Resenhas - Ser Conservador

Filippe 22/08/2020

Desmistificando o Conservadorismo
"Ser conservador é preferir o familiar ao desconhecido, preferir o tentado ao não tentado, o facto ao mistério, o real ao possível, o limitado ao ilimitado, o próximo ao distante, o suficiente ao superabundante, o conveniente ao perfeito, a felicidade presente à utópica."

Com essa citação Oakeshott é preciso em definir o conservadorismo. Não é uma postura de ódio ao progresso. Não é o amor ao que se foi e completa aversão ao que virá. Ser conservador é adotar uma postura que já está presente em todos os seres humanos, porém agora associado a sua visão política.

As pessoas possuem hábitos e possuem zonas de segurança e sabem que ao sair de lá terão que lidar com uma série de riscos. A questão é que, quando uma pessoa sai da sua zona de segurança e assume riscos, ela assume riscos no geral apenas para si mesmo. Talvez para alguns membros da família mas não muito mais que isso. Quando um governante assume riscos, ele está levando milhões de pessoas, que em momento algum assintiram isso, consigo.

Oakeshott nos faz entender que na mudança sempre haverá uma perda: a perda do que se foi. E essa perda vem sem nenhuma garantia de ganho. Qualquer mudança na estrutura social tem mais resultados do que os previstos, porque a sociedade não pode ser convertida a uma ciência exata. São milhões de pessoas podendo ter reações completamente diversas.

A pergunta que nos vem a mente é: como lidar com esse caos? E Oakeshott é genial em nos dar excelentes exemplos cotidianos e nos mostrar que estar perto ao familiar é essencial para superar novos desafios. Pense comigo, um eletricista está instalando o sistema elétrico de uma nova casa, houve algum problema na fiação, imagine o que seria do eletricista se ele houvesse que remodelar todas as suas ferramentas para corrigir o problema!

O Conservador assume que milhares de anos de sociedade nos deram boas ferramentas. Nosso sistema jurídico, nossa moral, nossa divisão de poderes. Eventuais problemas poderão aparecer e exigir mudanças? Claro, mas temos nossas ferramentas encarnadas em forma de instituições para tornar os desafios menos excruciante. Assim chegamos ao problema da postura progressista. O progressista não liga para essas ferramentas, o progressista em política, fazendo um paralelo com o eletricista, iria adorar remodelar todas as suas ferramentas, seus alicates, seus fios, seus disjuntores e ao invés de resolver um problema local, ele iria promover uma revolução em toda a rede elétrica da casa.

Entretanto a rede elétrica da casa não é tão imprevisível quanto milhões de pessoas. Os riscos assumidos são inadmissíveis, a julgar que a nossa base é sólida o suficiente e nos fornece condições o suficientes. Não atoa o conservadorismo é mais comum nos mais experientes, estes já viveram o bastante para compreender que tudo que conquistamos tem seu valor.

Andréa 02/10/2020

Concordei e discordei em vários pontos , porém, concordei MUITO mais do que a qualquer idéia do Manifesto Comunista ou o Mini Manual do Guerrilheiro urbano. Legal fazer a comparação dos dos livros e perceber o Manifesto assim como o Mini Manual pra mim são absurdos, um achei meio fantasioso com a idéia que governo é puro e perfeito enquanto o outro eu li boquiaberta e chocada com o Marighella tentando justificar o injustificável. Apesar de saber que eu tenho tendências conservadoras eu leio de tudo um pouco e com senso crítico para saber que nenhum lado é perfeito assim como achei algumas partes do Ser Conservador um pouco engessadas e antiquadas.

Marcelo Moura 18/11/2020

Simples
É um livreto com ideias gerais e simples. A linguagem é um pouco rebuscada e a versão em ebook traz muitos erros. Mas é um bom começo para entender o conservadorismo.