O Monge Negro

O Monge Negro Anton Tchekhov




Resenhas - O Monge Negro


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Disotelo 11/11/2021

A Fronteira Entre o Sagrado e o Distúrbio
Uma coisa interessante da psicanálise junguiana foi que ela reinseriu, na cultura ocidental, a capacidade de perceber um certo elemento transcendental nos distúrbios psicológicos... Nesse aspecto podemos dizer que esse conto/novela rompeu com as tendências do século XIX e precedeu Jung.
Aqui o narrador deixa a questão em aberto, sem concluir, mas provocando a reflexão do leitor, ótimo conto.
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Claire Scorzi 15/04/2011

Possíveis Leituras
Kovrin, um intelectual russo, sofre um esgotamento nervoso e vai repousar na casa de seu antigo tutor e sua filha, no campo. Ali, certa noite vê um monge de hábito negro que lhe afirma ser ele um dos escolhidos, um indivíduo excepcional. É a primeira das várias entrevistas que ele terá com o monge - até que, já casado com Tânia, a filha ex-tutor, é alertado por ela que está falando sozinho...

O Monge Negro de Anton Tchekhov (1860-1904) é uma novela estranha que exige mais de uma leitura. Ao findá-la, podemos nos perguntar: o que quer isso tudo dizer? Essa peça ficcional poderia ser uma antevisão dos processos do inconsciente só mais tarde discutidos pela psicanálise; poderia ser um relato simbólico da grandeza que cada pessoa enxerga em si, precisando acreditar nisso a fim de que a vida tenha sentido. Poderia ser um conto sobre o temor à mediocridade em habita em todos nós (e essa explicaçao não se oporia à anterior, funcionando como seu complemento); poderia ser ainda uma alusão à própria Rússia em fins do século XIX, uma nação agrícola e atrasada frente ao resto do mundo pós-revolução industrial, e que busca entender qual é a sua missão, qual o seu papel nessa Europa tão "adiantada".

Talvez todas essas possibilidades sejam verdadeiras (e outras mais). O que desnorteia o leitor (pelo menos esta leitora) é que não há qualquer atmosfera onírica na narrativa; o monge negro parece real (mas ninguém, senão Kovrin, o vê); todavia a dubiedade fica patente quando, a algumas palavras do monge, o protagonista lhe diz: "Como é estranho que você esteja repetindo o que tenho pensado com tanta freqüência". O monge tem uma expressão descrita (na tradução direta do russo) como "afável e astuciosa". Este adjetivo, "astuciosa", logo de início, coloca em nós, os leitores, suspeitas acerca desse mensageiro que fala tão bem à auto-estima e à vaidade de Kovrin. Um outro elemento fornecido por Tchekhov é que, pouco antes do seu primeiro encontro com o monge, fica claro que o protagonista não está repousando como deveria, e sim trabalhando como fazia na cidade.
Assim, há dados e dados, detalhes que o escritor acrescenta à sua novela e ampliam as leituras da mesma.

Lembrei-me de duas outras novelas que tocam a questão da mediocridade e da revolta contra ela (que pode assumir variadas formas): Bartleby, o Escriturário de Hermann Mellville, e A Fera na Selva de Henry James. Coincidência ou não, as duas integram a mesma coleção que O Monge Negro - Novelas Imortais - dirigida pelo falecido Fernando Sabino. Ou sou eu que estou vendo demais. Certa é uma coisa: é preciso ler O Monge Negro.
Marta Skoober 04/10/2014minha estante
Tive esta mesma impressão:
- "é uma novela estranha"
- "o que quer isso tudo dizer?"
e certamente
- "exige mais de uma leitura"

Mas, havia sempre uma sensação esquisita de estar lendo um Tolstoi e não um Tchekhov, vai entender...


Excluido 25/06/2020minha estante
Incrível, que resenha deliciosa! Me auxiliou bastante depois do termino dessa novela... Li a Fera na selva um ano atrás depois de uma sugestão sua ( e um vídeo no seu canal). Realmente segue-se uma semelhança, até agora li 4 dessa coleção. ( não suportei a de Gustave Flaubert achei vazia , nem sei porque está compondo uma coleção tão profunda, enfim. Vou ver as restantes... mas até agora amei as que vi ( tirando um coração singelo) .




