spoiler visualizarWellington V. 17/07/2011
Breviário de um decomposto...
(Esta resenha carece de ser ampliada. E será, em breve).
Um livro para quem tem estômago e corações fortes. E personalidade formada -- ou opinião própria. Dói lê-lo: é ácido e amaríssimo. Faz Schopenhauer parecer um moleque chatinho. Vejamos dois "simpáticos" excertos do que nos diz o autor -- personalidade tão "doce":
Cioran (2011:154)
A árvore da Vida não conhecerá mais primaveras: é madeira seca; com ela se farão ataúdes para nossos ossos, nossos sonhos e nossas dores. Nossa carne herdou o fedor das belas carcaças disseminadas pelos milênios. Sua glória nos fascinou e a esgotamos.
Cioran (2011:182)
As criações do espírito – e os princípios que as presidem – seguem o destino de nossos humores, de nossa idade, de nossas febres e de nossas decepções. Questionamos tudo o que outrora amamos, e temos sempre razão e sempre estamos equivocados; pois tudo é válido e tudo carece de importância. Sorrio: nasce um mundo; entristeço-me: desaparece, e já se delineia outro. Não há opinião, sistema ou crença que não seja justa e ao mesmo tempo absurda, conforme adiramos ou nos separemos dela.
Referência bibliográfica
CIORAN, Emil M. Breviário de decomposição. Trad. José Thomaz Brum. Rio de Janeiro: Rocco, 2011. 222 p.