Filha de Feiticeira

Filha de Feiticeira Celia Rees




Resenhas - Filha de Feiticeira


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Telma 27/05/2012

As Bruxas de Salem
Este livro maravilhoso "Filha de Feiticeira" ganhou meu coração.
Celia Rees com certeza enfeitiçou-me, pois depois de começar, como que hipnotizada, não pude parar.

A capa é bem feinha!...rs ... escura, sem graça mas, ao entrarmos na narrativa de Rees, até a capa faz sentido.

Alison Ellman logo na primeira página, diz que o livro foi escrito a partir de uma coleção de documentos, designados “os papéis de Mary”, datado do período colonial . As datas, segundo ela, são aproximadas, e foram determinadas com base em referências no próprio texto - Março de 1659, cuja diagramação foi reformulada para o lançamento em livro.

Mary Nuttal é um feiticeira, ela tem o dom da clarividência. Mora na Inglaterra, no século XVII onde, para os puritanos, todo e qualquer sinal de feitiçaria era pago com morte por enforcamento ou fogueira.
Este foi o destino que teve sua avó, descrito na contracapa:

"Moramos num chalezinho bem na boda da floresta - minha avó, eu, o gatodela e o meu coelho. Morávamos. Não moramos mais.
Vieram uns homens e a levaram. Homens de roupa preta e chapéus tão altos quanto campanários. Enfiaram uma lança no gato e arrebentaram a cabeça do coelho contra a parede. Disseram que não eram criaturas de Deus, mas demônios familiares, o próprio Diabo disfarçado. Lançaram a massa de pêlo e carne no monturo e ameaçaram fazer o mesmo comigo e com ela, caso não confessasse seus pecados.
Depois a levaram embora.”

A partir desta data, Mary parte para a América, com a promessa de uma terra onde as pessoas pudessem ser mais livres e suas crenças não fossem tão severamente castigadas. Parte em um navio, com a passagem comprada por uma mulher que diz ter sido muito amiga de sua avó e que lhe devia muitos favores.

Relata desde a viagem no porão do navio, onde se manteve entulhada com muitos outros viajantes, seus animais (cavalos, galinhas, ovelhas, etc) e tudo o que se fazia necessário para uma nova vida, em uma nova terra.

Ao chegar em terra firme, é que seus verdadeiros problemas começam quando encontram em Salem um povo tão supersticioso quanto o que havia deixado na Inglaterra.

A leitura vale todo o tempo e dinheiro investido.

EXCELENTE!

PS.: Estou louca pra ler Sangue de Feiticeira - sequência deste.
Silvia 10/06/2012minha estante
Nossa eu quero este livro, se vc não falasse dele no meu mural de recados teria passado em branco, obrigada pela dica.


Sylvia 09/07/2012minha estante
Nossa Telma, adorei a resenha! Adoro livros e filmes sobre bruxas.
Ficou perfeita, parabéns.


Telma 09/07/2012minha estante
Sylvia, esse livro foi para a Silvia.
Eu fiquei encantada com ele. Sou maluca por histórias com bruxas também, até porque, de maneira indireta isso é parte da cultura brasileira e está presente sempre.
Obrigada pelo comment.
Feliz que ambas tenham gostado




Gerson 26/08/2021

O livro conta a história de uma adolescente de nome Mary - que é retirada abruptamente do convívio de sua avó materna, a qual foi presa acusada de bruxaria na Inglaterra do século XVIII e executada quase que sumariamente - sendo colocada num em um navio cheio de colonos puritanos a caminho do Novo Mundo, onde tem que tomar muito cuidado para não ser reconhecida como sendo uma filha de feiticeira. O livro trata da questão da intolerância religiosa com o que naquela época era creditado a obra do diabo, muito embora as mulheres acusadas de fazer bruxaria em sua maior parte utilizassem seus dons e conhecimentos para curar as pessoas de eventuais enfermidades. Em uma época dominada pela superstição, no dizer de um personagem, bastava as coisas não irem bem para as pessoas procurarem alguém para responsabilizar. Um livro muito bom!!!
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Fernanda L. 23/06/2022

