Tamires 15/12/2021O manifesto comunista, de Karl Marx e Friedrich EngelsPode ficar tranquilo: os comunistas não estão interessados em tomar o seu telefone celular, seu carro ou outros bens de seu uso pessoal, ou familiar. Não é desse tipo de propriedade privada que trata O manifesto comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels, publicado originalmente em 1848.
O manifesto é um texto curto, você consegue ler facilmente em um ou dois dias. Mas devo lhe avisar que ele inflama. Especialmente se você se revolta com as desigualdades sociais provocadas pelo capitalismo. Sim, desigualdadeS. No plural mesmo, porque são várias.
“O poder político, propriamente chamado, é, meramente, o poder organizado de uma classe para oprimir outra.” (p. 47)
“Que a classe governante trema diante da revolução comunista. Os proletários nada têm a perder a não ser seus grilhões. Têm um mundo a ganhar.” (p. 65)
Para o leitor do século XXI, acredito que uma das grandes contribuições do manifesto seja mostrar ao proletário que ele é… proletário! De forma geral há desconhecimento, é evidente, mas também existe negação. Algumas pessoas preferem não se ver nesse lugar de simples trabalhadores. Porque elas têm o celular da maçãzinha, elas têm carro, têm acesso a bens de consumo, têm curso de nível superior, algumas usam doutor(a) antes do nome, viajam de férias, às vezes até para fora do Brasil.
Mas, a realidade é que, se nós precisamos vender nossa força de trabalho para termos o dinheiro necessário para tudo, MARX E ENGELS têm uma notícia para nós, e é notícia velha. Eu conto, ou você já percebeu?
A edição da Paz e Terra é muito bacana. Tem tradução de Maria Lucia Como e preparação e notas da Sabrina Fernandes, do canal Tese Onze. Uma coisa que aprendi com a Sabrina é ter um olhar mais despido do senso comum para a palavra radical. Porque não tem como ser revolucionário sem ser radical. É preciso romper padrões, ir à raiz dos problemas, mudar tudo. É possível, já aconteceu antes na História, pode acontecer quantas vezes for necessário.
Outro dia estava lendo o post Direitos Humanos, Antônio Candido e a literatura como bem imprescindível, do Rodrigo Casarin, do blog Página Cinco (que eu adoro). No texto, Rodrigo destaca uma fala do escritor uruguaio Eduardo Galeano, que certa vez disse que “a utopia é uma linha no horizonte que norteia o caminho que devemos trilhar; ainda que nunca alcancemos essa linha, ela faz com que andemos para frente, no sentido correto.”
As ideias radicais do comunismo são um horizonte para mim. Imagina que radicalismo maravilhoso uma classe social não ter o poder explorar a outra e as pessoas (todas) terem acesso ao básico: comida, saúde, educação, moradia, transporte, segurança, lazer e mais.
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