Os Filhos de Anansi

Os Filhos de Anansi Neil Gaiman
Neil Gaiman
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Resenhas - Os Filhos de Anansi


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Mariana.Machado 18/04/2016

Uma opinião talvez não muito popular...
Ganhei esse livro de presente de Amigo X. A pessoa que me tirou me presenteou nas melhores das intenções, pois assim como eu, já havia ouvido falar muito de Neil Gaiman, e que o mesmo é uma grande referência em literatura fantástica, que é justamente o tipo de livro que eu gosto. Entretanto é difícil achar palavras para a tamanha decepção que eu tive com esse livro. Achei tão chato que nem consegui ao menos terminar o livro. Fiquei pensando "isso que é Neil Gaiman que todo mundo adora?".

Quem sabe eu de outra chance ao livro em outro momento. Confesso que esperava uma história de fantasia mais ao estilo de Harry Potter por exemplo. Mas não foi isso que me fez parar de ler, pois eu leio livros de outros gêneros também. O que não me fez continuar a ler foram os personagens super chatos e irritantes! (Sei lá, o pai de Fat Charlie me lembrou o Tom Bombadil de Senhor dos Anéis, que para mim é simplesmente o personagem mais chato da face de todas as terras e mundos literários...).

Pelo o que estou vendo eu não compartilho com a opinião geral sobre o livro, que é positiva pela maioria das resenhas dessa página. Então talvez eu tenha sido uma exceção... Vai saber. Mas deixo uma dica: Se você esta procurando por um livro de aventura com mundos e submundos fantásticos esse não é o livro.
Neto Marcel 19/05/2016minha estante
eu deveria ter abandonado também quando comecei a me irritar com o livro. não fiz isso e agora é um dos piores livros que já li esse ano, me frustrou bastante. curioso que tb tinha bastante interesse no Gaiman, mas nunca tinha lido um livro dele (apenas a HQ Sandman). não foi uma boa primeira impressão.


Pâmela 11/08/2016minha estante
Então, também estou sofrendo horrores pra ler esse livro e eu AMO Neil Gaiman. Dê a ele uma segunda chance, juro que ele merece! Mas a literatura dele não tem a ver com Harry Potter, viu. Os mundos q ele cria são bem diferentes e imprevisíveis. Recomendo o oceano no fim do caminho e stardust se você quiser tentar de novo com ele. De verdade, é um autor maravilhoso, muito criativo e você nunca sabe onde as histórias dele vão chegar, esse livro que não é legal.


Mariana.Machado 22/08/2016minha estante
Muito obrigada pelas dicas Pâmela! Acho que vou dar uma nova chance e dar uma olhada em O Ocenano no Fim do Caminho ou em Stardust. Acho que me faltava justamente isso, alguma recomendação por onde começar.


Pâmela 23/08/2016minha estante
Ah, que bom! Fico feliz em ter ajudado. Depois me conte se gostou de algum ou se Neil Gaiman realmente não te apetece. Hahaha!




DuinneBlyth 17/07/2019

Esse foi o meu primeiro contato com o autor e confesso que esperei mais. A ideia do livro me interessou, mas foi só no fim mesmo que comecei a me empolgar com a história. Custou muito para eu terminar pq o início não me prendeu. Acho que a única coisa que não posso negar, é que os personagens principais são muito engraçados. Vale a leitura, só achei que o início e o meio poderiam ser mais interessantes, afinal, são as partes que definem se o leitor vai ou não prosseguir, claro.

