No Coração do Mar

No Coração do Mar Nathaniel Philbrick




Resenhas - No Coração do Mar


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Regis 16/12/2023

O impactante relato de uma tragédia marítima
Lançado em 2000 por Nathaniel Philbrick, No Coração do Mar estrutura todos os trágicos e soturnos acontecimentos que a tripulação do barco baleeiro Essex vivenciou em novembro de 1820; quando foi abalroado por um cachalote enfurecido afundando rapidamente.

O livro foi escrito por um historiador, portanto, toda a história da colonização de Nantucket pelos ingleses, que começaram a chegar em 1659, assim como suas primeiras atividades na ilha como fazendeiros e criadores de ovelhas, e logo depois, o desenvolvimento do porto de navios baleeiros é magistralmente apresentado ao leitor, no início da leitura, como uma verdadeira aula de história sobre a colonização da ilha e dos nativos (os wampanoag).
E não somente isso, o autor também discorre sobre; a economia, a religião, línguagem, as tradições, costumes e até mesmo sobre a vida íntima dos ilhéus.

Nathaniel lista os acontecimentos no Essex, meses antes do trágico ataque e o que houve depois, pelo relato escrito de Thomas Nickerson, que aos 14 anos embarcou no baleeiro como camareiro, e também de um livro escrito por Owen Chase, o primeiro imediato da embarcação.

Se a caça às baleias já não fosse bárbara e cruel o suficiente, a narrativa se torna angustiante quando o autor fala da passagem do Essex por Galápagos, na ilha Charles, falando da terrível caça às tartarugas e o incêndio criminoso perpetrado por uma pessoa de seu próprio grupo: "o fogo matou milhares de tartarugas, pássaros e cobras."
Logo depois a leitura torna-se, absurdamente, mais horrível e desesperadora no momento que um macho colossal dos cachalotes, uma criatura conhecida por seu caráter inofensivo, ataca o navio baleeiro a ponto de soçobrar (naufragar) a embarcação, deixando a tripulação em pequenos botes à deriva no Oceano Pacífico.

Além do naufrágio e da situação alarmante desses homens é impossível não pensar no que teria sido diferente se o Capitão Pollard não tivesse cedido não uma, mas duas vezes aos argumentos de seus imediatos (Chase e Joy).  A desinformação, superstição, com relação a tudo que estivesse além da experiência imediata, e o conservadorismo dos quaker de Nantucket; os fizeram navegar contra o vento fazendo uma travessia inevitavelmente oblíqua de milhares de quilômetros para o meio do nada em busca de alcançar a América do Sul ao invés de seguir para as Society Islands que estava, obviamente, mais próxima e por onde calhou de passarem ao largo, na terceira semana a bordo dos botes, e que com alguns ajustes na rota teriam chegado ao Haiti.

No Coração do Mar traz um relato assombroso, aflitivo, atormentador e excruciante. Vinte homens divididos em três botes fazem de tudo para sobreviver: inclusive praticar a inversão mais aterradora da ordem natural.
Essa é uma leitura completamente chocante e perturbadora, que testa os limites do provável e humanamente possível, nos fazendo pensar no que somos capazes de fazer para sobreviver diante de uma situação semelhante: perdidos em um mar vazio e sem limites.

O autor escreve muito bem, com uma riqueza de detalhes e apontamentos maravilhosos e ainda traz explicações e referências, que só fazem somar, para um aprofundamento na história de náufragos que sobreviveram ao longo da história da navegação. Nathaniel Philbrick fez uma esplêndida pesquisa histórica e conseguiu com seu livro, No Coração do Mar, recapitular não apenas a história desses homens e seu navio atacado por uma baleia, mas discorrer sobre um período histórico onde a baleação (caça às baleias) era a atividade central da economia tanto de Nantucket quanto de muitos países, sendo de suma importância para a manutenção da sociedade da época.

Chase, o primeiro imediato, apesar de ter contribuído muito com a tomada de decisão que os levariam para "os braços da morte" também foi um porto seguro para os homens que estiveram com ele no bote, os estimulando e tornando a esperança, para todos, a única coisa que restava entre eles e a morte.

O fato de que os primeiros quatro homens a serem comidos foram afro-americanos também é uma parte do livro que suscita reflexões e sentimentos ambíguos.

O relato das angústias e sofrimentos que esse grupo de homens enfrentou, me despertou inúmeros sentimentos contraditórios durante a leitura, me causando: náuseas, aflição, repulsa e um pesar imenso no coração pela tragicidade dessa história perturbadora e complexa.

Recomendo para todos o impactante relato dessa tragédia marítima.

Obs.: A viagem de Shackleton é citada no livro e eu gostaria, mais uma vez, de indicar esse livro maravilhoso da história real de uma aventura marítima digna de cinema com um herói admirável e verdadeiro.
Emerson Meira 16/12/2023minha estante
Resenha linda e esclarecedora Régis! ?????


AndrAa58 16/12/2023minha estante
Que resenha Régis ????


Núbia Cortinhas 16/12/2023minha estante
Arrasouuu! Que resenha maravilhosa!


Cleber 16/12/2023minha estante
Mandou muito bem na resenha! Não sabia que o livre era tão bom, mais um que vai p lista :)
Acho que tem um filme desse livro, com o Thor no papel principal, lembro que gostei


mpettrus 16/12/2023minha estante
Mais uma vez, Régis: PARABÉNS e obrigado por compartilhar suas impressões com a gente ????

Sobre o que o Cleber falou, não sabia que o filme com o ?Thor? era adaptação desse romance do Philbrick. Será que o filme foi tão impactante quanto o livro?!

Quem souber, comenta aqui com a gente. Por favor ??


Alex 16/12/2023minha estante
Vi o filme já faz um tempo. Belíssima resenha, lerei em breve.


Valesca.Castelani 17/12/2023minha estante
Mais uma resenha maravilhosa,


Fabio 17/12/2023minha estante
Mais uma resenha, impecável!??????


Uedison Pereira 18/12/2023minha estante
Regis fenomenal como sempre, nas resenhas

???


HenryClerval 20/12/2023minha estante
Perfeição é como se chama essa resenha, Régis. Parabéns! ??????


Regis 20/12/2023minha estante
Muito obrigada, Emerson. ??


Regis 20/12/2023minha estante
Valeu, Andréa. ?


Regis 20/12/2023minha estante
Fico contente que tenha gostado, Núbia. ??


Regis 20/12/2023minha estante
Obrigada, Cleber! Tem o filme sim, não vi ainda, mas pretendo ver, Cleber. ??


Regis 20/12/2023minha estante
Obrigada por sempre ler minhas resenhas e fazer comentários enaltecedores, mpettrus. ??
Ainda não vi o filme, mpettrus, mas espero que seja ao menos 80% do que o livro foi. ?


Regis 20/12/2023minha estante
Obrigada, Alex! Espero que goste da leitura. ??


Regis 20/12/2023minha estante
Obrigada, Valesca. ? ?


Regis 20/12/2023minha estante
Ah, Fábio! Eu agradeço muito sei comentário. ??


Regis 20/12/2023minha estante
Muitíssimo obrigada, Uedison! ??


Regis 20/12/2023minha estante
Fico contente que tenha gostado, Leandro. Muito obrigada! ??


CPF1964 21/12/2023minha estante
Prezada Regis.... Por sua causa tive que comprar um dicionário de adjetivos. Os poucos que conheço jamais serão suficientes para exaltar sua resenha. Impecável como sempre. Sou seu fã.


Valesca.Castelani 21/12/2023minha estante
Verdade Cassius


Regis 21/12/2023minha estante
Que lisonjeiro, Cassius... nem sei o que dizer, só posso agradecer muito por seus comentário que sempre me deixam contente. ??


Regis 21/12/2023minha estante
Obrigada, Valesca. ??


Gleidson 21/12/2023minha estante
Que resenha bem escrita e bem descrita! Parabéns, Regis! Quero ler esse depois de Moby Dick.


Regis 21/12/2023minha estante
Obrigada, Gleidson. Espero que goste dos dois livros. ??


HenryClerval 31/01/2024minha estante
Escolhendo esse para ser minha próxima leitura por conta dessa resenha maravilhosa, Régis.


Regis 31/01/2024minha estante
Sei que vai gostar, Leandro. ??


HenryClerval 11/02/2024minha estante
Comecei a leitura e já estou identificando pontos de sua resenha, Régis. Estou adorando! ?


