Ruas Estranhas

Ruas Estranhas Charlaine Harris...




Resenhas - Ruas Estranhas


28 encontrados | exibindo 1 a 16
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Ronan.Azarias 27/05/2012

Martin é só chamariz
Martim faz apenas a apresentação do livro.
O capítulo bastardo é uma introdução e apresentação do livro. Ela é muito bem escrita e dá uma visão interessante sobre romances urbanos, mas para por ai. O que se segue são estórias de outros autores, todos muito consagrados. Estas estórias, verdade seja dita, são excelentes, mas não o pegue, como eu fiz, achando que vai ler contos do Martin, pois ele simplesmente não estará lá.

Para mim foi uma tentativa de aumentar a venda do livro, o que com certeza deve ter funcionado. Contudo, devo frisar, ele vale a pena ser lido.
Claudinei 08/06/2012minha estante
Cara muita sacanagem então!
Os caras não deveriam colocar o nome do autor da mesma forma que colocam já nos livros já renomados escritos por ele!


Catharino 11/06/2012minha estante
Tem uma galera que comprou pensando que o livro era do Martin. Não foi o meu caso, pois dei uma pesquisada antes de comprar.

Aos indignados vale ler esse post do site Grifonosso: http://www.grifonosso.com/2012/04/traducao-e-as-capas/


Eder 13/06/2012minha estante
Mas que era chamariz estava claro desde o início...


Ronan.Azarias 14/06/2012minha estante
EFLeal isso é verdade, mas ainda pega neguim desprevinido (como eu) que costuma comprar pela net. Ainda mais na pré-venda, onde não se tem dados concretos pelo livro. E não vamos negar que como está apresentada a capa dá a clara impressão de ser do Martin. Só fiz a resenha para que as pessoas, que pensam que o livro é do Martim, não perdecam seu tempo ou mesmo para que não fiquem tão decepcionadas ao dar uma olhada no livro. Já li três contos e são razolavelmente bons, porém previsíveis.


Victor_B.C. 24/06/2012minha estante
Vejo nada demais ou de sacanagem em colocar o nome do George em destaque. Parece meio clichê o que eu vou dizer, mas comprar o livro só pela capa dá nessas decepções ae. E basta ler a própria capa pra ver que é uma coletânea EDITADA por Martin.


Suanderson 20/10/2012minha estante
Colocaram o nome do Martin em destaque para garantir a compra dos fãs, algo um tanto errado. pois desprezaram os escritores secundários.


Ronan.Azarias 20/10/2012minha estante
Suanderson concordo com você . Os outros escritores são muito foda. Chalaine Harris é roteirista de True blood. Laurie R. King vencedora do premio Edgar só pra citar. As histórias tem seu charme, mas usar o nome do Martin pra fazer vender mais é sacanagem. Dei nota três por este motivo, se fosse só pelas histórias um 4 merecido.


Diego 12/11/2012minha estante
putz, eu nunca li nada do George Martin e como no Submarino estava por 5 reais, nem pestanejei, comprei na hora. Não é desta vez que eu vou conseguir conferir a obra deste autor.


Hiko 28/11/2012minha estante
Gente, Martin é o editor e organizador das histórias do livro, é normal que o nome dele apareça em destaque. Claro que deram um destaque a mais por ele ser George RR Martin, o consagrado George RR Martin, mas em todas as antologias que eu tenho, o editor/organizador das histórias também tem o nome em destaque. Não me senti enganado por nem um momento, não simplesmente olhei a capa e comprei porque tinha o nome do Martin, olhei a capa, li sobre o que o livro era, e sabia o que esperar. Não me decepcionei, é um livro excelente.




Lucas.Wijk 11/10/2012

Bom, como esse é um livro de contos, não tem como eu dar uma nota geral sem analisar cada conto em separado, já que são escritos por autores diferentes, então farei uma análise de cada conto, dando uma nota separada para cada um deles, e no final farei uma média sobre o livro no geral.

Iniciando pelo primeiro conto do livro, “Morte por Dahlia”, de Charlaine Harris, eu devo dizer que me senti desapontado. O conto não foi nada do que eu esperava, eu pensava que o livro traria aquelas historias verdadeiramente urbanas, com muito suspense e eventos inexplicáveis ao estilo noir, mas esse conto me deu um belo “soco no estomago”. Eu já imaginava que Charlaine Harris me traria algum vampiro em sua historia, afinal ela é autora da série que inspirou “True Blood”, mas não imaginava que junto com os vampiros ela também traria uma horda de outras criaturas. Uma coisa eu preciso deixar claro antes de continuar: eu odeio histórias que colocam fantasia demais. Na minha opinião, os autores deveriam focar em apenas um estilo, por exemplo, se o livro for de vampiros, que apareçam apenas vampiros, e no máximo um lobisomem ou um fantasma, mas colocar também demônios, bruxas, súcubos, saci Pererê etc., aí já é demais. E, pra piorar, com todos se divertindo numa festinha?! Ah não, não tem como isso me agradar, é forçar a barra demais da conta. Só esse fato já me fez detestar o conto de Charlaine Harris, e isso ocorreu também em outros contos. Mas esse não foi o único problema, além disso, a história e a narrativa da autora são horríveis! Os personagens me pareceram robóticos, sem carisma algum, e o “grande mistério” e a “detetive” do conto são simplesmente ridículos. O livro começou muito mal para mim, e fiquei com medo de me arrepender de tê-lo comprado, mas sorte que não o abandonei. Nota: 1 (horrível).

O segundo conto, “A sombra que sangra”, de Joe R. Lansdale, já me agradou logo de inicio. Um detetive durão sentado em um bar, típica cena que eu esperava encontrar neste livro. Mas ainda melhora. O mistério neste conto, ao contrário do anterior, trata exatamente do que eu gosto: o inexplicável. De longe este é o conto que mais consegue passar a sensação de medo no livro, eu simplesmente virei fã do escritor, uma pena que não existam outros contos e livros dele publicados no Brasil. A historia utiliza cenas realmente urbanas, apresenta um terror inexplicável e uma criatura totalmente “lovecraftiania”. O autor, na minha opinião, escreve muito bem, e o personagem principal, o típico detetive durão, é bastante cativante. De forma disparada considerei este o melhor conto do livro, e só por ele eu já percebi que não tinha perdido meu dinheiro! Nota 5 (excelente).

Em relação ao terceiro conto, “Coração faminto”, eu não tenho muito a dizer. Eu não gostei, mas é por mera questão de gosto, como eu disse logo no primeiro conto, eu não gosto de histórias que fantasiam excessivamente e colocam seres sobrenaturais por demais, convivendo conosco como se fossem humanos (com exceção de Harry Potter). Mas admito que a história não é ruim, os personagens são carismáticos e até mesmo o ambiente criado por Simon R. Green é bacana. Mas mesmo assim, infelizmente, o conto não me agradou nem um pouco por motivos de gosto. Nota: 2 (ruim).

“Estige e Pedras”, está aí um conto que, na minha opinião, não fede nem cheira. A história se passa na Babilônia antiga, coisa que me surpreendeu, pois pensava que este livro traria apenas os ambientes urbanos atuais. Por mais que eu goste deste estilo, Steven Saylor não conseguiu me agradar, mas também não me causou grande desgosto. É uma boa historia, traz uma situação que parece fantasiosa e uma personagem curiosa que insiste em investiga-la. Acaba que ao final descobrimos que não havia nada de fantasioso no que acontecia. A narrativa é boa e os personagens agradam, mas o conto não tem nada de excepcional, e o fato de passar nos tempos antigos o torna um pouco enfadonho. Nota: 3 (mediano).

“Dor e Sofrimento” é um dos contos do livro que tinham de tudo para estar entre meus favoritos, porém ao final ele estraga um pouco. Mais uma vez aparece o cenário tipicamente urbano e misterioso que eu esperava neste livro, e desta vez temos um detetive policial, investigando um estranho incêndio que aparenta ter sido criminoso. O conto me deixou apreensivo do inicio ao fim, gostei muito da narrativa e do suspense. Não achei as personagens muito cativantes, mas também não achei ruim. O problema do livro está no final, exatamente no final: apesar de gostar do “inexplicável”, o final da história me deixou completamente sem rumo, não deu para entender nada, além da narrativa das ultimas paginas ser confusa. Não sei se seria necessário ter lido outros contos e livros do autor S.M. Stirling para entender seu universo, mas só sei que o final do conto me desagradou bastante. Eu esperava realmente um final estranho e inexplicável, mas não do jeito que foi. Mas, como o conto inteiro conseguiu prender minha atenção e me agradou, minha nota final é 4 (bom).

Quando eu li a apresentação da autora Carrie Vaughn, já imaginei que o conto iria me desagradar, mas me enganei. “Sempre a mesma velha história” é o conto que considerei mais cativante no livro. A personagem principal é um vampiro (e há somente vampiros no conto, sem nenhum outro tipo de criatura) que encontra uma amiga humana assassinada ao visita-la, a partir daí procura investigar a causa de sua morte. A narrativa é alternada entre presente e passado (lembranças da garota jovem), e é simplesmente uma narrativa deliciosa, daquelas historias que vamos lendo e nem percebemos o tempo passar. A trama, em si, não tem nada de especial, é bastante previsível, mas nada que prejudique o conto, pois percebe-se que a autora não quis focar no mistério, mas sim na relação existente entre o vampiro e a humana (que não tem nenhuma melação como crepúsculo, pois aqui temos o vampiro tradicional). Gostei bastante do conto, admito que me surpreendi, pois não imaginava que a autora de uma série cuja a personagem principal é uma lobisomem que se chama “Kitty” iria me agradar. Nota 4 (bom).