Anansi, Fat Charlie e Spider. Toda a trama gira em torno da relação entre os três: pai e filhos. Anansi é o deus africano das aranhas, ele detém todas as histórias (é meio que aquilo do Dispositivo Institucional que tem o lugar da fala e tudo mais é regido pelo seu discurso). Fat Charlie e Spider são seus filhos, no entanto, Spider é quem possui todos os poderes de Anansi. Mesmo sendo um comum, que vive de maneira totalmente ordinária frente às situações da vida, Fat Charlie ganha destaque na obra por ser, justamente, o herói. Seu único talento, o de cantar, é o seu maior poder. Pode parecer improvável que alguém sem poderes possa ser mais poderoso que alguém com poderes (se quiser, pode entender isso como uma metáfora da vida real também), mas é assim mesmo que acontece. Os Filhos de Anansi é um livro que, ao meu ver, fala sobre poder, relações humanas (familiares, conjugais, profissionais...) e moral.

Mesmo que eu não tenha gostado tanto desse livro, ainda tenho muita vontade de ler os outros títulos do autor. Coraline é um que já adquiri e Oceano no Fim do Caminho é outro que eu quero MUITO ler.
Arthur Pacheco 17/07/2019minha estante
Altamente recomendável o magnífico: Deuses Americanos. Vale muito muito a pena


DuinneBlyth 17/07/2019minha estante
Um dia vou parar para ler. As sinopses dos livros dele sempre me interessam, por isso não julgo tudo só pq esperava mais desse.


Arthur Pacheco 17/07/2019minha estante
Esse em específico e mais descontraído realmente. Mas o autor e sensacional. Se tiver a oportunidade leia os quadrinhos do SANDMAN, e absurdo de maravilhoso.


DuinneBlyth 18/07/2019minha estante
Aaah, eu comprei a edição especial desses quadrinhos anteontem no Amazon Day! Mas é para o meu namorado que é apaixonado pelo Neil Gaiman (só que ele me deixa ler, claro. Na verdade, ele que me incentiva a ler esse autor).




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Neto Marcel 28/02/2016minha estante
marquei como spoiler mas eu aviso quando eles aparecem, pra caso alguém queira ler os pontos que achei positivo, apesar de tudo XD.


Bya 01/03/2016minha estante
pulei a parte dos spoilers, mas o melhor da review é que riu até no bus :) DSHDHSUHSAUSHA um ponto positivo que aliado a mitologia, devem ser o que rendeu as duas estrelas! nota mental: emprestar Oceano no fim do caminho, acho que vc vai curtir bem mais!


Neto Marcel 01/03/2016minha estante
sim, talvez rendessem até mais estrelas, mas minha frustração foi além :V. eu sou a favor de qualquer tipo de sentimento que uma história te faça sentir, acho que é sempre um ponto positivo do livro conseguir isso, mas quando é a intenção! quando o sentimento que vc tem é o oposto que o autor pretendia (no caso, odiei um personagem que é quase protagonista), assim dá ruim XD. quero sim! tb pensei nisso hj!


Lay 27/07/2017minha estante
Nossa, uma pena que justo esse livro foi teu primeiro contato com o Gaiman :c Tá longe de ser um dos melhores e só posso concordar com a frustração (embora eu tenha um ponto de vista ligeiramente diferente do teu sobre o final... ele realmente se safou? porque a impressão que eu tenho é que aconteceu com ele justamente o que ele menos queria... e o Fat Charlie, pra mim, saiu na melhor).
Reforço sobre o Oceano no Fim do Caminho, ótimo livro. Acho que está em segundo lugar, na minha lista de livros favoritos do Gaiman.




Alan.Felipe 20/12/2022

Surpreendente!
Sendo bem sincero, pensei em abandonar a leitura várias vezes, por que o começo é bastante lento, prolixo e até meio chato, mas quando as coisas foram se encaixando, foi ficando muito bom.

Esse é meu primeiro contato com um livro do Neil Gaiman e gostei bastante da escrita, mesmo tendo achado um pouco prolixo.

Os Filhos de Anansi é um spin-off de Deuses Americanos (que não li ainda ?????) e que conta a história de Fat Charlie, que é um filho do deus Anansi mas que não sabe, e quando descobre, seu mundo fica bem louco.

A trama é bem humorada e rola de tudo: aventura, fantasia, ação, suspense, um pouco de terror e horror também e até romances.

