O Gene Egoísta

O Gene Egoísta Richard Dawkins




Resenhas - O Gene Egoísta


105 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7


Giulipédia 08/09/2020

Completamente brilhante!!
O que posso dizer de Dawkins é o seguinte, ou você o ama ou o odeia completamente pela visão que ele trás do mundo através desse livro, acho bem difícil existir um meio termo para ele, pela forma de escrita, Dawkins é um cara brilhante, inteligentíssimo, não só pelo conteúdo do livro, mas pela forma como ele foi colocado, ele usa o máximo de exemplos didáticos possíveis para o melhor entendimento do leitor, mas também é arrogante, e justamente por isso algumas pessoas acabam tendo opiniões equivocadas a seu respeito, da minha parte posso dizer que só existe admiração e encantamento transbordando aqui, o que não é uma novidade, mas também posso notar porque as pessoas tem uma opinião tão polêmica sobre ele.

O gene egoísta nada mais é do que a própria teoria da seleção natural de Darwin, porém dirigido não a um indivíduo ou a uma espécie, mas sim a menor unidade da vida, o próprio gene. O autor nos trás uma visão onde nós e todas as formas de vida somos "máquinas de sobrevivência" dos nossos genes e nossos propósitos inconscientes são para perpetrar os nossos genes no pool gênico, os sobreviventes.
Dawkins utiliza uma série de eventos no mundo animal como exemplos de que sua teoria do gene egoísta se comprova correta. Aqui ele nos trás exemplos de comportamentos animais dentro da natureza sobre a defesa do próprio território, a busca por parceiros sexuais, o mutualismo, parasitismo entre espécies, a procura por alimento, relação entre predador e presa entre outros assuntos de igual importância. Dawkins também trás várias teorias de diferentes autores que ele usa para ajudar a explicar o gene egoísta, dentre elas a EEE, estratégia evolutivamente estável, que é um fator decisivo no comportamento dos animais para a própria sobrevivência e consequentemente a sobrevivência dos próprios genes nos seus descendentes.

Ele afirma também que longe de acharmos que somos de fato manipulados pelos nossos genes, a nossa espécie, em detrimento de outras, mostra-se desobediente nesse quesito, o gene pode ter deixado um conjunto de instruções a serem seguidas, mas nós humanos, como espécie consciente nos rebelamos e na maioria dos casos não obedecemos a essas instruções ao pé da letra. Ele afirma que podemos nascer egoístas, mas por esse mesmo motivo é tão importante o ensino do altruísmo.

Perto do final do livro, Dawkins introduz a ideia de um novo replicador chamado por ele de meme. Em outras palavras poderia dizer sucintamente que é um replicador de ideias, sobrevive passando de cérebro para cérebro e a cada novo "hospedeiro" tem uma ligeira alteração, uma ideia se bem sucedida é passada adiante, assim como uma música, passos de uma dança, enfim, acho que já deu para entender o que seria visto como esse novo replicador, é uma análise interessante e me fez refletir bastante sobre tudo que aprendemos e passamos adiante, se olharmos do ponto de vista biológico, um meme evolutivamente estável, uma ideia estável, vai ganhar corpo e passar de geração em geração, mas claro que terá suas "mutações" pequenas alterações feitas muitas vezes inconscientemente pelos hospedeiros. Um exemplo legal introduzido no livro, seria a própria música, quem nunca cantou uma música errada e depois de um certo dia se deparou com o erro em questão ao analisar a música original? Pois esse é um exemplo de pequenas mutações que vão ampliando a medida que a "música" vai passando de geração em geração, na maioria das vezes não "concertada" como seria a sua cópia original, mas uma versão cada vez mais modificada dela. Da para pensar em vários exemplos de ideias diferentes pensando dessa forma né?

