Baudolino

Baudolino Umberto Eco




Resenhas - Baudolino


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Lista de Livros 24/12/2013

Lista de Livros: Baudolino, de Umberto Eco
“Mas, afinal, isso tudo é conversa; quando um guerreiro entra numa cidade, não há religião que resista.”
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“Na juventude temos a inclinação de nos apaixonarmos pelo amor.”
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“Não há nada mais injusto do que o castigo para o justo que pecou, meus amigos, porque para o pior dos pecadores perdoa-se o último dos pecados, mas ao justo nem sequer o primeiro.”
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Mais em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2010/07/baudolino-umberto-eco.html
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Núbia Esther 02/03/2009

Desde que foi lançado em 2001, aquele a que muitos denominaram ser o tão esperado romance de Umberto Eco, fiquei com vontade de lê-lo. Por vários acasos do destino, destes para os quais certamente não buscamos explicações, não o li naquele ano nem nos subseqüentes. Para ser mais precisa, acabei de lê-lo ontem, dia primeiro de março de 2009. Oito anos depois.
De certa forma, só tenho que agradecer aos acasos que não me permitiram ler esta obra antes. Foi melhor assim. Como já disse (escrevi) em um fórum que participo: "A obra de Eco não teria tanto ‘eco’ se tivesse sido lida quando ainda estava no Ensino Médio". Faltava vivência, conhecimento, leitura. Sem os conhecimentos prévios acerca de determinados assuntos a história de Baudolino seria só palavras ordenadas ao acaso.
Bem, se já ouvistes falar em: traducianismo biogeográfico baseado na ocorrência do Dilúvio, surgimento de novas espécies a partir da Arca de Noé, pangênese e herança de caracteres adquiridos, antípodas, idéias sobre o paraíso terrestre ser um lugar efetivamente material e ser protegido por acidentes geográficos, patrística grega e latina, o mito de babel, Renascimento, a prensa de Gutenberg e a disseminação do livro - o que acabou por suscitar a realização de novas expedições ao Oriente, as várias crenças sobre o formato da Terra - esférica, plana ou em forma de tabernáculo?, e o mito de Atlântida só para citar alguns dos temas que de forma direta ou na maioria das vezes indiretamente são retratados por Eco. Lerás as histórias de Baudolino a admirarás o arcabouço de temas que Eco reuniu para dar mais veracidade a sua obra.
Baudolino é uma obra-prima, ao se ler a sinopse têm-se a impressão de que estamos para iniciar a leitura de aventuras constantes e inenarráveis, as quais na maioria das vezes são pautadas de muitas guerras e romances. Sinto informa-lhe, mas não é isso que te espera. Então poderás se perguntar: “Serás então a narrativa de aventuras ‘sem-graça’, guerras imaginárias e romances inexistentes?” Muito pelo contrário, as aventuras apesar de em sua maioria não serem épicas são constantes – o cotidiano de Baudolino nada tem de cotidiano e suas aventuras só não são inenarráveis porque como exímio mentiroso que ele é a tarefa de narrar o impossível é brincadeira de criança. E as guerras? São de verdade e como todas as guerras verdadeiras são palcos de muitas mortes, mas nosso herói, anti-herói ou o que queiram lhe denominar as abomina e de muitas faz de tudo para livrar os envolvidos através de ardis criativos. Romances inexistentes? Aqui acertastes, a obra é pautada de romances inexistentes, mas como o Baudolino adorava dizer: “A fé torna verdadeira as coisas...” Portanto, não se assustes se de repente deparar-se com situações inacreditáveis e seres impossíveis a fé de Baudolino fez milagres em suas histórias...
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Matheus 18/11/2021

Leitura bastante arrastada, não curti muito o livro, demorei quase 6 meses para terminar acho que tenho algum pro com a leitura de Eco. Não recomendo pra quem não curte o autor ou está Familiarizado com o período histórico que a obra está inserida.
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Rick-a-book 30/10/2009

Verdade, mentira, o contrário deles e o que está entre eles.
Publicado em 2000, "Baudolino" é ambientado na Idade Média entre os anos de 1152 e 1204. Nesta obra, Baudolino, um homem que se intitula "o maior mentiroso do mundo inteiro", conta seus feitos ao historiador Nicetas Coniates, da cidade de constantinopla, durante os ataques sofridos por ocasião da quarta cruzada.