Recomendo!
Giovannaa1 20/12/2022minha estante
Depois lê O Oceano no Fim do Caminho, têm muitos dos elementos que você citou aí em cima, como aventura, terror, fantasia e etc.
Tem uns 10 anos que li, mas me marcou pra sempre kkkk


Giovannaa1 20/12/2022minha estante
tem*


Alan.Felipe 20/12/2022minha estante
Que massa, Gio! Já vou pôr ele na lista.




Marina 11/07/2017

Um pouquinho mais de Anansi <3
Quando eu li Deuses Americanos já havia achado Anansi um dos melhores deuses. Ele é cativante, divertido, com um senso de humor muito interessante. FIquei muito feliz quando soube que tinha um pouco mais sobre ele escrito por meu autor preferido e adorei o livro!

Desde o começo já sabia que não seria tão emocionante quanto os outros livros do autor, mas mesmo assim para quem já conhece a narrativa dele, vale muito a pena. Essa história é mais suave e com personalidades que lembraram muito os seriados de comédia (com características extremistas).

Teria sido legal se a Mulher Pássaro tivesse um papel muito maior, ela foi muito mais interessante do que o tigre, e quando ela começou a agir foi a melhor parte do livro para mim. Uma pena que não tenha sido tão desenvolvida.

No geral, a história é boa e muito divertida, mas como já percebi em outros livros do autor, tenho a sensação de que o Gaiman não tem muito jeito em trabalhar o romance entre seus personagens. Não sei se sou só eu, mas nunca consegui torcer por nenhum dos casais dele. Nesse livro os casais formados são fracos, sem química e um pouco forçados a ficarem juntos para ter um final feliz. Vejo que tem obras que ele não faz questão de desenvolver até o fim esse aspecto (Deuses americanos e O oceano no fim do caminho por exemplo) e acho essas as melhores, pois são muito mais focadas no que ele faz de melhor em seus mundos.
Paula 12/06/2018minha estante
Também acho que ele não leva muito jeito com o romance, na verdade, eu tenho sérios problemas em aceitar os personagens principais dele. Sao sempre muito vagos e eu não consigo me identificar em nada, inclusive acho os personagens entediantes.




lucas 06/04/2010

Otimo
Mais uma vez usando a mitologia nórdica pra escrever um romance, Gaiman escreve uma história cativante, e que faz rir.

Muito bom o livro, o leitor chega a ter afinidade com todas as personagens, o que ajuda a leitura


Renata (@renatac.arruda) 12/03/2016

Comédia e horror
Uma última observação é sobre dois detalhes que dão um sabor especial ao livro: as críticas pontuais de Gaiman, bem colocadas e nunca panfletárias, ao sexismo e à misoginia principalmente dentro da força policial -- e é uma delícia que todas as personagens femininas do livro sejam mulheres tridimensionais, que desempenham papéis tão importantes quanto os personagens masculinos; e ainda o fato de que, por se tratar de uma obra sobre descendentes africanos, Gaiman não sente a menor necessidade de descrever os personagens como negros, antes, são as pessoas brancas que acabam sendo destacadas como tal. Em um mundo em que qualquer obra de ficção que não especifique a raça de seus personagens leva à presunção de que são todos brancos, esse é um tipo de detalhe menor que pode até passar despercebido, mas que faz toda a diferença.

Leia a resenha completa no Prosa Espontânea:
http://prosaespontanea.blogspot.com.br/2016/03/os-filhos-de-anansi-neil-gaiman.html
Ana 25/09/2016minha estante
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Natalia.Eiras 20/12/2014

Resenha publicada no blog Perdidas na Biblioteca
Eu fiquei curiosa em relação a este autor, quando vi uma matéria na revista Superinteressante sobre os 10 escritores nerds que nós precisávamos conhecer. Como uma nerd assumida, lá fui eu começar a "caçar" os livros desses autores, e durante uma troca de livros pelo skoob, tive a oportunidade de adquirir este livro.
Confesso que ele não é nada do que eu esperava. Imaginava um livro sobre deuses e com alguma aventura. Porém, me deparei com uma história muito doida!

