Idéias que Colam

Idéias que Colam Chip Heath...




Resenhas - Idéias que Colam


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Fabio Shiva 30/05/2020

Livrai-nos da Mamadeira de Piroca!
Fui presenteado com esse livro pelo querido manoji Axel Guedes, a quem agradeço por essa leitura que tanto somou em minha vida. Li ao longo de alguns meses, refletindo e tentando experimentar na prática cada sugestão do livro. Foi um aprendizado tão intenso que decidi registrar minhas impressões a partir de dois pontos de vista diferentes, um técnico e outro filosófico.

1) Visão Técnica
Este é um poderoso manual de comunicação, que visa tornar nossas mensagens mais eficientes. Uma “ideia que cola” é “compreensível, memorável e eficaz na mudança de pensamento ou comportamento”. De forma bem resumida, seis princípios determinam se uma ideia irá colar ou não:
* SIMPLICIDADE: essencial para tornar uma mensagem facilmente assimilável.
* SURPRESA: é o que faz as pessoas prestarem atenção na mensagem.
* CONCRETUDE: faz as pessoas compreenderem e se lembrarem depois.
* CREDIBILIDADE: faz as pessoas concordarem e/ou acreditarem na mensagem.
* SENTIMENTOS: faz as pessoas se importarem com o que está sendo dito.
* RELATOS: mobilizam as pessoas a agirem a partir da ideia apresentada.

Além desses seis princípios, os autores apresentam um conceito muito interessante como “o grande vilão das ideias que colam”: a MALDIÇÃO DO CONHECIMENTO. Um curioso experimento de psicologia exemplifica bem esse conceito. Um grupo de pessoas foi dividido em “ritmistas” e “ouvintes” para participar de um jogo bem simples: os “ritmistas” deviam escolher uma música bem conhecida (como “Parabéns pra você” ou o hino nacional) e batucar o ritmo dessa música para os “ouvintes”. Vale a pena fazer essa experiência: tente batucar “Parabéns pra você” para alguém e veja se a pessoa consegue descobrir qual é a música. No experimento citado no livro, apenas 2,5% dos “ouvintes” conseguiram acertar a música. Contudo o dado realmente interessante é que os “ritmistas”, ao serem previamente perguntados sobre a taxa de acerto, calcularam que 50% dos “ouvintes” iriam acertar! Essa discrepância se deve à “Maldição do Conhecimento”: é muito difícil, principalmente quando se é especialista em determinado assunto, ter em mente que os seus interlocutores não possuem os mesmos conhecimentos que você. É por isso que muitas boas ideias não conseguem acessar um número maior de pessoas.

Venho testando na prática esses conceitos apresentados no livro, e realmente são muito úteis para tornar nossas ideias mais atrativas e abrangentes!

2) Visão Filosófica
É muito significativo que a primeira “ideia que cola” apresentada no livro tenha sido a famosa lenda urbana sobre a pessoa que aceita um drinque em um bar e acorda no dia seguinte em uma banheira cheia de gelo, onde descobre que um de seus rins foi roubado por traficantes de órgãos. O fato de uma ideia colar ou não, em suma, nada tem a ver com o fato de ser verdade ou não. Essa é uma descoberta estarrecedora sobre os fundamentos da Cultura de Massa, que expõe um problema crucial de nossa civilização tecnológica. Pois no âmbito meramente interpessoal, as técnicas para gerar “ideias que colam” podem fazer de você um bom vendedor de ideias boas ou más – com consequências relativamente limitadas. Contudo, ao serem aplicadas aos Meios de Comunicação de Massa, essas poderosas técnicas de persuasão podem ser usadas para perpetrar terríveis males. Assim foi que o rádio possibilitou a ascensão do nazismo e a televisão nos transformou em uma horda de consumistas devastadores da Natureza, por exemplo. O pior é que tudo indica que o problema se torna cada vez mais grave, à medida que as tecnologias de comunicação progridem. Recentemente a Cambridge Analytica demonstrou como o uso de informações coletadas nas redes sociais pode transformar seres humanos em robôs, literalmente (a acepção original da palavra “robô” é “escravo”) e eleger governos de tendências fascistas como os de Trump e Bolsonaro.

Mas como é que as “ideias que colam” podem exercer uma influência tão nefasta no mundo? A questão é que essas técnicas de comunicação são baseadas em descobertas sobre fragilidades cognitivas e emocionais das pessoas. O problema todo é que o Homo sapiens é muito menos sapiens do que imagina...

Vou citar apenas um exemplo do uso dessas técnicas, que é debatido com muito entusiasmo no livro. Na década de 1980, uma empresa de publicidade no Texas foi contratada para elaborar uma campanha que fizesse os texanos pararem de jogar lixo nas estradas. O problema era muito sério, gerando despesas de milhões de dólares por ano. Após uma pesquisa, a empresa traçou um perfil do público-alvo de sua campanha:

“O perfil do típico texano que jogava lixo nas estradas era o de um homem entre 18 e 35 anos, dirigindo uma pick-up, que gostava de esportes e música country. Ele não gostava de autoridade e não era motivado por associações sentimentais (...). Dizer ‘por favor’ a esses caras é como falar com um surdo.”

Pois bem. A genial campanha publicitária que conseguiu diminuir o lixo nas estradas em impressionantes 72% começou com um comercial mostrando três jogadores de futebol americano em poses ameaçadoras, dizendo algo como: “Sabe aquele cara que jogou lixo pela janela do carro? Eu tenho um recado para ele: não mexa com o Texas!” Essa campanha “Don’t mess with Texas” funcionou tão bem porque utilizou o próprio machismo dos telespectadores para convencê-los a mudar de atitude.