Baudolino narra sua aventura picaresca: ainda jovem, é adotado por Frederico I, o Barba Ruiva, Sacro Imperador do Império Romano, de quem aprende a língua alemã e é levado para seu castelo, onde aprende latim e política, principalmente sobre as disputas de poder que assolam o norte daquela que viria a ser a Itália. Mais tarde é enviado para Paris para estudar e ali conhece seus amigos e companheiros de aventuras: o Poeta, Robert de Boron e Kyot. Juntos, descobrem a "existência" da terra do Preste João e decidem se lançar em busca desse paraíso terrestre.

O desenrolar da trama é preenchido de feitos de íntima relação com mitos inverossímeis nos dias de hoje, porém de ampla divulgação à época, e acontecimentos históricos, entre guerras e uma viagem a um mítico oriente, um mundo apenas imaginado.

Umberto Eco brinca com nosso conceito de verdade e mentira, fato histórico e mero acontecimento cotidiano, nossas noções de linguagem e compreensão cultural, nos levando para uma época de limites territoriais inexistentes em que terras e mares misteriosos e mesmo imaginários faziam parte de projetos de expansão territorial, aumento de poder religioso e comercial, alimentando ambições e cobiça de governos, negociantes, intelectuais e aventureiros, como Baudolino e seus amigos.
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Marcos606 07/04/2023

No ano de 1204, Baudolino entra em Constantinopla, sem saber da Quarta Cruzada que lançou a cidade no caos. Na confusão, ele conhece Nicetas Choniates e salva sua vida. Nicetas fica maravilhado com seu gênio linguístico, falando muitas línguas que nunca ouviu, e Baudolino começa a contar a história de sua vida para Nicetas.

Sua história começa em 1155, quando Baudolino – um talentoso menino camponês italiano – é vendido e adotado pelo imperador Frederico I. Na corte e no campo de batalha, ele é educado na leitura e escrita em latim e aprende sobre as lutas pelo poder e as batalhas. do norte da Itália na época. Ele é enviado a Paris para se tornar um estudioso.

Em Paris, ele ganha amigos (como Robert de Boron e Kyot, a suposta fonte do Parzival de Wolfram von Eschenbach) e aprende sobre o lendário reino do Preste João. A partir deste acontecimento, Baudolino sonha chegar a esta terra lendária.

As primeiras partes da história seguem os contornos históricos e geográficos gerais da Europa do século XII. Mais tarde o romance constitui um mistério histórico de detetive.
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André Siqueira 25/03/2021