Um dos melhores livros em muito tempo
Este livro é maravilhoso. Uma experiência a qual vale a pena.
Na primeira vez que li essa obra, eu era adolescente. Foi um presente de minha mãe. Essa leitura me marcou muito. Agora, anos mais tarde, nessa releitura, o livro me deixou a mesma impressão: maravilhoso e impressionante.
A obra narra a história de Mary, uma inglesa, bruxa, no século XVII. A protagonista, com 14 anos, vê-se no meio de uma caça as bruxas que acaba por matar sua avó, também bruxa.
O destino acaba por enviar Mary para o Novo Mundo com um grupo de puritanos para tentar fugir da caçada. Mas as coisas acabam por tomar um novo rumo.
O livro narra a trajetória de Mary pela Inglaterra, pelo mar e pelo Novo Mundo de forma dinâmica e rápida, sem pecar nos detalhes.
A tradução é impecável e o texto nos transporta para as situações vividas pela protagonista. Vale muitíssimo a pena ler.
É um dos livros favoritos da minha vida!
RECOMENDADÍSSIMO!
Gisele529 23/06/2022minha estante
Vou ler


Fernanda L. 23/06/2022minha estante
Gisele, leia. O livro é maravilhoso.




alaneprado_ 08/05/2021

misericordia
Eu tenho esse livro há MUITO tempo, mas só decidi ler agora...
Eu gostei de alguns pensonagens e alguns tópicos mas CARAAAAA, o desenvolvimento é HORRÍVEL!!!! Muitos personagens INCLUINDO A MARY (respectiva protagonista) são pessimamente desenvolvidos.
Como se trata de um diário, você pensa que conseguirá explorar bem o âmago de Mary ja que se trata de uma história narrada em 1a pessoa porém é totalmente ao contrário. O "climax" ocorre durante sei la, as DUAS últimas páginas e é simplesmente cortado kk... você fica curioso pra saber o que acontece depois, o que acontece durante também (ja que o livro só tem enrolação)!!
E a mãe dela??? Poderia ter dado mais informações, explicar como o moço chegou em Beulah pra trazer a noticia sobre Mary e etc.

Chamei a autora ja que fiquei curiosa pra saber sobre Mary e Gaio, mas ela mandou eu ler a continuação, que por sua vez não tem publicação em pt?
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Sabrina - @linhaposlinha 29/06/2020

"Ser parteira, ser curandeira acarreta riscos. Se tudo correr bem, ficam todos agradecidos, mas quando as coisas dão errado, como costuma acontecer, aí é outra história. Quem cura pode fazer mal, começam a sussurrar, quem cura pode matar".
Filha de Feiticeira foi um dos meus melhores achados que eu poderia ter em um sebo.

Logo no início do livro nós conhecemos Mary Nuttal, uma garota que acaba de perder a avó, condenada à forca por feitiçaria. Para não ter o mesmo destino, Mary se vê obrigada a esconder sua identidade e fugir para a América deixando a Inglaterra para trás. E a partir daí, nós acompanharemos toda sua trajetória em meio a tentativas de manter em segredo seus dons de clarividência ao mesmo tempo que tenta viver em harmonia em uma pequena comunidade inglesa puritana.

Não demorou muito para que eu me sentisse envolvida pela história. A narrativa em formato de diário geralmente costuma ser uma questão para mim, mas dessa vez vejo que foi um dos pontos cruciais para fazer eu me sentir inserida na história. É delicioso poder acompanhar Mary por seus próprios registros.

Além disso, a trama toda conta com uma ambientação incrível: uma mistura de misticismo com realidade. Questões sociais e culturais também são muito bem abordadas pela autora, o que amplia ainda mais a imersão do leitor na história. Nota-se que houve um exímio cuidado por parte dela ao retratar o contexto histórico, religioso e cultural da época em que se passa a história.

Adorei acompanhar a trajetória de Mary e logo que terminei a última página, eu fui atrás do segundo livro. No entanto, não vejo como algo necessário. Quem quiser, pode simplesmente encerrar a leitura aqui que não tem problema. A não ser que você queira realmente saber o que acontece a Mary depois disso tudo - o que foi o meu caso.

Filha de Feiticeira é um livro repleto de misticismo e desejo por liberdade. Recomendo para quem curte histórias de bruxas com uma ambientação mais realista.

site: https://www.instagram.com/linhaposlinha
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gus 30/10/2022

achei muito bom pq é uma história que te envolve muito, mas não é uma história, aconteceu de verdade.

Eu tenho várias teorias sobre oq aconteceu depois, oq é legal pq o livro te da espaço criativo pra fazer seu próprio desfecho, porém eu queria muito saber oq aconteceu de verdade

a capa podia ser mais bonita mas reflete bem o livro.

