Nivia.Oliveira 24/01/2021
Passeando pela tumba e pela História da China
A história se inicia entre Bélgica e Dinamarca de onde saíram Malone (ex-agente americano e dono de uma livraria) e Cassiopeia Vitt (a mulher poderosa... que usa o salto para matar!☹
Mas a maior parte do livro se passa na China e o autor conta muito sobre a história da China como suas invenções (listra no infográfico) muitas delas atribuídas à Europa; os acontecimentos históricos como a matança de civis na Paz Celestial; a Revolução Cultural, a política do filho único, costumes como o Jhator (jogar os corpos para alimentar os pássaros) e sobretudo sobre as doutrinas orientais.
É uma história de ação que gira em torno da luta interna de poder entre dois líderes chineses. Sendo cada um com sua DOUTRINA: O CONFUCIONISMO e O LEGALISMO.
Não é spoiler. Pelo que eu estudei e entendi a diferença é:
Confucionismo: Confúcio foi o rótulo dado pelos jesuítas do século XVII ao erudito Kong Fu-Zi século V A.C. Ele acreditava que o homem deveria buscar viver de forma boa, com humanidade e cortesia, trabalhando para honrar família e governo. Defendia uma sociedade altamente organizada sem o uso da força.
Legalismo: Representado por Mao Tse-Tung. Ele exaltava o governante e maximizava a autoridade: o soberano é o criador da lei, os oficiais seguidores da lei e o povo está sujeito a lei. Mao Tse era um legalista moderno. O chinês teme o caos por isso acreditam fortemente na ordem. Ele e Qin Shin quiseram transformar a china em sociedade igualitária na tradição Marxista. E o maldito livro vermelho...
Não conheço nenhum chinês para perguntar, mas acredito que essa confusão entre filosofias permanece até hoje porque faz parte da cultura que é transmitida de geração em geração. Sempre fica uma semente que se junta ao desejo de mudar as coisas...
Os manuscritos de Confúcio eram contra a filosofia do primeiro Imperador Quin Shin. É na tumba dele que a ação se desenvolve a la Dan Brawn.
O autor apresenta a polêmica da existência do petróleo abiótico: que seria infinito e sinônimo de independência para qualquer país. Fiquem me lembrando da Dilma Rouseff kkk Os Chineses foram pioneiros na busca de petróleo a 2500 anos atrás.
As personagens envolvidas além dos chineses são americanos e russos: símbolos de alguns países que tentaram dominar a China.
O autor faz uma miscelânia proposital deixando-nos confusos quanto a quem é do bem e quem é do mal, principalmente porque envolve os EUNUCOS.
Eunucos: de eunoukhos do grego significa “guardião da cama”. Na China os eunucos eram guardas ou serviçais do leito do imperador com a função de vigiar suas as esposas e concubinas. Para isso eram castrados.
Acreditava-se que a castração tornava os homens mais dóceis e resignados por isso os eunucos podiam ser assessores políticos dos imperadores: podiam ver as falhas do imperador, sem filhos não desejariam riquezas e portanto seriam menos corruptos.
Homens se entregavam à castração por vontade própria. E há no livro uma parte que descreve o ritual: depositavam as partes cortadas num jarro e colocam em uma prateleira alta (Kao Sheng), símbolo para alta posição. Não permite anestesias nem gritos de dor! ☹
Mas a história demonstrou que é a cabeça de cima que comanda o homem e os eunucos se rebelaram, conspiraram e contribuíram para a queda dos governos Han, Tang e Ming. O autor atribuiu o grupo à Irmandade Ba. Não é spoiler. Estou relatando fatos históricos.
Outro defeito do livro é que há repetições de informações. OU autor utiliza as mesmas frases várias vezes: “livrinhos vermelhos com os ensinamentos de Mao”, “ os chineses censuram a internet”, “Tang havia lido sobre tumbas imperiais.” etc A mon a vis, um escritor criativo muda a forma de contar a mesma coisa...
Mas o melhor do livro foi o que me atraiu para o livro: a visita à Tumba do Imperador Quin Shin onde foram encontrados os guerreiros de terracota.
8 mil soldados de terracota (argila cozida) em tamanho natural com rostos diferentes, 130 charretes e 670 cavalos em formação militar esculpidos há mais de 2200 anos.
Eles guardavam a Tumba Imperial de Qin Shi, o primeiro imperador da China. Ele ansiou pelo elixir da vida eterna, como não encontrou criou uma imponente necrópole para continuar seu reinado no mundo dos mortos.
Em suma: A china sempre viveu simultaneamente no presente e no passado e a doutrina se transforma num bem cultural que é passado de geração a geração. E com o mundo está em constante transformação, novas ideais surgem junto com as neo-doutrinas e as intermináveis