Eu usei esse exemplo ilustrado no livro porque é o menos polêmico, e esse livro olhando por vários pontos de vista é considerado polêmico, mas talvez ele só o seja, porque as pessoas não têm de fato conhecimento real do que é a teoria da evolução e como ela funciona, esse conhecimento é extremamente necessário para ler esse livro sem preconceito, Dawkins faz vários apelos e notas explicativas onde ele tenta reduzir o impacto que suas opiniões podem gerar em certas pessoas, mas infelizmente não se pode agradar a todos, então faço o mesmo apelo nessa resenha, você leitor que quiser encarar o gene egoísta e se encantar com as maravilhas da evolução, leia esse livro de mente aberta, pesquise sobre as teorias aqui mencionadas se você não tem conhecimento delas, procure antes conhecer sobre o tema proposto aqui antes de julgar, é um trabalho precioso e um grande pilar de conhecimento no ramo da biologia que vale a penar se saber, no mais eu tentei ser o mais sucinta possível, pois esse livro me daria facilmente umas dez resenhas ou mais, só para debater os assuntos que foram abordados, para aqueles que leram até aqui, faço um convite para conhecer Richard Dawkins e sua maravilhosa teoria do gene egoísta!!
Joel R. 08/09/2020minha estante
Uma resenha bem detalhada e completa. Parabéns !


Giulipédia 08/09/2020minha estante
Nossa q alívio em saber disso!! Q bom q vc gostou, mt obgada pelo feedback!! ????


Punyama 09/09/2020minha estante
E eu que pensava que só eu achava Dawkins arrogante. Mas realmente, ele é um escritor incrível. Consegue tratar de temas complexos de forma simples, didática e principalmente, muito divertida.


Adam 22/06/2022minha estante
Não só ?o gene egoísta ?....mas os escritos dele, são perfeitos....discordo de algumas coisas, mas no geral, Dawkins + James Watson.... lembra? DNA?.....eu adorei aquela escrita... E o relojoeiro cego....sem palavras à dawkins... fascinante!




Antonio Luiz 21/08/2010

Tempo de releitura
Quem já leu "O Gene Egoísta" de Richard Dawkins há tempos e sensatamente o considerou uma obra sobre seleção natural, genética e evolução das espécies talvez não precise se dar a mais trabalho. Mas quem a entendeu como manifesto político ou ensaio sobre filosofia ética ou sociedade principalmente aqueles que o conheceram de ouvir falar deveria tomar conhecimento da edição comemorativa dos 30 anos do lançamento original, de 1976.

A tese fundamental da qual Dawkins não foi o criador, mas o popularizador mais eficaz é de que o objeto da seleção natural e da evolução não é a espécie, a população, o grupo ou o organismo, mas o gene. Nós, e todos os outros animais, somos máquinas criadas pelos nossos genes, é seu mote.

A idéia tem ampla aceitação entre especialistas, embora não unânime. Richard Lewontin rejeita esse enfoque reducionista e insiste na importância da dialética entre genes, organismos e ambiente para explicar a evolução. O famoso Ernst Mayer insistiu, até a morte em 2005, que a unidade de seleção é o organismo individual expresso como um fenótipo, não o gene. David Sloan Wilson procura demonstrar, com argumentos empíricos e teóricos, que há fenômenos evolutivos que só podem ser explicados pela seleção de grupo.

Mas esse debate, ainda hoje, mal chegou ao leigo. O que tornou esse livro um best-seller polêmico, que já vendeu mais de um milhão de cópias em todo o mundo, foi o curto-circuito entre a noção técnica de egoísmo do gene e uma suposta defesa do egoísmo enquanto comportamento humano.

A época colaborou para isso: a primeira edição foi publicada pouco depois da ascensão da ultra-individualista Margaret Thatcher ("Não existe essa coisa de sociedade, o que há e sempre haverá são indivíduos") à liderança do Partido Conservador britânico e do lançamento da Sociobiologia de Edward Wilson, que pregava um estrito determinismo genético do comportamento humano. Milton Friedman assessorava Pinochet e escrevia que a (única) "responsabilidade social das empresas é aumentar seus lucros".