“A dama grita” foi o conto que li com a maior expectativa, pois conheço a fama de Conn Iggulden, apesar de nunca ter lido nenhum de seus livros, porém sou louco para lê-los. A história, bem simples, narrada na forma de um relato, nos traz uma personagem bastante cativante logo de cara, um caça-fantasmas charlatão que acaba descobrindo um fantasma de verdade, a “dama”, e a partir disso se torna um verdadeiro caça-fantasmas, cuja equipe são outros fantasmas que o ajudam a encontrar solução para as assombrações em que se deparam. A história é basicamente isso, mas a narrativa é muito boa e, assim como o conto anterior, é daquelas que nem percebemos o tempo passar enquanto lemos. O conto não tem nada de assustador, ao contrário, chega até mesmo a ser cômico e o seu final é excelente! Foi meu primeiro contato com Conn Iggulden, e admito que esperava algo completamente diferente do que encontrei, mas mesmo assim o conto não me decepcionou nem um pouco. Nota: 4 (bom).

“Hellbender” é outro conto que se passa no cenário tipicamente urbano. A história, meio SciFi, se passa em universo onde existe uma população de mutantes meio homens meio lagartos, os “salamen”. A personagem principal é um detetive salaman, contratado para investigar o desaparecimento de outros de sua espécie. Achei a trama, a narrativa e as personagens bastante bacanas, mas o conto não conseguiu me prender por algum motivo que não sei explicar, achei tudo muito simples. Não é um conto ruim, mas também não é excelente. Nota 3 (mediano).

“Ladrões de sombra” foi meu pior momento com o livro. Que conto é esse?! A narrativa de Glen Cook é horrorosa, logo ao inicio do conto eu não conseguia criar as cenas em minha cabeça de tão mal escrita que é a historia. Tentei ler outra vez, com calma, mas percebi que o conto que era ruim e terrivelmente mal narrado. Glen Cook foi uma decepção para mim, este foi o pior conto do livro, estando muito abaixo de “Morte por Dahlia”. Se fosse possível eu dava uma nota negativa. A história é confusa, as personagens são totalmente sem sal e, para piorar, o autor utiliza-se daqueles ingredientes que eu odeio: a fantasia exagerada, criaturas bizarras e um universo completamente sem noção. Talvez os leitores que já estejam acostumados com o autor e suas histórias sem pé nem cabeça gostem mais deste conto, mas eu, como não conhecia nada daquela maluquice, achei uma bela porcaria. Nota: 1 (horrível).

Bom, para me sentir um pouco mais animado, logo depois do pior conto do livro, vem “Sem mistério, sem milagre” que, na minha opinião, é um dos melhores. O detetive, personagem principal, é algum tipo de alien, ao que tudo indica, faz parte de nossa cultura, sem que saibamos disso, tanto que, ao longo do conto, percebemos que essa mesma personagem foi Jesus em tempos passados. A personagem tem como objetivo manter a ordem em nosso universo, enfrentando alguma raça de criatura, os “Antigos”, que seriam os demônios conhecidos por nós. Achei a narrativa excelente, e o detetive muito carismático, senti nele uma espécie de anti-herói, apesar da sua busca pelo bem, além de ser extremamente foda! O conto ainda possui as melhores frases e diálogos do livro, como aquela que dá o seu título, “sem mistério, sem milagre”. Fiquei surpreso com a criatividade da autora e não tenho o que reclamar com relação à história. Nota: 5 (excelente).

“A diferença entre um enigma e um mistério”, seguindo a linha do conto anterior, também traz um tema relacionado à religião. O conto é muito simples, mas conseguiu me agradar bastante. A história nos mostra um detetive que investiga a morte de uma garota por um rapaz que, aparentemente, está possuído por um demônio. O detetive recebe a ajuda de um padre, uma personagem misteriosa que o acompanha em suas investigações por ordem do chefe de polícia. O conto se resume, na maior parte, em diálogos entre o padre e o detetive, que visitam cenas importantes para a solução do mistério. Eu achei os diálogos bem interessantes, e o conto conseguiu prender bastante minha atenção, mas o seu ápice é o desfecho, incluindo a última frase do livro, que é sensacional. Nota: 5 (excelente).

“O curioso caso do Deodand” é um conto bem fraquinho, o interessante é que ele nos apresenta um mistério, deixando-nos apreensivos, assim como nos livros de romance policial, porém o final me decepcionou. As personagens, um detetive e sua ajudante (narradora) não conseguiram me convencer e, para piorar, o relacionamento entre elas é muito fraco. Mas o conto, no geral, não é ruim. Nota: 3 (mediano).

“Lorde John e a peste de zumbis” foi um conto que não conseguiu me agradar muito. Achei a história muito enrolada e a personagem principal muito fraca. Lorde John, que aparentemente é uma personagem de outros livros da autora, é chamado para resolver certos problemas que vem ocorrendo numa ilha da Jamaica relacionados a escravos que trabalham lá. Coisas estranhas começam a acontecer na ilha, um cenário muito interessante, mas não é o tipicamente urbano que eu esperava dos contos deste livro. Não achei que o conto possuísse grande mistério capaz de prender minha atenção. A narrativa foi meio confusa em algumas partes e a história, em si, não é ruim, mas também não é nada excepcional. O conto não é assustador, pelo contrário, chega a ser cômico em algumas partes, e o desfecho é interessante, mas não é grandioso. Nota: 2 (ruim).

“Cuidado com a cobra” é outro conto que não apresenta absolutamente nada de interessante, mas nem por isso é ruim. Mais uma vez a história se passa nos tempos antigos, desta vez na Roma antiga, contando até mesmo com a aparição do imperador Júlio Cesar como personagem. A personagem principal é um senador de Roma que é chamado para encontrar uma cobra sagrada que desapareceu de um dos templos de Roma. Eu considerei as personagens muito cativantes e até mesmo engraçadas, me identifiquei com elas, principalmente com o senador que, a meu ver, ficou parecendo muito desleixado. Acabou que o conto me agradou mais por causa das personagens, porque a história é muito fraca e sem graça, mesmo tentando surpreender no final, não houve nada que me fizesse vibrar ao longo da leitura. Nota: 3 (mediano).

Apesar de misturar fantasias que não combinam (minha opinião), “De vermelho com perolas” foi um conto que me surpreendeu. É o primeiro conto em que a personagem principal é um lobisomem, uma criatura que não me agrada muito, mas a narrativa de Patricia Briggs me fez gostar bastante da história. O cenário é realmente urbano e a trama já se inicia com a mistura fantástica de lobisomens, bruxas e zumbis. Um pequeno suspense ronda os acontecimentos do livro, que serão investigados pelo lobisomem, que se mostra uma personagem muito competente para tal tarefa. O desenrolar da história é agradável e conseguiu prender minha atenção, mesmo apresentando diversos elementos que não me agradariam em outras historias. Nota: 4 (bom).

Por fim, “A águia de Adak” fechou o livro com chave de ouro! Apesar de não se passar no cenário urbano esperado por mim, eu amei esse conto. Desta vez eu realmente gostei do suspense apresentado, o mistério que ronda cada página da história, que não é explicado completamente (eu adoro o inexplicável), me fez ficar preso à história, junto disso, as personagens extremamente cativantes, a excelente narrativa e até mesmo o ambiente do livro fizeram com que este se tornasse um dos contos que eu mais gostei no livro. A história trata de um soldado que é incumbido de verificar as áreas próximas de um acampamento de guerra e informar qualquer evento estranho ao seu chefe (que é um completo escroto). Acontece que o evento mais estranho que o soldado encontra é uma águia torturada e morta de maneira muito suspeita próxima de uma montanha. Um veterano jornalista de guerra (a personagem mais cativante da história) o ajuda em suas investigações e é nesse meio que as coisas se desenrolam. Nada realmente grandioso chega a acontecer, e a narrativa é meio devagar, o que pode desagradar a muitas pessoas, mas eu adorei cada detalhe do conto. Nota: 5 (excelente).

