JanaAna90 24/07/2023
Inicio dizendo que o livro é maravilhosamente surpreendente, divertido, com um humor sarcástico, do meu agrado e com uma escrita bastante acessível.
Um romance ambientado no período medieval onde tem como plano de fundo uma abadia que, para deleite de todo leitor, tem a maior biblioteca da idade média e com livros raros. E é nesse cenário que a história acontece.
Aqui temos dois personagens principais: Adson (personagem que tive muita raiva no final da história), noviço e discípulo de Guilherme, este um homem sábio e conhecedor de livros e da vida. Os dois personagens chegam à abadia, para auxiliar na conciliação entre o papa e os franciscanos. Só que quando Guilherme chega encontra as pessoas assustadas por supostamente ter acontecido um crime, dias antes de sua chegada. Como Guilherme é conhecido por ser uma pessoa inteligente (Um Sherlock Holmes), o abade decide pedir sua ajuda.
Em meio ao caos o autor nos coloca a refletir sobre filosofia e teologia de forma tão prazerosa e acessível que quando nos damos conta estamos enredados pela história, não só para desvendar os mistérios dos assassinatos, mas para pensar e viver as coisas descritas pelo autor por meio do seu personagem, que é tão carismático.
Seguir as trilhas de um labirinto repleto de livros raros e com vasto conhecimento sobre diversos assuntos é um deleite para leitores.
A sensação que tive em vários momentos que a corrida do livro não era para desvendar os crimes e sim em busca do conhecimento existente nos livros. O que Eco faz neste livro é fantástico pois o que nos instiga é desvendar o que está nos livros para serem proibidos (pelo menos para mim), e a sede de conhecimentos das pessoas que buscam a abadia por causa de sua biblioteca.
Grifei e reli várias passagens por suas mensagens e reflexões sobre a vida, sobre fé, sobre o riso e seu papel no mundo (vilão ou inocente?) e que, apesar de ser um clássico, sua escrita é simples, direta e compreensível.
No final, me vi torcendo não pelos mocinhos, ou vilões e sim pelo que era mais importante em toda a história que era os livros e sua missão de levar o conhecimento para as gerações futuras e confesso que derramei rios de lágrimas pelo que aconteceu no fim.
“Um escritor não deve oferecer interpretações de sua própria obra, caso contrário não teria escrito um romance, que é uma máquina de gerar interpretações.” Assim posto por Eco, deixo aqui minha resenha como possibilidade de leituras e releituras dessa grande obra para interpretações e reinterpretações desse grande romance.