Mas o próprio Dawkins teve sua parcela de responsabilidade, ao exagerar no ímpeto retórico contra biólogos e antropólogos então populares que, como Konrad Lorenz, enfatizavam a importância da cooperação e supuseram que o importante na evolução é o bem da espécie (ou do grupo), em vez do bem do indivíduo (ou do gene). No primeiro capítulo, Dawkins cunhou frases que facilmente passariam por slogans neoliberais (ou coisa pior). Como os bem-sucedidos gângsteres de Chicago, nossos genes sobreviveram (...) num mundo altamente competitivo. Isso nos permite esperar deles algumas qualidades (...). Uma qualidade predominante que se pode esperar de um gene bem-sucedido é o egoísmo implacável. Em geral o egoísmo do gene originará um comportamento individual egoísta. (...) Por mais que desejemos acreditar no contrário, o amor universal e o bem-estar da espécie como um todo são conceitos que simplesmente não fazem sentido do ponto de vista evolutivo.

Ao longo do livro, muitas ressalvas importantes são feitas das quais, a mais importante é que isso não implica que as pessoas deveriam ser egoístas. Pelo contrário, segue no mesmo capítulo: Tratemos então de ensinar a generosidade e o altruísmo, porque nascemos egoístas. Ironicamente, também essa frase bem-intencionada aprofunda a confusão e no fundo é falaciosa, reconhece hoje o cientista. Genes não têm mentes e seu metafórico egoísmo nato não tem um sentido que possa ser contrastado com o altruísmo a ser ensinado às crianças (ou equiparado ao egoísmo humano real).

Os riscos de mal-entendidos se ampliam no último capítulo da edição original que desde 1989, com o acréscimo de dois novos capítulos bastante técnicos, tornou-se o antepenúltimo. Ali, Dawkins propôs a tese muito mais arrojada, original e controvertida na verdade, escassamente levada a sério no meio acadêmico, a não ser pelo seu criador de que também a cultura pode ser reduzida a unidades egoístas auto-replicantes chamadas memes.

No último parágrafo desse capítulo, o autor volta a expressar posições morais e políticas e é para, louvar nosso poder de desafiar os genes egoístas que herdamos e, se necessário, os memes egoístas com que fomos doutrinados e propõe discutir maneiras de ensinar deliberadamente o altruísmo puro e desinteressado, pois somos os únicos na Terra com o poder de nos rebelar contra a tirania dos replicadores egoístas. Até mesmo a despeito de sermos pessimistas e de assumirmos o pressuposto de que o ser humano é fundamentalmente egoísta, como escrevera pouco antes.

O leitor médio, porém, aparentemente ignorou tais passagens que, segundo Dawkins, deveriam ter bastado para evitar mal-entendidos. Especialistas e leigos mais perspicazes à parte, tanto os fãs quanto os críticos da obra entenderam que, segundo o livro, nossas vidas deveriam ser guiadas pelo egoísmo, que os seres humanos são fundamentalmente gângsteres de Chicago e que, gostemos ou não, comportamentos abomináveis são parte inescapável de nossa natureza.

Um dos fãs mais exaltados do livro veio a ser Jeffery Skilling, presidente da Enron que fez de O Gene Egoísta seu livro de cabeceira. Criou um método de administração darwinista e fez da empresa um ninho de fraudadores sem escrúpulos, gângsteres gananciosos e sociopatas insensíveis, o que acabou por levá-la à falência, como bem relatou o documentário "Enron: The Smartest Guys in the Room", de Alex Gibney (2005). Em nota de rodapé a "Deus, um Delírio", Dawkins explicitou sua profunda consternação com o episódio.

É para tais leitores que a edição comemorativa é indispensável. Em uma das notas de rodapé acrescentadas desde a edição de 1989, Dawkins já esclarecia, em relação a uma passagem controvertida, que votava nos trabalhistas e repudiava o thatcherismo: Agora que a Grã-Bretanha tem um governo da nova direita, que elevou a mesquinharia e o egoísmo à categoria de ideologia, as minhas palavras parecem ter adquirido, por associação, um tom desumano, o que eu lamento.

