O tenente Gustl

O tenente Gustl Arthur Schnitzler




Resenhas - O Tenente Gustl


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Filipe 10/02/2024

Um livro divertidíssimo e em formato peculiar: um único e longo pensamento. Em Tenente Gustl, mergulhamos na consciência de um personagem complexo, paranoico e que antecipou vários dos clichês que observamos em figuras nazistas e autoritárias ao longo da história.

A leitura é bem fluida, mas pode cansar pela intensidade do narrador-personagem. Uma síntese muito boa na sociedade germânica no século XX.
DANILÃO1505 01/04/2024minha estante
Livro de Artista!




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mapadlivros 21/07/2023

Essa foi uma leitura imensamente diferente para mim por se tratar inteiramente de um monólogo. Ainda assim, admito que a escrita me envolveu de modo que não se tornou cansativa em nenhum momento, o que eu pensei que seria.
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Leila 02/06/2023

A novela austríaca O tenente Gustl de Arthur Schnitzler gira em torno de Gustl, um jovem tenente do exército e acompanha suas reflexões interiores durante um único dia. O enredo se desenrola em forma de monólogo interior, revelando os pensamentos e as preocupações de Gustl em tempo real. Essa técnica literária pioneira empregada por Schnitzler permite ao leitor ter acesso direto aos pensamentos mais íntimos do personagem, oferecendo uma experiência de imersão única.

A obra apresenta uma crítica mordaz à sociedade austríaca da época, especialmente à classe militar. Gustl é retratado como um homem egocêntrico, repleto de preconceitos e marcado pela arrogância típica de sua posição social. Suas reflexões revelam um profundo desdém pelos civis, bem como uma constante preocupação com sua própria honra e reputação. Schnitzler utiliza o monólogo interior para expor as fraquezas e os vícios de Gustl, revelando a natureza vazia e superficial de seu mundo.

Além disso, a novela também aborda questões como os códigos de honra e a importância da aparência pública. Gustl vê as mulheres como meros objetos de desejo e status, e sua visão misógina é um retrato contundente do machismo arraigado naquela época. A preocupação com a honra é outra questão central, mostrando como a sociedade da época era obcecada pela imagem e pelas convenções sociais, muitas vezes em detrimento da verdadeira essência humana.

Embora a novela seja uma análise brilhante da psicologia humana e das falhas da sociedade, alguns críticos podem apontar que a narrativa carece de um enredo mais robusto. O foco exclusivo nos pensamentos de Gustl pode parecer monótono para alguns leitores, e a ausência de uma trama externa mais desenvolvida pode ser considerada uma limitação da obra.

No entanto, é justamente a ausência de uma trama complexa que permite a Schnitzler aprofundar-se no retrato psicológico de Gustl e criar uma reflexão profunda sobre as contradições e os vícios humanos. A habilidade do autor em retratar as nuances da mente humana é notável, e seu estilo de escrita cativa o leitor desde o início.

Enfim, O tenente Gustl é uma boa experiência de leitura e achei uma ótima porta de entrada para as obras do autor, o qual não conhecia ainda. Essa edição traz textos de apoio excelentes do Marcelo Backes. Indico.
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Stella F.. 11/11/2022

Garoto Bobo
O tenente Gustl
Arthur Schnitzler - 2012 / 96 páginas - Record

O tenente Gustl pode ser considerada a primeira obra em língua alemã com conhecido e reconhecido “fluxo de consciência”, tão caro a James Joyce e Virgínia Woolf.

O narrador, e seus pensamentos, vai nos mostrar um tenente de 23 ou 24 anos, atormentado por uma decisão que deve tomar, afinal é um militar importante, e deve manter as aparências, mesmo que pense ao contrário do status quo, na Viena em plena efervescência artística e cultural. “O tenente Gustl “é a representação do oficialato austro-húngaro conforme o mesmo se vê, uma quase entidade que se autodesmascara e acaba dando e acaba dando razão à imagem que os críticos têm dele. Afinal de contas, estamos num período excepcionalmente sem guerras, a monarquia dos Habsburgo ainda assim cai pelas beiradas, e os militares sentem a necessidade de se mostrarem importantes, embora não sejam mais diretamente úteis. E Gustl é o orador da turma.. (pg. 71)