Regis 11/02/2024minha estante
Que maravilha, Leandro! Fico realmente feliz que esteja gostando.??




Jhaze 12/08/2023

Para Núbia Cortinhas... Obrigada Por Me Lembrar ?
Não foi a toa que Nathaniel Philbrick venceu a National Book Awards do ano 2000. Seu trabalho de pesquisa para a composição do ótimo No Coração do Mar provavelmente é um dos mais impressionantes esforços na busca por informação nos últimos cinquenta anos.
Esse esforço é repassado no texto ao leitor, que ao ter em mãos o material produzido por Philbrick, é transportado ao século XIX, assim iniciando uma viagem que passa pela ilha de Nantucket e desce o Atlântico e adentra o oceano Pacífico (que não é tão pacífico assim) indo em direção ao que parece ser o clímax da narrativa, quando na verdade é apenas o começo de um pesadelo.
Para os amantes da história, esse livro é um presente já que o autor fez questão de pesquisar detalhes míninos que muitos deixariam passar, nos brindando com essas explicações que descortina práticas culturais, forma de agir, pensamento e raciocínio da época, engenhocas e "tecnologia" do período, entrando em detalhes explicativos que fazem o leitor não só imaginar o que está sendo descrito, mas a mente é levada a contemplar o que é narrado e o entendimento do porque aquilo entrou no texto se torna automático.
Uma leitura rica que coloca o leitor no dia a dia dos Quackers, no funcionamento de um navio baleeiro, na sanguinolenta indústria produtora de óleo de baleia e por dentro da fechada comunidade de Nantucket, incluindo a sociedade secreta das mulheres dessa peculiar ilha na América do Norte.
Com toda a pesquisa em mãos, o autor reconstrói diálogos e fatos, costurando informações com uma narrativa ágil que lembra algum thriller que não queremos soltar enquanto não chegarmos à última página.
Se quiser ler algo que lhe enriquecerá culturalmente, você já está atrasado!
Magnífico e surpreendente é pouco...
Núbia Cortinhas 12/08/2023minha estante
Uauuu!! Adorei a resenha!! Parabéns, amigo!! Vc escreve muito bem, fiquei curiosa para ler essa obra! ?? ?? ?? ??


Jhaze 13/08/2023minha estante
Kkkkkk vc sempre gentil em suas palavras...fico agradecido...se vc não tivesse falado sobre a resenha algumas semanas atrás tbm teria passado em branco ?




Eduardo1304 17/04/2022

No coração do mar.
Esse livro foi o que inspirou Herman Melville a escrever Moby Dick.
Conta e a história de uma beleza cachalote que enfurecido afundou o navio baleiro.
Quem iria imaginar que uma baleia pudesse reagir aos pescadores que a perseguiam.
Daí para frente só lendo para saber o que aconteceu, a história não termina aí imprecionante.
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Luz 26/06/2010

Aqui se faz , aqui de paga. Será????
.............. É aconselhável que o futuro leitor de "No Coração do Mar", antes que se aventure pela saga do baleeiro Essex, ao largo do Chile, na vastidão infinita do Pacífico, abalroado por um cachalote de seus 26 metros e deixando toda a tripulação à deriva, depois que a embarcação foi à pique, leia primeiro o livro de John Boyne, "O Garoto no Convés"e se inteire primeiro e antes de mais nada, sobre o navio Bounty, que ia buscar sementes de fruta pão nos mares Polinésios, para que fossem levadas para colonias inglesas e servisse de alimento a trabalhadores braçais nessas referidas colonias. Na apresentação do Bounty, conhecer-se-á o capitão Bligh que, depois de um motim entre seus subordinados mais antagônicos a suas perspectivas de comando do navio, foi abandonado com meia dúzia de correligionários de infortúnio, do aludido motim, a se enclausurarem em um único bote que foi deixado á deriva em mar alto e mar aberto, esperando que a sorte ou a benevolência de Deus, pudesse fazê-los serem salvos e resgatados. Em "No Coração do Mar", todos os tripulantes foram também lançados ao mar sem fim do Pacífico, depois que a baleeira Essex, de Nantucket, América do Norte, foi abalroada terrivel e inclementemente por um cachalote, parente da baleia, que lhes ceifou qualquer chance de defesa, depois que a sua embarcação foi a pique. Espremidos e distribuídos em três botes, com minguadas subsistências alimentares, pouquíssima, raríssima, e quase nenhuma água, a não ser da chuva ou mesmo a do oceano, indigestamente salgada, os náufragos do Essex passaram três meses tormentosos, que os levou a extremos jamais inconcebíveis, aceitando o canibalismo como única forma de sobreviver, depois que alguns homens morreram de subnutrição e exauridos pela inclemência dos fatos, sendo que depois foram ainda mais enfáticos nessa defesa da premência de alimentação, quando houveram sacrifícios que levaram a alguns deles, serem exterminados, para servirem de repasto para os amigos que debilitados, ao extremo, ainda estavam vivos. Prova incontestável aí, que se o capitão Bligh não precisou recorrer a tais extremos e conseguiu ser salvo com a maioria dos homens que estavam consigo, a notória incapacidade de conhecimento que pudesse tê-los levado a um destino melhor, o capitão Pollard, do Essex, foi de uma incompetência absurda quando passaram tão próximo às Society Island e desviaram o rumo, em busca do litoral do Chile, na América do Sul, o que fêz levar muito mais tempo e desse modo, terem de recorrer a absurdos que a natureza humana, em geral, descarta e abomina. O livro é uma prova, no geral, de coragem, de buscar sempre não esmorecer, por pior que esteja tudo, mesmo depois que os acontecimentos provarem que é justamente o contrário, ou seja, esgotou-se a última cartada e a última saída, entretanto se os poucos sobreviventes do Essex, afinal, depois de tudo que passaram, foram salvos, é piamente entendido que existe o perdão e a clemência de Deus quando purgamos nossas faltas e os nossos êrros, pois os homens que saíram, como hábito deles, para caçarem e matarem baleias e obterem o seu rico óleo, o espermacete, mesmo a custa de abaterem baleias fêmeas com seus filhotes, e depois do naufrágio da baleeira onde estavam em segurança, para a insanidade do mar, e foi lhes dado outra chance de vida, é bom saber que podemos ter esperanças do perdão divino sempre que Ele achar, que, de um jeito ou de outro, poderemos ou não, merecermos isso.
Agá 06/04/2012minha estante
Vlw a dica sobre "O garoto do convés".Conhecia história do Bounty,q tmb tem um livro,mas não este.
Adoro livros de sobrevivência e seria bom se aqui a gente pudesse aliar port temas e aconselhar vários outros nesta linha.Vw.


Daniela S. 07/04/2013minha estante
Luz, gostei da sua comparação entre os livros. No coração do mar foi um livro marcante para mim. Talvez por ter sido o precursor de minhas leituras sobre o tema. Acho que a estória do essex é bem mais dramática que a do Bounty. Fletcher Christian foi a cachalote de Bligh.
Como relato de sobrevivência o melhor livro na minha opnião é Endurance também escrito por caroline Alexander, autora de O motim no Bounty. Porém, o mais emocionante sem dúvida é Milagre nos Andes, escrito por Nando Parrado. Fica a dica. Parabéns pela resenha!


PY3LTK - Twitter @py3ltk 05/08/2020minha estante
Moby Dick....apesar de ser ficcional, vale a leitura!


Jim 29/10/2020minha estante
Ah,esses livros que começam com "o garoto disso..." a garota daquilo..." é a coisa mais clichê do mundo...




LiteraLucas 07/11/2023

Indispensável
Sem sombra de dúvidas, foi um dos livros de não-ficção mais interessantes que eu já. Estou órfão. Pra quem é fã de Moby Dick, aqui está um prato cheio.
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Gabriel.Chiquito 29/04/2021

A imagem mais deplorável e dolorosa de sofrimento e desgraça
Esse livro é um relato histórico, além de repleto de sofrimento, extremamente minucioso, e não narra apenas os fatos que ocorreram durante a viagem e após o naufrágio, como também discorre sobre todo o contexto histórico, econômico e social que levou à situação física e psicológica dos tripulantes.