Na nova introdução, o autor explica o caráter metafórico da personificação antropomórfica dos genes contida no título e outras passagens da obra, convida o leitor a suprimir mentalmente frases enganadoras (que continuam, mesmo assim, no texto), esforça-se por dar as chaves para uma leitura correta e quase pede desculpas. Mais uma vez, insiste em que não deveríamos derivar nossos valores do darwinismo e que podemos e devemos nos rebelar contra os genes que insiste em chamar de egoístas.

A história da obra e de sua recepção continua, porém, a ilustrar os riscos da retórica e do sensacionalismo na popularização da ciência. Segundo Steven Rose, amigo e colega biólogo do autor, teorias como as popularizadas por "O Gene Egoísta" tiveram um papel na guinada à direita do final dos anos 70, como instrumento da contra-revolução conservadora e da construção de sua concepção de natureza humana como xenofóbica e competitiva. Acrescentaríamos que foi a isso, mais que ao mérito científico, que esse livro deveu seu sucesso editorial e a marca que deixou na história.

Dawkins, irritado, chamou isso de atirar no mensageiro castigar o portador de más notícias, diríamos. Deveria antes ter aprendido que quem traz mensagens importantes deve tomar cuidado com a maneira de transmiti-la. Uma retórica descuidada não só obscurece, como pode inverter o sentido pretendido. A ideologia que parece expressar na superfície pode soar muito mais compreensível e relevante para a vida do leigo do que o conteúdo científico que está no fundo, mas o leitor foi mal preparado para apreender.
Marcos 21/08/2010minha estante
Excelente sua resenha, Antônio Luiz. Me motivou a ler o livro. Abraços.


Flávio 07/02/2011minha estante
Não sabia que o final era assim. Acabei abandonando no meio. Bem interessante, me motivou a começar de novo e terminá-lo, pois todos os comentários que eu tinha ouvido a respeito deste livro era apenas a visão que o Jeffery Skilling teve também.

Vou ler p/ me tornar um mensageiro do bem a respeito deste grande livro.

E parabéns! Belíssima resenha.


Marct 20/02/2011minha estante
Excelente resenha. Ajuda bastante a entender melhor o livro. Parabéns.


Icaruz 28/04/2011minha estante
Nossa...Excelente! Muito Grato Antonio Luiz, minha compreensão foi além!


Roberto 09/06/2012minha estante
Ótima resenha mesmo.

Infelizmente, a maneira didática e acessível a leios que Dawkings usou para escrever o livro, teve este efeito colateral de mal compreendimento por parte de muitos.

Chato ver que em reedições, e nos 2 primeiros capítulos do Fenótipo Extendido ele gastou corrigindo o compreendimento do Gene Egoísta.

De qualquer forma, este livro continua sendo uma obra de arte.


Wender 08/02/2014minha estante
Dawkins tem realmente essa preocupação de tratar o Egoismo como Moral. Mas a medida que vamos lendo o livro verificamos cada vez mais que a teoria dele em nada se contradiz com a filosofia de Ayn Rand ou com a Parcialidade de David Hume que inspirou Adam Smith.

Esses, alias, deixa bem claro que as pessoas cooperam - e a cooperação é essencial - não porque pensa no próprio, mas sim em razão de seus interesses particulares. Por isso se você tem uma visão mais "progressista" da realidade e ler essa obra e ler outras como a "a virtude do egoismo", da Rand é praticamente impossível não ter suas crenças abaladas de que de fato o capitalismo é o melhor sistema porque ele é o unico que faz com que os vicios da natureza humana caminhe mais para o bem do que para o mau.