Ficamos angustiados com o fluxo contínuo do seu pensamento, suas dúvidas, certezas, caminhadas e lembranças de sua carreira, de sua família (mãe e irmã Klara), suas amantes (principalmente a Steffi), as guerras por que passou, amigos e seus preconceitos (principalmente contra judeus), enquanto caminha por lugares distantes de sua casa, em uma noite, após sair de uma ópera, a qual ganhou o ingresso de presente de um amigo.
Em uma noite de música, ocorre um desentendimento entre o padeiro e o tenente na saída do teatro. Um mal-entendido, onde o padeiro segura o sabre do tenente e trocam ofensas. Mas o tenente a partir disso, com medo de que outras pessoas vissem que ele não tomou nenhuma atitude séria, resolve se matar. E sai andando pela cidade, cada vez mais longe, marcando hora, lugar e a arma com que vai terminar sua vida, antes que todos saibam e que amanheça.

“No entanto eu não quero estragar sua carreira.. Por isso é bom se comportar!.. Isso mesmo, não precisa ter medo, ninguém ouviu absolutamente nada.. Tudo vai ficar bem.. Isso! E para que ninguém acredite que brigamos, vou ser bem amável com o senhor agora!.. Muito prazer, senhor tenente, fico feliz em vê-lo.. Muito prazer!” (pg. 16)

Sabemos que era comum na época, o duelo, como lavagem de honra, só permitido a alguns setores da camada social e ficamos apreensivos e até admirados, porque por uma coisa tão boba, banal, deve-se tirar sua própria vida, ao ser chamado de “garoto bobo”.

Outro relato interessante é quando fala dos voluntários, militares que após um ano tornam-se oficiais, e ele, Gustl, acha injusto, já que fez tantos sacrifícios, e chega o voluntário e já vira militar de carreira. Essa é uma crítica que faz aos militares, mesmo sendo um. Essa crítica, entre outras, fez o autor perder o posto de oficial médico que tinha na instituição militar.

“Às vezes, eles são rapazes bem simpáticos, os voluntários de um ano.. Mas eles todos não deveriam chegar a mais do que apenas substitutos – pois que sentido tem isso tudo? Nós temos de nos sacrificar durantes anos, e um sujeito desse serve apenas um ano e tem exatamente a mesma patente que nós.. Isso é uma injustiça!” (pg. 23)

E ao amanhecer, quando resolve de última hora, voltar ao café Hochleitner - que frequenta todos os dias com amigos -, para comer uma última refeição, recebe uma notícia que vai mudar tudo. Pensa em deixar cartas de despedida, e até sonha em ver antes de se matar, o seu obituário publicado em um jornal ao amanhecer.

“O quê? Mas esse é o nome do dono da padaria... O que será que ele irá dizer agora?...Será que o sujeito já esteve por aqui ontem à noite e contou tudo?.. E por que ele não continua falando?...Sim, mas ele está falando... (pg. 48)

A certeza se dissolve, e vemos como uma decisão, através de novos argumentos, pode ser modificada de uma hora para outra. Adorei!
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Rafaela.Cruz 05/09/2022

Fluxo de consciência.
Uma história narrada através do ?monólogo interior?, o que descreve basicamente a minha vida todinha. Gostei bastante, inclusive o plot no final.
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Cris 22/07/2022

22.07.2022
Primeiro monólogo interior no idioma alemão, que abre caminho para o fluxo de consciência. O interessante da história é que o personagem principal repudia e fala mal do que o próprio autor era na vida real: judeu e voluntário civil instruído que conseguiu o cargo de tenente em menos tempo que o oficial de carreira. Narra o dilema do tenente Gustl em se suicidar na manha do dia seguinte, após sua honra ter sido ferida por um civil e na hora, não ter feito nada. O posfácio do tradutor Marcelo Backes é de grande ajuda para entender o contexto em que a história se passa e a psique do perseguem principal.
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Gezinha 29/06/2022

Ótima novela, posfácio essencial
A novela tem 50 páginas. É o precursor alemão do fluxo de consciência. É por vezes cômica, na qual somos levados a acompanhar a torrente de pensamentos do personagem ao tomar sua decisão mediante algo que acontece com ele.