Para concluir, "Ruas estranhas", apesar de decepcionar em alguns contos, isso é a exceção, pois na maior parte é um livro que consegue cumprir o que prometeu. Aqui eu encerro minha crítica. Pela média eu daria 3 estrelas para o livro, mas como eu considero que ele conseguiu me entreter bastante, mesmo em alguns contos que eu não gostei muito, minha nota final será de 4 estrelas.
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@fabio_entre.livros 30/08/2020

A maldição das antologias
Eu gosto de contos, mas sempre dou azar com antologias, de modo que até hoje nunca fiquei totalmente satisfeito com nenhuma delas. Sendo otimista, sempre há pelo menos uns dois ou três contos que estão ali só para preencher papel e avolumar o livro, porque no quesito qualidade deixam – e muito – a desejar. É isso que acontece em “Ruas estranhas”, um livro que possui ótimas histórias, mas também traz o seu quinhão de tolices intragáveis para (des)equilibrar a balança.
George R.R. Martin e Gardner Dozois reuniram textos de um seleto grupo de autores best-sellers em histórias de mistério. A proposta era que todas as histórias trouxessem algum tipo de investigação que envolvesse o sobrenatural, mesmo que esse elemento fantástico fosse apenas forjado (como em “O cão dos Baskerville”, de Conan Doyle). A ideia, como se vê, era ótima: o problema foi a execução. Mesmo em antologias de terror e mistério de um só autor, como Stephen King ou Allan Poe, é comum encontrar contos de qualidade inferior, então o que dizer de uma seleção escrita por 16 mãos?
Fazendo justiça a este livro, ele tem sim alguns contos ótimos e até um que é excelente: “A sombra que sangra”, de Joe Lansdale, uma fantástica homenagem ao horror cósmico de Lovecraft. Outros dois contos interessantes são “A Dama grita”, de Conn Iggulden, sobre um caçador de fantasmas fajuto muito cínico, e “Hellbender”, de Laurie King, que mostra como o preconceito e a ganância dos humanos podem ser muito mais assustadores que a existência de híbridos reptilianos na sociedade. Também merecem nota “Morte por Dahlia”, de Charlaine Harris, “Estige e pedras”, de Steven Saylor e “Cuidado com a cobra”, de J.M. Roberts; essas histórias são mais investigativas e, portanto, acabam se apoiando na racionalidade para desvendar o fantástico.
E... é só. Isto é o melhor que “Ruas estranhas” tem a oferecer. Os demais contos oscilam entre o insosso (neste caso, um elogio) e o péssimo, como “Ladrões de Sombra”, de Glen Cook, “Dor e sofrimento”, de S.M. Stirling e “Sempre a mesma velha história”, de Carrie Vaughn (este, aliás, subestima a inteligência do leitor de cabo a rabo).
Então, no fim das contas, vale a pena a leitura? Absolutamente: além da introdução muito digna do Martin e dos bons contos que destaquei, também serve de aprendizado e alerta para evitar outros livros dos autores dos contos ruins.
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Bah 12/11/2020

Não foi bem o que eu esperava mas...
Ruas Estranhas foi certamente uma boa apresentação sobre o gênero fantasia urbana na forma dos mais diversos contos escrito por vários escritores. Alguns foram o que eu imaginava sobre o gênero e que me fez gostar bastante. Outros foi uma escrita tediosa e enfática do quão eu não gosto de histórias com teor histórico ( mas aí é algo meu e não com as histórias). Certamente é um desafio a parte escrever um mistério só num conto e ainda por o toque de magia necessário pro gênero fantasia urbana e isso sem dúvidas merece admiração.
É um livro de contos para quem gosta, sabe que é uma leitura que você pode fazer intercalando outros livros e não ter que se preocupar em terminar ele rápido e certamente combina com dias chuvosos e um pouco de café. Vale a pena e recomendo pesquisar sobre os escritores, caso você gostar do conto então poderá ir atrás de mais obras do escritor.
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Amaral 03/11/2020

O livro reúne diversos contos com os quais Martin não tem nada a ver efetivamente e dos quais apenas uns dois ou três são realmente bons.
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Anita Blanchard 20/05/2013

Livro mediano com três contos ótimos
Antes de avaliar conto por conto, pois eu não acho que dê para avaliar um livro como esse como um todo, preciso deixar claro que não tenho familiaridade com nenhuma das séries dos autores que compõem o livro, então os cenários e os personagens eram todos novos para mim; com exceção da série Sookie Stackhouse, com a qual eu tive certo contato por meio de alguns poucos episódios da série de TV “True Blood”.

- “O Bastardo” de George R. R. Martin: única parte do livro que ele escreveu, o que mostra que ele é fantástico até para escrever um prefácio, explicando o que é a tal da fantasia urbana. Que os ventos do inverno não demorem.

- “Morte por Dahlia” de Charlaine Harris: conto sem um pingo de apelo. Se for para ler uma história sobre vampiros vivendo em sociedade, mil vezes as aventuras do mundo de Anita Blake da Laurell K. Hamilton.

- “A Sombra que Sangra” de Joe R. Lansdale: esse me deixou uma sensação estranha na boca do estômago (e não foi uma boa sensação), vai ver que é por que eu já não estava me sentindo bem e me forcei a ler o conto até o final...

- “Coração Faminto” de Simon R. Green: desse eu gostei do jeito de escrever do autor e do personagem principal. Lembrou-me o baú com o coração de Davy Jones de Piratas do Caribe.

- “Estige e Pedras” de Steven Saylor: conto muito longo, o que eu considero pecado mortal em um conto. Demora a chegar à história, mas, quando finalmente chega, fica bom, porém eu achava que estava caminhando para um lugar e infelizmente estava errada.

- “Dor e Sofrimento” de S. M. Stirling: eu não sei se foi por que eu não conhecia o personagem, mas achei ler do ponto de vista dele confuso, com todos aqueles flashbacks espalhados; e o final da história é totalmente insatisfatório.

- “Sempre a mesma velha história” de Carrie Vaughn: aqui o ditado “a vingança é um prato que se come frio” vale do começo ao fim, porém é um conto dispensável.

- “A Dama Grita” de Conn Iggulden: foi o conto mais engraçado que eu já li (cheguei até a rir sozinha no ônibus!), cheio de sarcasmo, humor negro, um personagem fantasticamente imperfeito e ótimo narrador, e uma história que te prende até o final. Tudo que eu adoro!

- “Hellbender” de Laurie R. King: histórias que envolvem diversidade e preconceito sempre me atraem, mas essa centrou-se na ação, paciência...

- “Ladrões de Sombra” de Glen Cook: que conto confuso! Tive que ler e reler diversas vezes para saber quem falava o quê. E a história vai do nada a lugar nenhum.

- “Sem mistério, sem milagre” de Melinda M. Snodgrass: a visão que este conto traz da religiosidade é fantástica. Fiquei fascinada! Já inclui o livro “The Edge of Reason” da autora na minha listinha de futuras leituras.

- “A Diferença entre um Enigma e um Mistério” de M. L. N. Hanover: outro conto que te põe para pensar sobre conceitos e valores aparentemente definidos. No começo me senti dentro de um daqueles filmes de terror. Muito bom!

- “O Curioso Caso do Deodand” de Lisa Tuttle: tema interessante, mas pouco surpreendente.

- “Lorde John e a Peste de Zumbis” de Diana Gabaldon: conto longo, mas muito bem escrito. Deixou-me com uma raiva danada no final...

- “Cuidado com a Cobra” de John Maddox Roberts: a solução para esta história pareceu tirada da cartola, mas me envolvi na procura pela cobra sagrada (isso soou bizarro, mas eu não ligo!).

- “De Vermelho, com Pérolas” de Patricia Briggs: não sei o que dizer sobre este, a não ser que os personagens são carismáticos.

- “A Águia de Adak” de Bradley Denton: conto longo e monótono. Senti pena da águia, não posso dizer o mesmo dos demais personagens.

Contabilizando: 5 contos sofríveis, 6 medianos, 2 bem legais e 3 contos verdadeiramente fantásticos, que merecem destaque: “A Dama Grita”, “Sem mistério, sem milagre” e “A Diferença entre um Enigma e um Mistério”.

“Sou totalmente a favor do consolo. Se eles simplesmente parassem nisso, mas nunca param. As pessoas sempre decidem que todos os outros também precisam de consolo, e é melhor que seja sua versão do consolo. E, caso não seja, geralmente provam sua tese com a ponta de uma espada ou o cano de uma arma” - Melinda M. Snodgrass (“Sem mistério, sem milagre”).
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Café & Espadas 07/05/2014

Resenha Ruas Estranhas - parte 1 e 2
Aqui na nossa página de resenha no skoob iremos fazer somente um copilado de todas as "mini-resenhas" de todos os contos. Para ler a resenha completa, siga os links que se encontram no final do texto.



Morte por Dahlia - de Charlaine Harris

Em Morte por Dahlia conto a autora narra uma noite conturbada na longa vida de Dhalia, uma vampira de poucos amigos e não tão jovem quanto a sua aparência indica.

A trama se desenrola em uma luxuosa mansão (chamada de ninho) onde acontece uma festa que comemora a ascensão de um novo líder vampiro, cargo esse que é chamado de xerife (?). A Festa é frequentada por muitos outros estereótipos sobrenaturais, como lobisomens, demônios e zumbis.

Tudo estava indo muito bem, até que o assassinato de um dos humanos doadores (humanos que se oferecem como alimento aos vampiros) daquela noite põe o Ninho em risco, e Dahlia (que de repente mostra ter talentos investigativos; claro, já que temos um xerife, temos que ter também os detetives...) junto de Katamori, um outro vampiro investigador, vão atrás de descobrir quem é o culpado.

Esse conto tem a narrativa arrastada, um final bem previsível e diálogos sem muita desenvoltura. Mas logo de cara é possível notar que o ambiente criado para ele realmente não tem muito a oferecer.


A Sombra que Sangra de Joe R. Lansdale.

Esse conto leva bem ao pé da letra o sentido da palavra "terror".

É de roer as unhas, e muitas vezes me lembrou do filme A Beira da Loucura e certas passagens de Silent Hill (o jogo, não o filme.). A história narra uma aventura sobrenatural vivida por Richard, um homem que é uma espécie de detetive particular nas horas vagas.

Ele está em uma lanchonete, em algum distrito americano onde predominantemente vivem pessoas negras (ou de cor como o autor cita no texto.) quando Alma May, uma prostituta e antigo caso de Richard, vai até ele e lhe pede um favor: que ele investigue o sumiço de seu irmão Tootie, um exímio violonista que é a única pessoa que ela tem como família. Richard aceita a muito contragosto, e a única pista deixada por Tootie foi um misterioso disco de vinil que, aparentemente, invoca o próprio inferno com sua música maligna.