Gustavo 04/10/2014minha estante
Apesar das más interpretações que o título pode sugerir com o emprego da palavra egoísta, o autor Richard Dawkins traça aqui muitas respostas para perguntas fundamentais sobre a natureza dos seres vivos multicelulares. Uma das principais é a de como seres inicialmente provenientes de uma única célula vieram a se tornar formações de conglomerados dessas entidades. Ou mesmo, tendo num filamento de DNA a unidade replicante, como esta veio a formar a estrutura celular conhecida, e desta, a multiplicidade de organismos que povoam o nosso planeta? http://cultcomentario.wordpress.com/2014/08/02/o-gene-egoista-richard-dawkins/


Luis 31/05/2015minha estante
Discordo completamente de sua interpretação. Não acho que Dawkins é reducionista, somente realista. A evolução e, mais apropriadamente, a seleção natural, não tratam o bem estar da espécie como objetivo, sendo esta mais uma consequência do sucesso geral de seus indivíduos. Não podemos esquecer que a maior competição na natureza não é de presa x caçador, ou tampouco de concorrência entre espécies semelhantes pelo seu alimento, mas por gerar crias, transmitir os genes. E essa competição é entre os membros da própria espécie.

Quem pensa que o livro traz a mensagem de que somos nada mais do que o meio que nossos genes encontraram de se replicar simplesmente não compreendeu o que Dawkins quis dizer. Genes não possuem consciência, não decidem nada. Tudo resulta de eventos aleatórios, selecionados de forma não-aleatória (evolução). Ele deixa isso bem claro em outros livros, "O Grande Espetáculo da Terra" sendo o exemplo mais óbvio, em que ele faz questão de ressaltar que não existe nem um tipo de ente consciente guiando o processo, seja Deus, sejam os genes.

A ciência não deve de forma alguma se curvar aos interesses da sociedade ou do politicamente correto. Não deve alterar suas conclusões porque a realidade não é perfeita como gostaríamos. O processo evolutivo é inerentemente egoísta, sobrevivam os melhores e lidem com isso.

Agora, eu tenho que admitir que a retórica do Dawkins abre espaço para interpretações equivocadas.


vera 04/02/2017minha estante
Excelente resenha!!! Parabens.


Izu 29/03/2018minha estante
undefined


Icaruz 09/09/2019minha estante
|Estou lendo de novo e continua foda!...


Charles 26/06/2020minha estante
No futuro vamos nos dar conta que o egoísmo e o autruísmo são a mesma coisa, falando em uma escala de tempo que transcende a nossa finitude.


Vivi 06/09/2020minha estante
Ótima resenha. Acredito eu que há certos conteúdos que para serem bem interpretados é necessário uma bagagem (ao menos mínima) sobre o assunto abordado. Sem dúvidas, esse livro deixa aberturas para más interpretações ou pontos em que seja possível a manipulação de informações por pessoas mal intencionadas.




Tuninho 14/05/2022

Um livro essencial para quem gosta de obter conhecimento. A leitura é fácil, didática e empolgante. O autor é um craque. Inteligente, ele consegue colocar suas idéias de maneira simples e com uma linguagem fácil de entender. Adorei o livro.
comentários(0)comente



Mirele 30/09/2021

Uma narrativa de sua época
O Gene Egoísta é um livro histórico na biologia, com toda certeza, e os conceitos que ele trás são até hoje empregados, inclusive foi aqui que a palavra meme foi criada.

Tendo isso em mente, é importante falar que esse livro é totalmente produto de seu tempo. Foi publicado originalmente em 1976, com a segunda edição (que foi a que eu li) em 1989. Nessa época o genoma humano ainda nem tinha sido sequenciado. A gente não sabia muitas das coisas que sabemos hoje sobre genética e biologia molecular, duas áreas que mudam completamente a cada 5 anos, em que artigos de 2 anos atrás já são considerados obsoletos. Por isso, eu acho muito importante ter uma leitura crítica ao pegar o livro.