P.S: DESCOBRI QUE TEM CONTINUAÇÃO, C4R4LHO EU TÔ MUITO FELIZ
Gabriel Farias Martins 07/11/2022minha estante
Eu comecei a ler a segunda edição quando era criança, mas entendi pouco
Recentemente li novamente e adorei!
Finalmente consegui a primeira. Comecei hoje.




spoiler visualizar
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Tielle | @raposaleitora 06/01/2010

Fascinante!!
Muito emocionante... principalmente o final!!! Uma historia cheia de misterios, a maioria nao tem revelação, oq dexa o livro + emocionante ainda, pois vc nao sabe oq aconteceu... nao posso revelar + nda ou vou estragar a narraçao..



recomendadissimo!!

~♥~
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Graci 19/01/2010minha estante
Cara, é sério...Eu sempre tive vontade de ler este livro, mas encotrei ele uma vez, em um sebo e putz, estava lisa e num pude comprar...Nhaaaaiiii...que invejaaa...ahahahahaha...mas não vou desistir, continuarei procurandoooo!!...rs..Bjokassss!


Lu 25/03/2010minha estante
Puxa, agora fiquei com água na boca de ler esse livro.




BiancaGulim 17/02/2017

Por ser um diário, o livro é narrado em primeira pessoa, por Mary Nuttall, uma jovem de 14 anos que foi criada na miséria por sua avó. O cenário é a Inglaterra do século XVII, época marcada pelo conflito entre puritanos e católicos e pela caça às bruxas. O fanatismo religioso e a intolerância reinam.
Na primeira página do livro Mary nos conta que sua avó foi levada, acusada de feitiçaria. Cada tipo de tortura pela qual a idosa foi submetida é exposto por sua neta. Na quarta página, sua avó é enforcada. A partir daí começa sua aventura: ela consegue fugir e encontra refúgio com um grupo de puritanos fanáticos, que vão em busca de melhores oportunidades na América. Apesar de se afastar das pessoas que mataram sua avó, ela está longe de se sentir segura. Ninguém pode saber que ela tem parentesco com alguém acusado de feitiçaria, pois acreditava-se que esse tipo de mal é herdado de geração em geração. Então, ela muda seu sobrenome para Newbury e esconde seu passado. Mas, até quando ela conseguirá manter essa farsa? Como ela poderá saber em quem confiar? Como conseguirá esconder sua natureza que insiste em se fazer presente?
No decorrer da história somos apresentados a personagens bondosos, que oferecem a Mary um lar, a oportunidade de formar uma nova família, e a personagens crueis, que podem descobrir sua origem a qualquer momento. Eu passei a leitura inteira esperando pelo momento em que ela seria descoberta, perseguida. E torcendo para que conseguisse escapar de novo, para não ser friamente assassinada.
Seria impossível continuar falando da história sem deixar escapar spoilers! O livro é pequeno, com 199 páginas. E acho que o mais importante nessa obra não é tanto a história em si, mas as reflexões que ela traz.

Então, vamos às minhas impressões:

Posso ser um pouco sensível demais, mas considero esse um livro um pouco pesado. Apesar de Mary não ter existido e sua história não ser real, o contexto é verídico. Muitas netas perderam suas avós para a alienação religiosa. Muitas pessoas foram torturadas por serem diferentes, por desconfianças infundadas. Puro preconceito, medo do desconhecido, é claro. A natureza humana é um pouco bizarra, sempre foi. A falta de conhecimento acentua isso, desde sempre. E naquela época, pouco se sabia sobre o mundo.
A autora é tão fiel aos acontecimentos daquele período, que muitos leitores acreditam que a história é verdadeira. Até a tribo indígena citada (Pennacook) viveu naquela época e região. Eu mesma só tive certeza de que realmente trata-se de uma ficção ao visitar o site da própria obra. Até porque era intenção da autora fazer o leitor acreditar que a história é verdadeira, e fez isso bem feito.

Outra dúvida que a autora deixa no ar é se de fato Mary e sua avó são feiticeiras, ou se é o fanatismo irracional e cego de pessoas encorajadas por uma fé religiosa sem bondade que traz essa interpretação. A narrativa deixa claro que um mero conhecimento em ervas medicinais é suficiente para gerar desconfiança por parte da igreja. Mas, em um trecho da obra Mary nos conta que teve uma visão do futuro: “ ... eu tenho o poder, não há como duvidar. Fosse qual fosse a minha esperança em contrário, não posso escapar do meu destino ... sei como ele vai morrer, e esse conhecimento é um fardo ...”. Em outro trecho, quando conta que sua avó fora acusada de sair pela noite em forma de lebre, ela garante que seu corpo repousa ao seu lado na cama toda noite, mesmo que por vezes fique inerte, de olhos abertos, como se estivesse morta. Se for colocar na balança, a narrativa tende para nos fazer acreditar que são feiticeiras, apesar de não deixar muito claro.