A narrativa é em primeira pessoa, e o autor ambientou muito bem os subúrbios americanos da época de ascensão do blues. O clima pesado, de um terror mais psicológico com ameaças e avistamentos sobrenaturais, mesclado à podridão e decadência tanto das estruturas físicas como dos tipos humanos, aprimora ainda mais a qualidade sombria do conto. Qualidade que, diga-se de passagem, não é encontrada nem em alguns livros de terror.

Joe R. Lansdale conseguiu me fazer esquecer o péssimo começo dessa coletânea com uma ótima história e sua escrita adulta, desenvolta e fluida.


Coração Faminto de Simon R. Green

Nightside é um série de onze volumes, escrita por Simon R. Green e publicadas no exterior.

Nesse terceiro conto somos apresentados a John Taylor, um detetive muito familiarizado com o ambiente e as criaturas de Nightside, um submundo oculto em Londres, com uma noite eterna (sempre três horas da madrugada), onde todo tipo de magia e ocultismo pode ser encontrado sem dificuldades. John tem um dom: ele consegue encontrar qualquer coisa que precise, sempre. E esse dom vai ajudá-lo na sua próxima missão.
Holly Wylde, uma bruxa charmosa e dissimulada, teve o seu coração roubado pelo ex-namorado, um bruxo poderosíssimo que vive em uma outra dimensão, e quem melhor que John Taylor para encontrar algo perdido em outra dimensão?

Como todos em Nightside sabem, as bruxas têm o costume de retirar o próprio coração e grardá-los em um local seguro por precaução, para caso o corpo sofra um dano mortal, a bruxa possa ressurgir. Sendo assim, ela só é destruída definitivamente se o seu coração também for. Muita coisa está em jogo nessa simples missão, e há também um grande mistério que cerca a caixa, conhecida como Repouso do Coração, onde o coração de Holly foi confinado.

Essa história tem um tom de aventura e deixa o elemento suspense um pouco de lado. A escrita do autor é agradável e a história pode despertar a curiosidade do leitor por toda a série Nightside. Uma pena ela não ser publicada por aqui.


Estige e Pedras de Steven Saylor

Nesse terceiro conto temos uma variação do gênero literário apresentado por essa coletânea: o mistério histórico. A narrativa se passa nos anos em que o glorioso império romano governava vários territórios.

O protagonista é o jovem romano Gordianus, que chega a antiga Babilônia, que agora está profanada e em ruínas. Este conto é a introdução para a série de histórias que levará Gordianus (aqui, ainda um adolescente) a conhecer as Sete Maravilhas do mundo antigo, junto com o seu companheiro de viagem Antípatro de Sido, um poeta grego já idoso. Estige e Pedras é uma introdução a Roman Blood, o primeiro romance da série Roma Sub Rosa, todos escritos pelo mesmo autor.

Chegando a antiga jóia de Nabucodonosor, Gordianus e Antípatro percebem que a antiga glória realmente não passa de míseros vestígios, que são disputados pelos visitantes e mercadores, que vendem a preços altos lascas de cerâmica e tijolos da extinta muralha da Babilônia, do imenso zigurate ou do antigo portão de Ishtar. Após a visita, a dupla de visitantes vão descansar em um pousada da cidade, localizada próxima a um templo de Ishtar, também abandonado e em ruínas, que segundo os moradores locais é assombrado pelo espírito de uma mulher amaldiçoada. Logo, Gordianus começa a presenciar mortes misteriosas no local, e a tensão e os fascínios desse lugar fascinante começam a mexer com a cabeça do nosso protagonista.

O conto é bem escrito, e tem um desenrolar bem ritmado e com leves doses de humor; além de várias informações interessantes sobre essa época tão rica da história antiga. E é também uma boa fuga do padrão contemporâneo do livro.


Dor e Sofrimento S.M Stirling

O autor já é um nome conhecido internacionalmente no mundo da ficção científica. Autor de séries como Sea of Time e Drakas! Stirling escreve esse conto que mistura o mais puro suspense policial e o mistério sobrenatural, nos remetendo àquelas boas séries de investigação ambientadas em bairros americanos mestiços de anglos e latinos.

Eric Salvador é um policial atormentado. Um pesadelo onde uma mulher misteriosa e incendiária atenta contra a sua vida é constantemente revivido toda noite, mas algo mais misterioso ainda o traga, um jogo de gato-e-rato, em que todas as provas encontradas parecem não ter fundamento.

Um incêndio misterioso seguido do desaparecimento de Ellen Tarnowski mobiliza Eric e seu parceiro, Cesar a investigar a família Brézé, que aparentemente, não consta em nenhum tipo de banco de dados, mesmo sendo rica e influente no meio político. Aos poucos, o círculo de ameaça se fecha em torno de Eric, e quando o caso escapa de suas mãos o perigo se torna letal.

O conto está mais para um drama policial, mesmo com o sobrenatural o cercando a todo momento. A leitura estimula para devorá-lo quanto antes, e o autor coloca os momentos de tensão no local correto, com um escrita simples e de rápida compreensão. No entanto, o final não me agradou muito. Mas foi algo aceitável. Não chega a arruinar todo o conto.


Sempre a Mesma Velha História Carrie Vaught

Mais um conto que usa a imagem mitológica do vampiro. Mas diferente do primeiro conto dessa lista, a autora coloca o protagonista Rick, um vampiro de quinhentos anos, no centro de uma história que envolve assassinato, romance e o dilema da eternidade. Como viver um amor quando se um condenado a vida eterna comtemplando a continuidade impiedosa do tempo agir sobre a mortalidade do outro?

Helen é uma mulher jovem e atraente que acabou de conseguir um bom emprego. Motivo suficiente para uma boa e solitária comemoração. Sendo assim ela vai ao Murrays, um bar meio mal frequentado, e local onde Rick trabalha como barman. Logo eles começam uma boa amizade, que se transforma em algo mais profundo quando Helen descobre que o novo emprego não era nada do que ela pensava, e se vê ameaçada por Blake, um homem perigoso.

O conto é um pouco extenso mas a autora consegue manter o andamento da leitura de uma forma agradável, dividindo a narrativa em duas partes (passado e presente) e fazendo saltos de um para o outro, que se complementam mutuamente.

A imagem que ela usa dos vampiros é essa mais moderna, a qual já estamos acostumados e vemos por aí em alguns filmes e livros dos nossos tempos. No mais, nenhuma novidade. É só mais uma história sobre vampiros vivendo os dramas de um amor impossível.


A Dama Grita Conn Iggulden

Conn Iggulden já é um nome famoso da literatura de ficção histórica. Autor de séries como O Imperador, que tem o foco na história de Júlio César, e O Conquistador que esmiúça as batalhas e a vida de Gêngis Khan; Conn é um dos integrantes do grupo seleto de autores cujo os contos integram esse livro, e ele cumpre muito bem a sua função. Narrando uma história curta que, se passar por um processo de refinamento e desenvolvimento, poderia até virar um livro independente.

John Garner tem um trabalho incomum: fala com os espíritos de pessoas que já se foram, e traz mensagens do além para seus parentes que ainda estão no mundo dos vivos. Um trabalho nobre e belo que reconforta os corações entristecidos pelo luto. Bom... poderia até ser se tudo que John faz não passasse de pura armação e leitura fria.

Sendo assim, ele sai por várias cidades divulgando seu trabalho para os mais emocionalmente necessitados, claro, em troca de taxas módicas altíssimas. Mas o que ele não esperava era encontrar um fantasma de verdade, que assombra o porão da casa de uma senhora igualmente assombrosa. Mas logo surge uma relação meio que de simbiose entre John e o fantasma, que ele chama de A Dama, e seu trabalho começa a se tornar um Trabalho de verdade, com T maiúsculo.

Sem dúvida, um dos melhores contos (junto com o A Sombra que Sangra) desta coletânea.

O tom cômico, pessoal e até informal com o qual o protagonista narra sua história para o leitor é cativante, e faz você rir em vários momentos. John Garner é um completo anti-herói, o típico vigarista, e o toque de ódio e rancor guardado por ele devido todos os sofrimentos que seus antepassados tiveram que passar injustamente o torna ainda mais interessante. E a história esbanja criatividade e um jeito diferente de encarar esse tema de espíritos que vagueiam.


Hellbender Laurie R. King

O sétimo conto desta coletânea levanta um assunto que eu sinceramente não esperava ser abordado em um conto de fantasia urbana: a intolerância. O que seria suficiente para separar seres humanos entre si, como duas espécies diferentes? Um mero pedaço de DNA? Isso nos dá direito de sacrificar o que não é dito como humano, por mais semelhante que seja a um ser humano, em nome da ciência? E há limites para a ciência? Se há, como saber que chegamos a uma linha tão tênue como essa?

Laurie R. King é autora da série Mary Russell, publicada em 11 volumes e que narra as aventuras de uma jovem aprendiz de detetive que tem como mentor ninguém mais, ninguém menos, que o próprio Sherlock Holmes. Mas nesse conto, a autora nos apresenta outro detetive que tem uma característica especial, que torna ele e outros indivíduos alvos de criminosos que usam a ciência como escudo para suas ações cruéis e sem escrúpulos.

A história é narrada em primeira pessoa pelo protagonista (que não se identifica em momento nenhum da narrativa), um detetive que e fruto de uma experiência genética que combinou DNA humano com o de salamandras, o que gerou os SalaMens. Nome um tanto quanto engraçado, mas que traz um estigma e necessidades especiais para os que possuem essa mutação.