Algumas coisas que me incomodaram muito na leitura é que Dawkins desconsidera muito o ambiente. No último capítulo ele até abre um pouquinho pra esse ponto, mas ele parece esquecer que a seleção acontece sobre os genes através do fenótipo e que fenótipo é genótipo (genes)+ambiente. Um gene pode originar fenótipos totalmente diferentes em ambientes diferentes. Como isso entraria na teoria dele (isso já era sabido na época)? Ele também se prende muito aos animais em seus exemplos e teorias. O que faz total sentido, ele é zoólogo, mas a transmissão de genes em plantas, fungos, bactérias e, principalmente, em vírus, é diferente. Hoje nós sabemos que um mesmo pedaço do DNA pode fazer parte de mais de um gene, que mais de 80% do nosso nem tem genes, que provavelmente o RNA foi o primeiro replicador, antes do DNA, a gente conhece o splicing alternativo, a epigenética, entre outras coisas.

Então O Gene Egoísta deveria ser jogado no lixo como um livro sem importância? Não, A origem da espécies ainda é importante, mesmo sendo escrito antes da descoberta do DNA e da genética. Mas vão com calma, não tratem o livro como a bíblia da Biologia evolutiva. Em Ciência, as coisas andam muito rápido. Hoje a gente leva o DNA um pouco menos à sério.
Lonez 11/06/2022minha estante
Ótima resenha! Alguma sugestão de livros mais atualizados sobre o tema? Quero me aprofundar no assunto.


Mirele 12/06/2022minha estante
Olha, pra ser bem sincera eu leio pouco livros sobre, mesma sendo bióloga. É uma vergonha, infelizmente kkkkk Mas posso indicar sobre essa parte de biologia molecular dois: O gene, do Siddhartha Mukherjee; e Epigenética, do Richard Francis. Esse último é uma introdução muito boa ao conceito de epigenética, que é bem atual. Eu sei também que o próprioDawkins tem um livro bem mais recente sobre evolução chamado A grande história da evolução. Eu não li esse, mas acredito que seja mais atualizado também.




Leonardo 25/05/2020

A Sobrevivência do mais Egoísta
O Gene Egoísta é o primeiro livro do biólogo Richard Dawkins, publicado em 1976, e no Brasil somente em 2007.

Nesse livro ele apresenta argumentos para tentar explicar a evolução das espécies, usando como base os genes, e não o organismo como um todo ou mesmo a espécie. O gene é uma pequena parte do DNA que é capaz de produzir algum efeito no organismo que seja hereditário, onde a seleção natural ´escolhe` as melhores, dessa forma se tornando mais comum nas gerações seguintes, até o momento que se torna dominante, podendo ser apontado como uma qualidade especifica de tal espécie.

Ele explica que o organismo é apenas uma ´máquina de sobrevivência`, e que o principal objetivo é a autorreplicação. Essa ´maquina` precisa levar em conta vários fatores, como o terreno, o clima e também a estratégia de luta. Dessa forma, quanto mais qualidades que ajudam de sobrevivência do organismo, mais chance tem de passar essas qualidades para as gerações posteriores

O título do livro faz uma analogia com o comportamento egoísta, já que o gene sempre trabalha para beneficiar a sim mesmo. Mas isso não quer dizer que essa ação seja consciente, pois existe diversos fatores que não estão sobre o controle direto dos genes, como o terreno ou o clima no qual o organismo está inserido. Nesse livro ele reformula o conceito de ´meme`, que seria basicamente uma unidade de informação que se multiplica de cérebro em cérebro ou entre locais que as informações são armazenadas, como um livro. Resumindo, é a herança cultura.

Com uma escrita acessível e diversas analogias interessantes, é indicado principalmente para aqueles que querem entender um pouco mais sobre o mecanismo da evolução das espécies.
comentários(0)comente



Shaftiel 20/01/2009

O Gene Egoísta é um dos melhores livros de Richard Dawkins e um dos quais ele mais se aproveita para escrever algumas das seqüências. Suas explicações, no entanto, não são voltadas para a genética como o nome faz parecer. Apesar de falar sobre genes e alguns de seus aspectos na hereditariedade como efeito carona, sua principalmente discussão está no comportamento animal como nos exemplos de que não existe comportamento verdadeiramente altruísta.