"um caso claro de criatura se voltando contra o criador, um exemplo de personagem em primeira pessoa que nem de longe continua sendo representante da voz do escritor, portanto uma figura que exige que leiamos o livro contra sua visão de mundo"

Aqui, o posfácio é essencial para compreendermos a grandiosidade dessa singela novela. Denúncia o comportamento vigente, o antissemitismo reinante, preconceito, racismo, superficialidade das relações em uma época que... De 1900 oara cá, algumas coisas melhoraram... Duelos em nome da honra são proibidos... Mas a superficialidade e antissemitismos... Olha... Se não estiver igual, está pior. E ninguém parece ver. Pois se esquecem muito facilmente da história, ludibriados por ideologias diabólicas...
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SRConinck - @akleituras 24/05/2022

Novela espetacular!
Como uma novela de poucas páginas pode levar a tantas reflexões? O pensamento de um jovem após um episódio banal mas que fere sua "honra". Seguimos um fluxo descontrolado, muito bem construído e conseguimos enxergar o espécime e a sociedade na qual o preconceito é o padrão.

O posfácio também é excelente.
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Ju 25/03/2022

Uma escrita fluída e um personagem que infelizmente visualizamos em várias pessoas, principalmente no cenário político.

É aquela novela que você conclui em pouco tempo, mas que deixa boas reflexões.
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Rômulo 17/03/2022

A última noite
Nesta novela o leitor poderá acompanhar as idiossincrasias do tenente Gustl, vomitadas em tempo real, antes mesmo de saírem da boca deste personagem (hipócrita e antissemita, registre-se). E tudo isso se passa num circuito de tempo definido: a "última" noite de vida do tenente.
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Giovanni 21/02/2022

O enredo nos é contado a partir dos pensamentos do protagonista, cujo nome dá título à obra, iniciando quando ele está num concerto, que julga cansativo (?Tenho a impressão de estar sentado aqui há três horas?).
O desfecho é levemente surpreendente, como leve é a narrativa, em que pese a todo o tempo o personagem pensar em se matar.
Muito bom.
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Marcus.Santana 18/02/2022

O livro inovador por ser escrito em fluxo de consciência
Narrativa curta e agradável de Arthur Schnitzler, esta novela, porventura a mais conhecida de entre todas as que Schnitzler escreveu, é igualmente um marco importante na literatura de expressão alemã, que inaugura o fluxo de consciência na literatura alemã. História muito bem escrita de fluxo de consciência ou monólogo interior. O desfecho é levemente surpreendente, como leve é a narrativa, em que pese a todo o tempo o personagem pensar em se matar.
Schnitzler aborda uma temática que já tinha vindo a aflorar em obras anteriores: a crítica social à casta dos oficiais e ao carácter absurdo do seu código de honra e, de um modo mais abrangente, a crítica ao anti-semitismo que grassava em certos meios vienenses.
A história trabalha questões ligadas ao inconsciente e causou mal-estar entre os militares da época, já que critica de maneira ácida a hipocrisia, a masculinidade frágil, o orgulho e a obsessão por poder tão comuns no exército.
Além da narrativa "O Tenente Gustl" (A narrativa é curta na sua extensão sendo escrita em poucos dias e também é rápida de se ler, mas, como o próprio Schnitzler escreveu em outro momento, a ?vida está na intensidade, não no tempo?) esta edição contém breve apêndice com uma cronologia sobre a vida de Schnitzler e o posfácio de Marcelo Backes.
Leitura ideal para se fazer em uma tarde. Recomendo!
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Catarine Heiter 29/08/2021

Esta foi a minha primeira experiência com o autor e, sem dúvida, uma excelente porta de entrada! Escrita potente, enredo envolvente e um personagem que conseguiu me entreter até a última linha da história. O militar que dá título à obra, passa por uma experiência marcante à sua época e recheia as páginas desta novela com suas reflexões, emoções e decisões. Uma das primeiras obras publicada no estilo fluxo de consciência, que nos permite adentrar o personagem com profundidade. Adorável!

Esta leitura foi motivada pelo Desafio DLL 2021, na categoria ‘de até 200 páginas’
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Patrick 14/04/2021

Gustl
Através de um monólogo interior o jovem tenente Gustl se desnuda. Revelando em seus devaneios, os detalhes da superficial vida que leva.
O autor, ao escolher esta forma de narrativa, é implacável ao mostrar o quanto a mente humana, de um "eu" mal estruturado, é capaz de criar impressões, fantasias, verdadeiros delírios diante do que se passa a sua volta.
Imperdível!!!
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