O que mais me chamou atenção no livro é também a crítica central da obra: como o homem foi facilmente alienado pela igreja. “... A fé das pessoas é como uma leve fagulha numa vasta escuridão. O medo delas cresce como uma trepadeira, sufocando tudo ...”. Eu não sou religiosa, apesar de ter sido batizada, e não estou familiarizada com textos bíblicos, então a quantidade de sermões citados deixaram a leitura cansativa para mim, em alguns momentos. Em contrapartida, entendo que esses trechos são importantes para ressaltar o quão absurda era a alienação gerada pela religião efervescente. Ervas medicinais apontadas por índios na floresta salvavam vidas, mas o que se interpretava era que Deus operara um milagre. A aurora boreal é um fenômeno natural, mas era interpretada como uma intervenção divina, com propósito de apontar a direção que o navio deveria tomar. O que se vê são pessoas distorcendo os acontecimentos comuns a favor da sua fé, na tentativa de provar sua veracidade, de justificar sua intolerância impiedosa.
A alienação é tão grande que, por vezes, pegamos a própria Mary, vítima desse fanatismo, acreditando nas crenças pregadas, usando termos religiosos: “Deus nos observa o tempo todo. Escrevo em meu diário sob seu olhar ...”. A influência é uma coisa louca, perigosa.
O que mais tornou o livro especial para mim é bem pessoal: eu tenho um certo fascínio por culturas indígenas, pela relação que esses indivíduos têm com a floresta, com os animais. E Celia Rees traz com excelência as crenças indígenas da época. Conhecemos o personagem Gaio, um jovem índio que se torna amigo de Mary, mesmo que escondido, já que andar com nativos pode ser interpretado como adoração ao diabo. Ele conta para nossa protagonista como o “homem branco” roubou as terras de seu povo, apresenta seus costumes, a maneira como levam a vida com liberdade, acreditando que espíritos assumem formas de animais. No meu livro, "Sobreviventes do Caos", esses elementos têm um espaço mais que especial, e eu fiquei comovida ao notar muita semelhança entre a cultura indígena criada por mim e a criada por Celia Rees. Apesar de ser impossível não sermos “contaminados” com todas as histórias de índios que vemos em filmes, séries, livros, e até mesmo nas histórias verídicas desses indivíduos evoluídos. Então, apesar de chamar minha atenção, não fiquei impressionada.
O sentimento mais presente na minha leitura foi apreensão, na expectativa de ver Mary ser descoberta a qualquer momento. Confesso que me peguei triste em várias passagens, também. Mary é extremamente pessimista, porém realista. Ela sempre acaba tendo que se despedir das poucas pessoas que um dia poderia confiar, e em toda despedida ela deixa claro saber que nunca voltará a ver essa pessoa, apesar de prometerem o contrário. É triste imaginar uma criança sem esperança. Mais triste saber que essa atitude é fundamentada na realidade que vive.

Recomendo o livro pra quem gosta de uma leitura um pouco mais profunda, que traz reflexões. A escrita é simples e a leitura foi, em maioria, fluída. A autora dá uma enrolada no meio do livro, gastando muitas páginas narrando acontecimentos meio que sem importância, que não agregavam muito à história. Como o livro começou pegando fogo, eu esperava uma rapidez nos acontecimentos. De qualquer maneira, eu tenho pavor de enrolação, então talvez minha opinião seja um pouco dramática nesse caso.
Outro ponto que acho importante ressaltar é que apesar de ser uma obra de literatura fantástica, a autora não vai muito além. Se você está esperando aqueles livros de fantasia que criam um universo novo, com bruxas e seus feitiços, vai se decepcionar. A obra foi catalogada como literatura infanto-juvenil, mas eu considero uma leitura adulta. Tem algumas passagens mais infantis, como cenas em que a autora descreve picuinhas entre adolescentes envolvendo a protagonista. Mas, a reflexão que a leitura gera exige um pouco mais de maturidade, na minha opinião.

site: https://delirioliterariooficial.blogspot.com.br
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Vanessa Vieira 23/06/2018