Fat Charlie, que apesar de ter o apelido de Fat (gordo) não é gordo, esta de casamento marcado com Rosie. Durante os preparativos para a cerimônia, Rosie pergunta para Charlie se ele não vai convidar o pai para o casamento, e Charlie logo afirma que adoraria não convidar o pai, pois o mesmo passou a vida inteira de Charlie fazendo-o passar vergonha. Inclusive, o apelido de Fat Charlie, foi o pai dele que colocou.
Rosie se nega a acreditar que Charlie terá coragem de deixar o pai de fora da cerimônia e pede que ele ligue para uma vizinha, já muito idosa, que morava na rua em que Charlie cresceu e peça o telefone do pai para ela. Porém, quando Charlie entra em contato com esta senhora, ela lhe informa que seu pai morreu e que ele precisa viajar para a Flórida para o enterro. Uma mistura de tristeza (afinal, o pai dele morreu) e felicidade (por nunca mais correr o risco de passar vergonha por causa do pai) toma conta de Charlie, e ele viaja para o enterro.
Chegando lá, a velhinha (que não vive sem uma caneca de café nas mãos) leva Charlie para a casa do pai após o enterro e revela que o pai dele era na verdade um deus, e que ele tem um irmão que foi mandado embora quando ele era pequeno.
Como assim ele foi mandado embora? Porque ele nunca viu o irmão? E como assim o pai dele é um deus? Deuses podem morrer de infarto?

A velhinha lhe diz que se ele quiser encontrar com o irmão, basta ele pedir para uma aranha encontra-lo e ele aparecerá. Uma noite, Charlie encontra uma aranha em seu apartamento, e meio que de brincadeira, pede que a aranha leve um recado ao irmão dele: Ele gostaria de conhece-lo.
Pronto! No dia seguinte, Spike esta parado em sua porta, ansioso por conhecer o irmão. Mas Spike é um deus, e como um deus, faz apenas o que quer, logo, ele decide levar o irmão para "sofrer" adequadamente com a morte do pai deles. O "sofrimento" inclui bebidas, mulheres e música!
Um deus sabe como sofrer a dor de uma perda, não?!
No dia seguinte, Charlie esta com uma garota na cama, uma baita ressaca e muito atrasado para o trabalho, mas esta tudo bem... afinal, seu mais novo irmãozinho decidiu ir trabalhar no lugar dele, e garantiu que ninguém notará a diferença entre eles (mesmo eles não sendo gêmeos... coisas de deus!)
Só tem um pequeno probleminha... Rosie!
Ele tinha um encontro marcado com Rosie e quem acaba indo neste encontro é Spike!
Spike sempre achou que as mulheres fossem apenas objetos descartáveis, mas com Rosie as coisas parecem um pouco diferentes, e o que seria apenas uma visita rápida para conhecer o irmão, pode ser prolongada para conseguir ganhar o coração de Rosie. Afinal, isso não deve ser tão difícil quando Rosie pensa que esta saindo com o noivo e não com o irmão dele, certo?

Esse é o começo de uma história muito doida, onde teremos a disputa dos irmãos pela Rosie e pela casa (já que Spike se recusa a ir embora). Como Spike é um deus, Charlie precisa utilizar artilharia pesada contra o irmão, ou seja, precisa da ajuda de um outro deus.
Charlie vai até o começo (ou o fim. Depende de que lado da montanha você aparece) do mundo, onde os deuses vivem para tentar encontrar alguém que o ajude a se livrar do irmão.
Charlie e Spike são filhos do deus Anansi (A aranha), que segundo a mitologia africana é o deus das histórias. Na verdade, é um deus que engana todos os outros deuses com sua lábia e por isso, nenhum outro deus quer ajudar Charlie. Todos tem ressentimentos com o pai dele. Porém, uma deusa decide ajuda-lo, mas não sem antes pedir algo em troca.. .e essa troca pode se mostrar muito perigosa, tanto pra Charlie, quanto para Spike.

