spoiler visualizarRodrigo C. 21/12/2017
NUNCA acaba
Mário Ventura se considerava um ~cidadão de bem~. Foi morto, segundo o seu ponto de vista, por culpa da negligência de um desqualificado. No "além", vagou por um bom tempo até encontrar alento num abrigo. Ele estava "lá", mas o seu pensamento continuava "aqui". Quando perdeu a paciência, resolveu fazer a *SUA* justiça.
Neste instante, teve início a sua queda.
E caiu ainda mais, pois utilizou repetidas vezes suas novas habilidades de Executor para remendar o que julgava errado.
Perto do fundo do abismo, recebeu um conselho. Rejeitou. Recebeu outro. Ignorou. Estava tão cego pelo ódio que não estava receptivo a nada além dele. Então, no fundo do poço, teve sua última chance.
Neste instante, o livro se assemelha aos romances psicografados, pois começa a ser desvelada a teia de ódio-vingança-ódio-vingança secular que unia aquela meia dúzia de personagens. Porém, sem o proselitismo e a doutrinação desses, é mostrado, a seco, que você é o único responsável por seus atos, que não há atentado maior do que aquele à justiça divina. *TUDO* tem o seu tempo de acontecer e não cabe a ninguém acelerar ou atrasar.
Morrer é como ligar um interruptor. À direita, está vivo; à esquerda, morto. Ambos não passam de estados diferentes de consciência. Você pode ~acertar~ e ~errar~ tanto "aqui" como "lá". Apesar de não poder ser considerada uma pessoa iluminada, Mário não tinha afinidade com as trevas. Essa ligação só ocorreu quando foi tentado e aderiu com todas as suas forças ao ódio, no momento em que não estava mais na carne, o que demonstra que não ~descansamos em paz~ quando fechamos os olhos definitivamente.