Bestiário

Bestiário Leandro Reis (Radrak)
Rober Pinheiro
Ana Cristina Rodrigues
Ana Lúcia Merege




Resenhas - Bestiário


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Cristiano Rosa 01/07/2012

Diário CT: Bestiário
Em suma: um bestiário é o tipo de livro feito na Idade Média para descrever as criaturas que dividiam o mundo com os homens. A coletânea Bestiário, publicada recentemente pela Editora Ornitorrinco, reúne seis contos contemplando algumas criaturas interessantes: o basilisco, o dragão, a fênix, o grifo, a mantícora e o unicórnio. Como escrito na contra-capa, o livro é um verdadeiro safári literário com os seres que sempre quisemos conhecer de perto.

Os contos são curtos, cada um com uma ilustração e uma definição da criatura antecedendo a narrativa, contando a origem do mito e algumas referências bibliográficas onde ela já apareceu antes. Os autores são: Alícia Azevedo, Ana Cristina Rodrigues, Ana Lúcia Merege, Daniel Folador Rossi, Leandro Reis e Rober Pinheiro.

Antes de começar a ler, minha mente formulou a situação comum de uma antologia com autores convidados que contém histórias com seres encantados. Nada além disso. Porém, surpresas sempre são bem vindas! E a primeira foi incomodativa: como um unicórnio pode ser considerado uma besta? Mesmo isso me inquietando, parti para a primeira criatura e conto.

A primeira narrativa foi sobre o basilisco. Muito descritiva, enche os olhos dos leitores de detalhes, deixa-o curioso e, quando está no ápice, acaba como um conto de suspense comum. Seguindo, vem o dragão. Um pouco maior que a primeira, essa história se divide em três mini-capítulos, que chamam a atenção por um dragão falante, mas surpreendem com o final inesperado e bem pensado.

O terceiro conto é da fênix, que envolve bastante quem o lê com seu ar misterioso e personagens em busca da criatura que renasce do fogo. É uma boa aventura, cheia de cultura, porém seu final podia ser melhor elaborado. O próximo da lista é o grifo, em um conto sobre seus ovos e sua criação. Este tratou a criatura como personagem mais do que os outros, que apresentaram os seres de uma forma como coadjuvantes ou mesmo figurantes.

A penúltima história é sobre a mantícora, que mexe com o leitor com seu drama e aventura vividas por um herói em busca de vingança pela morte de seu pai. É bem escrito e construído, e daria um ótimo romance. Por fim, temos o unicórnio, tratado como cavalinho que só deixa ver seu chifre na testa quem ele quer. Bem contada a trama, com linguagem simples e em um tom infanto-juvenil.

Entre um conto de um trabalhador que cria sem querer um basilisco; irmãos querendo matar um dragão falante; pessoas em busca da pena de fênix para salvar o rei; uma menina criando um grifo e aprendendo com ele; gente que tem a mantícora como um deus e se sacrificam a ela; e crianças que acham um unicórnio e ajudam a deixá-lo bem… essa coletânea prezou bem a diversidade de estilos literários em sua composição.

Um fato que me chamou a atenção foram as ilustrações, que fogem um pouco de nosso senso comum de imagem daquelas criaturas. Depois do término do livro, percebi que fui, como muitos dizem, com muita sede ao pote. Ouso dizer que o livro me valeu mais pela contextualização das criaturas antes de cada conto e das referências finais do que propriamente as histórias personificando-as cada uma de uma maneira diferente.

Com certeza é um livro único, interessante, e seria legal uma continuação com novos seres. E a minha primeira impressão que incomodou sobre uma criatura que eu jamais consideraria uma “besta”, mudou. Fiquei conhecendo a sua verdadeira origem e compreendi também que neste livro o termo “besta” não tem o ar apocalíptico ao qual estamos acostumados a associá-lo. Vale a pena conferir e tirar as suas próprias conclusões, observações e aprendizados.

Fonte: http://www.blogcriandotestralios.com/?p=17060
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Liége "Astreya" 30/06/2012

"Bestiário", coletânea de contos da Editora Ornitorrinco, empresta seu nome dos antigos registros e compilações medievais que abordavam toda sorte de criaturas - desde animais como tigres e lobos, até criaturas fantásticas e lendárias. O livro nos apresenta seis contos de autores diferentes, e cada um deles traz sua própria história e visão de seis seres imaginários: o basilisco, o dragão, a fênix, o grifo, a mantícora e o unicórnio.

O basilisco, retratado no conto "Basílio", ficou a cargo do autor Rober Pinheiro. A narrativa foi bem conduzida, criando uma atmosfera de suspense e um final apropriado ao desenrolar da história. O conto é sombrio e de atmosfera opressiva, e embora não faça muito meu estilo, é bem escrito e diferenciado dos outros contos, que se aproximam mais da fantasia, e não do terror e suspense.

O conto "Aberração na Coleira", de Alícia Azevedo, traz uma das criaturas mais icônicas da fantasia, o dragão. Dividido em três pequenos capítulos, o conto retrata a busca de dois irmãos pelo trono de seu reino, busca esta que envolve um dragão. É um conto de desfecho inteligente, que apresenta o dragão como uma criatura astuta e maliciosa, que não precisa utilizar suas garras para conseguir o que quer.

"A Alma do Sol", de Daniel Folador Rossi, foi um de meus contos preferidos. Traz uma ambientação bastante interessante e rica, com gênios, caças ao tesouro, e, é claro, uma fênix. Uma narrativa de aventura instigante, com descrições bastante apuradas e um desfecho muito bonito.

"A menina do Val de Grifos", escrito por Ana Cristina Rodrigues, também é um conto bastante interessante por apresentar uma ambientação fantástica em Portugal: um vale espremido entre montanhas, último refúgio natural de criaturas majestosas com corpos de leões e cabeças e asas de águia - os grifos. O conto descreve as condições de nascimento e treinamento das criaturas, e embora a personagem principal e sua história não tenham me cativado tanto, é um bom conto.

Leandro Reis traz "O Deus Mantícora", um conto passado no mundo de Grinmelken, que me surpreendeu bastante. Narra a história de um filho buscando vingança pela morte do pai e também o fim da submissão de seu povo a um deus bestial. Com começo, meio e fim bem definidos, é uma história interessante que poderia ser contada em muitas páginas, mas que foi condensada de maneira efetiva em um conto.

Por último, temos também outro de meus contos favoritos da coletânea, "A História de Nosso Cavalinho", de Ana Lúcia Merege. O conto, que se passa também em um universo de alta fantasia criado pela autora, relata o encontro de uma família de artistas de rua com um singelo Cavalinho, que, mais tarde, se descobre ser um unicórnio. Um conto infanto-juvenil encantador, que cativa ainda mais por seu protagonista, um menino que teme perder tudo aquilo que gosta, por não ser tão especial quanto as pessoas que o cercam.

É interessante dizer que antes de cada conto, encontramos uma pequena explicação de cunho teórico sobre as origens e características de cada criatura, algo bastante oportuno, já que provavelmente nem todos os leitores serão conhecedores de todas as criaturas que figuram na coletânea. Além disso, tais explicações são curtas e bastante informativas, de leitura agradável e elucidadora na compreensão de alguns elementos de cada conto. Para citar um exemplo, o conhecimento da lenda do nascimento do basilisco foi bastante importante para o melhor entendimento do que se sucedia no conto focado na criatura.

Finalmente, acredito que seria muito interessante que houvesse novos volumes retratando mais criaturas. Uma leitura agradável, leve e que recomendo fortemente a todos aqueles que apreciam mitologia, lendas e fantasia.

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