Resenhas - A Última Esperança sobre a Terra

Flavio Assunção 03/08/2011

Richard Matheson é, em minha opinião, um dos maiores escritores de literatura fantástica, do mesmo nível de mestres como Dean Koontz e Stephen King. No entanto, diferente destes, Matheson é muito pouco conhecido no Brasil devido aos raros livros lançados no país. Publicados aqui, apenas "Em Algum Lugar do Passado", "Amor Além da Vida", "Hell House – A Casa Infernal", "O Incrível Homem Que Encolheu" e A Última Esperança Sobre a Terra. Curiosamente, todos adaptados ao cinema. Sobre isso, este último que cito tem, na verdade, umas das produções mais infiéis e com textos alterados que já vi em adaptações. Sim, caro leitor, trata-se de "Eu Sou a Lenda", protagonizado por Will Smith há alguns anos e que não reflete 5% do que realmente é esta magnífica obra. É importante destacar que apenas a idéia principal de uma cidade “morta” foi aproveitada. Todo o resto – trama, alguns personagens e inclusive o final – foram alterados de forma grotesca. Com o leitor já ciente de tudo isso, posso falar com calma deste livro, que no Brasil se chama originalmente "A Última Esperança Sobre a Terra", embora tenha sido lançado tanto antigamente e recentemente sob o nome "Eu Sou a Lenda".

"A Última Esperança Sobre a Terra" conta a saga de Robert Neville, único sobrevivente de uma epidemia que se abateu sobre o mundo e que transformou todos em uma espécie de zumbis/vampiros, que se alimentam de sangue. Durante à noite, as criaturas saem à caça de alimento e, consequentemente, de Neville – que está protegido por uma casa reforçada com tábuas de madeira firme, espelhos e alhos, o que mantém as criaturas à distância. De dia, elas hibernam, momento em que o protagonista pode sair em busca de comida, além de aproveitar para caçar as criaturas não apenas para matar, mas para efetuar experimentos.

Esse é apenas o ponto de partida para uma história insana, claustrofóbica, cruel e, acima de tudo, bela em sua essência. Você acompanha de perto a vida de Robert Neville e seus sonhos de encontrar a cura para uma doença hedionda e o desejo de achar alguém como ele em um mundo devastado. A solidão, o tédio e a rotina são tão cruéis, para Neville, como a própria doença que se abateu sobre o mundo. Não tem como não ficar comovido pelas situações por quais ele passa, sentindo todo o drama e, acima de tudo, todo o terror de se viver em meio a uma cidade fantasma.

A leitura é ágil e flui muito bem. Provavelmente o leitor terminará o livro em poucos dias já que, infelizmente, é bem curto. De qualquer forma, vale cada página lida. Já começa em um ritmo rápido e até mesmo para um livro que parece seguir em uma linha óbvia, você ficará chocado com as reviravoltas que lhe esperam até o final.

Portanto, esqueçam o filme "Eu Sou a Lenda". Não há nada da obra de Richard Matheson que seja relevante. Uma cidade “morta” e infestada por criaturas você pode ver em "Madrugada dos Mortos", "Extermínio" e outras diversas produções cinematográficos por aí. Então, se quer uma experiência única e uma trama original, não deixe de ler a "A Última Esperança Sobre a Terra", que possui uma essência própria e que causa diversos sentimentos, onde todos são de natureza aterrorizante.

Micky 26/04/2020

Eu sou a lenda
Clássico é clássico, eis aqui mais um clássico do terror, e como sempre muito diferente de suas adaptações. Pena que é curto. Recomendo! É muito tenso, e fez pensar no momento mundial atual também...

Bonaldi 14/06/2009

Esqueça a besteira que foi o filme com o Will Smith (aliás, terceira produção que adaptou o livro). "A última esperança sobre a Terra" é uma obra-prima pessimista, intrigante, que pode ser lida como um metáfora da Guerra Fria e do medo norte-americano de ser dominado pelos Comunistas (ele foi escrito na década de 50); pode ser lido como um estudo da psquiquê humana diante da solidão e de condições extremas; pode ser sido inclusive como um retrato pós-apocalíptico do esfacelamento da sociedade como a conhecemos. Acima de tudo, "I am Legend" é uma das obras mais influentes da ficção-científica.

Hugo.Castro 14/09/2020

Clássico maravilhoso!!
Os vampiros da obra de Matheson possuem as características clássicas: Não podem entrar em contato com a luz do sol e alho, crucifixos e estacas podem por fim a sua existência. O autor pegou tudo isso e amarrou em um arcabouço científico tentando explicar a origem do vampirismo e seu agente etiológico. Isso foi muito inovador. A história é curta, flui rapidamente. O protagonista é carrancudo ,extremamente pessimista, alcoólatra e um quase suicida. Mas tudo isso é bem contextualizado. O final para mim foi de explodir os miolos. E fica o questionamento: A normalidade é um conceito de maioria?

Ptah 01/12/2009

Eu assusto criancinhas
Embora o filme tenha mostrado uma situação diferente do livro, até que me satisfez. Porém o livro tem uma abordagem diferente, mostra um homem comum (não o super sarado, e quase Chuck Norris do W. Smith), que perde a familia, amigos , tudo. Até se tornar o último da espécie humana.

Antes do lançamento do filme, achar este livro era uma epopéia, nunca procurei tanto em sebo. Agora entro na saraiva e ele pula no meu colo. Maldita (ou bendita) Hollywood.

Os Livros e Filmes da Bá 04/06/2019

Livro e os 3 filmes
Robert Neville, único sobrevivente de uma devastadora epidemia mundial, imerso em completa solidão passa os dias combatendo o restolho, ou seja, humanos transformados em zumbis/vampiros que vão toda noite infernizar a vida dele querendo matá-lo.
Aí é que entra todo o drama da história, essa luta infinita, a busca incessante pela cura, a dor de ter perdido a esposa e a filha, a solidão e o desejo sexual pelas criaturas fêmeas, tudo isso afogado no álcool.
Finalmente surge um ser humano aparentemente saudável e por incrível que pareça, ele tem ímpetos de ficar sozinho e não querer aquela companhia.
Nesse interim urge uma nova raça que estava escondida e que se considera superior a Neville e aos vampiros... sim, o Neville que despreza os vampiros e essa nova raça que despereza Neville...

Filme The Omega Man 1971 Carlton Heston:
Não tem o apelo dramático do livro, um típico filme de ação dos anos 70, os vampiros parecem mais uma seita super organizada, Neville convive com vários humanos que sobraram, dentre eles, uma mulher que está mais preocupada em dar pra ele que salvar o irmão contaminado.

Mortos que matam Vincent Price 1964:
Muito parado, Neville muito corretinho, não é aquele solitário que enche a cara de uísque. Mas é o mais fiel.

Eu sou a lenda Will Smith 2007:
Ação contemporâneo, a loucura da solidão retratada de outra forma, mas me emocionou. Aqui os vampiros/zumbis são super mostros.

LOGO POSTO O LINK PARA A VÍDEO-RESENHA.

Pedro Matias 15/02/2024

Eu sou a lenda
Este é o livro em que foi baseado o filme ?Eu sou a Lenda?, com Will smith. O livro é bem diferente. É um livro legal, mas a primeira parte é mais chata que o resto, porque tem muitas frases feitas e clichês. O resto é interessante, com algumas reflexões sobre ética e sentido da vida. Gostei. É um livro fácil, rápido de ler, para quem quer se divertir sobretudo.