos toda a energia de que necessitava. Mais um dia irremediavelmente riscado de suas vidas, o homem dera mais um passo em dire??o ao t?mulo, mas ele antevia, apenas, o gozo imediato do descanso, as alegrias do bar repleto de fuma?a e sentia-se satisfeito.
Quando reunidos, falavam da f?brica, das m?quinas, xingavam os mestres. S? sabiam falar e pensar naquilo que se relacionasse ao trabalho.
IV
Vivem na cobi?a e na inveja! Ficam felizes, quando podem fazer mal. Assim que voc? come?ar a critic?-los e a julg?-los, v?o odi?-lo, destru?-lo!
- Est?o certos aqueles que dizem que devemos saber tudo. Precisamos iluminar-nos com a luz da raz?o, para que os homens pouco esclarecidos nos vejam, temos de responder a tudo com honestidade e certeza. ? preciso conhecer toda a verdade e toda a mentira...
- Ser? que queremos apenas estar alimentados? N?o! N?s temos de mostrar ?queles, que est?o montados em nossos pesco?os e que nos fecham os olhos, que estamos vendo tudo, que n?o somos imbecis nem b?rbaros, e que n?o nos preocupamos s? com comida; queremos viver com dignidade humana! Devemos mostrar aos inimigos que nossa vida desumana, por eles imposta, n?o nos impede de alcan??-los em intelig?ncia e cultura, e at? esmo de super?-los!

XIII
Voc?s j? n?o s?o homens, apenas argamassa para tapar buracos na parede.

XVII
S? s?o verdadeiramente homens aqueles que arrancam as algemas da mente humana.

XX
A vida n?o ? um cavalo; imposs?vel chicote?-la!

Com tantos seres humanos na terra, e cada um geme ? sua maneira. Mas onde est?o os felizes?
N?o quero nem o amor, nem a amizade, que se agarra aos p?s, que incomoda, det?m...
Ao longo do caminho, vez por outra somos obrigados a ir contra n?s mesmos. ? preciso saber entregar tudo, todo o cora??o. Dar a vida, morrer pela causa; isso ? simples! Entregue mais: e aquilo que te ? mais caro na vida, entregue. Ent?o, ser? grande o crescimento daquilo que ? mais caro em ti: a tua verdade!

XXIV
Eles matam a alma.
Os homens matam e destroem n?o para se defender, mas para conservar suas propriedades.

2a. PARTE
III
A vida bate de todos os lados, a pessoa sente vontade de descansar, mas a mente atrapalha.
Antes, eu vivia e nada tinha para comparar. No nosso tipo de vida, todos vivem igual. Mas agora eu sei como vivem os outros, lembro-me como eu mesma vivia e como d?i!

V
Nosso patr?o deu uma lou?a de ouro para uma cantora, at? um urinol dourado! Nesse urinol est? a minha vida. Foi para isso que ela serviu; o cara matou-me de trabalho, para consolar sua amante com meu sangue; comprou-lhe um urinol dourado ao pre?o do meu sangue!
Pra que torturar o povo, pra que nos martirizam a todos? Por brincadeira, por divers?o, pra tornar a vida mais divertida, para que se possa comprar tudo a pre?o de sangue: cantora, cavalos, facas prateadas, lou?a dourada, brinquedos caros ?s crian?as.
O rico tamb?m est? perdido e desnorteado. Um est? cego de fome, outro de ouro.
... Descrevendo o dia da vit?ria (dos oper?rios). Despertando deles a consci?ncia da n?o de todos que perdem suas vidas no trabalho infrut?fero para as divers?es imbecis dos ricos.

XI
Talvez a gente seja por demais cautelosa no gasto de nossos sentimentos, vivemos muito racionalmente e isso nos deturpa, pois avaliamos e n?o sentimos.

XII
Uns, escondendo sua irrita??o, procuravam brincar e dizer piadas; outros olhavam para o ch?o, carrancudos, tentando n?o notar as humilha?es; terceiros, sem conter sua ira, riam com ironia da administra??o que teme aos homens, cuja ?nica arma s?o as palavras.

XV
Camponeses! Procurem os livros, leiam, n?o acreditem nas autoridades, no governo e nos padres, quando eles dizem que os hereges e agitadores s?o aqueles que nos trazem a verdade. A verdade caminha, misteriosamente, pelo mundo, ela busca os ninhos do povo, representa a faca e o fogo para o governo que n?o pode aceit?-la, e que quer destru?-la, extermin?-la! Para voc?s a verdade ? um bom amigo, mas, para o governo, atroz inimigo! Por isso, ela se esconde!