Baudolino
É difícil escrever sobre Eco. Essa síntese de eruditismo com senso comum é tão rara que temo a confundir com uma espécie de complexo de superioridade. Mas não, não é isso. Longe, Eco é apenas ele mesmo nesse palimpsesto louco que mistura eruditismo, uma pesquisa extremamente focada em detalhes sórdidos sem coerência aparente e os pequenos absurdos desconexos do dia a dia.
O que os conecta é sua criatividade.
Não espere um texto fácil, Eco não pretende ser fácil e não esconde suas intenções. Mas, de um ponto de vista pessoal, piadas escatológicas vão te pegar de surpresa no meio de discussões teológicas que marcaram gerações e ditaram o rumo da história européia durante séculos,e isso não só me aliviou o peso da densa leitura como também me fez cair na risada com frequência.
Os momentos icônicos são muitos e tão diversificados quanto os reveses que Baudolino enfrenta, partindo de uma pobre vila camponesa e “adotado” por um rei; grande parte de sua vida e imaginação é dedicada a descoberta do mítico Preste João e seu reino, último baluarte cristão no Oriente e verdadeiro monarca exemplar, tábua de salvação da cristandade e seus valores.
A última camada de densidade textual vem anunciada: é tudo mentira, ilusão, falácia e diversão. Parece óbvio - afinal é uma ficção histórica com quase 800 anos de distância entre o acontecido e a produção textual - mas a declaração é, por si só, suficiente para transformar a mensagem de puro absurdo literário em metáfora da realidade.
Ao tornar Baudolino um mentiroso notável a dúvida se instaura na mente daquele que aprecia a obra e a sensação de perdição é deliciosa, não sei vocês mas eu lia não para desvendar o enredo, mas para ver até onde ia sua imaginação, “que tipo de absurdos me esperam nas próximas quinze páginas?” e esse tipo de motivação é raro, um sopro de boa literatura.
Linharesmaia 25/03/2021minha estante
Ótima resenha.
Conheço pouco a literatura de Eco (li apenas O Nome da Rosa- talvez sua obra mais conhecida).
Alguma recomendação para quem quer se aprofundar no autor?


André Siqueira 25/03/2021minha estante
Eu sou suspeito, curto quase tudo dele.
Meu favorito é "a ilha do dia anterior", eu tive crise de riso no meio do livro, daquelas de passar mal e chorar.
Se você está mais interessado em teoria de comunicação mesclado com romance e sente uma raiva tremenda dos meios de comunicação vai pro "Numero zero".
"História da feiura" é muitoooooo bom, mas é acadêmico, tem aquela sensação mais truncada mas ainda é genial.
Olhei tua estante rapidinho aqui é vou apostar em "Numero Zero". Acho que vai gostar =)


Linharesmaia 25/03/2021minha estante
Grato pela dica, amigo!
Já dei um print na conversa pra pesquisar mais a respeito dos livros !!!
;)




Rub.88 30/12/2021

Preste João
Tem gente que vive tanto na mentira que faz dela a sua verdade. Mas o que é verdade se não uma versão enviesada dos fatos. Adaptar o que viu e ouviu para se ajustar a própria limitada compreensão. Proliferar inverdades não é o mesmo que acreditar nelas. Mas como ser convincente se não se convencer primeiro, mesmo que parcialmente. Toda a mentira é pontuada de verdades para sustentar inicialmente o relato. Depois a coisa anda por si só. Se embolando em contradições, exagerando os trechos inacreditáveis, tornando-se boato confirmado, virando regras sociais injustas, passando de um para outro com acréscimos descabidos e fora de contexto. Enfim a Fake News. Profissionais em inventar estória sempre houveram e o nível de sofisticação está tão expandido que terraplanismo, duvidar das vacinas e achar que a ciência é superestimada viraram tópicos discutido com seriedade. Ignorância, ou gonorancia, é uma benção que tem santificada cada vez mais pessoas. E a volta da idade média.

