ritita 29/03/2020òtimoZoya, menina riquísima, mimada e linda, que da vida só conhece o mundo superficial dos russos muito ricos, vê sua vida e dos seus desabar de forma trágica e irrevogável durante a revolução russa, e é obrigada a atravessar cinco países com a avó (como ela, única sobrevivente), até chegar em Paris com a única riqueza que conseguiram levar - pequenas jóias valiosas costuradas nas roupas, o que não lhes é de muita valia numa cidade de muitos refugiados russos, onde todos vendem o que tem para sobreviver. Entendendo que tem que buscar uma forma de sustento para si e a avó, consegue um lugar de dançarina no balé russo da França, que lhe permite alugar um pequeno e pobre lugar para morar, até que (.......).
Depois de muitas idas e vindas,muita fome e pobreza, e após a morte da avó casa-se com um soldado americano e vai morar nos EUA. A vida vai muito bem, retornam os bons tempos de luxo e ostentação, mas o marido infarta durante o crash da bolsa de N. Iorque, onde perdeu toda a fortuna, inclusive a mansão onde moram, deixando Zoya novamente com uma mão na frente, outra atrás, agora com dois filhos pequenos.
Enfim, trata-se de uma saga onde a ex condessa (Zoya) tem que se reinventar de acordo com as mudanças mundiais (revoluções, guerras, epidemias, etc.).
A morte violenta e trágica de entes queridos ronda sua vida desde a adolescência até a velhice; ela chora, sofre, se desespera, mas tal a música primorosa de Milton, ♪mas é preciso ter força, É preciso ter raça, É preciso ter gana sempre♪ E Zoya tem.
Leitores mais sensíveis irão chorar rios de lágrimas, mas eu me detive na perspectiva histórica e na reconstrução de Zoya diante tantas adversidades.
É um livro gostoso de ler, mesmo para quem não gosta de acontecimentos históricos, que apenas permeiam o romance.
P.S.: Demorei um montão a terminar porque estou lendo Sashenka, também um livro que se passa na época da revolução russa, também sobre uma mulher forte, mas do outro lado da briga.
Tive que tirar meu chapéu e aplaudir Danielle neste romance. Um primor! Escreveu-o como gente grande.
Nota 5/5 com louvor.