XXV
A sociedade que considera o homem apenas como instrumento de seu pr?prio enriquecimento ? desumana,?-nos hostil, e n?o podemos conformar-nos com sua moral, amb?gua e falsa; repudiamos o cinismo e a crueldade como que lida com o indiv?duo, e queremos e vamos lutar contra todas as formas de subjuga??o do homem com tal sociedade, contra todos os atos de viol?ncia contra o ser humano em favor de interesses.
A propriedade exige demasiado esfor?o e tens?o para sua defesa e, na realidade, todos voc?s, nossos senhores, s?o mais escravos do que n?s; voc?s n?o podem renunciar ? pris?o do preconceito e dos h?bitos, pris?o esta que os amortalhou espiritualmente, ao passo que nada nos impede de sermos interiormente livres; os venenos com que nos atacam s?o mais fracos do que os ant?dotos que, sem querer, derramam em nossa consci?ncia. Ele cresce, ele evolui, incessantemente, a chama cresce cada vez mais, levando consigo o que h? de melhor e mais saud?vel espiritualmente, at? no meio de voc?s mesmos.
E logo os bra?os que nos estrangulam logo estar?o apertando nossas m?os amigavelmente. A energia de voc?s ? a energia mec?nica do valor do ouro, ela une voc?s em grupos que se devoram entre si, ao passo que a nossa energia ? a for?a viva da sempre ascendente consci?ncia da solidariedade de todos os oper?rios. Tudo o que voc?s desejam ? criminoso, pois est? voltando para a escravid?o dos homens, mas o nosso trabalho liberta o mundo dos monstros e fantasmas criados pela mentira, ?dio, avidez dos monstros que atemorizam o povo. Voc?s arrancaram o homem da vida e destru?ram-no; o socialismo une o mundo destru?do por voc?s nu mundo grandioso e harmonioso...

XXVII
Os homens s?o muito mais burros do que maus. S? sabem ver o que est? perto deles, aquilo que podem pegar logo. E tudo o que est? perto ? barato, e caro o distante. Pois, na realidade,, todos iriam ficar satisfeitos se a vida mudasse, ficasse mais f?cil, e os homens mais sensatos. Mas para isso ? preciso mexer-se...

As dificuldades s?o muitas, sabe? Os homens sofrem, levam pancadas e mais pancadas, dadas com crueldade, e muitas alegrias lhes s?o proibidas... isso ? duro!

XXIX
A mis?ria, a fome e a doen?a, eis o que o trabalho deles traz aos homens. Tudo est? contra n?s: esgotamos toda a nossa vida num trabalho di?rio, sempre na sujeira, na mentira. O nosso trabalho enriquece aos outros que nos mant?m, como c?es na corrente, na ignor?ncia - n?s n?o sabemos de nada - e no medo - temos pavor de tudo! Nossa vida ? uma noite, um anoite escura!

Nada temam! N?o existe tortura mais amarga do que aquela que voc?s respiram a vida toda!



site: http://aminhaestante.blogspot.com.br/2011/06/mae-maximo-gorki.html
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Edna 25/11/2019

Todos os nossos SOS atuais
"Nada temam! Não existe tortura mais amarga do que aquela que vocês respiram a vida toda."

Com trechos extremamente atuais o clássico Mãe escrito em 1907, como em toda a vida do Autor é uma tribuna política presente em suas obras, retrata a luta incansável por dias melhores, por liberdade, por igualdade com um grito de indignação clama por justiça, com traços auto-biográficos fica fácil o Leitor imaginar o Jovem Intenso, que lutava pelos marginalizados pela Revolução Industrial, entre uma prisão e outra, e Pavel lhe foi fiel com a história do jovem destemido que sentia que sua vida não teria sentido sem uma missão.

Mãe , se refere à Pelaguéa Nilovna que analfabeta, mas entendendo o objetivo das reuniões do filho Pavel, que clama contra um regime opressor não mede esforços para ajudar os "Pescadores" os socialistas como são chamados, e sente que esse é o verdadeiro amor cristão, unir-se em prol da realização dos sonhos de Pavel que estava à frente do movimento, ela não só abraça a causa como se sente mãe de todos aqueles revolucionários jovens sedentos.

"Precisamos iluminar com a luz da razão.."

"Só são verdadeiramente homens aqueles que arrancam as algemas da mente humana."

"São verdadeiramente homens aqueles que arrancam as algemas da mente humana."

"Eles matam a alma.
Os homens matam e destroem não para se defender, mas para conservar suas propriedades"

"A vida bate de todos os lados, a pessoa sente vontade de descansar, mas a mente atrapalha.
Antes, eu vivia e nada tinha para comparar. No nosso tipo de vida, todos vivem igual. Mas agora eu sei como vivem os outros, lembro-me como eu mesma vivia e como dói."

"Talvez a gente seja por demais cautelosa no gasto de nossos sentimentos, vivemos muito racionalmente e isso nos deturpa, pois avaliamos e não o sentimos."

"__Estou lendo livros proibidos. São proibidos porque dizem a verdade sobre nossas vidas de operário...São impressos às escondidas e cautelosamente. Se os descobrirem comigo, serei preso, preso porque quero saber a verdade."

"Camponeses! Procurem os livros, leiam, não acreditem nas autoridades, no governo e nos padres, quando eles dizem que os hereges e agitadores são aqueles que nos trazem a verdade. A verdade caminha, misteriosamente, pelo mundo, ela busca os ninhos do povo, representa a faca e o fogo para o governo que não pode aceitá-la."

"A sociedade que considera o homem apenas como instrumento de seu próprio enriquecimento, desumana, nos hostiliza e não podemos conformar-nos com sua moral, ambígua e falsa; repudiamos o cinismo e a crueldade como que lida com o indivíduo, e queremos e vamos lutar contra todas as formas de subjugá-lo..." 5/5

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