Todo o mistério começa quando Elizabeth Savoy, uma mutante, vai até o escritório do nosso protagonista com um lista. Nesse pedaço de papel há os nome de vários SalaMens desaparecidos. Sentindo que deve cumprir seu dever para com o seu povo, o detetive entra em uma investigação que vai levá-lo a conhecer um grupo criminoso que usa a internet e a necessidade financeira dessas pessoas como meios para realizar suas pesquisas nefastas.

A autora fez uma mescla de ficção científica, suspense policial leve e uma crítica social que coloca o dedo na ferida e ainda é uma realidade na nossa sociedade, infelizmente; e essa mistura funcionou bem. O conto não entra na minha lista dos melhores do livro, mas não deixa de ser uma boa história.

Ladrões de Sombras de Glen Cook

Sabe quando você lê um livro, e a sensação que fica depois da leitura é um vazio? Pois é... acho que isso resume tudo...

Temos aqui o nono conto dessa coletânea, Ladrões de Sombra escrito por Glen Cook, que abre com chave de plástico a segunda resenha de Ruas Estranhas.

O autor é famoso por séries como Black Company e Starfishes, uma que narra as aventuras de um bando de mercenários em um mundo de fantasia e a outra uma ficção científica baseada na mitologia nórdica. E outra série famosa desse autor é Garret, DP, como mais de dez volumes que traz as aventuras de Garret, um detetive particular que vive em um mundo povoado por humanos, seres mágico e raças mestiças e inteligentes, tudo regado a muita magia e mistério. E esse é o protagonista desse conto.

Garret divide uma casa com seres estranhos: um ser estranho, com tromba, obeso e inerte, que se comunica por telepatia, que ele e todos os outros moradores chamam de Homem Morto (?); Penny, uma adolescente bela e atraente com um faro apurado para confusões; Um cozinheiro chamado Dean que não influi nem contribui para a história; e Singe, uma ratazana com aspecto antropomórficos boa com armas e ótima farejadora.

A trama começa quando a casa de Garret é invadida por seres que parecem ogros (ou trolls) em uma cena de ação muita confusa (como todo o resto do conto). Aparentemente, eles estão atrás de uma caixa que contêm a Sombra de Ryzna, um artefato místico que reúne a alma de vários magos mortos.

A história segue, com uma narrativa confusa, mal escrita e com os personagens (estranhos e mal caracterizados) soltando frases soltas, que parecem ter conexão ou sentido somente na cabeça do autor.
O conto poderia até ser bom, mas é vazio, sem andamento, e o pior: nada se resolve no final. O que dá a sensação de que ele tem uma continuação em algum lugar (possivelmente, algum volume da série Garret, DP), ou em lugar algum. Primeira vez que vejo isso em um conto.

A única pergunta que deve ficar após a leitura de Ladrões de Sombras é: Por que diabos escolheram esse conto? Os editores pelo menos o leram antes?

Confesso que dificilmente lerei qualquer outra coisa escrita por esse senhor chamado Glen Cook.

Sem mistério, sem milagre - de Melinda M. Snodgrass

Eis mais um conto que entra para o conjunto dos medíocres.

Melinda M. Snodgrass é autora de vários títulos como Circuit, CircuitBraker, Final Circuite The Edge of Reason. Mas dois trabalhos de longa data merecem destaque: seus roteiros para a série Star Trek: a nova geração (da qual também foi produtora) e a sua participação na criação da série Wild Cards; série que, como sabemos, conta com a edição do próprio George R. R. Martin.

Em seu conto a autora nos insere em uma trama que envolve seres superiores, o governo dos Estados Unidos, um anel nefasto e com uma energia que emerge do lado mais obscuro do sobrenatural.

Essas criaturas ancestrais estão entre nós, humanos, há muito tempo e chegam ao nosso mundo por meio de fendas dimensionais. E a missão do protagonista, o detetive Cross é achar uma dessas fendas e destruir o que passou por ela. E isso pode significar a maior batalha que Cross já viveu e, mesmo ele sendo um desses seres sobrenaturais, o medo o cerca em todo momento.

A história possui bons diálogos e argumentos que vão duramente de encontro aos princípios do cristianismo. A natureza desses seres superiores não é de todo esclarecida, é deixada muito no ar, a cargo da interpretação e imaginação do leitor, o que em determinados tipos de narrativas pode ser uma qualidade.

Mas mesmo assim o conto não empolga como deveria, deixando um certo marasmo no ar. Não que chegue a ser ruim ou mal escrito, só não externou todo o seu potencial.


A Diferença entre um Enigma e um Mistério de M. L. N Hanover

M. L. N Hanover é um autor novato no mundo literário. Autor da série Black SunsDaugther e do livro Vicious Grace e se tomarmos esse conto como uma amostra grátis da sua escrita e imaginação, iremos perceber que ele leva muito jeito para a coisa.

O detetive Mason (do contrário de boa parte dos outros detetives dessa coletânea) não tem nada de sobrenatural, nem o mínimo contato com ele. Porém quando o misterioso assassinato de uma garota, impregnado de indícios de rituais de magia negra, é jogado em sua mesa e ele começa a receber ajuda de um consultor em exorcismos.Mason é sugado por essas crendices que envolvem anjos e demônios, o bem e o mal,e o que antes era um mero enigma evolui para um mistério. E um mistério que irá colocar todo o ceticismo de Mason em xeque.

Com um final bem diferente do esperado, uma escrita ácida, trama intrigante e com bons diálogos com percepções filosóficas intrincadas, esse conto entra no mesmo patamar de A Sombra que Sangra e A Dama Grita, mesmo que não seja ainda tão bom quanto eles.

O que impera na narrativa é a densidade do sombrio, da sensação de que algo maior do que qualquer mortal movendo seus fios de marionete, manipulando os rumos de tudo ao seu gosto. E isso é o que cativa os fãs de histórias mais nefastas e maduras.

O Curioso Caso do Deodand de Lisa Tuttle

Esse conto, ambientado na Londres do século XIX, é um retorno aos moldes das histórias mais famosas de Sir Arthur Conan Doyle, as aventuras do detetive Sherlock Holmes e seu auxiliar Dr. Watson.

Lisa Tuttle é premiadíssima e uma das escritoras mais respeitadas de sua geração. Ganhou o prêmio Nebula em 1981, o British Science Fiction Awards em 1987 e o International Horror GuildAward em 2007, somente com contos. Ela também escreveu vários livros. Um deles, Windhaver, foi escrito em parceira com George R. R. Martin.

Em O Curioso Caso do Deodand a protagonista narra em primeira pessoa a descoberta de seus próprios talentos de observação e investigação, quando aceita uma oferta de emprego oferecida pelo detetive particular JasperJesperson, um solteirão que vive com a mãe em um sobrado na Gower Street, e soluciona casos misterioso até então não resolvidos pela polícia.

Além da aguçada perspicácia, A Srta. Lane possui um dom mediúnico: ela sente a atmosfera dos ambientes, e presente se eles são atormentados por maus espíritos.Mesmo assim, ela mostracerto ceticismo para com o sobrenatural. Mas tudo isso cai por terra quando ela aceita o emprego de auxiliar do detetive Jasper, e o seu primeiro caso é investigar dois assassinatos que ocorreram em circunstâncias muito incomuns no passado e um que pode vir a ocorrer pelo mesmo motivo: uma jovem que carrega uma maldição que afeta todos ao seu redor. Junto a isso surge a imagem do tutor da jovem, que tem o hábito macabro de colecionar relíquias de assassinatos.

O conto é leve, sem muitas voltas no enredo e a escrita da autora é simples e direta. O final não causa grandes emoções, mas, se o conto foi uma homenagem a maior dupla de detetives que já existiu na literatura mundial, então o resultado final ficou dentro do esperado. Nem mais nem menos que isso.

Lorde John e a Peste de Zumbis de Diana Gabaldon

Esse conto é de longe um dos mais volumosos da coletânea, mas, apesar do título, não há tanto zumbi assim em suas linhas.

Diana Gabaldon é autora da série Outlander e uma queridinha do New YorkTimes. Venceu prêmio importantes como o Quill e o prêmio de ficção CorineInternational. Os romances do lorde John são considerados parcialmente como mistérios históricos e também detalhamentos da série Outlander, cuja trama ocorre na Escócia do século XVIII e XX.

Mas saindo das terras frias e chuvosas de Willian Wallace. Essa história se passa em um lugar que poderia ser um grande paraíso tropical: a ilha da Jamaica.

Ao ancorar nesse território novo e hostil, lorde John terá que enfrentar vários problemas: uma revolta de escravos em pleno andamento e com proporções que estão aumentando progressivamente em termos de gravidade e violência, corrupção dentro do próprio exército inglês, o clima quente e abafado, animais peçonhentos e, claro, zumbis.

Um governador e um capitão estão desaparecidos e cabe a John encontra-los com a ajuda de seu fiel valete Tom, do capitão Cherry e do major Fettes, membros veteranos do seu batalhão. Logo acontecimentos sinistros começam a rondar a mansão onde eles estão alojados, ao mesmo tempo que uma densa atmosfera de misticismo tira o seu fôlego. Venenos poderosos, capaz de reerguer os mortos e rituais de magia negra irão complicar ainda mais a situação e catalisar uma trama onde nada nem ninguém inspira confiança.

