daianaapaulo 05/01/2016
Maravilhoso
Um livro que surpreende toda a sociedade, mostrando que ser puta não é apenas por falta de opção e muitas vezes uma escolha.
Sabe aquele tipo de livro que você começa a ler e não quer mais parar? E se começar a ler em um final de semana, você termina no mesmo dia, porque sim é surpreendente. O livro trata-se de uma autobiografia de Gabriela Leite, prostituta que escolheu ter essa profissão sem nenhum preconceito, nenhum problema de aceitação. Militante inteligentíssima, organizadora da grife DASPU e da ONG DAVIDA, Gabriela Leite foi por muito tempo puta (como gostava de ser chamada) e conta neste livro sua experiencia nessa profissão.
A prostituição é um tema de muito interesse e curiosidade, e quando encontramos alguém que consegue falar disso abertamente, não podemos simplesmente ignorar.
Quando decidiu virar prostituta, no início dos anos 70, aos 22 anos, Gabriela estudava Filosofia na USP, curso para o qual havia passado em segundo lugar. Ex-aluna dos melhores colégios paulistanos, leitora de Machado de Assis, Sérgio Buarque de Holanda e Gilberto Freyre, tinha um emprego de secretária e morava com a mãe. tinha um emprego de secretária e morava com a mãe. Em “Filha Mãe Avó e Puta”, Gabriela conta, com franqueza, riqueza de detalhes e muita coragem, sua surpreendente trajetória.
Para desperta mais seu interesse sobre a leitura, segue um trecho do livro que me chamou muita a atenção e principalmente me prendeu pelo resto do livro.
"... Adoro os homens. Gosto de estar com eles, e não conheço homem feio. Todos são bonitos: cada um com seu cheiro característico, seu andar, seu modo de olhar. Alimentam um amor imenso pela mãe e pelo próprio corpo. Magros ou gordos, todos têm um belo corpo, mesmo quando são barrigudinhos. Às vezes me pergunto como eles fazem para andar: será que o pau no meio das pernas não atrapalha? Essa pergunta eu (ainda) não tive coragem de fazer.
Outra coisa que adoro é falar o que penso. Sem papas na língua. Quem ler este livro vai perceber isso. Aprendi uma porção de coisas nessa temporada na Terra. Uma delas é a importância de se ter uma opinião, de reclamar quando não se está gostando de algo. Demorei muito para adquirir esse direito e, por isso mesmo, não abro mão dele. Passei um pedaço da minha vida lutando por ele. Estou gastando um outro bom naco tentando convencer minhas colegas prostitutas de que esse direito também é delas...."
Sexualidade feminina especialmente é um tema que ainda gera muita polêmica, a sociedade ainda não aceita a mulher como um ser humano que tem desejos sexuais e vontades próprias. Infelizmente ainda temos aquela visão de castidade feminil e a voluptuosidade masculina, porém os tempos são outros e precisamos banir esse machismos que vem no guiando durante seculos. As mulheres gostam sim de sexo, gostam sim de se masturbar e de realizar suas fantasia e nem sempre elas precisam ser putas, literalmente falando, para concentrar essas vontades. Não precisamos coibir nossas fantasias.
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