Filha de Feiticeira - Celia Rees
O livro Filha de Feiticeira, da autora Celia Rees, nos traz uma história interessante sobre bruxaria, misticismo e feitiçaria na Inglaterra do século XVII, com um rico contexto histórico e religioso. Apesar de ser rotulado como um livro infanto-juvenil, o romance de Celia Rees vai muito além disso e nos mostra de forma profunda um dos períodos mais negros da história do cristianismo, a inquisição e como ideias tão infundadas e puramente preconceituosas ceifaram a vida de milhares de pessoas inocentes. Tecido com um rico panorama histórico e norteado por personagens fortes, corajosos e de fibra, o enredo conseguiu me conquistar logo nas primeiras páginas e se mostrou um dos meus livros favoritos sobre o tema.

Mary Nuttall nunca conheceu os seus pais e acaba de perder a avó, condenada à forca sob a acusação de feitiçaria pelos religiosos da Inglaterra do século XVII. Para não padecer do mesmo destino, a jovem se vê obrigada a ocultar a sua verdadeira identidade e a se esconder na América, onde comunidades religiosas fundadas pelos ingleses estão começando a prosperar. Entretanto, para garantir a sua sobrevivência, Mary precisa esconder os seus dons de clarividência, pois os valores religiosos do Velho Mundo - que tanto provocaram dor e sofrimento na jovem - também se encontram presentes nos colonos da nova terra. O que difere a América do ambiente hostil e castrador vivido na Inglaterra é o convívio da moça com os nativos americanos, que prezam a espiritualidade e acreditam que ela esteja diretamente ligada à natureza, cultura esta que fascina e inspira a jovem feiticeira.

Para Mary, a feitiçaria é muito mais do que ter apenas vislumbres com o futuro. A jovem acredita que ela seja uma disposição para aceitar a autonomia individual e conceder aos seres sua própria forma de expressão, independente de se ter ou não dons mágicos. Entretanto, a sua capacidade de estar aberta para admitir dimensões diferentes da existente se torna um pecado mortal em meio a uma sociedade que apregoa a uniformização coletiva sob o falso pretexto de se tratar de obediência à palavra de Deus...

Filha de Feiticeira, como disse anteriormente, não se restringe apenas ao mundo juvenil e suas vertentes e sim ao poder da magia e, acima de tudo da emancipação, independência, caráter e livre-arbítrio do ser humano. Celia Rees não rotula em seu enredo o que é certo ou o que é errado, mas salienta que tudo pode ser visto de uma forma diferente caso ajustemos a nossa lente de modo apurado e passemos a encarar as coisas e os fatos ao nosso redor sob um âmbito até então nunca explorado. Narrado em primeira pessoa por Mary no formato de um diário, o enredo sintetiza bem os sentimentos e aflições da personagem em meio aos perigos que a cercam, além de frisar com afinco a sua fé e os seus verdadeiros valores em meio a uma sociedade tão "preto no branco".

Eu simpatizei com Mary logo no primeiro capítulo, não só pelo fato da protagonista ter opinião própria e firmeza de caráter, como também por mostrar toda a sua afeição e amor com aqueles que lhe são queridos. Me emocionei bastante com o suplício de sua avó na trama, sobretudo por ter uma narrativa feita por uma adolescente ingênua e com uma parca visão do mundo e do quanto ele pode ser mesquinho e cruel. A dor amadureceu a personagem e foi lapidando sua personalidade pouco a pouco e acompanhar a transformação de menina para mulher de Mary foi edificante e mostrou como a protagonista foi contornando os seus obstáculos e até mesmo se moldando a eles, tal como a água toma forma daquilo que a cerca sem perder a sua essência. O romance no enredo desponta de forma tímida e amena e acaba até mesmo sendo suprimido pelos demais elementos da história, entretanto deixa um gancho promissor para a sua sequência.

"Moramos num chalezinho bem na borda da floresta - minha avó, eu, o gato dela e o meu coelho. Morávamos. Não moramos mais. Vieram uns homens e a levaram. Homens de roupa preta e chapéus tão altos quanto campanários. Enfiaram uma lança no gato e arrebentaram a cabeça do coelho contra a parede. Disseram que não eram criaturas de Deus, mas demônios familiares, o próprio Diabo disfarçado. Lançaram a massa de pelo e carne no monturo e ameaçaram fazer o mesmo comigo e com ela, caso não confessasse seus pecados. Depois a levaram embora"

Os personagens secundários da trama não deixam a desejar e representam bem os seus respectivos papéis, tanto de mocinhos quanto de vilões e os traços na personalidade de cada um deles é praticamente um retrato quase que palpável das figuras que imperavam no período da inquisição. Outro ponto que merece destaque no enredo de Celia Rees é a forma como a autora abordou a feitiçaria e os seus variados conceitos, especialmente ao apresentar o xamanismo, sua filosofia e o princípio dos animais totens.