O livro mistura a mitologia africana, com a história de Charlie, porém, Charlie não é um personagem que nos cative. Ele tem uma vida medíocre; trabalhando em uma empresa que não gosta; atura uma sogra que ele odeia; a noiva quer casar virgem e ele não vê a hora de que essa espera acabe e ainda tem que lidar com o fato de que o irmão dele é mil vezes mais descolado e charmoso do que ele.
Durante a história, vamos acompanhando Charlie na descoberta de quem realmente é Spike, seu pai e até ele próprio, mas essas descobertas acabam ficando enroladas no meio da história dele com Rosie e das velhinhas doidas da Flórida que mais parecem um quarteto de bruxas do que qualquer outra coisa. Acabamos que ficamos sem torcer pelo personagem. Na verdade, nós passamos a torcer pelo Spike (como eu disse, ele é bem mais charmoso que o irmão), o que mostra um contrassenso na história, já que o "mocinho" é Charlie!
Eu achei a história muito confusa; com muitos elementos e não me apeguei aos personagens, mas, isso não quer dizer que o livro seja horrível. Ele só é... fraco.

site: http://www.perdidasnabiblioteca.blogspot.com.br/2014/05/os-filhos-de-anansi-por-neil-gaiman.html
Mariana.Machado 09/03/2016minha estante
Nossa finalmente uma resenha que não curtiu o livro como eu! Comecei a ler o livro e por enquanto eu o larguei, não achei nada cativante e não me apaguei a história nem aos personagens. Ganhei de presente, e a pessoa que me deu pensou que era um livro de aventura fantástica, gênero que eu gosto muito, comecei a ler pensando o mesmo, já que sempre ouvi que o autor é referencia no gênero. Fiquei bem decepcionada, quem sabe eu dou outra chance qualquer dia, mas por enquanto vou ler outras livros na minha fila.




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Mitchell Nasctto 07/06/2021minha estante
Complementos:
1°. Tem uma série na Amazon baseada no livro, e eu sei o mantra existente entre os leitores onde os filmes/séries baseados nos livros pecam muito então nessa, acredite em mim: essa é a exceção! SÉRIE CATEGORICAMENTE FANTÁSTICA!
2°. O outro livro de Neil Gaiman da mesma série, "Deuses Americanos", onde você também encontrará resenha aqui é também recomendado!
Ambas as obras são do mesmo universo.




André Prado 15/10/2015

OS FILHOS DE ANANSI (NEIL GAIMAN)
Anansi é uma antiga lenda africana, um Deus tão antigo que data-se do início do início de quando no mundo não haviam-se histórias pra contar. Mundo triste esse não?! Tais histórias não existiam pois até ali elas pertenciam a Nyame, o Deus do Céu e um dia Anansi quis contá-las ao povo da sua aldeia, mas o jeito era comprar as histórias.

Nyame de primeira riu e estabeleceu um preço, de que Anansi trouxesse Osebo, o leopardo de dentes horríveis, Mmbobo, os marimbondos que picam com fogo, e Moatia, a fada que nenhum homem jamais viu. Ele pensava que com esse preço faria Anansi desistir da ideia, mas o pequeno velho respondeu: - Pagarei seu preço com prazer, ainda lhe trago Ianysiá, minha velha mãe, sexta filha de minha avó.

Então Anansi, um velho esperto, pregou peças e fez armadilhas capturando os três deuses e lhe entregando sua própria mãe como prometido, e tecendo uma teia para levar seus tesouros até o pé de Nyame, tomando pra si o baú com todas as histórias e espalhando-as para os quatro cantos do mundo.

