Fran RW 13/05/2012"A Filha" - Mary Westmacott (Agatha Christie)A quem lê minhas resenhas: Desculpe escrever tantas sobre os livros de Agatha Christie e por isso ser um pouco maçante para quem nunca leu nada dela. Mas é que Agatha é minha "ídola" e a autora que mais leio, consequentemente, sobre quem mais escrevo.
Já percebi que a maior parte dos leitores não gostou deste livro. Eu também, em muitos momentos, pensei que minha avaliação final para ele seria 3. Porém, como me conheço bem e estava gostando da leitura, pode-se dizer que este foi mais um caso daquilo que escrevi ali no meu perfil: tenho um talento incrível para gostar do que ninguém gosta.
Assim o livro recebeu quatro estrelas.
"A Filha" é mais um daqueles seis romances que Agatha publicou usando nome fictício. Tem como protagonistas Ann Prentice, uma típica mãe apaixonada pela filha, e esta, de nome Sarah.
Durante a ausência da filha, Ann conhece Richard Cauldfield, que lhe pede em casamento. Mas quando retorna, Sarah desaprova a ideia e tomada de ciúmes, faz o possível para separá-los. Depois de inúmeras e insuportáveis discussões entre padrasto e enteada, Ann é obrigada a optar entre a filha e o namorado e fica ao lado de Sarah, quando jamais quereria afastar-se de Richard.
Quando Sarah também perde contato com seu namorado, decide-se que uma profunda madunça deve ser operada na residência das Prentices. Mãe e filha passam a frequentar os mesmos lugares e fazer as mesmas coisas. É então que Sarah conhece o rico e nada-feio - porém de muito má reputação - Lawrence Steene, com quem casa-se mais tarde, "a conselho de Ann".
Mas tanto Ann quanto Sarah, a despeito de tantas mudanças, são infelizes. Abre-se entre elas um abismo que as afasta cada vez mais, sobretudo após uma discussão sobre o péssimo andamento do casamento de Sarah e o estado deplorável em que a saúde dela se encontra. A discussão as deixa brigadas e ainda mais distanciadas.
Gostei do desfecho. Não que ele seja imprevisível como nas histórias de mistério da autora. Nada disso. O que gostei foi da razão para tanta discórdia entre dois entes tão queridos um ao outro. Agatha não nega suas origens. Escreve romances com tanta ironia quanto qualquer outro escritor inglês. Adoro esses romances que parecem bobos e de repente mostram seu lado ácido. Talvez seja por isso que aprecio tanto a literatura inglesa.
Agatha se solta mais escrevendo sob a segurança de um nome falso. Até narra cenas que provavelmente, devido à timidez, não narraria ao escrever usando o próprio nome.
Gostei do livro, como já disse, mas não é dos que agradam sempre, por isso não recomendo a ninguém em especial.
(18/08/2011)