Thabata 11/01/2020Por que a gente começouEssa deveria ser a pergunta, porque sinceramente, que relacionamento foi esse? Sabe aqueles erros que a gente comete na vida e depois de um tempo vemos que eles foram cometidos no momento certo, porque se tivéssemos feito mais tarde as consequências poderiam ter sido piores? É bem isso.
Minerva passa horas escrevendo uma carta que provavelmente nem será lida pelo destinatário, que não gosta de ler. Ela diz no começo que não o ama mais, mas ainda perde horas do seu dia escrevendo pra ele, remoendo o relacionamento e coisas que ela deveria ter visto mas não viu. No decorrer da narrativa ela vai apresentando pra gente e pro Ed, coisas que ela guardou numa caixa que lembravam um determinado momento do relacionamento deles, mas o curioso é que ela apenas guardava os objetos na caixa e eles ficavam ali, esquecidos. Estanho, não?
Eu detestei o Ed desde o primeiro momento. Típico modelinho de cara sem noção, machista e homofóbico. O cara é bom em matemática (o que é uma surpresa) mas acha que isso é coisa de gay, acha que um homem não anda com uma mulher se não tiver interesse ou se não for gay, acha que existe cafés para homens ou para mulheres e gays, taxa uma menina de rodada quando a lista de meninas que ele ficou é imensa. Enfim, o cara é um desastre. Com o passar do tempo, a gente percebe que ele só repete o que há tempos escuta do treinador, que meio que exerce uma figura de pai tanto pra ele quanto pro resto do time. Aí não sei se sinto raiva ou pena por ele ser como é.
A Minerva me pareceu inteligente, no inicio, mas depois de tantas citações repetitivas de filmes comecei a não gostar mais, fora que ela começa a sair com o Ed o superestimando, achando que ele é muito pra ela, receita pra não dar certo . Eles não tinham nada em comum, ela insistia em ceder as vontades dele, assistia aos jogos e treinos mesmo os achando chato, o defendia sempre que ele fazia besteira e não levava a sério suas falas preconceituosas. Durante vários momentos ele e a irmã dizem que ela é "diferente" das outras meninas que ele saia, mas conforme ela conta os fatos você percebe que ela está ficando igual as outras, virando mais uma "menina de arquibancada". Ela se torna mais um clichê.
A melhor personagem pra mim foi a Lauren. Sempre que ela aparecia eu ria. Ela tinha ótimos diálogos com a Min com seu humor cortante e direto. Ela dividia os segredos da Minerva e do Al, era uma base mediadora no tripé da amizade deles, uma pena ela quase não ter tido espaço na estória.
A única coisa boa era saber que eles não duraram muito tempo e a curiosidade em descobrir o que aconteceu acaba fazendo a gente insistir na leitura, mesmo não achando o livro muito bom. Aí quando, no final, você descobre o que é, você se decepciona mais uma vez com o livro. Ele acaba sendo só um monte de clichês mal feitos: Ed o atleta da escola que acha que as pessoas precisam agradá-lo e ele não precisa retribuir o tratamento; as meninas da escola que fazem ele ter certeza de que o mundo está ali pra servi-lo; a Joan, irmã do Ed, que vê as coisas que ele está fazendo e não fala nada; o Al, que acabou se tornando óbvio e deixando o Ed ter um pouco de razão nos seus preconceitos; a Min, que deixou sua vida e seus amigos de lado pra ficar do lado de um cara que todo mundo dizia que não era bom pra ela e por fim, a cereja do bolo, o motivo pro termino do namoro, que mais obvio não podia ser. Quando você pensa no perfil de cara que o Ed é, não é muito difícil de saber qual foi o motivo.
Esse livro foi decepcionante, essa é a palavra, não que eu esperava muito. Eu queria um livro bobinho mesmo, só pra relaxar, mas esse foi tão frustrante que nem pra isso serviu, e assim como a Minerva apagou da mente o filme os patetões III, esse livro vai sumir da minha também.