Dawkins explica muito bem sua teoria de que fomos criados para nos reproduzirmos e transmitirmos nossos genes e quais as estratégias usadas para se ser bem sucedido nisso. Acaba o livro com uma explicação e defesa de que sua tese não se fecha no fato de sermos somente uma máquina produtora de genes, como alguns críticos de seus escritos costumam alardear para diminuir o valor desse pesquisador.

Recomendo para leigos ou para qualquer um que queira começar a compreender a Teoria da Evolução.
comentários(0)comente



Matheus 17/10/2009

De biológo para biológo
Realmente um livro surpreendente, para quem já conhece um pouco da biologia ele traz teorias validas e com uma lógica compreensível.
Vários fatores do comportamento ficam fáceis de se entender. Considero que o ponto mais intrigante é sobre a teoria que ele lança com esse livro sobre os Memes (Cap. 11), algo como o DNA da cultura. e também a excelente descrição do dilema do prisioneiro, coisas que fazemos todos os dias nas mais diferentes decisões.

Aconselho a leitura, em momentos o leitor pode varia por momentos de leitura compulsiva e momentos de leitura entediante mas no final o resultado é positivo.

matheus araujo
FSA/BA
comentários(0)comente



Queila.Assis 27/05/2019

Curiosa
Amei a leitura, descobrir, sem querer esse livro nas coisas da minha filha que é estudante de Biologia. Achei perfeito pra entender a evolução e a luta pela sobrevivência das espécies, contém uma linguagem bem direta, é fácil de entender e super recomendo.
comentários(0)comente



Luísa 13/04/2011

Uma teoria que, a princípio, pode chocar pela sua crueldade e egoísmo, parece fazer todo sentido com a leitura dos três capítulos finais do livro, que nos estimula a desafiar nossos próprios genes - replicadores que, segundo a teoria, nos utilizam como veículos, como máquinas de sobrevivência.

A didática de Richard Dawkins é acessível a qualquer leigo em biologia, e suas analogias e metáforas são perfeitamente compreensíveis a um leitor atento. Os diversos exemplos da natureza que são citados para embasar a teoria do gene egoísta nos divertem - mesmo que apenas a título de curiosidade.

É incrível a lógica utilizada por Dawkins para descrever a natureza como um todo e os diversos rumos que a evolução tomou. O capítulo sobre os memes também é delicioso, numa comparação entre a cultura humana e os genes.
comentários(0)comente



yuka 03/03/2021

Gostei bastante
O livro é ótimo e mudou em diversos aspectos o modo como vejo a vida. Dou 4 estrelas porque alguns capítulos são reduntantes e beiram o enfado.
comentários(0)comente



Anon 28/01/2021

De memes à máquinas
Dawkins trás a teoria do gene egoísta e faz ciência propriamente dita soar como ficção científica; floreando com diversos exemplos de circunstâncias aos quais atuam, com explicações bem detalhadas,chegando até ser um pouco prolixo... Entretanto faz com que os argumentos sejam articulados de maneira cuidadosa para que a leitura possa ser feita de leigos à profissionais.

Desmistifica diversos mal entendidos que já começam desde o título, faz uso de metáforas e associações, evita usar muita matemática para que a leitura não se torne cansativa e não conta com papas na língua ao debater sobre assuntos polêmicos!

Assim, este é um livro sobre evolução das espécies que inclusive constantemente relembra Darwin e seus conceitos que revolucionaram a biologia e a vida de nós, animais racionais, de linguagem simples e entendimento recompensador.
comentários(0)comente



Samuel M de Paula 30/12/2020

A origem do Meme
Minha intenção de leitura para com essa obra surgiu da necessidade de entender o que conceituava Richard Dawkins quando criou o termo MEME

O livro tenta condensar o conhecimento teórico já produzido sobre como espécies surgem e se diversificam, com uma diferença para os demais escritos sobre o tema que foi o fato de utilizar uma linguagem informal e metafórica. Com isso, O Gene Egoísta apresenta a biologia evolutiva de forma acessível.