Os impactos da economia e da sociedade baleeira, as expectativas e laços entre os nativos da ilha, o comportamento humano perante a privação, a xenofobia e o racismo são alguns dos fatores explorados. Eles mostram que, apesar das mortes serem causadas pelo acaso e pela natureza, as chances de sobrevivência eram muito distintas entre aqueles homens que sofreram juntos as mesmas provações e por tanto tempo.
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Reccanello 15/03/2022

1820. Um navio. Um cachalote. Um naufrágio. Presos em pequenos botes salva-vidas, sobreviventes se agarram com unhas e dentes à vida e às poucas chances que têm de sobrevivência. Infelizmente, "para que uns vivam, outros terão que morrer”.
===
Com uma linguagem rica e acessível, mas que não abre mão de conceitos e explicações mais técnicas, o livro conta a história real do naufrágio do navio Essex, um baleeiro que, zarpando de Nantucket em busca de cachalotes e seu precioso óleo, é abalroado por uma baleia enraivecida no Oceano Pacífico. A tripulação sobrevivente, dividida em pequenos botes, passa pelas piores provações possíveis, racionando comida e água e fazendo de tudo para sobreviver no gigantesco mar aberto. E, com "tudo", queremos dizer realmente "tudo", não excluídos o assassinato e o canibalismo. Fruto de uma extensa e profunda pesquisa do autor, o livro nos traz detalhes bastante acurados sobre cachalotes, naufrágios, fisiologia da fome, sede, e, principalmente, sobre o comportamento do ser humano em situações de sobrevivência extrema. Uma história angustiante de sobrevivência, "No Coração do Mar" é uma leitura pesada, dolorosa, mas muito importante para sabermos até onde o ser humano é capaz de ir para garantir sua sobrevivência em condições adversas. Mais que isso, a obra celebra a coragem daqueles homens que, depois de meses fora do lar, embarcavam em pequenos botes e enfrentavam, à queima roupa, animais monstruosos de até 60 toneladas. Por mais cruel que fosse a caça às baleias, cada baleia morta diminuía a distância entre os marinheiros e suas famílias.

site: https://www.instagram.com/p/CVWSVp-g4kP/
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Magne 13/07/2023

Impressionante e angustiante
Prende o leitor, desvenda o desgraçamento de quem se vê perdido num bote no deserto do oceano. Livro muito bom e dolorido, conta de forma séria a história que inspirou Moby Dick.
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Cintia295 05/07/2023

Para quem gosta de Moby Dick deve ler esse livro, simplesmente maravilhoso, angustiante, pesado, ainda mais por ser um livro histórico, sobre a embarcação Essex.
Mas só leia ele se não se importar com spoilers de Moby Dick ou lê depois, mas leia kkkkkk.
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Carol 23/11/2021

Um choque de realidade da verdadeira história!
Eu amei esse livro, é muito completo! Tem imagens, explicações de cada capítulo no final, um epílogo de tirar o fôlego sobre uma história real que aconteceu em Nantucket! Partiu meu coração essa leitura, mas de uma forma boa claro! Sempre amei a história de Moby Dick e ver a versão verdadeira dela abriu minha mente, meu coração e todos os sentimentos que tenho sobre essa baleia!
Recomendo demais que leia esse livro depois de ter lido Moby Dick, é uma experiência completa e única pra sua mente💝
Essa edição da Companhia das Letras é a melhor sem dúvidas!
Muito profundo, muito intenso mesmo, se prepare bem pra essa leitura💞
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Diego Rodrigues 05/12/2020