Marcio 12/02/2022

Loucura???
Uma leitura rápida, requer releituras, interessante para refletir. Acredito que vale a pena conhecer essa novela.
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Marina.Anicet 30/04/2022

Conto normal
Um conto rápido mas pra mim foi um pouco fraco. Ele é bem interessante mas não me pegou. Li mais arrastado.
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Victória 08/02/2023

livro bem curtinho mas interessante

foi o décimo segundo livro do desafio de fevereiro: 28 livros em 28 dias
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Eddie.blathanna 19/07/2023

O monge negro
Minha primeira novela Russa foi rápida, à princípio monótona, no decorrer, confusa, e na conclusão, fantástica. Amei o conto, chega um momento em que se deseja entrar na história e dizer umas verdades, mas aí o próprio protagonista faz isso, e é maravilhoso. Até onde o gênio depende da loucura? (Nessa edição em específico existem alguns erros gramaticais e de revisão, mas nada que mate a leitura).
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Tania Capel 27/12/2013

O Monge Negro - Tchekhov
adoro Tchékhov e isso já não é segredo pra ninguém, mas se querem descobrir o porquê, esta edição d'O Monge Negro da editora Rocco, tem no prefácio um lindo depoimento de Olga Kniper - esposa de Tchékhov - sobre o momento da morte do escritor... sensível e apaixonante.

E falando sobre a história: "E quem lhe disse que os homens de gênio, respeitados pelo mundo inteiro, não tiveram visões? Diz a ciência de hoje que o gênio está muito próximo da loucura." Sim, o Monge Negro fala de genialidade e loucura... e as relações permeadas por ela.

Um destaque faço no texto e uma coisa que me intriga dentro do universo tchekhoviano: a mudança da mulher depois do casamento. A perda da doçura e a instalação da tirania no gênio feminino. Claro que sem panfletagem! Tchékhov aborda o tema em sua sutileza, e deixa a pulga beliscar atrás da orelha.
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Aline T.K.M. | @aline_tkm 01/08/2014

Até que ponto a loucura é algo ruim?
Até que ponto a loucura – parte intrínseca da genialidade, muitos dirão – é algo ruim? Seria ela de todo negativa?

Em O Monge Negro, de Tchekhov, o intelectual Kovrin sofre de “um esgotamento que lhe arruinou os nervos” e, aconselhado por um médico, vai passar uma temporada no campo, na casa de seu antigo tutor e segundo pai, Iegor Semionovitch, e sua filha, a franzina e pálida Tânia Pessotski, com quem acaba se casando.

Em um dado momento, Kovrin tem uma estranha visão, bastante real, de um monge negro capaz de transcender o espaço e o tempo. Essas visões passam a acontecer com cada vez mais frequência; inclusive, recebe a visita do monge para longas conversas nas noites insones. Não tarda para que a esposa e o sogro o alertem: essas visões indicam que ele só pode estar doente.

Cedendo à pressão dos seus, Kovrin se esforça para colocar corpo e espírito nos eixos, nos padrões tidos como normais; assim, não mais vê o monge negro, mas com isso perde o vigor e a genialidade de outrora. Genialidade esta que também era reconhecida por seu colega encapuzado – o monge não cessava de repetir-lhe como era brilhante. Sem as visões, Kovrin aproxima-se da mediocridade, do rebanho formado por todos aqueles saudáveis e normais, e vulgares.

Se a loucura é o que faz de Kovrin um gênio, dono de ideias e visões que o diferenciam do restante dos mortais, é essa mesma loucura o que o castiga, distanciando-o de seus seres queridos, atormentando-o.

Contudo, a “vida normal”, como mais uma ovelha do rebanho, ainda vale a pena? Não era mais feliz, afinal, com a presença do monge negro, com as conversas e trocas, com a reafirmação de sua genialidade e inteligência?

É de maneira surpreendentemente concisa e objetiva que nos é revelado o conflito evidente que assola o protagonista. Sem floreios desnecessários nem excesso de explicações, a narrativa é econômica nas descrições. Mas nem por isso a trama perde em complexidade. A figura do “gênio louco” – atormentado justamente pelo que o torna grandioso – está lá. E perturba o leitor, deixando-o inquieto, a também questionar os atos e a direção tomada pelo protagonista.

Não nos enganemos perante a ausência de qualquer "análise profunda completamente mastigada": a matéria está toda ali, implícita e clara ao mesmo tempo, para que a modelemos em reflexões à medida que evolui a trama. Quanto aos personagens, estes não pedem julgamento. Compreendê-los, porém, não é tarefa árdua, ainda que não concordemos com a totalidade de suas ações.

Leitura acessível, agradável e bastante fluida, O Monge Negro atrai pela simplicidade com que apresenta um tema não tão simples assim – a oposição entre o senso-comum e a genialidade; o fardo que pode representar o conhecimento elevado; o que é a loucura? – e pela maneira como se desenrola a trama até alcançar seu derradeiro desfecho. Aliás, se podemos dizer que os finais trágico-felizes realmente existem, então é certo que Tchekhov nos brinda com um belo exemplar deles aqui.