Charles Nancy ou "Fat Charlie", como queiram chamar (mesmo que ele não queira ser chamado assim), é o filho de Anansi que dá título ao livro. Bom, como você pôde ver pela história dos parágrafos anteriores, meio que dá pra entender que Anansi não é um dos deuses mais confiáveis e solícitos que existem, na verdade pelo contrário, é bem fanfarrão e zueiro, daqueles que não perdem a piada e nem a oportunidade de tirar sarro. Portanto, boa parte da personalidade introvertida e chata de Fat Charlie (e ele mesmo acredita nisso) é provocada exatamente pelo número de vezes que seu pai lhe fez passar vergonha em todos os lugares possíveis. Então quando ele viu-se na oportunidade de partir para Londres para tocar sua vida, nem pensou duas vezes.

Lá Fat Charlie, mesmo sendo totalmente desprovido de charme, conheceu uma garota chamada Rosie e estão prestes a se casar (e sua sogra odeia isso), O jogo começa a virar quando na lista de convidados para o casamento, Rosie acaba convencendo Charlie, à contragosto, a convidar o seu velho pai para o casamento, mas na ligação ele recebe de uma velha amiga da família a notícia que seu pai faleceu e nutrindo um misto de respeito e sentimentalismo Charlie pega um voo e retorna ao lugar onde ele tanto odeia.

Chegando lá sua antiga vizinha conta o que Fat Charlie nunca sequer suspeitou, que o Sr. Nancy era na verdade um Deus da mitologia africana detentor de todas as histórias. Claro que Fat Charlie reluta a acreditar e como se a situação não pudesse ficar mais desagradável, ouve da sua vizinha que seu irmão Spider ficou com todos os poderes, desagradável como se você soubesse que seu pai não tivesse deixado um centavo de herança pra você e detalhe, sem saber até ali que você tinha um irmão! Como "solução" proposta para a confusão, a velhinha diz a Charlie que ao ver uma aranha, qualquer aranha, era só preciso falar que ele queria encontrar Spider, e ele viria.

E Spider atendendo ao chamado de Charlie vêm e ele é tudo aquilo que Charlie não é e no fundo queria ser, descolado, bem -articulado, extrovertido, charmoso, enfim, um cara bom em tudo. De início Charlie e Spider se dão muito bem, mas Spider veio pra ficar, e como se fosse aquele familiar chato que diz que vai embora da sua casa e nunca vai, arruma um lugarzinho na até então vida pacata de Charlie e ajuda a transformar a sua vida numa bagunça ainda maior.

O resto da rica história fica por sua conta. ;)

Neil Gaiman é um escritor de mão cheia que tem como característica mais presente a mescla de casos do cotidiano, passagens históricas e arquétipos mitológicos. E em "Os Filhos de Anansi", como em "Deuses Americanos", ele se aproveita mais uma vez desse nicho de deuses esquecidos pela humanidade, que pela perda de fé, seguem vivendo entre nós.

Neil também é mestre em entregar em suas histórias personagens carismáticos, intrinsecamente ligados ao nosso cotidiano, como Charlie que é o típico perdedor da cidade grande, aquele cara que aceita com desinteresse tudo o que dizem, nunca se arrisca, e constantemente reclama do passado justificando a falta de atitude sobre o futuro. Ou seu irmão Spider que é o típico canastrão charmoso, estiloso e esperto que topa-tudo e sempre está disposto a viver intensamente (é impossível não imaginar esse cara de jaqueta preta, cabelo pra trás e calça jeans rasgada). Rosie, a mulher que no fundo não sabe muito bem o que quer e que no fundo quer contrariar sua mãe. e Graham Coats, o típico chefão corrupto que quer se dar bem diante de todos.