No livro Baudolino do genial escrito italiano Umberto Eco temos a narrativa em duas frente. Constantinopla novamente está sendo queimada e conquistada por invasores. Isso aconteceu tantas vezes com essa cidade na História da cristandade que nem vale a pena entrar em detalhes. O Ano é 1204 do Nosso Senhor. Os saques estão acontecendo na capital do império bizantino e os ricos estão fugindo como podem e carregando o que conseguem. Entre eles está o famoso historiador Niketas que está encurralado num templo clamando pela sua vida. Mas no ultimo momento foi salvo dos algozes por um velho guerreiro que na conversa o reivindicou como prisioneiro. Esse era Baudolino que reconhecendo o mestre das letras, o salva para poder contar a sua estória, e que estória, de vida. Enquanto o vai guiando para fora da cidade em chamas lhe narra a epopeia mais fantástica possível. Criança ainda Baudolino conheceu o Imperador alemão Frederico que gostou dele e o fez dele filho adotivo. Com isso frequentou a corte e estava nas contendas do imperador contra a cidades estados italianas. Adolescente e jovem adulto viveu como estudante que não estuda nada em Paris. Tinha facilidade em aprender línguas e com esse talento servia de mediador nas brigas e guerras. E nesse meio tempo inventava mitos com os colegas vagabundos da escola que não frequentava. Cartas e documentos plantados nas bibliotecas para fazer circular uma estória sobre um tal padre muito santo que vivia num reino glorioso e distante, tão distante que ninguém nunca viu. Foram encorpando o conto com factoides e dando importância maior a essa figura fictícia religiosa mais que a próprio papa ou antipapa. E como o imperador Frederico tinha dificuldades em se fazer aceito como soberano total, inventaram que com a benção do Padre João, que não existe, esse poder na terra seria atestando sem que ninguém colocasse duvidadas. Não é legal. Mais boatos foram lançados. Relíquias forjadas e uma missiva do próprio punho do padre feita. A estória seria já absurda se parasse por aí. Mas em dado momento se convenceram tanto da existência do santo homem que saíram pelo mundo em busca dele. E vão encontrando provas da existência dele do caminho. Provas essas que são derivadas da farsa inicial criadas por eles mesmo. Dai vem de tudo. Aparece o santo Graal que é uma gamela do pai de Baudolino. Os cadáveres dos três reis magos que de verdadeiros só tinha os nomes. O santo sudário que na verdade era de um lençol de leproso. Tantas cabeças/relicário do mesmo santo. Por décadas saíram pelo mundo procurando pelo que inventaram. E acabaram chegando num reino onde tinha a mais inverossímeis criaturas magicas. Homens sem cabeça. Com um apenas pé. Um único olho. Monstros mitológicos e criaturas quiméricas.
Tudo isso e muito mais Baudolino vai contado para Niketas que não acredita em metade dessa enrolada. Mas como era fascinante e contado com tanta paixão vai entrando no clima. Os atos de esperteza e como parece que Baudolino está em toda parte não tirar o brilho da conversa fantasiosa. O amor encontrado e perdido varias vezes. A produção descarada de artefatos religiosos. A amizade tão forte e unida no delírio e na busca no que não existe. Os relatos se encontram no final do livro e fica a cargo de Niketas depurar o que é de valor histórico e o que fantasia de um errante que viu coisas que não estavam lá, mas a crença era mais forte.
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Coruja 07/02/2012

"Basta que seja verdade, e nós o colocaremos", disse Baudolino, "o importante é contar fábulas".
Estive bastante ansiosa para começar este volume – Eco é um dos meus autores favoritos (mais que favorito, se for para ser sincera: ele flutua num patamar acima dos meros mortais...) e eu já tinha ouvido falar muito bem desse específico título.

Em Baudolino, Eco, mais uma vez, tece em torno de nós uma teia que mistura fato e ficção, romance e História, subvertendo esta para inserir seu protagonista, Baudolino, num furacão de guerras, política, conquista, cruzadas... E, num golpe de mestre, nos apresenta essa história contada por um homem que se auto intitula o maior mentiroso do mundo.

Resgatado por nosso herói pícaro em meio à Invasão de Constantinopla perpetrada durante a Quarta Cruzada, em 1204, é o historiador (e prodigioso gourmet) Nicetas Coniates o grande ouvinte de Baudolino. Enquanto aguardam para fugir da cidade (cristã) arrasada pelos cruzados (que supostamente deveriam estar indo para Jerusalém, retira-la da mão dos infiéis...), Baudolino narra para Nicetas suas aventuras e desventuras desde que era um moleque, quando foi adotado pelo Imperador do Sacro Império Germânico Frederico I, o Barba Ruiva até a viagem pelo Oriente em busca do reino do Preste João.

