Igor13 06/06/2021
Contexto histórico distorcido, sem análise isenta e, declaradamente, político.
Já de cara o livro se diz declaradamente político. Não isento. Está lá. Elogio o autor pela sinceridade, pois, está longe de ser um livro histórico mesmo. E, ao meu ver, vai apresentar uma 'teoria' política da formação do povo brasileiro distorcida. Como é tudo em política. Se é isso que procura, defender uma 'teoria', um grupo, uma ideologia, sem bases reais empíricas, beleza. Mas se o leitor, como eu, busca entender a história de formação desse país, aí vai precisar ler muito mais livros, inclusive não só sobre o Brasil e América Latina, e com a cabeça aberta
Bem, superados os que só querem ratificar uma visão passada, erroneamente, desde a maioria das escolas, posso recomendar alguns autores e linhas a seguir. Sim, pois também tive que engolir esse tipo de simplificação mesquinha da realidade desde novo e inclusive na universidade, onde esperava história e análise técnica dos fatos, e sempre ouvia a mesma ladainha de opressor e oprimido, luta de classes, imperialismo, pureza e inocência do índio e vocês já conhecem o resto da novena.
O que ocorreu durante esses últimos séculos de colonização na América Latina e no Brasil foi terrível. Ninguém pode negar isso. Esse não é o ponto. Porém, o que aconteceu aqui, de modo similar, com peculiaridades, aconteceu na história da humanidade inteira em todos os lugares.
Não vou ir além disso. Meu ponto é, quer entender o povo brasileiro (como se não houvessem diversas formações distintas), vá estudar primeiro história (não ideológica) de outros povos pelo mundo. Boas biografias e livros mais específicos. Não pegue Eric Hobsbawm, por favor! Não seja preguiçoso. O autor também é declaradamente político. Peguem obras de historiadores mais isentos. Sei que não existe algo como 100% isento, mas há autores mais preocupados com os fatos e suas motivações específicas que super generalizações e teorias que abarquem tudo. Não funciona dessa forma.
Recomendo no Brasil o famoso 'penhinha', Eduardo Bueno, e Jorgue Caldeira. Há muitos outros. Já é um começo. Só nessas obras você já verá que não é bem como esse autor defende.
Quase me esqueci. Fui até 13% do livro. Não aguentei a tortura mais do que isso. Não dei classificação, pois teria que classificá-lo na categoria de capacidade de manipular os fatos em benefício de um grupo político. Não é a área que me interessa. Se bem que, pelo número de pessoas que elogiam essa obra, deve estar por volta de 4,5 de 5 no grau de manipulação.