Nesse exemplo, as fragilidades psicológicas foram manipuladas para fazer as pessoas terem uma mudança positiva: parar de jogar lixo nas ruas. Em outro exemplo citado no livro, contudo, a manipulação foi inegavelmente maléfica: obrigada por lei a exibir uma campanha antifumo nos maços de cigarro, a Philip Morris espertamente adotou uma série de fotos e slogans que, por essa mesma incitação à rebeldia, acabou tendo o efeito de aumentar o número de fumantes!

E assim se revela um outro ganho que tive com essa leitura: ao ler sobre técnicas para influenciar outras pessoas, ficamos mais atentos e protegidos para não sermos nós mesmos vítimas dessas indevidas influências. Penso que se essas técnicas forem ensinadas nas escolas do Brasil, nunca mais precisaremos passar pela infeliz experiência de ter um presidente eleito por uma Mamadeira de Piroca!

https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2020/05/ideias-que-colam-chip-heath-e-dan-heath.html


site: https://www.facebook.com/sincronicidio
Monique 11/02/2023minha estante
Obrigada sua resenha me fez perceber que valia a pena colocar meu tempo na leitura desse livro, afinal tempo não volta!


Fabio Shiva 20/02/2023minha estante
Oi, Monique! Valeu pelo comentário e por essa energia boa! Fico feliz em saber que pude somar de alguma forma! Boa leitura!




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Lindenberg 01/08/2021

A arte da manipulação.
Um dos melhores que li sobre estratégias de marketing, copy? ou seja, manipulação... Ele serviu como referência para vários outros livros sobre o assunto.

Mesmo quem não se interessa por marketing, deveria ler este livro para entender como suas vontades são manipuladas facilmente no dia a dia. ?
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Tiago.Zulian 02/12/2020

Como algumas ideias prosperam e outras caem no esquecimento
Esse livro é excelente para pessoas que buscam entender porque não conseguem engrenar seus projetos. Para que uma ideia tenha sucesso ela precisa dos ingredientes descritos no livro.
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Rafael Augustto 08/03/2021

Melhor do que eu pensava
Li esse livro pois o Erico Rocha indicou-o em seu instagram, e me surpreendi com o conteudo.

Além de muito didadico e agradavel, ele ensina uma verdadeira arte de comunicação e persuasão.

Um dos melhores livros sobre o gênero
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Yasmin 19/05/2021

Muito bom! Indico para todos aqueles que querem melhorar a sua forma de repassar as ideias, assim como melhorar a maneira como se comunica. Realmente é um manual de como fazer as ideias colarem.
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Duda 25/08/2023

Bom e bem explicativo
Sao diversos exemplos para colocar em prática toda teoria que você aprende. Tem um conteúdo muito bom, uma aula dentro do livro, vale a pena
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Rebeca 17/08/2020

Um bom livro para melhorar a comunicação de forma mais criativa
O mais interessante nesse livro é a associação do cérebro com um velcro. Onde as ideias são implantadas e elas podem "colar" ou não.
Com essa associação ao velcro, as ideias que colam são as que conseguem colocar mais fixadores. E a ideia do livro é te ensinar os 6 princípios que rodeiam esses fixadores.
O grande problema do livro é que ele acaba sendo um pouco cansativo de ler pela quantidade excessiva de exemplos, que às vezes acabam se tornando massante de ler o livro.
Vale a leitura, com certeza, para expandir seu olhar sobre como sintetizar melhor suas ideias para que elas "colem" na mente das pessoas durante uma comunicação. Porém, o livro poderia gastar mais tempo em certas explicações do que dando tantos exemplos que muitas vezes nem faz tanta diferença (minha opinião). Há quem goste de vários exemplos.
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camila_solek 23/01/2022

Um livro necessário!
Sai totalmente da minha zona de conforto literária para ler esse livro. Admito que o comecei sem expectativa nenhuma, apenas por indicação do meu namorado, e me surpreendeu muito. O livro é prático, e te chama para ação de diversas maneiras.
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Jennifer 15/02/2023

Adequado
O livro traz uma visão sobre os princípios para ter um negócio inovador e que possa ter sucesso.Uma leitura um pouco cansativa, mas os conceitos são bem explicado.
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Renata Tomaz 24/10/2023

"O livro 'Ideias que Colam' é uma janela para o poder das ideias simples, memoráveis e impactantes que transformam o mundo."
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Audrey 05/02/2024

O livro conta diversas histórias persuasivas, que inspiram, encorajam, geram surpresa...
Ensina a como contar histórias envolventes para que o ouvinte preste atenção, se lembre, se impacte com a informação e até compactue com a mesma.
A leitura é fundamental para quem quer aprender a contar histórias da forma certa para que chegue do jeito que deve chegar aos ouvidos de quem escuta. Importante na área de negócios, networking, redes sociais, pequenas e grandes empresas, autônomos e outros.
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Julia2480 16/03/2024

Eu já vou começar falando que não curto muito esses livros mais corporativos, pois eles ?enrolam? muito o que poderia se levar direto ao ponto.
Apesar desse livro não fugir dessa premissa rsrs ele trouxe MUITOS exemplos, ao invés de só ficar enrolando, então por isso dei 4 estrelas.
A proposta é boa, interessante e várias histórias ajudam a fixar o conceito, mas outras poderiam ser cortadas
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