Baudolino é um poeta, um filósofo, alguém com incrível capacidade para aprendizado de línguas (basta ouvir algumas palavras e ele já começa a falar fluentemente), uma imaginação portentosa e um mentiroso de marca maior. Por todas essas qualidades, acaba ficando a seu cargo criar um reino mítico, imaginário, dos confins do Oriente – reino esse que daria legitimidade ao poder de seu pai adotivo frente ao Papa e às sempre beligerantes cidades italianas (não unificadas e sempre dispostas à briga).

É este o reino do Preste João, cujos domínios compreendem quase que o próprio Jardim do Éden, e cujos súditos perpassam todas as raças – de humanos a sátiros, gigantes a criaturas de um pé só e os próprios Reis Magos (e seus corpos são vendidos como relíquias a certa altura da história) do Antigo Testamento.

Mais que isso: ele é o verdadeiro senhor do mítico Santo Graal, perdido no passado, reencontrado por Baudolino, cuja missão de vida se tornará retornar a relíquia em nome de Frederico I ao todo poderoso Preste João.

Em seu caminho são traçadas mil e uma intrigas políticas, surgem amores proibidos, há ataques de mantícoras e quimeras – e vislumbra-se, de longe, o reino mítico tão procurado, tão aguardado. Ao final das contas, a condição de existência do reino do Preste João é simplesmente ter sido ele imaginado por Baudolino e seus amigos.

Este é um tema recorrente nas obras de Eco – a confusão entre ilusão e realidade, proposital ou não, pelos personagens. Em O Pêndulo de Foucalt temos a construção de uma mentira por um grupo de editores que acaba sendo levada a sério demais por seus clientes; no A Ilha do Dia Anterior há um jovem que pode ou não estar alucinando com um duplo, um gêmeo, a quem responsabiliza por todas as suas desgraças.

Creio, contudo, que em nenhum outro de seus livros, Eco tenha levado tão longe essa mistura. Com seus cheiros e texturas próprias, suas criaturas mitológicas e personagens históricos, o mundo que ele cria para Baudolino é complexo, absurdo, maravilhoso - e para nós, um banquete literário.

(resenha originalmente publicada em www.owlsroof.blogspot.com)
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Maycon Silva Aguiar 15/06/2022

Ideias engenhosas articuladas em um enredo morno
Não se pode imaginar um título de Umberto Eco ruim. Seria o mesmo que provar açúcar e desejá-lo salgado. Umberto Eco e literatura malfeita se repelem, mas devo delimitar, com lucidez, as proporções de "Baudolino". Ao mesmo tempo em que é agradável, consiste em uma leitura árdua, como todos os admiradores de "O nome da Rosa", grupo em que me enquadro, sabem bem. Entretanto, "Baudolino", com seus ares picarescos, é uma obra muito mais de formação do que atrelada a complicações de enredo, o que, às vezes, fá-la beirar a farsa e ser pouco interessante. Embora considere o livro inferior a outros do autor, merece, ainda assim, ser saboreado por quem aprecia qualidade.
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SakuraUchiha 01/04/2015

Como de costume, Eco lhe garante diversão!
Situado em abril de 1204 na agitada capital do Império Bizantino, Constantinopla, e a Quarta Cruzada está prestes a bater Constantinopla. E há Baudolino, jovem de origem camponesa simples, que é um mentiroso estelar e linguista. Esta aptidão para línguas chama à atenção do Imperador Frederico Barbarossa, que irá mantê-lo por perto. Barbarossa depois envia-o à Paris para estudar, e Baudolino ocupa com caracteres estranhos. Mas logo ele tem um novo objetivo a perseguir: encontrar o Santo Graal e para trazê-lo como um presente para o Preste João, o lendário governante cristão regente sobre o Oriente. E assim o nosso herói vai viajar do Ocidente para o Oriente, finalmente retornando para a sua aldeia natal. Barbarossa se ​​afogou enquanto isso, e Baudolino diz a maioria de sua história para o historiador grego Niketas Choniates.
Boa prosa, personagens fascinantes, uma pitada de história, e uma baciada de fantasia se reúnem nesta novela recontando a busca ao longo da vida de Baudolino, ministro de Frederico Barbarossa e consumado mentiroso.
Como de costume, Eco lhe garante diversão, e isso, em várias línguas. Ele nos guia através de longos discursos filosóficos e tenta puxar a perna do leitor uma vez ou outra. Um livro maravilhoso, inteligente que é de uma leitura muito interessante.
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FEbbem 20/11/2009