O conto, como já dito antes, é volumoso. E talvez esse seja um dos pecados cometidos. Por ser extenso dessa forma a narrativa em vários momentos perde o ritmo, como por exemplos nos diálogos que são constantemente interrompidos por descrições feitas pela autora.A história poderia ser melhor, com um clímax melhor e personagens mais envolventes, mas o máximo que ela consegue é ser, adivinhem! Mediana também.

Cuidado com a cobra um conto SPQR de John Maddox Roberts

É amigos...Realmente as coisas não andam bem para a coletânea Ruas Estranhas.

Pergunto-me qual foi o critério usado por George Martin e Gardner Dozois para escolher quais autores iriam ter seus contos inseridos nesta compilação.

Se for somente pelo fato deles estarem entre os mais vendidos do The New York Time, então eles deveriam ter optado por outras referências, pois há um grande número de autores (que não estão em listas de Best-seller) com ótimas histórias, que poderiam ter recheado as páginas deste volume com contos surpreendentes e de qualidade mais apurada.

Cuidado com a cobra tem sua narrativa em primeira pessoa ambientada no poderoso império romano. DeciusCaecilus é um senador que por vezes atua com investigador de homicídios enigmáticos e crimes mais atípicos.

O caso da vez é o misterioso desaparecimento de uma serpente sagrada de um templo religioso, eu irá culminar em uma intriga entre irmão e um jogo de inveja e cobiça.

John Maddox escreveu uma história bem curta. Em todos os aspectos.

Além de não ser muito volumosa, a narrativa não chega a instigar aquela vontade do leitor de querer resolver o caso antes do detetive da trama. O clímax é pífio, a investigação é exposta sem muitos refinamentos e faltou um elemento que até então estava presente em todos os contos, e é uma das principais temáticas desse livro: o sobrenatural. Realmente, um conto que você pode seguir para a leitura do conto seguinte sem nenhum peso na consciência.

De Vermelho, com pérolas de Patricia Briggs

Finalmente uma recuperada de fôlego, e finalmente de umadas autoras (que não se destacaram muito nesse volume) escolhidas.

Patricia Briggs é autora da série de fantasia Sianim, que possui quatro volumes: Masques, Wolfsbane, Stealthedragon e Whendemonswalk e de muitas outras obras que mesclam fantasia com aspectos puramente associados aos gêneros de terror e suspense, como a série Mercy Thompson.

Este conto trouxe de volta a idéia original da coletânea, o sobrenatural agindo sobre o mundo humano por meio de um crime, o que leva um detetive (já acostumado a lidar com seres mágicos ou de outros mundos) a uma investigação minuciosa do caso. E é o que temos aqui.

Warren Smith é um lobisomem, e trabalha como detetive particular na empresa de advocacia de seu amigo (e amante) Kyle Brooks.

Quando Kyle sofre uma tentativa de assassinato envolvendo uma linda mulher que foi morta e transformada em um zumbi, vestida com um vestido vermelho e um deslumbrante colar de pérolas, Warren parte em uma investigação profunda para tentar descobrir o mandante do crime e o motivo de tudo. E para isso ele ganha a ajuda de duas bruxas poderosas e dispostas a ir até o fim.

Esse conto não chega a ser excepcional, mas comparado com os restantes dessa segunda parte ele se destaca pela tensão e o mistério denso que a autora consegue manter durante toda a narrativa e pela reviravolta que converge para um final inesperado. Uma agradável surpresa no meio de tanta parvidade.

A águia de Adak de Bradley Denton

Bradley Denton é muito premiado internacionalmente e publicou diversos contos em revistas de fantasia e ficção científica. E aqui em Ruas Estranhasfaz uma ótima contribuição para a seleção (não tão ótima assim) de contos.

Em A águia de Adak somos transportados para os cruéis tempos da Segunda Guerra Mundial, na inóspita região das Ilhas Aleutas, no Alasca.

Dois soldados recebem uma missão: investigar o misterioso surgimento de um cadáver de uma águia que foi pregado em uma rocha nua em meio a neve e as ventanias perigosas da região. Apesar de parecer um tanto quanto desconexa de um enredo que envolva uma guerra e as forças armadas, essa busca logo evolui para uma trama mais intrigante quando outro corpo é encontrado: o de um soldado da marinha.

A história nos deixa na ânsia por uma resposta até a última linha, e conta com ótimas referências a uma grande obra da literatura policial, O falcão maltês escrito por DashielHammet.

Um bom encerramento para a coletânea, e um dos melhores contos sem sombra de dúvidas, mas não tenho muita certeza se irá cair no gosto de todos.


site: http://cafeeespadas.blogspot.com.br/2014/04/resenha-ruas-estranhas-parte-1.html http://cafeeespadas.blogspot.com.br/2014/05/resenha-ruas-estranhas-parte-2.html
cid 29/01/2016minha estante
Gostei da resenha, muito completa.


Vítor Gomes 05/05/2019minha estante
Adorei a sua resenha




Sergio.Evangelista 23/11/2021

Meus preferidos
Dos contos, meus preferido: A Dama Grita, Morte por Dahlia, Coração Faminto e Hellbender... Mas que mundos, quanta coisa boaaaaa
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Heitordealmeida 30/10/2012

Ruas Estranhas - O Livro de contos do Martin que o Martin não escreveu
Ruas Estranhas é um livro de contos urbanos coeditado (não é escrito, veja bem) por George R. R. Martin e Gardner Dozois.

Martin você sabe quem é. O Senhorzinho que tinha uma série de livros meio duvidosa e que de repente ficou famosa (talvez única e exclusivamente) por causa da HBO. Já o Dozois... Não faço ideia de quem seja.

A primeira coisa a se dizer desse livro é que muita gente pensa que o Martin ESCREVEU ele, quando ele não escreveu pitombas nenhuma! Martin coeditou o livro, o que quer dizer que ele simplesmente pegou os contos de vários autores (alguns meio discutíveis) e organizou esse livro. Do Martin mesmo só tem o prefácio e ainda assim é meio ruinzinho.

Sobre os contos em si: São contos de Fantasia Urbana (existe esse termo?) e a maioria envolve mistério ou algo sobrenatural, com uma perna em investigação ou drama. Alguns são muito bons e te dão uma vontade enorme de continuar lendo. Já outros fazem você pensar na qualidade do autor e no porque dele estar aqui. Talvez se tivessem selecionado um conto melhor do tal autor quem sabe?

A primeira metade do livro é surpreendentemente boa e cada conto te prende a sua maneira. A segunda metade parece que você está lendo outro livro ou que sua cópia veio meio defeituosa com outras histórias. Algumas vezes olhava e pensava: "Não é possível que seja o mesmo livro do começo."

Mas vejamos;

* Morte por Dahlia, de Christian Harris - Qualquer pessoa que já tenha jogado Storyteller vai gostar desse conto. Está tudo lá. A Camarilla, a sociedade, o Elisyum e etc. Talvez a semelhança com o RPG tenha sido o que mais me chamou a atenção.

* A Sombra que Sangra, de Joe R. Landsdale - Acho que é um dos, senão o, melhor conto do livro. Há algo nele que me lembra Lovecraft e me animou muito a ler e ao mesmo tempo me assustou como um bom conto deve fazer. E o personagem principal é ótimo.

* Coração Faminto, de Simon R. Green - É um bom conto. Mantém o padrão do livro e o personagem principal tem uns "dons" maneiros. Quando a força não resolve, ele (olha só!) usa a inteligencia. O final tem uma leve reviravolta não-tão-inesperada, mas ainda é muito bom.

* Estige e Pedra, de Steven Saylor - Foi o primeiro conto que não gostei. Ele não é exatamente ruim, mas é meio que uma "quebra" no padrão das histórias, meio fora de lugar. Cheguei a achar que era o pior do livro. Ledo engano meu esse...

* Dor e Sofrimento, de S.M. Stirling - O maior problema desse conto é que ele parece ser parte de uma história maior, de outros livros do mesmo autor, então se você não conhece a história você pode acabar meio "nhé" pra ela, mesmo não sendo necessariamente ruim.

* Sempre a mesma velha história, de Carrie Vaughn - Acho que foi o um dos contos que mais gostei. Segue um pouco a linha do primeiro, "Morte por Dahlia", mas apresenta a coisa de uma maneira diferente.

* A Dama grita, de Conn Iggulden - Esse conto é um caso a parte. Eu estava ansioso por ele por conhecer o autor. A história é de um cara normal que aplica golpes em pessoas que acabaram de perder algum parente até ele passar por uma experiência diferente. O final é algo meio sinistro mas muito maneiro.

* Hellbender, de Laurie R. King - Difícil descrever essa história. Ela não é tão interessante assim, e é tão... diferente que você acaba não sabendo onde encaixar ela. Os Hellbenders são coisas absurdamente estranhas.

* Ladrões de Sombra, de Glen Cook - Sofre o mesmo problema de "Dor e sofrimento". É uma mistura de uma Fantasia meio estranha com um conto de investigação que acabou não casando lá muito bem. É uma pena, porque eu esperava muito do conto desse autor.

* Sem mistério, sem milagre, de Melinda M. Snodgrass - Estranhamente é um conto até que muito bom. Ele tem um "quê" de aventura e misticismo bem forte, e toda a manipulação politico-religiosa por trás da coisa faz você pensar no que poderia ter acontecido.

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Note que até aqui o livro teve um começo muito bom, deu uma caída mas conseguiu manter o nível. Pois aqui é o momento da virada...
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* A diferença entre um Enigma e um Mistério, de M.L.N. Hanover - Esse conto eu acho que poderia ter sido melhor avaliado antes de entrar no livro. Ele não é exatamente envolvente, vai te jogando por acaso de um lado para outro e o final é um tanto subjetivo e mal explicado.

* O curioso caso do Deodand, de Lisa Tuttle - Nova versão de Sherlock com espíritos, poltergeist e algo que lembra as Horcruxes de Harry Potter. Os personagens são meio sem graças.

Não é exatamente um conto ruim, embora esteja longe de ser bom, talvez o maior problema seja o local do livro onde foi colocado, porque é a partir deste ponto que o livro começa a desgringolar geral, já que em seguida, e que Deus nos ajude, vem...

* Lorde John e a peste de Zumbis, de Diana Gabaldon - A melhor designação que eu encontrei para descrever esse conto foi que ele é uma versão gay de um conto erótico. Mas com zumbis. O problema não é o personagem Lorde John ser gay, o problema é que no começo do conto ele é quase uma "franga loka".

Sério, dona Gabaldon, pra quê raios eu iria querer ler sobre o cara segurando o cacete duro e pensando em não-sei-quêm que besuntou o corpo dele de gordura de urso?

Mesmo que no final do conto o "assanhamento" fique de fora, mesmo tendo toda aquela coisa subjetiva com a cobra, e ele sossegue o fogo, ainda assim você praticamente matou a história (e o ritmo do livro) fazendo ela quase cair para a sacanagem. A única coisa que esse conto me proporcionou foi uma nova visão sobre a qualidade de "Estige e Pedra", de passou a ser consideravelmente melhor.

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Esse conto matou o livro pra mim. Ele poderia ter sido salvo, mas é tanta coisa no começo dele, tanto... Cine Band Privê, que te tira a vontade de continuar adiante. Uma quebra total de ritmo.
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* Cuidado com a cobra, de John Maddox Roberts - Um conto que também é de um personagem de uma série de livros (acho que tenho problemas com isso). Não é exatamente ruim, embora seu final deixe um pouco a desejar. Seu maior problema foi estar na sequencia de um conto quase erotic-gay. Talvez se estivesse próximo de "Estige e Pedra" na qual a temática é parecida, quem sabe?

* De vermelho, com pérolas, de Patricia Briggs - Por falar em personagens gays... Contudo aqui, não tem sacanagem jogada na sua cara, com gente tarando uns aos outros descaradamente, então acaba não tendo problema. O conto em si é até legal e o final tem uma reviravolta interessante. Mas tem aquela, são personagem de uma série de livros, e ai você já entra tropeçando no caminho com o bonde andando e tudo o mais.

Fora que, depois do Lorde "franga loka" John, qualquer casal gay, te deixa com o pé atrás. Mesmo um casal gay com Lobisomens no meio. (Crepúsculo, oi?)

E por fim;

* A Águia de Adak, de Brandley Denton - Esse conto é um dos maiores enigmas desse livro. Ele começa meio sem graça, e você está desanimado porque o livro todo parece ter se perdido no meio e tudo o mais, contudo no final ele muda toda a dinâmica do conto e acaba salvando a história.

Foi até a beirada do abismo, olhou bem pro fundo, mandou uma banana pro desastre e voltou.
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A edição de Leya ficou boa. Eu não consegui encontrar nenhum erro de revisão em toda a edição (o que não quer dizer que não tenha). Um ou outro conto parece que foi meio espremido no final para economia de páginas, mas até ai tudo bem.

Algo que me incomodou um pouco foi a editora ter dado a "orelha" da capa do livro para ser escrita pelo tal Raphael Draccon, que eu não consigo engolir como escritor. É como se ela tivesse tentado nos empurrar ele de todas as maneiras.

No final, embora alguns contos sejam de "procedência duvidosa" e, a meu ver, devessem ter sido melhor selecionados e organizados, se você ignorar a montanha russa de emoções que o livro é, será um dinheiro bem gasto.

Ou então fique só com primeira metade e devolva o resto...
Amanda Azevedo 04/11/2012minha estante
Fico com pena desse Dozois... Será que ele realmente teve uma participação menor na organização dos contos pra que o nome dele seja quase imperceptível na capa do livro?

Ih... Pelo visto a segunda parte foi bem desanimadora mesmo. Lendo o que você falou sobre os primeiros contos me pareceu uma boa se tivessem parado por ali.

Eu ri de alguns comentários que fez sobre alguns contos. Fiquei com a impressão de que o Martin e o Dozois pensaram: "poxa, tantos contos de fantasia urbana, vai que o pessoal se assusta muito? vamos colocar uns contos "diferentes" (leia-se cômicos de tão bizarros) pra dar uma quebrada no 'climão'. :P Mas isso é só um blablablá a parte, afinal, não li o livro ainda.


Heitordealmeida 04/11/2012minha estante
Amanda, acho que você deveria dar uma lida no livro. Minha opinião é meio... controversa, embora olhando as outras resenhas tem algumas pessoas que concordem um pouco comigo.
Tem contos bons, embora eu tenha achado a maioria mediana. A mim não agradaram, então acho que o melhor é ler o livro e tirar suas próprias conclusões. Talvez, uma pessoa com mais clima possa gostar.

Dozois, na minha rápida e breve pesquisa, parece ser mais conhecido por uma tal de " Asimov's Science Fiction magazine" e alguns contos de Scifi. O nome dele estar pequeno é mais por aquilo que nós temos conversado: Martin em evidencia chama gente pra comprar o livro que, de outra forma, encalharia.


Sil 17/09/2013minha estante
Heitordealmeida: da sua analise dos contos, concordei com quase tudo!
Poréeeem, me senti enganadaa, pensei que seriam contos um poucos mais, digamos assim, assustadores, ou quem sabe até, mais misteriosos...
Li até o final, mas é porque me forcei a engolir aquelas páginas!
Eu só gostei do conto A sombra que sangra e a dama que grita (que na verdade gostei bastante)...o resto pra mim é lixo!
Se perguntarem pra mim desse livro, digo na lata: fuja para as montanhas porque é tempo e dinheiro mal investido.
Abraço e adorei a resenha


Heitordealmeida 17/09/2013minha estante
Bom dia Sil.
Eu concordo com você. Deixaria claro a questão do "livro do Martin que não é do Martin" e explicaria que o livro tem uns contos bons, mas no geral são todos meio... passáveis. Se a pessoa quiser mesmo ler, ai é problema dela.
Enfim, que bom que gostou da resenha. Obrigado.


Júlio Cézar 18/11/2013minha estante
Não concordo com tudo que você falou, mas resumindo é isso mesmo, a parte homossexual foi muito forçada... Mas enfim, adorei "A Dama Grita" e achei "Cuidado com a Cobra" engraçado, o restante foi razoável.


Heitordealmeida 18/11/2013minha estante
De fato Júlio Cézar.
Mesmo assim, obrigado pelo comentário.


Lissa - @leiturasdalissa 03/04/2014minha estante
"O Senhorzinho que tinha uma série de livros meio duvidosa e que de repente ficou famosa (talvez única e exclusivamente)"

oi??????????????????????
apesar desse comentário infundado, gostei muito dessa crítica e fiquei mais curiosa para ler o livro. vou tentar antecipá-lo na minha meta o quanto antes.


Heitordealmeida 03/04/2014minha estante
Oi Lissa.
Sim, eu considero o Martin um autor superestimado\supervalorizado. Para mim a série da HBO (muito bem feita, embora eu ache chata) é a principal responsável pelo sucesso dele. Não estou dizendo que ASOIAF não seja bom. É. Porém, depois de conhecer outros autores e a maneira como eles escrevem, simplesmente reavaliei o Martin e os livros dele e cheguei a conclusão que ele não é tudo isso. Para mim, ele, enquanto autor, tem algumas falhas que refletem na maneira como ele conta a história que outros autores não tem e que me prenderam mais e me fizeram gostar muito mais do livro e da história. Mas, claro, essa é minha opinião. Você pode perfeitamente ter uma opinião diferente da minha, o que não torna minha maneira de avaliar a situação "infundada".

Sobre o livro, é isso. Eu conheço gente que gostou mais do que eu, talvez por conhecer melhor os autores dos contos, mas ainda não encontrei ninguém com uma opinião unanime em relação ao livro. Creio que é uma questão de gosto. O que pode desagradar a uns não desagrada necessariamente a todos; De qualquer forma, obrigado.




Leo 03/07/2013

Ótimo passeio pela terra do talvez
O livro é na verdade uma apresentação de contos de autores internacionais consagrados, e que se apresentam em sua melhor forma.

A seleção não poderia ser melhor e apresenta, com propriedade, um passeio de boas vindas para aqueles que estão interessados em conhecer a obra dos autores envolvidos no projeto.

Porém é também um ótimo divertimento para aqueles que já são fãs tanto dos autores quanto do gênero.
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anisios 14/10/2021

Não é um livro de George R. R. Martim
Pela desonestidade de colocar George. R. R. Martim como chamariz, e ele ter apenas uma apresentação da seleção de contos de autores de: fantasia, mistério e aventuras que têm destaque; tiro uma estrela. Há contos bons e alguns bem originais mas também contos que não tem nada haver com a proposta introdutória do George. Em especial um de mercenários, muito mau escrito; e um último que é bastante arrastado e sem conexão mesmo com os demais. Os textos oscilam de interessantes para mornos. Isso acontece várias vezes. Quebra o ritmo. Vale a leitura mas está no meu limite pessoal de recomendação.
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Oliveira 02/08/2012

Ruas Estranhas - Blog|Literatura: Um Mundo Para Poucos.
Em primeiro lugar, George R. R. Martin é apenas propaganda. Sua participação no livro, além da edição, se limita a uma introdução sobre o conceito "literatura urbana". Afora isso, o livro é escrito por 16 autores consagrados de The New York Times, tendo como única obrigação no conto, o uso de um detetive particular e um mistério sendo real ou não.
Como todo livro com mais de autor, a partes que fazem você ficar apreensiva, como em "De Vermelho, Com Pérolas" de Patricia Briggs e em "Dor e Sofrimento" de S. M. Stirling. Ambos os contos remontam personagens de livros já existente no exterior; suas narrativas são apaixonantes e deixam um ar mistério no final.
"Coração Faminto" de Simon R. Green e "Sem Mistério, Sem Milagre" de Melinda M. Snodgrass deixaram-me com um ponto de interrogação no final da história. Eu compreendi seus argumentos para os parágrafos finais, porem não me pareceram suficientes, e em alguns trechos tive de voltar ao inicio do conto, para relembrar sobre o que o autor estava se referindo.
Agora, se eu falasse sobre cada um dos contos, a resenhas ficaria muita longa, então, escrevo apenas que apesar de suas poucas falhas, em totalidade, o livro merece ser lido, o trabalho de edição tando por Martin e Gardner Dozois quanto pela editora Fantasy - Casa da Palavra estão muito bons e não a graves erros de português ou de personagens cujos pensamentos se desviaram.
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Mari 17/03/2013

A grande sacada de Ruas Estranhas é colocar o nome de George R.R. Martin em letras garrafais na capa, pois é um chamariz para vendas, mas o autor só escreve a apresentação do livro, não tendo nenhum conto de sua autoria infelizmente.

O livro reúne 16 contos de autores consagrados por suas histórias que envolvem o sobrenatural, que vão desde vampiros, lobisomens até zumbis, fantasmas e outras criaturas.

O primeiro conto, “Morte por Dahlia” de Charlaine Harris é sobre uma festa entre vampiros em que acaba ocorrendo uma morte, então o breve conto é a investigação, mas não empolga e nem surpreende.

Já “A sombra que sangra”, de Joe R. Lansdale me prendeu mais a atenção, pois o protagonista tem que achar uma pessoa desaparecida e quando o acha, descobre que ele não pode parar de ouvir a uma música apavorante, senão a sombra que sangra aparece e pode ser mortal. É interessante porque foge do convencional das criaturas sobrenaturais para um fenômeno tão peculiar, que acaba assustando mais do que uma criatura personificada. Bom conto!

“Coração Faminto”, de Simon R. Green conta a história de uma bruxa que perdeu seu coração e o quer de volta, não passando muito de uma metáfora muito fantasiosa sobre um amor que não deu certo.

“Estige e Pedras” do Steven Saylor volta à antiguidade, na Babilônia, numa narrativa que parece um roteiro de Indiana Jones. É bem maios ou menos.

“Dor e sofrimento” de S.M. Stirling tem o nome profundo, mas a história sobre a investigação de um incêndio acaba sendo sem pé nem cabeça mesmo com a presença do sobrenatural. Ruim!

“Sempre a mesma velha história” de Carrie Vaughn conta a história de um vampiro que vai investigar a morte de sua amiga humana, já idosa, e chega até a ser bonitinha com os flashbacks que relembram a época em que se conheceram e mostra que mesmo ele sendo imortal e ela não, a amizade nunca mudou. A relação dele com a amiga acaba prendendo mais a atenção do que a investigação em si. Boa história!

“A dama grita” de Conn Iggulden me agradou por falar de um caçador de fantasmas, cujos objetos que ele ‘recolhe’ tem uma alma aprisionada e ao invés de destrui-los, alguns ele guarda, como é o caso da ‘dama que grita’ que o ajuda na caça de outros fantasmas. O conto é tão curtinho que não dá tempo de se tornar cansativo.

“Hellbender” de Laurie R. King, o nome do conto é na verdade o nome de criaturas que são meio homens e meio lagartos e na história, uma detetive é contratada para investigar o desaparecimento de outros de sua espécie. É diferente, mas não é necessariamente bom.

“Ladrões de Sombra” do Glen Cook, não sei nem dizer do que a história se trata de tão confusa que achei. De interessante, só o nome que daria um bom filme. Horrível!

“Sem mistério, sem milagre” de Melinda M. Snodgrass coloca alienígenas e demônios vivendo entre humanos envolvendo questões políticas e religiosas, numa história que se não tivesse esse toque sobrenatural, poderia muito bem ser um conto baseado em algum fato real. Interessante!

“A diferença entre um enigma e um mistério” do M.L.N. Hanover conta a história de um homem que acredita-se estar possuído por um demônio e que mata uma mulher, seguindo muito a linha de filmes de suspense em que você pode se deixar enganar pela justificativa mais óbvia, mas que no final, devido a alguns detalhes que só o detetive percebe, não era muito bem aquilo que se pensava. É razoável.

“O curioso caso do Deodand” de Lisa Tuttle narra a história de uma mulher que vai trabalhar como assistente de um investigador que tenta ser um Sherlock, mas não conseguem nem de longe o carisma da dupla de Conan Doyle. Juntos eles investigam a morte de um homem que aparentemente não tem nada de muito peculiar, mas cuja personagem está convencida de que não foi um assaltou ou acidente e que seu noivo é o próximo alvo. Até prende a atenção, mas o final é meio bobo.

“Lorde John e a peste de zumbis” de Diana Gabaldon é um conto loooongo demais para uma história tão chatinha. Lorde John vai à Jamaica para tentar conter uma revolta de escravos e tem que lidar com zumbis, cobras e outras criaturas. Acho que foi o conto mais chato do livro.

Em “Cuidado com a cobra” de John Maddox Roberts, uma cobra é roubada de um templo sagrado e o investigador tem que encontrá-la. Eu tendo a ficar com uma certa raiva quando leio uma história que já não é lá essas coisas e ainda colocam a velha justificativa de irmãos gêmeos no meio, acho muito batido.

“De vermelho, com pérolas” de Patricia Briggs traz um casal homossexual formado por um lobisomem e um advogado, onde o advogado é atacado por uma zumbi que foi enviada para matá-lo. O lobisomem então começa a investigar quem a enviou e porquê. Um bom conto, não é muito inovador, mas a narrativa é breve e direta. Gostei!

“A águia de Adak” de Bradley Denton encerra bem o livro, pois embora o conto seja mais longo do que a maioria, não cansa e ‘enche linguiça’ como alguns. Durante a Segunda Guerra Mundial, um grupo de soldados protege uma rocha onde uma águia é encontrada morta e ‘pregada’. Ganância, previsão do futuro, magias e assassinatos mantém a história interessante até o desfecho coerente e já esperado.

De modo geral, o livro é bem razoável, mas não traz nenhum conto espetacular nem muito surpreendente.

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Évio 06/03/2014

Tradução Mata
Este livro precisa de um tradutor e de um revisor.
Não entendo porque as editoras não contratam alguém para traduzir e alguém para revisar... parece que contratam um só para as duas coisas. Resultado, o livro, que é bom, tem contos excelentes e outros incompreensíveis. Parece que faltam parágrafos. É uma coisa triste.
Como de costume os textos ciceroneados pelo R. R. Martin são bons e dinâmicos, mas alguns contos simplesmente são impossíveis de entender.
Uma pena.
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Gildo 07/12/2015

Babilônia de autores de mistério
Lobisomens ou vampiros, bruxas ou demonólogos, zumbis e assassinos-sacerdotes. E, claro, pencas de detetives numa busca insaciável por desvendar mistérios. O ideal para ler esta coletânea de contos, organizada por George "Game of Thrones" Martin é preparar um passaporte, porque a viagem é longa por terrenos sombrios e becos escuros, pelos muitos universos do sobrenatural.

A ideia que une os contos é que todos se passam em grandes centros urbanos. Seja na Roma Antiga, com suas togas e crendices em serpentes sagradas, seja em requintados escritórios nova-iorquinos, com seus yuppies ambiciosos. O conceito de urbano, como se vê, não requer necessariamente a modernidade. Era urbana também a frenética e decadente Babilônia, ou ainda a mística Kingstown e suas lendas de feitiçaria.

A reunião dos autores é soberba. Pula-se de estilos, cada um com sua lógica de universos fantásticos. Lembra-se de séries de televisão, já que este segmento literário às vezes já aponta imediatamente para uma posterior produção audiovisual. O conto de abertura, por exemplo, se passa no mesmo universo da série 'True Blood', da HBO. Assim, para fãs da ficção, há uma familiaridade confortável.

Estar diante de diversos autores ajuda também a quem não é dos maiores fãs ficcionais. Os contos curtos permitem uma alteração rápida de cenários. É possível experimentar várias linhas de criação. Há momentos risíveis e, bem por isso, divertidos, como uma tentativa de assassinato por uma zumbi disfarçada (sim, soa ridículo). Outras histórias, apesar de curtas, contam com uma complexidade razoável, como a de fazendeiros temerosos de feitiçaria negra e revolta de escravos. Detetives de toga tentam solucionar um misterioso assassinato em templos abandonados; soldados no alto de uma montanha gelada procuram descobrir quem fez um ritual matando uma águia gigantesca, crucificando-a. Os arcos de criação são os mais imaginativos possíveis. E, bem por isso, é uma leitura divertida. George Martin faz muito bem em reunir colegas escritores e abrir uma nova leva de possíveis leitores a eles.
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