"Os Filhos de Anansi" nada mais é do que uma obra que narra a história de um homem comum que se supera frente ao maravilhoso e obscuro mundo dos deuses, o livro é relativamente curto e muito gostoso de se ler, e apesar de sua simplicidade de roteiro, guarda várias referências, principalmente musicais, que nos contam um pouquinho do gosto que Neil quis compartilhar. A característica noveleira que Neil Gaiman entrega, expõe um escritor muito mais solto em comparação aos seus outros livros, disposto a explorar sua excelente veia cômica e aproximar os personagens ainda mais do leitor, sem desgrudar da fantasia que se mescla a realidade londrina capaz de nos prender a atenção como sempre.

Atenção que foi presa instantaneamente pela bela arte da Intrínseca na capa do livro (você vai saber quando o pegar) e que tendo Neil Gaiman como escritor, me obrigou a adquiri-lo logo de cara. "Os Filhos de Anansi" é imperdível para fãs, mas para quem quer começar a ler Neil Gaiman não tanto. Pessoalmente recomendo outras obras que mostram mais o que o escritor realmente é. Porém como disse no parágrafo anterior, "Os Filhos de Anansi" é um livro tão gostoso de se ler que acredito que se você curtir uma boa história vai curtir tanto o livro como eu! =)

site: http://descafeinadoblog.blogspot.com
Eric Rocha - Ersiro 27/10/2015minha estante
Ótima resenha e muito bem construída! Depois dela, fiquei com uma vontade maior ainda de ler algo de Neil, mas como você mesmo disse, para quem quer começar a ler, Os filhos de Anansi não é tão indicado... Queria saber qual você me recomendaria ^^




Pandora 07/12/2017

É meio prolixo dizer o quanto amo a produção de Neil Gaiman, mas não resisto. Ele é um dos autores favoritos da vida, tento sempre ter um livro não lido dele na minha estante. Se tudo estiver muito confuso, um livro de Gaiman é um porto seguro para fazer de abrigo, montar uma fogueira, fazer uma refeição e encontrar a força necessária para voltar a luta. Talvez por esses meu amor por Gaiman em 2016 Aleska escolheu me presentear com um volume lindíssimo de "Os filhos de Anansi" publicado pela Intrínseca, não poderia ter acertado mais.

Em "Os filhos de Anansi" somos apresentados a Charlie, filho do deus africano Anansi (a Aranha tecedora de Histórias e artimanhas) quando nós o encontramos ele é um homem muito honrado, digno, cheio de pudores, residente em Londres, altamente perdido, fragilizado, sem sorte e com uma imensa tendencia a ser feito de trouxa por tudo e todos. Nossa!!! Fazia tempo que eu não me identificava tanto com um personagem nessa vida!

Sem consciência de ascendência divina para o Charlie o pai foi para ele um tipo de fonte de constrangimento. Dado a fazer brincadeiras Anansi pregou varias peças em seu filho das quais ele sempre saiu com cara de bobo e sendo um alvo eterno para bullying, no entanto, as vésperas de seu casamento nosso herói descobre que seu pai faleceu e que ele precisa atravessar o Atlântico, ir para a América, enterrar seu pai, descobrir todos os segredos familiares e ter sua vida virada pelo avesso quando descobre a existência de um irmão gêmeo a muito perdido que aparentemente herdou todos os dons mágicos da família.

Charlie é um tipico personagem de Neil Gaiman, ele começa a história perdido em sua própria vida e então se ver em meio a uma aventura desconsertante. No meio dessa aventura sua vida pacata é colocada pelo avesso, a situação de tensão evolui causando uma bagunça insuportável e conduzindo o herói a uma jornada de autodescoberta, autoaceitação, crescimento pessoal com uma dose sempre bem acertada e misturada de magia a vida real. É sempre uma leitura deliciosa cujo ritmo segue em uma constante linha crescente na qual todas as bagunças criadas no meio do caminho tendem a serem resolvidas no final.