Baudolino
ATE QUE PONTO UMA MENTIRA É SAUDÁVEL? MESMO, AS CORRIQUEIRAS, CONTADAS NO DIA A DIA; MESMO AQUELAS, SEM MALDADE, USADAS APENAS PARA BONS FINS!
SERÁ A MENTIRA DE TODA RUIM? OU HÁ MOMENTOS EM QUE ELA SE FAZ BENÉVOLA?
EM BAUDOLINO; UMBERTO ECO, DEIXA ESSA QUESTÃO NO AR E NOS REMETE A REFLETIR, SOBRE AS CONSEQÜÊNCIAS DE UMA, OU MAIS MENTIRA.
BAUDOLINO QUE VIVE A MENTIRA PARA AGRADAR AS PESSOAS, ACABA PRESO A SUAS PRÓPRIAS AMARRAS QUANDO SE DEPARA COM O PIOR DOS PESARES, EM SUAS MÃOS – A MORTE DE SEU PAI!
UMA COISA É CERTA, FÁCIL NESTE MUNDO SÓ MESMO AMASSAR MINHOCA E MORDER ÁGUA, PORQUE TANTO A MENTIRA QUANTO A VERDADE SÃO COMPLICADAS DE SEREM PRESTADAS.
A VERDADE POR SI SÓ JÁ É UMA DIFICULDADE, ORA POR SUAS CONSEQÜÊNCIAS ORA PELO NOSSO PUDOR DE ASSUMIR O ERRO, SERIA ALGO COMO BOTAR O DEDO NA PRÓPRIA FERIDA E ASSINAR ATESTADO DE INCOMPETÊNCIA.
JÁ A MENTIRA É POUCO MAIS COMPLEXA, MESMO QUE A PRIMEIRO MOMENTO ELA PAREÇA O MELHOR A SER FEITO, O INDIVIDUO DEVE TER ASTÚCIA E SAGACIDADE PARA MANTÊ-LA, MESMO PORQUE ELA TOMA DIMENSÕES IMENSURÁVEIS ATÉ CHEGAR A TAL PONTO EM QUE SE PASSA A VIVER UM CONTO DE FADAS. O SUJEITO TEM QUE SER UM GÊNIO, UM MESTRE DOTADO DE EXTREMA SAPIÊNCIA.
SE LEVARMOS EM CONSIDERAÇÃO OS DADOS QUE INDICAM OS HOMENS COMO OS SERES QUE MAIS FAZEM DA MENTIRA SEU SUBTERFÚGIO (ADVOGADOS, CONTADORES E JUIZES DE FUTEBOL NÃO FORAM ENTREVISTADOS) ISSO NÃO SERÁ CAUSA GANHA E MUITO MENOS JUSTA. MELHOR NÃO CONSIDERARMOS.
CASO ISSO NÃO ACONTEÇA, O ELEMENTO PERDE TOTAL CREDIBILIDADE E PODE TROCAR O SEU NOME DE JOSÉ NÃO SEI DAS QUANTAS PARA O SIMPLES E NOTÓRIO: BAUDOLINO.
NÃO GOSTO E NEM QUERO TOMAR PARTIDO DE NENHUMA, MESMO PORQUE GOSTO DAS DUAS E FAÇO O BOM USO DE AMBAS NO MEU DIA A DIA, MAS ACREDITO QUE A VERDADE É O CAMINHO MAIS CURTO, O QUE NÃO QUER DIZER MENOS SINUOSO, A MENTIRA SÓ DEVE SER USADO EM CASOS EXTREMOS, COMO CHEGAR EM CASA DEPOIS DAS DEZ, COM O HÁLITO DE WHISKY DE SEGUNDA E CIGARRO BARATO.
UMA BOA MENTIRA: - “MAS É CLARO QUE ERA UMA REUNIÃO DE NEGÓCIOS”.
UMBERTO ECO, ALEM DE CONSEGUIR, (E EU AGRADEÇO MUITO A ELE POR ISSO) NOS DEIXAR ESSA DUVIDA, INQUIETANTE SE DEVEMOS SER OU NÃO SINCEROS, CONSEGUE TAMBÉM MANTER A LINHA DO DIALOGO DE UMA FORMA COESA E INTRIGANTE; UTILIZANDO O SURREALISMO DE FORMA SUTIL E ENCANTADORA.
É DE FATO UMA OBRA DE UM GÊNIO, UM PERFEITO MENTIROSO, COMO TODO ESCRITOR DEVE O SER, E ANTES DE TERMINAR, ME, ME LEMBREI DE OUTRA COISA QUE TAMBÉM É MUITO FÁCIL DE FAZER.
EMPURRAR BÊBADO EM LADEIRA...
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Leonardo.Fernandes 12/04/2021

Não tão bom
Umberto Eco é um cara que tem moral pra falar da idade média, e foi isso que esperei encontrar no livro; um retrato da famigerada quarta cruzada. O que encontrei porém foi um livro que do nada se torna uma história de fantasia e assim segue por talvez 1/3 do livro, páginas suficientes pra me deixar meio desapontado.

Não é uma versão de “O Nome da rosa um século antes”, é um livro no mínimo estranho, aponta numa direção e vai em outra

Não digo que não deva ler, só acho que não deve esperar muito dele
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Guilherme 21/06/2020

"... posto que a vida jamais será suficiente para percorrer toda a Terra, não nos resta senão ler todos os livros."
Mas Baudolino percorreu boa parte da Terra, foi adotado por um imperador e viu seres fantásticos. Pelo menos foi o que ele disse. Mas Baudolino segue por uma Terra plana para atravessar um rio impossível e chegar a uma nação que ele próprio criou. Para apreciar uma história de ficção você tem que dar concessões ao autor, entortar a sua realidade para se acomodar a uma outra.

Com exceção a Sherlock Holmes não sou muito fã de histórias de detetive, mas eu acho que Umberto Eco esta entrando para o rol de escritores (por enquanto só 2) que me conquistam com seus mistérios de assassinatos; é mais para o final do livro que aparece esse caso.
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florescerdaleitura 09/02/2024

Até o momento esse é o leu livro favorito de Umberto Eco. Baudolino é um mentiroso nato que conta suas aventuras ao historiador Nicetas. São aventuras irônicas e hilárias.
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Edubrandao 24/06/2009

Uma verdadeira obra prima
Baudolino é um dos livros que não canso nunca de reler. É um livro complexo, cheio de idéias e conceitos, e que além disso consegue reunir comédia, romance, ação e suspense na mesma trama.

A História é recontada, parodiada, tendo em diversos eventos importantíssimos a influência direta de Baudolino, um gaoroto mentiroso da Fraschetta, adotado pelo imperador.

Além das curiosidades históricas, o livro disserta sobre diversos temas, como o amor platônico que Baudolino sentia pela madrasta; diversas heresias que a Igreja Católica condenou e são abordadas de maneira brilhante no livro; a própria natureza de Deus e do ser humano é discutida no livro.

São tantos temas que é impossível enumerar todos em um pequeno comentário como esse.

A diversidade de idéias, temas e acontecimentos históricos requer um pouco de conhecimento prévio, mas isso só valoriza o livro, na minha opinião, um dos melhores que já li...

Enfim, recomendo muito a leitura, é uma obra que acrescenta bastante coisa para se pensar.
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