A história real por trás de Moby Dick
No início de século XIX, a Ilha de Nantucket fervilhava em atividade baleeira. Enquanto o resto dos EUA se via ameaçado pela crise financeira, o mercado de óleo de baleia se aquecia e Nantucket prosperava, indo na direção contrária da crise. No dia 12 de agosto de 1819, o baleeiro Essex partiu do porto de Nantucket sob o comando do capitão George Pollard Jr. Próximo a essa data, um cometa havia sido avistado cruzando os céus, há registros da passagem de uma nuvem de gafanhotos pela região e boatos de que um monstro marinho havia sido avistado naquelas águas também surgiram. Logo no início da viagem, uma tempestade causou danos ao Essex e quase forçou o retorno da embarcação ao porto de Nantucket. Mas nada disso seria mau presságio suficiente para o destino que aguardava por Pollard e seus homens nas águas do Pacífico. No dia 20 de novembro de 1820, na Região ao Largo, o baleeiro Essex foi abalroado por um cachalote enfurecido de aproximadamente 80 toneladas e 26 metros de comprimento. Nunca antes um navio havia sido atacado diretamente por uma baleia. O Essex afundou rapidamente e seus homens, desesperados, pouco conseguiram salvar dos destroços do navio e ficaram divididos em três botes, à deriva, durante três meses em alto mar.
.
Escassez de provisões, desidratação, hipernatremia (alta concentração de sódio no sangue), hipotermia, tempestades, ventanias, ataque de orcas e de tubarões, esses são apenas alguns dos problemas que os náufragos do Essex tiveram que enfrentar. Eles desceram ao mais baixo nível da degradação humana e moral, perderam sua civilidade, tiveram que beber da própria urina e recorrer ao último recurso para sua sobrevivência, o canibalismo. Estudos posteriores mostraram que o estresse traumático sofrido pelos homens do Essex foi semelhante ao que os judeus enfrentaram nos campos de concentração nazistas. Aqueles que não morreram de inanição, sucumbiram a loucura, e mesmo os poucos que sobreviveram até o dia do resgate, carregaram cicatrizes psicológicas pelo resto de suas vidas.
.
O abalroamento do baleeiro Essex faz parte da história americana, mas durante muito tempo sua história foi contada de forma muito fragmentada. Alguns dos sobreviventes escreveram suas memórias e historiadores também abordaram o assunto, como é o caso de Nathaniel Philbrick. O historiador e velejador americano, natural de Massachusetts, é diretor do Egan Institute of Maritime Studies e pesquisador do Nantucket Historical Association. Para compor "No Coração do Mar", o autor mergulhou em um profundo trabalho de pesquisa e o resultado é um livro-documentário muito rico em detalhes e fontes. A obra conta com ilustrações, fotos, mapas e muitas notas que enriquecem ainda mais a leitura. Vale ressaltar que essa não é uma história de aventura, a narrativa do livro se assemelha a um diário e a leitura pode parecer um pouco lenta ou detalhada demais para um leitor casual. Temos aqui, por exemplo, um capítulo inteiro dedicado a história e a cultura de Nantucket, desde sua colonização até sua consagração como capital mundial da caça à baleia, no século XIX. Assim como em Moby Dick, temos também alguns detalhes técnicos sobre navegação, o processo de caça e remoção de gordura e óleo das baleias, bem como a vida e comportamento dos cachalotes. Por esses e outros detalhes, acredito que essa leitura seja mais indicada para aqueles que realmente têm apreço por histórias de sobrevivência, ou interesse histórico nesse período, ou, assim como eu, sejam aficionados pela história de Moby Dick.
.
Herman Melville se inspirou na história do baleeiro Essex para compor sua obra máxima. Em seu trabalho de pesquisa, o autor visitou a Ilha de Nantucket e chegou a se encontrar com o capitão Pollard. Moby Dick foi publicado pela primeira vez em 1851, 31 anos após o abalroamento do Essex. O fracasso de vendas praticamente encerrou sua carreira literária e deixou o autor morrer na obscuridade. Posteriormente, a obra conquistou o seu lugar entre os maiores romances da literatura mundial de seu século e hoje já faz parte da cultura popular. Conhecer a história que inspirou uma das minhas obras favoritas foi uma experiência incrível. Apesar de suas diferenças: "Moby Dick" se concentra no conflito entre o capitão Ahab e a baleia, "No Coração do Mar" trata da sobrevivência pós ataque; as duas obras se complementam e enriquecem uma à outra. Pretendo reler Moby Dick um dia e tenho certeza que minha experiência de releitura será muito mais proveitosa agora que conheço um pouco mais de sua origem.
.
Hoje, a Ilha de Nantucket se tornou um grande ponto turístico e preserva a memória de sua história baleeira através de museus como o Whaling Museum, o Egan Maritime's Nantucket Shipwreck & Lifesaving Museum e o Nantucket Lightship Basket Museum. Quem sabe um dia eu venha a visitá-los. Seria uma experiência única para um fã de Moby Dick e da história do baleeiro Essex.

site: https://discolivro.blogspot.com/
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Gabrielli 05/07/2023