Foi uma delícia acompanhar a história dos filhos de um deus africano, não esperava, mas fui surpreendida por uma história na qual 95% dos personagens são negros e negras, contando inclusive com um elenco maravilhoso de mulheres idosas extremamente independentes e protagonizando cenas impagáveis. Vi Voinha encarnada em uma das idosas e relembrei o quanto minha avó conseguia ser terrível hahahahaha (a gente ri, mas na época dava medo). Me apaixonei um pouco pelo Charles, temi por ele, torci e amei a forma como ele concluiu sua jornada de descoberta.

Agora, olhando para o livro ao meu lado, concluindo esse texto, me sinto um pouco mais leve, um pouco mais pronta para voltar a minha própria aventura de autodescoberta.

site: http://www.pandoraesuacaixa.com.br/2017/12/os-filhos-de-anansi-de-neil-gaiman.html
Paloma 07/01/2020minha estante
Sabe que até aceitei melhor o livro depois dessa sua resenha? Eu tinha achado muito confuso e arrastado. Mas tem seu valor, sim!




PriAndrade 08/06/2011

Bom Livro!

Comprei esse livro querendo, na verdade, o Deuses Americanos. Como o Deuses Americanos está com o estoque esgotado em todos os lugares que já fui (até na Comix), achei uma boa idéia comprar esse pra me ambientar ao modo de escrever do Neil Gaiman e, pra ver se é um modo de escrita que me agrada.

Sim... É...

Achei este um livro bom. Não achei excelente porque as partes que o Anansi aparecem são muito melhores do que as do Fat Charlie. O Fat é um personagem meio enfadonho. Te deixa entediado em instantes. Ainda bem que na maioria das partes, sempre tem um personagem interessante acompanhando o Fat Charlie.

Acredito que vou gostar mais do Deuses Americanos.
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Enrique 14/02/2009

Essa é uma história sobre descobrir quem você realmente é, e de onde você realmente vem, aonde fica o seu lugar no mundo. É também uma história sobre histórias - como elas nascem, crescem, se reproduzem e somem. Mas é principalmente uma história sobre pais, filhos, irmãos - família. O poder do Neil Gaiman é conseguir injetar sentimento e humanidade até mesmo nas situações mais sobrenaturais - e é por isso que ele é meu escritor favorito.
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Tawane.Sudan 21/04/2024

É, então...
Essa história conta sobre problemas familiares de relacionamento, mas definitivamente, nenhum dos três livros foi algo interessa te para mim. Em algum momento se tornou massante.
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Andreia Santana 17/10/2011

Minhas leituras de Neil Gaiman: Os filhos de Anansi
Anansi, o deus-aranha africano, trazido nos negreiros para a América Central. Das ilhas do Caribe, chegou ao Reino Unido e de lá, aos Estados Unidos.

“Todas as histórias pertencem a Anansi”. Esperto, trapaceiro, sedutor, brincalhão, exímio dançarino, Anansi, o dono das histórias, é transformado pelas hábeis palavras de Gaiman no senhor A. Nancy, um velhinho simpático, com luvas verde limão e chapéu panamá. Um deus antigo, bufão, vivendo entre homens. Ele tem dois filhos: Fat Charlie Nancy e Spider.

O primeiro acha seu pai constrangedor, o segundo herdou os poderes do deus. O encontro dos irmãos, o caminho longo entre o mundo dos homens e dos deuses, a luta contra o ressentido e feroz Tigre, de quem Anansi, num passado remoto roubou as histórias… "No início dos tempos, quando o tigre era o dono das histórias, a humanidade vivia uma época de trevas e terror". Mas Anansi roubou todas as lendas e ninguém mais conta histórias sobre o tigre.

Anansi, com picardia, sutileza, sempre engana o tigre, o ridiculariza, humilha. E o tigre quer vingança…

O senhor A. Nancy está morto e seus filhos não se entendem. Mas o sangue fala mais alto. Fat Charlie descobre o poder da música e com a canção, os poderes do deus aranha. Spider aprende que para viver entre nós, precisa ser mais humano e menos divino …

A mitologia explicando a vida ordinária, é disso que o autor fala.
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