Mialle @mialleverso 05/09/2019fraco e sem graçaLucrécia Bórgia faz parte de uma das famílias mais polêmicas que já controloram o Vaticano. Filha do Papa Alexandre VI, Lucrécia tem uma rede de rumores sobre si, sobre ser uma mulher inteligente e maliciosa, acostumada a envenenar seus maridos e amantes, também acusada, com alguma frequência, de manter um relacionamento não saudável com seu irmão Cesare Borgia.
Em Veneno nas Veias todas essas possibilidades serão atiradas pela janela sem cerimônia enquanto o autor se apega e desenvolve o que, sem dúvidas, é a versão mais sem graça de Lucrécia Borgia.
Aqui encontramos Lucrécia como uma jovem inocente que deve ser surda já que nunca ouviu falar que "os Borgia são um bando de assassinos". Completamente alheia ao cenário político que sua família, Lucrécia parece tão inocente que é preciso ter paciência durante o começo do livro.
Com a morte de seu irmão Juan, Lucrécia se vê envolvida nas tramas de sua família enquanto tenta proteger seu marido das maquinações dos Borgias. Em algum momento o autor também decide inserir Maquiavel na história como um novo amigo de Lucrécia.
Um romance histórico tem suas liberdades criativas, mesmo se utilizando de personagens que foram reais, as Veneno nas Veias pega toda a graça e nuances da família Borgia e transforma numa disputa entre o bem e a inocência de Lucrécia contra a maldade de sua família. Neste livro, Lucrécia é uma personagem infantil e boba que tende acreditar no que lhe dizem. Os outros Borgias tem personalidades sem profundidade onde Rodrigo é apenas malvado e Cesare se divide apenas entre seu amor pela irmã e as conquistas militares.
Se você ignorar completamente todo e qualquer contexto histórico não é um livro ruim, mas também não tem nada especial.