Preciosidade!
Leitura necessária para todo fã de Moby Dick, assim como eu. Escrita maravilhosa e envolvente. É um relato histórico do naufrágio do navio Essex, de cuja história Melville retirou diversos elementos para a mais monumental obra da literatura americana. Amei!
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Ezequielrneto 30/04/2021

Sobrevivência avassaladora
O livro 'No Coração do Mar' é sem sombra de dúvidas incrível. Bem detalhista.
Conta com maestria sobre Nantucket. Principal porto baleeiro no século XIX.
O autor nos leva a sentir a dor, desespero, fome e sede que os tripulantes do navio Essex passaram.
E, sobretudo, o que esses tripulantes fizeram para ter mais alguns dias de vida a espera de resgate.
Saber que essa é a história que inspirou Moby Dick, já nos faz querer ler. Aproveite.

@ezequielrneto
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Márcia 09/09/2022

No Coração do Mar - Nathaniel Philbrick
A estrutura narrativa de “No Coração do Mar” é, basicamente, dividida em seis momentos: a história da ilha de Nantucket, localizada na costa leste dos Estados Unidos, considerada no século XIX como a capital baleeira do mundo. A apresentação dos 21 tripulantes do Essex. O ataque do cachalote de 26 metros que afundou o baleeiro. A luta pela sobrevivência em alto mar da tripulação que se dividiu em três botes. O resgate dos oito sobreviventes (cinco nos botes e outros três que optaram por ficar numa ilha deserta, perdida no meio do Pacífico). E, finalmente, o destino dos sobreviventes após alguns anos da tragédia.
Em vários momentos, a leitura se torna angustiante. Cara, imagine você perdido no meio do Oceano Pacífico, dividindo o espaço de um bote minúsculo com outras pessoas? Quer mais? Ok, lá vai: enfrentando, ainda, um sol escaldante ou então vendáveis com raios, trovões e ondas enormes capazes de virar a sua frágil embarcação a qualquer momento. Dureza heimm?!
Philbrick narra os limites de sobrevivência enfrentados pelos marujos do Essex em meio as águas geladas do Pacífico. O primeiro grande desafio foi a fome. A pouca comida resgatada proporcionava apenas 500 calorias para cada um dos 21 tripulantes divididos nas três minúsculas baleeiras.
O próximo martírio foi a sede. “A violência da sede delirante não encontra paralelo no catálogo das calamidades públicas”, observou Owen Chase – o primeiro imediato do Essex - na época. Resultado: gargantas irritadas, saliva grossa e língua inchada. Pouco mais de 20 dias depois, a solução foi beber a própria urina.
Quando a fome atingiu níveis incontroláveis, a saída foi comer os cadáveres daqueles que morreram por inanição. Lembrando que antes da falta de alimentos, os mortos eram jogados no mar.
Não demorou muito para o desespero atingir níveis ainda maiores. Diante da absoluta falta de comida, decidiu-se fazer uma espécie de votação para definir quem seria o próximo a servir de alimento aos sobreviventes. Para saber quem seria o eleito, eles tiravam a sorte como num jogo de cartas ou palitos. Enfim, uma verdadeira roleta russa macabra.
Philbrick mescla em sua narrativa, depoimentos dos cinco sobreviventes - principalmente do capitão do Essex, George Pollard Jr.; do 1º Imediato, Owen Chase e do camareiro, Thomas Nickerson – com informações técnicas relacionadas a tragédia.
Mais do que uma aventura, a tragédia desses homens – alguns ainda adolescentes, na época – desafia o leitor a refletir sobre a capacidade de resistência do espírito humano diante de adversidades insuperáveis.

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Sidney 13/05/2023

A história que inspirou Moby Dick
Para quem gosta de relatos e histórias marítimas, como eu, recomendo ler NO CORAÇÃO DO MAR, de Nathaniel Philbrick (Companhia das Letras). Narra a história real do ataque de uma baleia cachalote ao navio baleeiro Essex e o pesado drama pela sobrevivência enfrenado pelos náufragos. No mar, a calmaria pode ser muito pior que a tempestade!

Esta história serviu de inspiração para o famoso romance MOBY DICK, de Herman Melville; e, mais recentemente, virou filme com a direção de Ron Howard.
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