Em seu último capítulo, Dawkins explica como a cultura possui seus próprio genes com a capacidade para replicar e perpetuar-se, os "MEMES" - Unidade Mínima de Transmissão Cultural. Os memes se reproduzem de forma similar a um vírus: "infectam" a mente de seu hospedeiro por meio da imitação e se replicam em outros hospedeiros para se perpetuar. Sendo concebidos como uma forma de analisar a cultura a partir de um marco teórico evolutivo.

"Talvez pudéssemos considerar uma igreja organizada, com sua arquitetura, rituais, leis, músicas, arte e tradição escrita como um conjunto coadaptado estável de memes que se auxiliam mutuamente."
comentários(0)comente



JPHoppe 05/05/2013

As espirais imortais
"O Gene Egoísta" não é um dos livros clássicos e mais conhecidos das Ciências Biológicas por nada. Com uma primeira edição na década de 70, o "livro do jovem autor", para usar as palavras de uma de suas mais famosas resenhas, causou uma revolução no pensamento do processo de evolução das espécies, fazendo perguntas que até hoje são motivo de debate.

"Qual é o alvo da Evolução?". Segundo Dawkins, a resposta não pode ser outra que não o gene. O raciocínio é desenvolvido em várias etapas, mas pode ser decomposto em duas pricipais.
Primeiro, apenas o gene tem permanência suficiente para ser selecionado por meio da Seleção Natural. Seus portadores, os quais Dawkins chama de "veículos", são por demais diáfanos. Os genes (ou "replicadores") carregados por eles, no entanto, são potencialmente imortais, ao realizarem cópias fiéis que são transmitidas para as próximas gerações.
Segundo, precisa ser o gene, e não o conjunto dos genes que compõe o organismo, uma vez que essa associação também é muito breve, um instante imperceptível na escala evolutiva.

"Qual a explicação, baseada na genética, para o altruísmo?". Pondo de lado as explicações teleológicas para o altruísmo (e outros comportamentos), Dawkins sugere com a teoria do gene egoísta explicações suficientes e plausíveis para a ocorrência dos mesmos, usando a "Seleção de Parentesco" como base.

A edição que li também inclui dois capítulos a mais que da primeira edição, sobre o alcance dos genes (não limitados a seus veículos), e a proposta da memética.

Tudo muito bom, mas sou obrigado a distanciar-me um pouco do autor. Aqui e ali há algumas ressalvas de qual é o alvo da seleção, e que não necessariamente é o gene, E SOMENTE o gene, mas também outros níveis na hierarquia, como o organismo e o grupo, mas não é esse o tom adotado em grande parte do livro.

Ainda que seja o genótipo o "manual de instruções" do organismo, e o gene a unidade estrutural que dita a mudança do fenótipo, compartilho a opinião de Stephen Jay Gould de que, por mais que dependa do gene (e suas mudanças), o mesmo é invisível aos olhos da Seleção Natural, que vê apenas o fenótipo. Estabelecer o gene como unidade fundamental é, para mim, uma visão muito reducionista do processo. Outros autores, como Ernst Mayr, foram mais rígidos, ao ponto de classificarem a Teoria do Gene Egoísta como "não-Darwiniana". Não é pra tanto...

Fora este tom, o livro é excelente em todos os demais aspectos, conseguindo explicar de forma suficiente, em nível introdutório, teorias carregadas de matemática que explicam alguns processos evolutivos, como as Estratégias Evolutivamente Estáveis, Teoria dos Jogos e demais.

Merece ser lido!
comentários(0)comente



Isabela.Lopes 07/09/2021

Para mim sempre é um desafio ler livros de não ficção. Mas, de vez em quando me proponho esse desafio, e o escolhido da vez foi O Gene egoísta.
No início achei que o ritmo de leitura mais rápido, quando chegou no capítulo 11(54% do livro), na minha opinião começou a ficar mais lenta. Lembrando que essa foi a minha experiência.
No entanto, consegui refletir sobre alguns aspectos e adorei as curiosidades do mundo animal apresentadas pelo autor.
comentários(0)comente



105 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR