Lucio 20/01/2015
Lixo!
Esse livro é a evidência de quão meretriz é a editora Vida, nada comprometida com a fé cristã. Publicam o que pensam que vai vender, principalmente recomendado pelos pseudo-intelectuais e pseudo-pastores como Gondim, Caio Fábio, Kivitz, Ariovaldo Ramos... (dois binômios que não podem ser negados quando comparados com grandes ícones do pensamento cristão brasileiro como Davi Charles Gomes; Jonas Madureira; Franklin Ferreira; Mauro Meister; Augustus Nicodemus; Hermisten Maia; Fabiano Almeida de Oliveira, Alderi S. de Matos e etc.).
O livro é tão leviado que Alessandro Rocha chega a repetir porções grandes da mesma citação, sem nenhuma justificativa, e cometendo o vexame de colocar referências diferentes!
Muito bem, podemos resumir o itinerário de Rocha da seguinte maneira. Ele começa destacando a gêneses do pensamento filosófico a partir da mitologia e culminando no racionalismo helênico que é mesclado à fé cristã pelos primeiros apologistas que, então, segundo seu pensamento, condenam a teologia cristã, paganizando-a. O grande erro foi o da proposta de univocidade. Seguindo a história da filosofia, ele acaba entendendo que Hume e Kant enterraram a metafísica e, logo em seguida, Feuerbach, Marx, Freud e Nietzsche acabaram por declarar o fim da religião. Entretanto, principalmente em Nietzsche, particularmente interpretado por Gianni Vattimo, ele vê o colapso do racionalismo, como produto humanista, e, assim, encara o advento do pós-modernismo como a última realidade a ser encarada.
Devemos perceber que ele toma as resoluções desses filósofos como premissas incontestáveis. E não dialoga com nenhum pensador que os contesta. Nenhum mesmo! A partir do que o pensamento não-cristão entrega é que Rocha busca 'respirar'. Ele então propõe um abandono a todo dogmatismo (inclusive às missões!), e passa a ver a religião como uma questão de fé puramente subjetiva. Para ele o pós-modernismo salvou a religião do decreto de falência que os filósofos haviam encerrado-a.
Claro, há vários problemas aí. Primeiro, a mais óbvia, é que ele, encarando a agenda relativista do pós-modernismo, cai várias vezes em absurdos auto-referenciais (famosos tiros no pé). Além disso, uma ova que esses pensadores ficaram sem respostas competentes em sua própria época! Essa mentalidade secular, em suas várias vertentes, foram amplamente combatidas, com muito sucesso, por vários pensadores.
Essa é, a propósito, uma ótima oportunidade para falar das fontes de Rocha. Como já apontamos, ele não dialoga com nenhum apologistas ou filósofo da religião não pagão. Na teologia não vemos nem sombras dos clássicos ortodoxos. Nem mesmo as Institutas de João Calvino! Turretini; Hodge; Strong; Bavinck; Berkhof; Grudem... nenhum desses são contemplados. Ao invés deles, temos Tillich e os irmãos Boff! Ou seja, não há referências teológicas. Muito menos filosóficas. Wolterstorff; Planinga; Alston; Craig e Moreland, famosos filósofos da religião contemporâneos, parecem completamente desconhecidos de alguém que se propõe a falar de filosofia da religião, principalmente com ênfase hodierna. Antes, ele se escora em Vattimo e Rorty para lhe dizerem como ele deve pensar e a partir de quais axiomas. Seria insanidade pedir para que ele dialogasse com A. Kuyper; C. van Til; G. Clark; F. Schaeffer; Ronald Nash; James Sire; Herman Dooyeweerd... etc. Nada de apologética e filosofia reformada parece ao menos sonhado por Alessandro Rocha.
Num mar de confusão, contradição e covardia, temos a confecção de um livro péssimo, não recomendado a ninguém, não só por suas posições idiotas, como por sua falta de preparo e de informações para falar sobre todos os assuntos que propõe. Mal informado, desinformado, contraditório e incompleto. O livro é péssimo em todos os quesitos!