Resumidamente, Filha de Feiticeira é um livro sobre diferenças, puritanismo, feitiçaria e a qualidade de manter a sua essência quando tudo a sua volta conspira contra isso. Mostra também o quanto alguns líderes abusam do poder da religião para alienar o seu povo e tentar justificar as suas atitudes mais vis e animalescas. A capa do livro é simples e em tons escuros e retrata a protagonista em meio a um vale solitário e sombrio - o que sintetiza bem o seu estado de espírito ao longo da história - e a diagramação esta ótima, com fonte em bom tamanho e revisão de qualidade. Recomendo, com certeza!


site: http://www.newsnessa.com/2018/06/resenha-filha-de-feiticeira-celia-rees.html
Luciana.Rodrigues 17/11/2020minha estante
Bachei o apricativo mais não consigo acha pra ler o . livro




Lita 31/08/2013

Comentários pouco relevantes
Um livro bastante descritivo, de leitura fácil.

Não sei realmente se trata-se de uma história realmente verídica, mas é realmente bastante detalhado, com pouco mais de 90 anotações em forma de diário, capaz de prender os fãs de leituras simples e detalhadas.

Mary é uma garota ligeiramente mais madura do que aparenta, e o conhecimento adquirido com a criação recebida de sua avó lhe é muito útil, tanto durante sua viagem como depois, na vida nova com os desconhecidos e o Novo Mundo.

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Nathalie Ayres 28/05/2009

Intenso
Apesar do tamanho modesto, Filha de Feiticeira foi um dos livros que eu mais gostei! Ele me trouxe, principalmente, o hábito de releitura!
A história é apaixonante e super misteriosa! Mary foi criada pela avó, mas quando esta é morta pela Inquisição, só resta a menina fugir para o Novo Mundo, e tentar viver uma vida normal. Apesar de uma sociedade puritana não ser o melhor lugar para uma garota como ela.
O que mais gostei neste livro é ele mostrar os vícios escondidos por trás das aparêcias mais virtuosos. Ele também condena o fanatismo religioso e seu poder de cegar os indivíduos!
Mas até hoje eu tenho a impressão que já vi aquela cena do "tribunal" em algum lugar! Não sei se de algum filme! Mas tudo bem! Acho que é porque a autora tem a capacidade de criar imagens muito vívidas através da descrição!
O triste é o livro acabar com um "gostinho de quero mais", já que não sabemos qual o desfecho de Mary! Só lendo a continuação...
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Thais Malta 11/07/2012

clássico
Só posso dizer que "Filha de Feiticeira" é sim, um livro leve, mas não é descontraído. Por quê?
A temática e a narrativa nos arrastam para um mundo de apreensão, medo e perseguição.
O livro é ambientado no século XVII, época em que a caça às bruxas ainda estava viva e atuante.
Neste período havia um conflito entre católicos e protestantes (os Puritanos), com óbvia desordem social e maior número de acusações e mortes.
Embora supostas bruxas tenham sido queimadas ou enforcadas num intervalo de cinco séculos, a maioria foi julgada e morta entre 1550 e 1650, nos 100 anos mais histéricos do movimento.
É sob este caos religioso que a protagonista de "Filha de Feiticeira" se encontra.

Leia o texto original no Lendo nas Entrelinhas: http://www.lendonasentrelinhas.com.br/2010/01/filha-de-feiticeira-celia-rees.html#ixzz20KIaTXGL
por Hérida Ruyz. Plágio é crime previsto em lei: Nunca publique cópias não autorizadas.
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives
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Vivi 20/11/2012

filha de feiticeira.
Pra quem gosta de livros que tragam o assunto magia é um prato feito.
Ele se passa no tempo da enquisição.
Muito surpreendente, prende o leitor do começo ao fim.
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May 02/04/2013

Aprendizados
Uma garota aprende através de suas experiências de vida o quanto crenças que beiram ao fanatismo podem ser perigosas e destrutivas, e, que é possível encontrar amigos fiéis nos lugares que menos esperamos.
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