O Monge Negro faz parte da Coleção Novelas Imortais, organizada e apresentada por Fernando Sabino. Além das capas bonitinhas (tinha que falar!), é uma boa maneira de ser apresentado a diversos grandes autores através de narrativas mais curtas.

LEIA PORQUE...
A aparente simplicidade da trama guarda significados profundos. Cabe ao leitor descortiná-los, tendo por motivação um protagonista dos mais instigantes.

DA EXPERIÊNCIA...
De leitura rápida, considerei O Monge Negro uma maneira acertada de começar a conhecer a obra de Tchekhov. Abriu o apetite para mais...

FEZ PENSAR EM...
Nas várias referências a Tchekhov nos livros da trilogia 1Q84, do Haruki Murakami.


site: http://livrolab.blogspot.com
Shadai.Vieira 03/06/2020minha estante
li hoje e dei 5 estrelas! depois lerei essa sua resenha.




Nat 02/04/2016

A loucura do monge
Conhecemos o Monge Negro por meio de Andrei Kovrin, um escritor que sofre dos nervos e vai para o interior descansar. Lá, reencontra seu mestre e sua filha, com quem acaba se casando. Nesse meio tempo, começa a ter visões do Monge Negro, com quem conversa muito e que mais ninguém vê. Em dado momento, convence-se que está louco e aceita um tratamento. Fica curado e isso estraga tudo! Nessa novela, Tchekhov discute a loucura e conflitos existenciais. Nossas opiniões são um reflexo de como vemos o mundo? Então como podemos ser loucos e sãos? O Monge Negro é um texto que merece releituras e discussões, acredito que podemos tirar vários pontos de vista dele e fazer várias analogias com nossas vidas. Por isso que amo os russos!
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Sílvia 15/08/2018

Sensacional
Dom Quixote com final diferente. O que é ser louco? A quem isso deve preocupar. Por que é tão importante estar dentro dos padrões predeterminados pela sociedade. Para quem isso é importante. Novela sensacional.
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Lucas Furlan | @valeugutenberg 19/04/2019

Genialidade ou loucura?
Qual é o limite que diferencia a genialidade da loucura? Será que uma está ligada à outra? Esses são os principais temas da novela "O monge negro", escrita por Tchekhov em 1893 e publicada no ano seguinte.

O protagonista é Andrei Vassilievitch Kovrin, um brilhante acadêmico que está enfrentando uma crise nervosa. Em busca de novos ares, ele vai passar alguns dias na casa de seu antigo tutor, o horticultor Pessotski, e de sua filha, Tânia.

Mesmo estando próximo das pessoas com quem cresceu, Kovrin não consegue acalmar sua mente. Ele bebe e fuma muito, passa as noites lendo e escrevendo, e percebe que está perdendo a sanidade. Essa situação se comprova quando ele começa a ter alucinações frequentes com um monge, com quem tem longas conversas.

O monge diz que Kovrin é um enviado de Deus com uma missão especial na Terra, e que sua loucura é essencial pra que ele se diferencie das pessoas comuns. Mesmo sabendo que o monge é fruto de sua imaginação, Kovrin fica muito contente com isso.

A partir daí, surge a questão: ele deve aceitar sua loucura, com a qual se sente realizado e feliz, ou deve se submeter a um tratamento, que o livraria da insanidade mas o transformaria numa pessoa como qualquer outra?

Quem é familiarizado com as narrativas de Tchekhov, já deve saber o que esperar de "O monge negro". A escrita do mestre russo é simples, direta e reduzida ao essencial. Não espere explicações e nem a defesa de teses ou teorias; seus personagens parecem ter vontade própria. O autor não os utiliza para defender ideias explicitamente, pelo contrário, é como se Tchekhov apenas os observasse e narrasse as ações realizadas por eles. As conclusões cabem exclusivamente ao leitor.

Essa edição de "O monge negro" faz parte da coleção "Novelas imortais", que foi organizada por Fernando Sabino e é publicada pela Rocco. Eu li a versão digital, que está disponível no Kindle Unlimited. Recomendo!

site: https://valeugutenberg.wordpress.com/2019/04/19/resenha-o-monge-negro/
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Fabíola 22/09/2023

Terminei esse livro duvidando da minha sanidade mental, MUITO BOM!!
É uma obra muito bem escrita, o suspense é uma delicinha e encontrei várias conexões com Nietzsche, amei!
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Aurimar 20/05/2020

Mais um conto russo
Uma história que começa simples e despretensiosa, em pouco tempo tem uma reviravolta que trás acontecimentos triste e trágicos.
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Machado 11/06/2020

Mais um da coleção novelas imortais da editora Rocco. Novelinha russa de leitura agradável
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